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Rodolfo Lucena

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Perfil Rodolfo Lucena é ultramaratonista e colunista do caderno "Equilíbrio" da Folha

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Fabricante do Five Fingers paga US$ 3,75 milhões para encerrar processo por propaganda enganosa

Por Rodolfo Lucena
09/05/14 14:12

vibram five fingers

A Vibram USA, fabricante de um dos mais conhecidos tênis minimalistas de corrida, o Five Fingers, concordou em pagar US$ 3,75 milhões para suspender uma ação coletiva em que a empresa é acusada de fazer propaganda enganosa. O acordo foi divulgado na última quarta-feira.

O Five Fingers é um dos produtos pioneiros na moda da corrida (quase) descalça. É como uma luva emborrachada para os pés, com espaços individuais para cada um dos dedos. Levíssimo, oferece mínima proteção –um blogueiro norte-americano mais abusado chegou a apelidar o calçado de camisinha para os pés.

A ação, iniciada em 2012 por Valerie Bezdek,  afirma que a Vibram enganou os consumidores ao dizer, sem base científica, que o calçado poderia reduzir o número de lesões e fortalecer a musculatura dos pés. Outras ações semelhantes, registradas depois na Califórnia e em Illinois, foram reunidas no processo de Bezdek em Massachusetts, o Estado onde fica a sede da Vibram.

Segundo os registros judiciais, a Vibram aceitou fazer o acordo para  dar um fim á questão e evitar novos gastos judiciais. Mas em nenhum momento se declara culpa. Ao contrário, a empresa nega ter feito qualquer coisa ilegal e não admite ter divulgado publicidade enganosa.

Mesmo assim, concordou em criar um fundo de US$ 3,75 milhões para compensar consumidores que eventualmente tenham se sentido enganados. Têm direito ao pagamento clientes que compraram alguns modelos da linha Vibram Fevers, como Biela, Classe e Komodo, a partir de março de 2009.

Cada consumidor poderá receber até US$ 94 –na média, porém, estima-se que cada um vai levar entre US$ 20 e US$ 50. O fundo também será usado para pagar os honorários de advogados; se algo sobrar, será doado para a American Heart Association, para pesquisas sobre benefícios que a corrida pode trazer à saúde.

Além disso, a companhia deverá suspender campanhas de marketing ou publicidade em que afirme que seus calçados podem reduzir o número de lesões ou fortalecer a musculatura.

Para completar, a Vibram terá ainda de montar um site para divulgar os termos do acordo –até o momento em que escrevo esta mensagem, www.fivefingerssettlement.com ainda não estava no ar. A divulgação também deverá ser feita em sites especializados de corrida e em redes sociais.

Esta não é a primeira vez em que fabricantes de calçados de corrida são processados por propaganda enganosa e fazem acordos antes que a ação vá a julgamento.

Em 2012, a Skechers fez um acordo de US$ 40 milhões para encerrar processo em que era acusada de mentir sobre as capacidades de sua linha de tênis Shape-up. Antes, a Reebok concordara em pagar US$ 25 milhões para matar uma ação semelhante.

Considerando esses números, até que a Vibram se saiu bem no processo, pelo menos do ponto de vista financeiro.

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Drones filmam maratona nos Estados Unidos

Por Rodolfo Lucena
07/05/14 09:42

07 pittsburgh abreOs robôs voadores já estão ficando manjados pelo mundo afora. Aqui no Brasil, a Folha usou drones equipados com câmeras fotográficas para fazer registros das manifestações populares do ano passado. Em outros países, os drones ganham os mais variados usos.

Na maratona de Pittsburgh, no último fim de semana, eles se incorporam ao mundo das corridas. Voaram baixo, a não mais de 60 metros, para capturar a multidão que se acotovelava pelas ruas e avenidas da bela cidade da Filadélfia.

Falo bela porque estive lá há alguns meses e gostei de tudo que vi: há rios cortando a metrópole, há uma montanha de onde se pode ver cenários grandiosos, há boa comida e bebida, há feirinhas legais para turistas e muitos pontos históricos.

A cultura popular também está homenageada na cidade, que é lotada de museus e teatros; uma das casas de memória é dedicada ao filho de terra Andy Warhol. Apesar do pouco tempo de visita às instalações, adorei. Além de mostrar algumas das obras mais conhecidas do artista, também apresenta muitos desenhos que ele produziu –para meu gosto, muito mais bacanas que as fotos trabalhadas em multitude de cores que caracterizam seu trabalho.

Bueno, voltando à maratona de Pittsburgh, foi filma por três drones como essa da imagem, que é uma reprodução de vídeo da TV local. À reportagem televisiva, os donos da empresa disseram que preferem chamar os objetos de “multi-rotor copter”, robozinhos com hélices que, no total, não pesam mais de três quilos.

07 reproducação canl tvkdka

Mesmo assim, é preciso extremo cuidado na sua manipulação.

