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Rodolfo Lucena

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Perfil Rodolfo Lucena é ultramaratonista e colunista do caderno "Equilíbrio" da Folha

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Correr deixa a mulher ainda mais bonita

Por Rodolfo Lucena
28/02/12 16:02

A minha coluna de hoje no caderno Equilíbrio, da Folha (AQUI, para assinantes da Folha e/ou do UOL), trata sobre as dúvidas e medos que assombram candidatos a corredores, iniciantes e mesmo veteranos nesse esporte simples, mas cheio de mistérios.

Escrevi com base em mensagens que recebo, mas também busquei ajuda de especialista, perguntando a alguns técnicos sobre as dúvidas mais comuns de seus pupilos.

Cristina de Carvalho, 42, diretora técnica do Projeto Mulher e grande corredora –acaba de ser campeã da ultra Cruce de Los Andes— me contou que mulheres iniciantes em corrida temem que o esporte as deixe com expressão mais envelhecida.

A resposta de Cristina: “A prática esportiva é 100% relacionada à alimentação e à hidratação. Não usar um carro, deixando-o guardado em um museu com certeza vai fazer com que ele fique em melhores condições do que se for usado sem fazer manutenção adequada. Com nosso corpo é igual: seremos mais belas dentro do shopping center do que seríamos correndo sem nos cuidar. No entanto correr é saúde e saber praticar esse esporte exige mais do que vestir seu par de tênis e sair suando. Temos que comer, nos hidratar e dormir bem. Se essa simples equação estiver equilibrada nenhum shopping poderá te deixar mais bonita do que uma vida mais saudável. E lembre-se: correr nada tem a ver com abdicar de cremes, tratamentos faciais ou quaisquer outros recursos que você julgue importante”.

A seguir, outras perguntas comumente feitas por iniciantes e temores que costumam manifestar. As respostas são sempre da treinadora Cristina de Carvalho.

Qual é o melhor tênis de corrida?

Hoje, quase todas as marcas esportivas expressivas têm modelos de tênis excelentes para corrida. O importante na hora de escolher é buscar um modelo de tênis específico para corrida de rua que permita uma excelente flexão plantar, seja confortável, leve e que tenha uma boa ventilação.

Correr na esteira é igual a correr na rua?

Correr na esteira é uma adequação muito próxima do esforço da corrida de rua. No entanto o movimento de rotação da esteira no ponto de apoio de sua pisada dá uma força de propulsão muito maior do que o ponto de apoio estático da rua, o que facilita muito o esforço da corrida na esteira.

Correr emagrece?

A corrida é coadjuvante no processo de perda de peso. Depois da fase de adaptação ao esforço físico (três meses), porém, o organismo se acostuma à nova rotina de demanda de energia e, se não houver reeducação alimentar associada aos treinos de corrida, o resultado pode ser até oposto ao desejado.

Qual a técnica para respirar?

A respiração é involuntária ao esforço da corrida e sistematizá-la é uma necessidade equivocada de muitos iniciantes. Na verdade o iniciante deve adequar o ritmo da sua corrida ao fôlego de seu organismo. Isso pode ser feito intercalando corrida com caminhada ou apenas diminuindo a velocidade de sua corrida. Saiba que até os corredores de elite e/ou muito experientes, quando submetidos a esforço supralimiar, ficam com respiração muito ofegante e necessitam de intervalos de recuperação ativa (trote) ou passiva (caminhada ou parado) para conseguir retomar o esforço supralimiar. A dica que costumo dar a todos é usar a boca e nariz para entrada e saída do ar e de maneira alguma restringir entrada e/ou saída de ar apenas pelas narinas.

 Será que eu consigo ser um corredor?

A corrida é padrão motor do ser humano, diferente de outras modalidades esportivas como tênis, natação, patins, que precisamos aprender. Correr está no DNA de quase todos os seres humanos. Retomar esse conceito na vida é resgatar nossa própria natureza e essência, portanto vale começar a correr em qualquer idade. Bastam três meses de adaptação ao esforço físico para qualquer pessoa descobrir que é capaz. O mais importante é fazer um exame médico e, se necessário, contratar um profissional para acompanhá-lo.

Posso treinar corrida se quero engravidar?

Sim, se não houver patologias que necessitem de um olhar diferente com tratamentos imprescindíveis e cuidados especiais. Fora isso, é quase um crime privar a mulher de qualquer prática esportiva ou atividade física. Se houvesse um mínimo de sentido nisso, o que seria da fertilidade daquelas mulheres que trabalham com serviços braçais? E das mulheres atletas? É importante saber que fertilidade não tem nenhuma associação com praticar mais ou menos esporte, muito pelo contrário, quanto mais equilibrado estiver o organismo feminino melhor. Quem estiver com dificuldade para engravidar deve verificar eventuais problemas fisiológicos do homem e da mulher e, depois, avaliar aspectos da saúde de ambos: bom sono, humor e disposição são sensações importantes e o ponto de partida de tudo. Se esses pontos estiverem abalados, de fato faz sentido suspender ou amenizar treino de corrida.

É saudável treinar durante a gravidez?

Durante a gestação, o mais importante são as escolhas individuais. De novo: se a gravidez não for de risco, deixar de praticar atividade física não se justifica nem no primeiro trimestre, período que muitas gestações são interrompidas. No entanto, se para mulher o mais confortável for suspender seus treinos, ela deve fazer isto sem nenhuma preocupação porque essa fase é única, gostosa e cada mulher deve fazer suas próprias escolhas sem medo, apenas por conforto. O importante é entender que o risco de incidência de gravidez interrompida antes do final do primeiro trimestre é um fato que independe de nossa rotina de treinos –a menos, lógico, se for uma gravidez de risco ou mais delicada, que exige outros cuidados.

Depois dessa fase e mais à frente, o peso da barriga pode exigir uma adequação do esforço, o que deve ser feito naturalmente a medida que a gestação progrida.

Para mulheres com problemas articulares ou nos joelhos, é importante ter cautela porque existe um hormônio para ajudar expansão abdominal que age em todas as articulações, deixando-as mais frouxas e, portanto, mais suscetíveis a lesões.

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Brasileira é campeã sul-americana da maratona

Por Rodolfo Lucena
27/02/12 11:28

Conceição Oliveira, do Piauí, conquistou ontem o título de campeã sul-americana da maratona ao vencer a prova de Caracas em 2h53min15 (foto Divulgação). A vitória coroa um ótimo período da carreira dessa atleta de 36 anos, que no ano passado sagrou-se tricampeã do Circuito Caixa/CBAt de corridas de rua.

Quase 6.000 mil atletas participaram do evento de ontem, que também incluiu uma meia maratona e valeu para o título nacional da Venezuela.

“Foi uma prova fantástica”, escreveu em sua página no Facebook o treinador de Conceição, Luiz Fernando Bernardi. “O povo venezuelano é muito acolhedor. Conceição recebeu muito carinho de todos os torcedores e dos organizadores.”

No masculino, o representante brasileiro chegou a liderar a prova na altura do km 16, mas não conseguiu sustentar a ponta. O baiano Jose Everaldo da Silva terminou em terceiro lugar na prova, mas vice-campeão sul-americano, pois o segundo colocado foi um corredor queniano.

Confira a seguir os tempos dos líderes.

Mulheres

Conceição Olievira (Brasil): 2h53min15

Ruby Riativa (Colômbia): 2h53min22

Ana Joaquina Rondón (Colômbia): 2h55min04

Homens

José David Cardona (Colombia): 2h19min18

Shadrack Maiyo (Quênia): 2h22min22

Jose Everaldo da Silva (Brasil): 2h24min22

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Adriana da Silva conquista em Tóquio a vaga na maratona olímpica

Por Rodolfo Lucena
26/02/12 00:41

Adriana Aparecida da Silva, 30, será a representante brasileira na maratona olímpica em Londres-2012. Ela carimbou seu passaporte ao completar a maratona de Tóquio, no final da noite deste sábado, em 2h29min17, tempo ainda melhor que o índice exigido pela Confederação Brasileira de Atletismo (2h30min07).

Com essa marca, ela se qualifica como a segunda melhor maratonista brasileira da história, atrás apenas de Carmem Oliveira, que cravou 2h27min41 na maratona de Boston em 1994.