Na Austrália, uma triatleta se feriu depois da queda de um drone que filma a competição na cidade de Geraldton. O fotógrafo que comandava o aparelho disse que o Dione não atingiu a atleta, que provavelmente tomou um susto com o acidente e acabou caindo (chegou a levar pontos por causa da queda).

Em Portugal, um Dione mais sofisticado e mais parecido com os aparelhos originais –aviões não tripulados—caiu em um rio durante testes de operação.

Enfim, leitor, fique esperto. Se um drone estiver perto de você, tome tento para que ele não filme um acidente…

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Com luzes e fantasias, corredores festejam Dia de Guerra nas Estrelas

Por Rodolfo Lucena
05/05/14 10:06

 

05 starwars abre

“É meia-noite, tô no Minhôcão e não to usando crack” foi o grito mais diferente que ouvi durante a corrida Star War Run, que começou no primeiro minuto deste domingo, quatro de maio, para celebrar o Dia Mundial de Guerra nas Estrelas.

Alguns corredores tentavam imitar o berro choroso do peludão Chewbacca, enquanto outros apenas faziam comentários sobre a Força –ou a falta dela para enfrentar os seis quilômetros do percurso. Grande parte estava fantasiada como algum personagem da saga. Afinal, a corrida era uma celebração.

A data foi escolhida porque a pronúncia do nome do dia, em inglês (May the Fourth), é semelhante à do famoso bordão da série, “Que a Força esteja contigo” (May the Force be with you). Nos Estados Unidos, há uma semana inteira de celebração na Disneylândia (chama-se Star Wars Weekends, mas se estende por vários dias).

Por estas plagas, foi a primeira vez que aconteceu uma corrida dedicada à série criada por George Lucas, da qual sou fã desde o século passado, quando provavelmente a maioria –ou, pelo menos, grande parte— dos leitores deste blog nem sequer tinham nascido.

Por isso, lá me fui eu, cumprir missão jornalística (cobri o evento para a Folha, confira o relato AQUI) e afetiva. Pela primeira vez neste ano, pela primeira vez nos últimos 150 dias, iria tentar correr seis quilômetros sem parar.

A culpa de minha secura corredística foi de várias lesões graves que se combinaram e sucederam, uma fratura por estresse na cabeça da tíbia direita e uma inflamação das poderosas e doloridas no “gordinho” do pé esquerdo. Agora já ando quase sem dor e vinha fazendo treinos de alguns minutos por vez, intercalando caminhada e trote.

Antes do primeiro minuto de quatro de maio, porém, o máximo que tinha feito havia sido dois blocos de três quilômetros trotando levíssimo (tipo 7min30 a 7min45/km) por 500 metros. Agora era ir para um teste que, mesmo não sendo definitivo, poderia abrir as portas para novos experimentos.

Vou lhe dizer uma coisa: a Star Wars Run foi o palco perfeito para essa avaliação de meu corpo. A temperatura estava ótima, vento nenhum, e o clima geral era muito bacana. Na área de concentração, luzes giravam sobre os corredores. Instantes antes da largada, começou a tocar o tema de “Guerra nas Estrelas”. E, quando largamos, fomos saudados por batalhões de stormtroopers, os soldadinhos do Império, e de jedis, guardiões do lado luminoso da Força.

05 starwars vicentCorri com uma máscara no malvadão Darth Vader, usada na parte de trás da cabeça; aliás, quase todo mundo que vestia máscara tinha encontrado algum jeito de fazer com que o acessório não atrapalhasse a visão. Além dos mascarados, havia os fantasiados. Gente muito criativa, vestindo trajes especialmente desenhados para o evento, como foi o caso do jornalista Vincent Sobrinho (foto ao lado, Arquivo Pessoal).

Casais corriam como heróis, mães guerreiras estavam vestidas a caráter acompanhando criancinhas que esgrimiam sabres de luz, e muitas moças pentearam seus cabelos ao estilo da princesa Leia, com trançadas enroladinhas de cada lado da cabeça.

A largada foi bastante apertada, a mim lembrando (com um certo exagero) momentos da muvuca da São Silvestre. Afinal, eram cerca de 5.000 corredores se acotovelando em apenas uma pista. Mas estava tudo numa boa, depois de uns 300 metros já chegávamos ao Minhocão, onde se desenrolou a maior parte da prova.

Fiquei impressionado com o relativo silêncio da corrida. De vez em quando, alguém gritava qualquer coisa, como o sujeito que citei na abertura desse texto, talvez imaginando provocar moradores do entorno do Minhocão. Ninguém ficou incomodado –pelo menos, não vi reclamação nenhuma. Ao contrário, várias janelas e varandas se abriram, e moradores mandaram gritos de apoio, palmas e acenos para os corredores.

05starwarsEntre os fantasiados, meu destaque vai para um sujeito que correu com a fantasia completa do peludão Chewbacca. Para encurtar a história, ao final da prova um grupo de japoneses apontava para ele e comentava: “Carô, carô”, provavelmente tentando se referir ao calor que o corredor deveria ter sentido ao longo da prova.