A atleta de Cruzeiro (SP) está em grande fase: no ano passado, sagrou-se campeã do Pan de Guadalajara  (foto Divulgação) enfrentando uma atleta cujo recorde pessoal era cerca de dez minutos melhor do que o da brasileira. Naquela corrida, demonstrou maturidade, paciência e grande capacidade de administrar seu ritmo.

Esse foi seu grande trunfo na prova deste sábado (manhã de domingo no Japão): o domínio do ritmo, o controle das forças e a paciência para sentar o pau na hora certa. Os melhores cinco quilômetros de Adriana, em Tóquio, foram exatamente no final, do km 35 ao km 40, que ela percorreu em 17min33. Veja a seguir o tempo das passagens da brasileira, que terminou a prova na nona colocação.

Durante a semana, o treinador de Adriana, Claudio Castilho, mostrava confiança, sabia que ela vinha com boa preparação. Seu último treino foi exemplar: na terra molhada, chão embarrado, que atemoriza corredores com a possibilidade de escorregões e que segura o ritmo, ela correu excelente 20 km, fazendo os primeiros 17 km com média de 3min30 por km e baixando para média de 3min20 nos três quilômetros finais.

Em contrapartida, o ex-recordista mundial Haile Gebrselassie não conseguiu a vaga na Olimpíada (se o país usar o critério de tempo, e não de serviços prestados…) nem a vitória simples. Correu na frente quase todo o tempo, mas sentiu a pegada das subidinhas a partir do km 35. Foi ficando para trás, para trás, sendo ultrapassado, ultrapassado e acabou em modesto quarto lugar.

A vitória ficou com o queniano Michael Kipyego, que completou em 2h07min37. Mas a estrela foi o japonês  Arata Fujiwara, que correu grande parte do tempo no segundo pelotão e começou seu ataque depois do km 39 para terminar em segundo lugar, passando Stephen Kiprotich, de Uganda, na chegada.

No feminino, a história foi semelhante, mas lá a japonesa foi a vítima. Eri Okubo liderou por dezenas de quilômetros, o que não foi suficiente para lhe garantir a vitória. No km 39,5, foi ultrapassada pela etíope Atsede Habtamu, que seguiu soberana para estabelecer novo recorde do percurso: 2h25min28.

Tal como Haile, Okubo não conseguiu segurar o segundo nem o terceiro posto, dando passagem à etíope  Yeshi Esayias e à queniana Helena Loshanyang Kirop.

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Conceição e Everaldo disputam Sul-americano de maratona

Por Rodolfo Lucena
24/02/12 13:02

Já estão na Venezuela, azeitando as canelas e dando aquela última polida nos tênis, os dois atletas que vão representar o Brasil no Sul-americano de maratona, neste domingo em Caracas.

Conceição Oliveira (foto cortesia Tião Moreira), campeã do circuito Caixa/CBAt, chegou temendo enfrentar um certo nervosismo, mas confidenciou a uma amiga que estava tranquila. O treino forte que realizou em Campos do Jordão aumentou a segurança da atleta, que é natural do Piauí.

A confiança é compartilhada por seu treinador, Luiz Fernando Bernardi, que me disse: “A Conceição tem muitas chances de brigar pela primeira colocação… Temos uma boa expectativa”.

No masculino, o representante brasileiro será o baiano José Everaldo da Silva Mota, que foi vice-campeão da maratona Maurício de Nassau do ano passado (foto Divulgação/Multsport). Ele também fez treino em região de altitude, em Piatã, que fica a 1.500 m acima do nível do mar.

Seu treinador é Gilmário Mendes (marido e técnico da maratonista olímpica Marily dos Santos), que afirma: “Everaldo sabe que a disputa não será fácil, mas pretende fazer o melhor e sabe o quanto treinou para essa prova”.

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Em Tóquio, Adriana busca vaga na maratona olímpica

Por Rodolfo Lucena
23/02/12 14:55

Melhor maratonista brasileira da atualidade, Adriana Aparecida da Silva corre neste fim de semana aquela que poda ser a prova de sua vida: em Tóquio, busca conseguir o índice para representar o Brasil nos Jogos de Londres-2012.

É uma tarefa difícil mesmo para Adriana, que é escolada em superação e, aos 30 anos, demonstra maturidade, paciência e capacidade de controlar seu ritmo –exemplo disso foi a corrida no recente Pan de Guadalajara (foto do alto, Wagner Carmo/CBAt), onde conquistou o ouro contra uma adversário que tinha tempo muito melhor que o recorde pessoal da brasileira.