“No km 4, o calor insuportável dentro da fantasia e a dificuldade de respirar dentro da máscara de látex me fizeram parar num posto de hidratação para um refresco”, lembra Rodrigo Fonseca, o insano que correu dentro daquela estufa de lãs e borracha.

Mas houve compensações. Enquanto jogava água na cabeça e bebia um pouco, uma garotinha que assistia ao evento pediu para tirar fotos com ele. O corredor aquiesceu e logo virou uma febre. Com outros atletas querendo registrar seu momento com Chewbacca. “Ficamos uns 15 minutos por ali”, lembra Rodrigo. A história se repetiu um quilômetro depois e, mais tarde, ele ainda foi entrevistado por uma equipe de TV: “Me senti uma celebridade”.

Tudo graças à namorada de Rodrigo, Angela, que descobriu a fantasia e insistiu para que ele a usasse. Ela também foi vestida à caráter, fantasiada de princesa Leia (foto Arquivo Pessoal).

No final, venceram Marcelo Cabrini e Giovanna Martins, que ganharam como prêmio um pacote de viagem e hospedagem, com acompanhante, para o Star Wars Weekend norte-americano do ano que vem. Também levaram um ano de cinema grátis.

Eu não ganhei nada, mas fui o campeão de mim mesmo. Terminei sem dores, num tempo que jamais havia imaginado possível. Esperava conseguir fechar em algo próximo de 45 minutos, talvez até 42 minutos… Mas completei em 37min57, fazendo o último quilômetro em 5min47!!!

Pode não parecer grande coisa para você, e eu em geral não dou muita bola para meus tempos, que são lerdos por definição. Mas, mais do que velocidade, esse tempo indica melhora de meus ossos, músculos e articulações. Isso, sim, me deixa feliz.

Agora vamos em frente, testando mais um pouquinho, descansando outro tanto, fazendo fisioterapia, fortalecendo o corpo, para garantir que a Força esteja comigo. E tomara que esteja com você também e todos nós, habitantes desta fabulosa galáxia.

 

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Saiba onde doar seu tênis de corrida usado

Por Rodolfo Lucena
30/04/14 12:54

Muitos de nós anotamos cada quilômetro percorrido com cada um dos pares de tênis. Quando chegamos aos 400 km ou 500 km ou 600 km ou 800 km, dependendo do tipo de tênis e/ou do tipo de corredor, aposentamos o pisante.

Pois muitos corredores que não têm condições de comprar um calçado de corrida adorariam receber o tênis usado. Muitos de nós sabemos disso, e alguns até fazem doações. Mas nem sempre é fácil encontrar onde doar.

Agora um Circuito Nacional de Corridas resolveu ser intermediário desse processo. A partir da próxima etapa, neste sábado, em Uberlândia, as corridas do circuito Caixa vão receber doações de tênis usados (em bom estado, por favor) e tratar de repassá-los para quem faça bom uso.

Em cada arena haverá uma local para recebimento dos calçados. Os organizadores da corrida informam que fazem parcerias com a federação local de atletismo, que então organiza a distribuição dos calçados arrecadados.

No caso de Uberlândia, os tênis serão repassados à Futel (Fundação Uberlandense de Turismo, Esporte e Lazer), que vai se encarregar da distribuição. A entidade já tem trabalho com crianças e jovens carentes, que são o alvo principal da campanha.

Depois de Uberlândia, as etapas do Circuito Caixa são as seguintes:

11/05 – Campo Grande

25/05 – Belo Horizonte

08/06 – Goiânia

03/08 – Fortaleza

10/08 – Recife

31/08 – Porto Alegre

11/10 – Ribeirão Preto (noturna, 18 horas)

19/10 – Curitiba

23/11 – Brasília

30/11 – São Paulo

30 corporeAlém disso, a Corpore, uma das principais organizadores de corridas no país, coloca uma “tenda social” em todos os eventos que promove. Ali corredores podem entregar seus tênis usados, que são distribuídos para atletas carentes.

Trata-se do projeto “Seu tênis não pode parar”, que foi lançado em 2007 (saiba mais sobre o projeto clicando AQUI).

Além disso, os calçados usados também podem ser entregues na sede da entidade, em São Paulo (informações sobre contato AQUI).

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Olha o Franck aí, gente!

Por Rodolfo Lucena
28/04/14 09:13

Para quem pensava que o ex-campeão pan-americano da maratona era carta fora do baralho, Franck Caldeira mostrou neste domingo que está vivo, operante e disposto a lutar por um lugar ao sol.

Corrigindo: por um bom lugar ao sol.

Na maratona de Pádua, na Itália, conquistou o segundo posto com o tempo de 2h12min04. Tudo bem que isso não dá camisa a ninguém em nenhuma das grandes maratonas do mundo, mas é o suficiente para lhe garantir índice para o próximo Pan, em Toronto, e para o Mundial de atletismo, em Pequim, ambos no ano que vem.

A marca, a segunda melhor de sua carreira, um segundo atrás de seu recorde pessoal, também o alça para o topo do ranking sul-americano de maratonistas, segundo informação da assessoria do Clube de Atletismo BM&FBovespa.

Talvez tão importante quanto o resultado tenha sido a forma como Franck conquistou a colocação. Disputou o tempo todo ombro a ombro com o campeão, o queniano Pharis Kimani, que terminou apenas um segundo à sua frente. Os dois abriram uma vantagem de cerca de meio minuto em relação ao terceiro colocado.

Claro que o fato de ter conseguido o índice agora não o garante nos campeonatos, mas é uma demonstração de que Franck volta a ter sede de competição e está em boa forma.

Em despacho divulgado pela assessoria, Franck assim descreve a competição: “Seguimos eu e três quenianos no pelotão da frente e o ritmo se manteve até os 35 quilômetros –a previsão de chegada era para 2h10min40. Mas a chuva que pegamos no quilômetro 36 derrubou o nosso ritmo. Dois quilômetros depois, a chuva parou e voltamos a apertar, mas aí só estávamos eu e o queniano (Pharis), que encostou. Tentei uma saída, mas não abri muito. Ele encostou e imprimiu o ritmo. Tentei acompanhar, mas sentia uma dor forte no posterior. E como no final o trecho tem chão em pedra –e aí é que o posterior doía mesmo– ele abriu no 41 e venceu”.

O técnico do brasileiro, Ricardo D’Angelo, gostou do desempenho de seu pupilo:  “Ele passou por uma situação diferente e adversa, quando abandonou a prova de Milão, três semanas atrás. Permaneceu na Europa e agora conseguiu se recuperar e correr bem. Isso mostra que sua capacidade de superação e vontade de vencer são grandes. Essa marca e posição dão confiança de que no futuro poderemos correr abaixo das 2h10min e integrar os grandes eventos internacionais”.

Por sua vez, Franck promete: “Qualquer hora vamos correr melhor”.

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Vitória de Meb em Boston lembra a de Marílson em Nova York

Por Rodolfo Lucena
23/04/14 13:45

Por essas inconveniências da vida, acabei não conseguindo assistir ao vivo e em cores à transmissão da maratona de Boston, na manhã de segunda-feira última.

Aliás, estava tão desencanado da possibilidade de ver a transmissão que fui correr logo cedo, dentro dos meus limites. Folgo em contar que, pela primeira vez em cinco meses, corri direto por nove minutos inteirinhos naquele dia. Era o meu recorde até ontem. Hoje, corri 12 minutos completíssimos. Mas as dores, se não voltam com intensidade, aparecem como fantasmas: dobrar o dedo é um problema, algum movimento especial chama o músculo desacostumado e por aí vai.

Perdoe a digressão. Nosso assunto é a maratona de Boston.

Quando vi o resultado, quase não acreditei. Pela primeira vez em mais de 30 anos, um norte-americano vence a maratona de Boston, a mais tradicional do planeta. Tudo bem que o sujeito nasceu na Eritreia, mas sua nacionalidade é estadunidense e pronto: assim venceu a maratona de Nova York, assim conquistou a prata em Atenas-2004. Aliás, Meb Keflezighi é o único terráqueo a ter os títulos de Boston e Nova York mais uma medalha olímpica, o que não é pouca coisa.

Lembre-se de que nem de longe ele estava entre os mais rápidos do pelotão de elite, onde havia oito caras com sub2h06 como melhor marca –a do Meb era 2h09min08.

Por isso, quando vi o que aconteceu, logo me veio à memória a vitória do brasileiro Marílson Gomes dos Santos na maratona de Nova York em 2006. Apesar de famoso e importante o suficiente no plano internacional para ser convidado para a prova, ele era tido como “desconhecido” e nem era citado entre os favoritos para ao menos ficar no pódio.

Pois o brasileiro treinou muito e fez a sua corrida. Conseguiu se manter com o primeiro pelotão até o km 30 e então arrancou em desabalada carreira. Supostamente –pelo menos, é assim que a história é contada–, os outros não deram bola, imaginando que era só uma puxadinha, um estirão que morreria em dois ou três quilômetros.

E olha que entre os outros estava ninguém menos que Paul Tergat…

Quando chegou ao km 35, já tinha quase 40 segundos de vantagem sobre o pelotão perseguidor, que começou a pensar que era hora de depenar aquele frangote. No km 40, a diferença tinha caído para 15 segundos, mas daí já era tarde: Marílson entrou para a história.

Fiz um quadrinho com as passagens, marcando esses pontos, mas acho que ficou um pouco difícil de ler. O original ESTÁ AQUI.

23boston1

Bom, eu falei que a vitória de Meb lembrava a de Marílson. Teve esta semelhança: um sujeito puxa antes do esperado, abre uma boa diferença e, apesar de não ser o mais rápido do grupo, consegue segurar sua vantagem e vencer a prova.