Com melhor tempo da vida de 2h32min30, ela terá de baixar seu recorde em quase dois minutos e meio para carimbar o passaporte para Londres. A preparação em altitude, na cidade colombiana de Paipa, deixou seu treinador otimista: “O camping da Adriana foi muito bom e a expectativa é que ela termine a Maratona de Tóquio em menos de 2h30, o que lhe garantiria o índice e o melhor tempo de sua carreira”, disse Claudio Castilho, que está com ela em Tóquio.

Até agora, pelo menos, os dois parecem estar tranquilos na cidade. Em sua página no Facebook, Claudio colocou fotos de Adriana sendo recebida pelos patrocinadores da corrida e circulando na sala onde foi concedida entrevista à imprensa.

Já Adriana publicou em sua página algo em caracteres japoneses, seguido de risadinhas; há também um link para a página oficial da maratona em que são apresentados os atletas de elite convidados para o evento (AQUI). E lá está ela, como você pode ver na imagem abaixo.

A brasileira está em excelente companhia, como a veterana russa Lidiya Grigoryeva, 38, que traz no currículo vitórias em Boston e Chicago. No grupo de elite queniana Helena Loshanyang Kirop, 35, é a mais rápida da esquadra de corredoras africanas, com 2h23min37 de recorde pessoal.

No masculino, a estrela é o ex-recordista mundial Haile Gebrselassie, que tenta mais uma vez retornar à maratona depois de muito sofrimento com lesões, dores e insucessos. Ele corre com o número 1 no peito e vai tentar ser rápido o suficiente para garantir vaga no time olímpico da Etiópia.

Com o número 2, vai correr o queniano Jafred Chirchir Kipchumba, que tem 2h05min48 de recorde pessoal.

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Corridas de rua prejudicam crescimento na pista, diz presidente eleito da CBAt

Por Rodolfo Lucena
22/02/12 06:22

Um dos problemas do atletismo brasileiro é o fato de que as corridas de rua “hoje não contribuem em nada para a formação de atletas de pista”, avalia José Antonio Martins Fernandes, 53, presidente eleito para dirigir a Confederação Brasileira de Atletismo no período 2013/2016.

Toninho, como é conhecido, trabalha com o mundo do esporte desde a adolescência. No ano 2000, assumiu a presidência da Federação Paulista de Atletismo e, agora, se prepara para dirigir a entidade nacional. Haverá um período de transição, me disse ele, que foi eleito em assembléia realizada no início deste mês. Será preciso, por exemplo, transferir a direção da entidade, que hoje opera a partir de Manaus, para São Paulo, e isso demanda um tempo.

O que não significa que ele vai ficar parado, segundo me disse em entrevista em que conversamos sobre sua visão do atletismo brasileiro e seus planos para o futuro.

Para alguns problemas, o dirigente não vê uma resposta imediata. A questão da dicotomia rua-pista é um deles. Veja o que ele diz:

“Há uma proliferação de corridas de rua e isso tem aspectos positivos e negativos. O fator positivo é que o esporte está alcançando a população. Corridas e caminhadas, de forma geral, estimulam a prática de atividade física entre a população, o que é extremamente positivo. Do ponto de vista atlético, você não acrescenta nada, da elite dos corredores de rua para a elite dos corredores de pista. Quem corre bem na pista vai bem nas provas de rua, e o contrário não é verdade. Como você tem hoje uma gama muito grande de provas de rua, que distribuem uma premiação razoável, os atletas vão atrás dessa premiação, não estão preocupados mais com o treinamento de pista. O resultado é que não há crescimento do número de corredores nas provas de pista. Pelo contrário. Isso não é bom. A gente não sabe, ainda, como atingir diretamente esse ponto.”

Os questionamentos do dirigente brasileiro são ecoados mesmo em territórios muito mais ricos. Analistas esportivos dos Estados Unidos já perceberam que, também lá, as corridas de rua e, especialmente, as maratonas, estão “roubando” atletas das pistas e “reduzindo” a velocidade dos corredores norte-americanos.