Se esse é o plano geral, no caso de Meb há muitas especificidades, a começar pela idade: ele está com 38 anos (39 no próximo dia 5). Dennis Kimetto, para citar apenas um dos que o norte-americano deixou pela estrada, completou 30 anos em janeiro. E tem sub2h04 como recorde pessoal…

Pois contra toda essa turma Meb resolveu arriscar cedo, na altura do km 15, coisa jamais vista por este blogueiro. Não vou dizer que nunca aconteceu, mas que é raro, lá isso é.

Antes de continuar, coloco aqui o quadro com as passagens dos três primeiros a cada cinco quilômetros. Espero que estejam boas de ler. Se não, o original está AQUI.

23boston2

Bom, como você percebe vendo o quadro, ninguém deu bola para a escapada de Meb, que foi acompanhado nos primeiros quilômetros de sua empreitada pelo colega norte-americano naturalizado Josphat Boit (nascido no Quênia). Os dois cruzaram a meia maratona em 1h04min21, cerca de 30 segundos à frente do pelotão perseguidor.

E ninguém, no segundo grupo, fazia nada. Uma reportagem de um site especializado afirma que os demais americanos, que corriam no pelotão, fizeram corpo mole para segurar os africanos. Ou seja, os americanos decidiram não tentar puxar para não despertar a ira dos mais rápidos.

Enquanto isso, Meb abria cada vez mais, deixando para trás Boit, que ficava como um colchão entre o líder e o pelotão. Para encurtar a história, a diferença chegou a 1min21 no km 30 e nem assim os africanos, muito mais rápidos, ligaram as turbinas.

Apertaram um pouco; mesmo assim a diferença no km 35 era de mais de 50 segundos. Algumas reportagens que vi citam quenianos perseguidores dizendo que imaginavam que ele já teria fraquejado naquela altura e seria então presa fácil.

Mas, quando passaram o km 35, os perseguidores não viram nem sinal do líder isolado. Só então decidiram correr. Evidenciando a maior velocidade dos perseguidores, em cinco quilômetros reduziram para 8s a diferença, que era de 51s.

Mas o esforço cobrou seu preço e não conseguiram alcançar Meb, que voltou a aumentar a diferença, fechando com 11s de vantagem sobre Wilson Chebet.

Palmas a Meb, que mostrou coragem, determinação e resistência. E ainda uma enorme capacidade de resumir a situação, mesmo depois de tanmto suor: “Esta é provavelmente a mais significativa vitória de um norte-americano por causa do que aconteceu no ano passado”, disse ele, se referindo ao atentado que provocou três mortes e dezenas de feridos. E continuou, falando sobre si mesmo: “Estou com 39 anos [de fato, “quase” 39]. Acabei de cravar o melhor tempo de minha carreira. Acabei de vencer a maratona de Boston. Eu me sinto abençoado”.

Com todo o direito que seus pulmões, pernas e cérebro lhe dão. Quanto aos perseguidores, fizeram uma “corrida estúpida”, como definiu um site especializado. Se tivessem atacado no km 30, provavelmente teriam pelo menso chegado bem mais perto. Ou não, vai saber.

Pela minha curta experiência de observador à distância de grandes provas internacionais, o comportamento do grupo perseguidor em Boston foi realmente incomum.

Não sei a que atribuí-lo.

Há a tal explicação do jogo de equipe dos americanos, que já citei, mas me parece pouco consistente. Os quenianos e etíopes costumam fazer a corrida deles. Não conheço nenhum que se sinta confortável deixando alguém escapar sem tentar dar o troco.

Enfim, foi o que aconteceu.

Fica ainda o registro: antes da corrida, avaliação do site Letsrun.com afirmava que as chances de vitória de Meb estavam entre 0,005% e 3,7%.

Donde se conclui que … nada. Quem sabe eu (ou o Meb) deva jogar na Mega-sena.

Mudando de assunto, mas ainda em Boston, vale o registro da boa participação da brasileira Adriana Aparecida da Silva, que vinha combatendo lesões e dores e fez uma prova maiúscula. Completou em 2h31min18, o que lhe valeu o 16º posto entre as mulheres, 111º na classificação geral.

 

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Três corridas curtas que parecem muito legais (tomara que sejam)

Por Rodolfo Lucena
15/04/14 09:41

Na semana passada, fiz quatro treinos de 40 minutos, divididos em blocos de cinco minutos: três minutos caminhando, dois minutos correndo. Nesta semana, continuo  nos mesmos 40 minutos, divididos também em blocos de cinco minutos, mas invertidos: três corre, dois caminha. No meu último treino, cheguei em casa todo suado, feliz da vida, tinha corrida um monte naqueles três minutos finais. Coisa de 500 metros!!!

Com isso, mesmo sem o aval dos médicos, já estou botando olho grande nas corridas. Quero coisas diferentes, inspiradoras e, ao mesmo tempo, com nível de exigência que eu seja capaz de enfrentar nas minhas atuais condições.

Selecionei três provas que me parecem bacanérrimas. Não conheço nenhuma delas (aliás, se não me engano, são todas estreantes) nem os organizadores da maioria, mas espero que sejam bem legais. Por isso compartilho com você: servem como dica.

De cara, já digo que estou inscrito e garantidésimo na primeira delas. Um nerd como eu não poderia falta na Star Wars Run, que ainda tem o atrativo extra de ser de madrugada. A largada está marcada para o primeiro minuto do próximo dia 4 de maio, que esconde um trocadilho infame com o nome da data em inglês e o bordão de Guerra nas Estrelas: “Que a Força esteja com você”.

Em inglês, diz-se “mei de force bi uit iú”, que tem som semelhante ao do nome da data quatro de maio dito por extenso: “mei de fort”. Vai daí, uma coisa puxa a outra e os nerds, geeks e estreletes em geral que falam inglês completam a frase: “mei de fort bi uit iú”.

A corrida aqui em São Paulo terá concentração ao lado do Memorial da América Latina e o percurso será de 6 km, coisa que, até lá, estarei em condições de fazer alternando meus minutinhos de corrida e caminhada (hoje, meu recorde é de 4.850 metros em 40 minutos). Para saber mais, confira o site oficial clicando AQUI.

A outra prova que escolhi é um problema, pois está marcada para o mesmo dia, ainda que em outra cidade. Também tem o nome em inglês –parece que isso virou moda por essas bandas em que o idioma oficial é o português, lembra?.

É Wings for Life World Run e se trata de uma corrida com pernas no mundo todo: no mesmo dia, na mesma hora, será realizada numa montoeira de cidades do planeta. Tudo para um bem maior: arrecadação de fundos para uma entidade que financia a pesquisa para a cura das lesões de medula.

Bacana, não? Pena que será em Floripa. Bem que eu queria ter um jatinho particular para me levar de uma corrida a outra, mas vou lhe contar um segredo: não é o caso. Bom, quem estiver por lá ou passando pela capital catarinense pode aproveitar. Para saber mais sobre a corrida mundial Asas para a Vida, confira o site oficial AQUI.

E guardei para o final a que me parece a mais bacana, mas que provavelmente ainda será muito mais do que meu corpo permite. Vou ter de ouvir os médicos a respeito, além de consultar meu saldo bancário, pois o preço da participação é bem alto: começa em R$ 167, valor que sobe no dia 4 de maio, mesmo dia em que acontecem as provas anteriormente citadas (ih, tá tudo ligado, não é?).

Essa será no dia 21 de junho, na distância de 13 km. É bem possível que até lá eu já esteja em condições de enfrentar essa distância; o problema é que o percurso será em trilha… Vamos ver o que dizem os especialistas.

O nome da corrida está em português ma non troppo: Guaranis Race, o que é uma contradição em termos, como você já percebeu. Eu acho um absurdo tais maus tratos ao idioma pátrio, sou fã de Machado e Graciliano Ramos, de Vinicius e Manual Bandeira, de Veríssimo, Drummond e João Cabral…

É coisa de marqueteiros, mas parece que dá certo. De qualquer forma, independentemente do nome, a corrida parece que será legal. É na praia de Boraceia, no litoral norte de São Paulo, em território dos índios guaranis. O percurso aproveita trilhas desbravadas pelos guerreiros, segundo afirma o site oficial.

A página também traz muitas outras informações, que você pode conferir clicando AQUI.

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Depois de fracasso em Londres, Marílson e Paulo Roberto reorganizam planos

Por Rodolfo Lucena
14/04/14 15:25

Melhor maratonista brasileiro na atualidade, Marílson Gomes dos Santos foi para a maratona de Londres com o objetivo de fechar em 2h08, 2h09, segurando as forças para se dedicar à preparação para os Jogos Olímpicos. Destaque brasileiro na Olimpíada de Londres, Paulo Roberto de Almeida Paula pretendia baixar seu tempo (2h10min23) e, de quebra, garantir vaga para o Mundial do ano que vem.

Nenhum dos dois conseguiu nada. Com dores musculares, Marílson abandonou a disputa pouco depois do km 25. Seu desempenho vinha caindo: a previsão de conclusão, baseada no ritmo de então, já dava mais de 2h10.

Paulo Roberto foi mais longe. Passou o km 30 no 14º posto, uma classificação melhor do que as registradas nas passagens anteriores. Mas não chegou ao km 35…

Ainda que não digam isso, os dois devem ter sentido o começo da prova, que foi muito forte para todos os atletas de elite e causou danos para o conjunto dos atletas.

Até o mais famoso “coelho” de todos os tempos sofreu com a balada: o multirrecordista mundial Haile Gebrselassie, que prometera levar o grupo a 1h01min45 na meia maratona, abandonou depois do km 15…

Quanto aos brasileiros, é hora de lamber as feridas, refazer planos e rever compromissos.