“Indo às ruas, especialmente antes dos 25 anos, esses corredores estão virando a página no esforço para ficarem mais rápidos”, escreve Kelvin Selby (leia o texto AQUI, em inglês).

Ele argumenta, aliás, que o mesmo está acontecendo em âmbito internacional, com jovens quenianos (e de outros países) deixando de fazer o necessário desenvolvimento em pista para irem buscar a grana que a maratona oferece.

Eles não estão errados, considerando as regras do mundo em que vivemos e o domínio do pragmatismo. Afinal, como diz Selby: “Ficar entre os dez primeiros em uma maratona paga uma tonelada de dinheiro a mais do que uma colocação similar em prova de pista”.

Tal como o dirigente brasileiro, o analista norte-americano não se arrisca a propor saídas. Será que o mercado vai resolver isso?

Independentemente disso, a grande questão, porém, na opinião de Fernandes, é a necessidade de formulação de uma política de governo que apóie o desenvolvimento do esporte de base, como ele disse na entrevista publicada hoje no Esporte da Folha (AQUI, para assinantes da Folha e/ou do UOL).

“Acho que o sistema da educação física do Brasil está falho.  Basta conversar com os dirigentes nacionais e com a escola. Se você quiser formar uma equipe olímpica, começa na escola. E não é do dia para a noite. Isso demora anos e anos. Então a gente precisa começar uma hora. E a gente ainda não tem esse pessoal formado. A gente precisa ainda evoluir muito nisso. Estamos ainda muito longe do ideal.”

A proposta da CBAt, que o dirigente vai discutir com outras entidades e pretende levar ao ministro da Educação, é disseminar nas escolas o miniatletismo, versão do atletismo adaptada ás condições escolares. Fernandes argumenta: “Nós vamos fazer uma Olimpíada e temos de melhorar muito a educação física nas escolas. Nada melhor do que fazer isso através do atletismo, que é um esporte base, que representa topos os outros esportes. Não é utópico, não é nada do outro mundo, e poderia dar um avanço muito rápido à educação física no Brasil”.

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No Carnaval, corredor é o dono da rua

Por Rodolfo Lucena
20/02/12 11:49

Todo mundo adora São Paulo no Carnaval. O trânsito é uma beleza, você chaga a qualquer lugar na hora marcada, as filas não são tão gigantes, às vezes é até possível encontrar ingresso para aquele show desejado.

Para mim, porém, o melhor do Carnaval são as ruas vazias. Não preciso me ater às calçadas esburacadas para chacoalhar o esqueleto. Posso correr no asfalto, no meio da avenida, mesmo em regiões tão movimentadas como a avenida Paulista.

Foi o que fiz na manhã de hoje. E olha que nem saí cedo. Na minha rua, já tinham até chegado os trabalhadores que vinham dar o golpe final em uma das tantas árvores que por lá ameaçam cair, carcomidas pelo tempo e corroídas pelos cupins. Era uma tipuana gigante, que já tinha exigido dois dias de trabalho duro e delicado, arriscado, e hoje foi enfim ao chão.

A avenida Doutor Arnaldo estava uma maravilha, silenciosa, como a homenagear os enterrados nos seus tantos cemitérios. A Paulista ainda tinha um quê de movimento, mas suas calçadas –largas para os magros padrões paulistanos—permitiam que cada passante se movimentasse sem risco de atropelo, sem choques. Dava até para correr de verdade.

Me animei. De repente, meu relógio marcava ritmo sub 5min/km; numa olhada, notei um 4min38… Claro que eram picos, instantes fugazes de aceleração irresponsável; na média, fiquei nos meus sisudos minutos por quilômetro, o que já está muito bom, considerando o tanto de lesão e dor que venho enfrentando neste fevereiro cheio de tosse e chuva.

No asfalto vazio (acima, a Dr. Arnaldo às 9h30 de hoje), porém, a gente esquece disso tudo. Quer mais é queimar o chão, engolir quilômetros, suar a tristeza e saudar o vento.

Vamo que vamo. Amanhã tem mais.

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Garoto de 18 anos dá banho de corrida no campeão de Frankfurt

Por Rodolfo Lucena
17/02/12 14:04

Gente, eu venho dizendo há tempos: os quenianos estão entrando cada vez mais cedo nas provas de longa distância, buscando prêmios cada vez mais atraentes. Quanto tempo cada um desses jovens campeões vai sobreviver nas corridas, ainda está para ser visto, assim como os eventuais efeitos deletérios para os corpos mirrados.