Falei rapidamente com o irmão gêmeo de Paulo, Luiz Fernando, que me disse: “Meu irmão não sentiu nada de dor. Ele quebrou. É a verdadeira palavra. Ele jamais iria ficar dando desculpa. Disse que sentiu muito depois do km 30, mas que está bem e que logo vai tentar outra maratona. Essa foi mais uma experiência que ele passou na vida, mas jamais vai jogar a toalha”.

Uma possível opção para Paulo Roberto é a maratona de Pádua, que venceu no ano passado.

Marílson também ainda não tem seu futuro definido. Em comunicado distribuído à imprensa, seu treinador, Adauto Domingues, afirma o seguinte: “Ele está bem e, como correu apenas meia maratona em Londres, vamos olhar o calendário e ver o que podemos fazer ainda este ano.”

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Manhã de decepções na maratona de Londres

Por Rodolfo Lucena
13/04/14 08:59

A prova foi linda, com recorde de participação – mais de 36 mil inscritos – e belas disputas pela vitória tanto no masculino quanto no feminino. Mas os resultados decepcionaram, e os nomes que eram tidos com destaques certos ficaram muito aquém do esperado.

A primeira decepção aconteceu logo depois do km 15 da prova masculina, quando o mais sofisticado coelho de todos os tempos abandonou a prova. O multirrecordista mundial Haile Gebrselassie não conseguiu cumprir o prometido, que era levar o primeiro pelo a passara a meia maratona em 1h01min45, o que daria grandes chances de novo recorde mundial.

Ao contrário. Talvez entusiasmado por voltar a uma grande maratona depois de um período de declínio, Haile parece ter se entusiasmado demais com sua função de coelho e provocou um início alucinante. Basta dizer que nada menos de 11 corredores (aí incluídos três marcadores de ritmo) passaram o km 5 com previsão de quebra de recorde.

Quebra é pouco: destruição, esmigalhamento. Se mantivesse o ritmo, chegariam ao final em 2h01min04, com mais de um minuto de vantagem sobre o recorde mundial. Claro que alguma coisa estava errada.

A passagem do km 10 foi mais conservadora, mas ainda com previsão de recorde mundial. A partir daí, desandou. Haile aguentou mais cinco quilômetros e alguma coisa e caiu fora. O etíope Tsegaye Kebede, que defendia o título, assumiu o posto em um gordo pelotão de oito corredores, onde estava também o recordista mundial, o queniano Wilson Kipsang.

Enquanto isso, os brasileiros Marílson Gomes dos Santos e Paulo Roberto de Almeida Paula também faziam boa prova, ainda que com as mesmas oscilações de ritmo do pessoal lá da frente. Marílson já passou o km 15 em ritmo pior do que o previsto por seu treinador, mas ainda estava no jogo, enquanto Paulo Roberto corria solto mais à frente, com perspectiva de melhorar sua marca pessoal.

O km 25 foi a última marca que ainda viu Marílson entre os 20 primeiros; Paulo Roberto, naquele ponto, estava no 14º posto.  No momento em que escrevo, 20 minutos depois da chegada do primeiro colocado, nenhum deles apareceu ainda na lista dos concluintes…

O campeão foi Wilson Kipsang. Ele e seu compatriota Stanley Biwott, campeão da maratona de São Paulo de 2010, se livraram de Kebede depois do km 30 e já passaram juntos a marca do km 35. Kipsang ainda aguentou a disputa até o km 40 e aí disse tchau para o compatriota.

Fechou em 2h04min29, o que não é grande coisa para ele, mas é suficiente para garantir o bônus de US$ 100 mil por ser abaixo de 2h05 e mais US$ 25 mil por quebrar o recorde do percurso, que era de 2h04min40. O prêmio pela vitória foi de US$ 55 mil.

Melhor que nada, não é?

Antes de passar ao feminino, é preciso lembrar de outra decepção na prova masculina: a estreia do britânico Mo Farah na maratona, tão incensada por seus compatriotas, ficou a anos-luz do que era esperado. Ainda que tenha feito uma prova bacana, com avanço progressivo e demonstração de alguma resistência, não chegou nem perto dos primeiros colocados nem sequer bateu o recorde nacional, coisa que era dada como favas contadas.

Pois é, a maratona tem dessas coisas…

A prova feminina também decepcionou em termos de tempo, pois ninguém baixou de 2h20, muito menos ameaçou o recorde da prova ou a melhor marca conseguida em corrida exclusivamente feminina. Mas foi muito bacana e teve alguns sinais promissores quanto ao futuro da maratona das mulheres.

O mais importante foi a belíssima estreia da etíope Tirunesh Dibaba na distância. Correu sempre no primeiro pelotão e, enquanto nomões iam caindo fora, ela se manteve na cola das líderes. Com três recordes mundiais, cinco títulos mundiais e cinco medalhas olímpicas, todos em pista, Dibaba chegou bem treinada à maratona, que considerava “um pouco assustadora”.