Por enquanto, estão aproveitando e, aos poucos, por causa da competição superacirrada, podem até criar uma tendência: daqui a pouco teremos meninos imberbes até nas maratonas (eu sei que as regras não permitem, mas as regras costumam ser adaptadas à prática; além do mais, assim como há “gatos” no futebol, podemos ter em outros esportes competidores que mentem a idade).

Dito isso, vamos aos fatos: na meia maratona Ras Al Khaimah, realizada na manhã desta sexta-feira nos Emirados Árabes Unidos (hora local; no Brasil, noite de ontem), o garoto queniano Dennis Kipruto Koech (foto Divulgação), que completou 18 anos no mês passado, derrotou um pelotão formado por alguns dos melhores corredores de longa distância do mundo.

Na sua primeira corrida fora do Quênia, o menino, que é treinado por Geoffrei Mutai, mais rápido maratonista da história (mas não recordista mundial, pois seu tempo foi cravada em circuito não avalizado pela IAAF), não tomou conhecimento dos concorrentes.

Com o espírito desafiador próprio dos adolescentes, abriu logo cedo na prova, puxando o pelotão a partir do km 12 e deixando que os demais seguissem em seu encalço.

Naquela altura, ele devolveu com juros a tentativa feita pelo meio maratonista mais rápido do ano de se desgarrar. O musculoso etíope Feyisa Lelisa (59min22 em Houston em janeiro) atacou no km 10, desfazendo um pelotão de 12 atletas, mas o garotão segurou a barra, deu-lhe o troco e ainda abriu distância, chegando ao km 15 com folga confortável.

Entre os perseguidores do menino estava outra fera etíope, Tsegaye Kebede, que acabou ficando bem para trás.  O campeão da maratona de Frankfurt, Wilson Kipsang Kiprotich, que ficou naquela prova a apenas quarto segundos do recorde mundial, também tentou atacar o pupilo de Mutai –sem sucesso.

Aliás, antes da prova o próprio Mutai estava cotado para o título. Mas caiu fora por causa de dores no pé, surgidas em uma corrida na semana anterior. Ele tem de se cuidar mesmo, pois pretende voltar a Boston em abril para tentar o segundo título e, de quebra, se garantir na equipe olímpica do Quênia –está pré-selecionado, mas não tem ainda a confirmação.

Acabou deixando tudo para Koech que, além da alegria da vitória, levou também US$ 15 mil. É um bom começo de pé de meia, digamos assim. Se seguir os passos de seu mentor, logo vai poder administrar razoável fortuna –Mutai acaba de construir uma casa nova em Eldoret, onde vive com a mulher e duas filhas e administra vários imóveis que aluga.

Koech fechou em 1h00min40, o que é bem respeitável, ainda mais em uma corrida em que o vento contra prejudicou o desempenho de todos. Não é, porém, o melhor tempo para juniores. Essa marca é do campeão olímpico da maratona, Sammuel Wanjiru (morto no início do ano passado), que correu a meia em 59min16 em 2005, quando tinha 18 anos.

Bem, se a prova masculina trouxe tantas surpresas, na feminina deu a lógica. A recordista mundial da meia maratona, Mary Keitany, fechou em 1h06min49, vencendo com folga de cerca de dois minutos e meio. Saiu, porém, um tanto decepcionada, pois pretendia derrubar nos Emirados Árabes Unidos a sua marca anterior (1h05min50), estabelecida nessa mesma prova.

Na passagem dos 10 km, estava em ritmo de recorde, mas não teve condições de segurar o ritmo. “O vento esteve muito forte na segunda parte da corrida”, disse ela, que casou em 31 de dezembro passado com Charles Koech, um dos coelhos na prova desta sexta-feira.

Como Mutai, Mary Keitani está pré-selecionada para os Jogos Olímpico. Pretende carimbar o passaporte na maratona de Londres, em abril próximo.