Mas não demonstrou medo nenhum. Sua corrida pelo título foi prejudicada por uma péssima passagem em um posto de hidratação, em que deixou cair a garrafa e perdeu o contato mais próximo com as líderes. Nunca mais o retomou, enquanto as ponteiras seguiram firmes.

Entre elas já não estava Priscah Jetptoo, outra decepção. Ficaram a baixinha e veloz Edna Kiplagat e a mais pernalta Florence Kiplagat, bivice em Londres… As duas foram coladas até algumas centenas de metros antes da chegada, quando Florence atacou e levou o troco de Edna, que parecei dizer “Vice nunca mais!”. Terminou em 2h20min21, o que lhe valeu um bônus de US$ 50 mil. Mas ficou longe de bater o recorde da prova, 2h17min42, o que lhe valeria um extra de US$ 25 mil.

Termino voltando aos brasileiros, que não apareceram na elite no final da prova.

A assessoria de Marílson distribuiu nota informando que ele abandonou na metade da prova, que passou em 1h04min21. Sentiu dores musuculares, segundo o comunicado, que lembra que o atleta tinha sofrido uma virose durante sua preparação para Londres.

 

De Paulo Roberto ainda não tenho notícias, mas ele foi muito forte até o km 10, o que deve ter provocado consequências danosas.

 

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Blogueiro comenta ao vivo maratona de Londres

Por Rodolfo Lucena
12/04/14 12:57

Os maratonistas olímpicos brasileiros Marílson Gomes dos Santos e Paulo Roberto de Almeida Paula correm neste domingo a maratona de Londres em busca de manter seu espaço na elite internacional e, se possível, melhorar seus recordes pessoais.

Estarão entre os mais rápidos corredores de longa distância mundo, num grupo que está sendo considerado o melhor já reunido em uma maratona, tanto no masculino quanto no feminino.

Presente na prova, o recordista mundial da distância, o queniano Wilson Kipsang, diz que sua marca –2h03min23 (Berlim, 2013)–  pode cair nesse domingo.

Os organizadores estão fazendo de tudo para que isso aconteça: colocaram como marcador de ritmo o ex-recordista mundial Haile Gebrselassie. Um dos maiores corredores de todos os tempos, o etíope deve fazer o primeiro pelotão passar pela metade da prova em 1h01min45.

Além de Kipsang, outros candidatos a recordista são o atual campeão de Londres, Tsegaye Kebede, o recordista do percurso, Emmanuel Mutai, o bicampeão de Nova York, Geoffrey Mutai, e o campeão mundial e olímpico, Stephen Kiprotich.

Os brasileiros não estão nessa superelite, mas afirmam que podem correr bem. Paulo finalizou sua preparação na altitude de Kunming, da China. “Foi o melhor treinamento que já fiz para uma maratona”, disse ele em entrevista por rede social.

Mesmo assim, prefere não falar em tempo. “Se conseguir terminar abaixo da minha marca já vou ficar contente para caramba”, diz o corredor, que tem 2h10min23 como recorde pessoal na distância.

Já Marílson, o melhor maratonista brasileiro da atualidade, pensa em apenas defender seu espaço na elite internacional, de olho nos Jogos Olímpicos de 2016.

“Vamos tentar mantê-lo no alto rendimento, correndo sempre na casa das 2h08, 2h09, evitando o desgaste para que ele chegue bem aos Jogos. Demos uma tirada de pé do acelerador”, diz Adauto Domingues, treinador do atleta.

Já entre as mulheres a aceleração deve ser total, a julgar pelo grupo reunido. Há três corredoras que já completaram a maratona em menos de 2h20: a campeã olímpica Tiki Gelana, a bicampeã mundial Edna Kiplagat e a bicampeã de Berlim Florence Kiplagat. Além delas, Priscah Jeptoo promete defender com unhas e dentes seu título na maratona de Londres, o que indica uma maratona “rápida e furiosa”, como definiu Gelana.

Outro destaque da prova são os estreantes.

No feminino, espera-se bom desempenho da recordista mundial dos 5.000 m, Tirunesh Bibaba, campeã olímpica e mundial dos 10.000 m. Ela diz que se preparou bem. Mas não esconde que a maratona é uma distância um pouco “assustadora”.

No masculino, os holofotes estão voltados para o debute de Mo Farah, campeão olímpico dos 5.00 m e dos 10.000 m. Há quem veja nele candidato a recordista mundial. No mínimo, vai derrubar a marca britânica (2h07min13), prevê o atual detentor do recorde da Grã-Bretanha, Steve Jones.

De acordo com a programação divulgada à imprensa, a SporTV vai transmitir a prova ao vivo a partir das 4h50 deste domingo. Na carona da TV, vou comentar a corrida  ao vivo, em minha página no Twitter, que você acessa clicando AQUI.

Só para que não haja dúvida, o endereço é http://twitter.com/rrlucena ou @rrlucena.

Espero você nesta madrugada.

 

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