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Jovem palestino treina firme para Jogos de Londres

Por Rodolfo Lucena
16/02/12 12:48

As ruas semidestruídas da Faixa de Gaza, também elas vítimas de conflitos entre militantes palestinos e o Exército de Israel, são o palco dos treinos do jovem Bahaa al-Farra. Com apenas 19 anos, o velocista sonha em carregar a bandeira da Palestina na abertura dos Jogos de Londres-2012. Para isso, treina duro todos os dias nas ruas poeirentas, na pobre pista do estádio Yarmouk e na praia (no alto), usando tênis já gastos, doados à Palestina pelo Comitê Olímpico do Catar.

O país, que luta pelo reconhecimento das Nações Unidos, foi pela primeira vez a uma Olimpíada em Atlanta-1996, quando conseguiu mandar apenas um atleta. A delegação dobrou em Sydney-2000, três foram a Atenas-2004 e quatro –dois corredores e dois nadadaores– estiveram em Pequim-2008.

Agora, novamente quatro atletas palestin os devem participar dos Jogos. Além de Farra, vão dizer presente a corredora Worood Maslaha (foto abaixo) e dois nadadores. Nem todos vivem na Faixa de Gaza. A ideia, segundo um diirigente esportivo, é enviar representantes dos vários locais onde vivem palestinos, no Oriente Médio e espalhados pelo mundo.

Farra, que vai disputar os 400 metros, não contém a emoção ao falar sobre os Jogos para a Reuters: “Vai ser lindo representar a Palestina. Claro que eu sonho com uma medalha. Espero levar a bandeira de meu país e mostrar para o mundo que nós existimos, apesar das dificuldades”.

De fato, será mais uma demonstração política. Seu melhor tempo é de apenas 49s04, mais de três segundos mais lento que o índice B para a qualificação. A marca foi obtida no Mundial de Daegu, quando acabou no 34º lugar entre 37 contendores.

O técnico de Farra, Majed Abu Maraheel, 48, que foi o primeiro palestino em Jogos Olímpicos (correu os 10.000 m em Atlanta), não esquenta a cabeça com isso. “Ele ainda é muito jovem e cheio de energia. No futuro, queremos ter mais do que uma participação simbólica na Olimpíada, mas precisamos de toda a ajuda possível”.

E de paz. Abu Maraheel (acima, com seu pupilo) ainda guarda os tênis que usou em Atlanta, uma das poucas posses que conseguiu salvar quando sua casa foi destruída em um bombardeio israelense. “A casa foi atingida, mas nós conseguimos escapar e eu levei comigo meus tênis…”

De qualquer forma, também ele afirma que a participação em Londres-2012 vai muito além de uma demonstração esportiva: “Queremos mostrar ao mundo, na linguagem esportiva, que todos entendem, que o povo palestino existe”.

 

Fotos Reuters

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Com esqueleto robótico, paralítica vai à maratona de Londres

Por Rodolfo Lucena
15/02/12 10:15

Uma britânica que ficou paralítica em um acidente, há cinco anos, vai tentar caminhar a maratona de Londres, em abril, usando um esqueleto robótico. Claire Lomas acredita que poderá levar até três semanas para percorrer os 42.195 metros da prova.

Hoje com 31 anos, ela ficou paralítica depois de cair de um cavalo. Os médicos lhe disseram que ela nunca mais ia caminhar. Claire passou os últimos anos em cadeira de rodas, mas agora está voltando a se mover com suas próprias pernas mais alguma ajuda externa.

Ela vai usar um traje robótico, o ReWalk, que é apresentado como uma espécie de esqueleto externo. Seu primeiro desafio é aprender a comandar a engenhoca no curto período até a data da maratona –22 de abril.

“É um trabalho muito difícil, que exige muita força e pode ser muito frustrante quando eu não consigo acertar direito a técnica [de comandar o aparelho]. Mas, quando eu consigo, a sensação é maravilhosa”, disse ela à imprensa londrina.

O comando do traje robótico é feito por mudanças sutis no centro de gravidade do usuário. O fabricante recomenda que o paciente use também muletas para ganhar mais estabilidade e segurança (foto Divulgação).

 O exoesqueleto é formado por um conjunto de motores e acionadores colocado na parte inferior do corpo do usuário; na parte superior, sensores captam os comandos para a realização do movimento; tudo é comandando por um computador que fica numa mochila, nas costas do novo caminhante. Segundo o fabricante, uma vez que domine bem a técnica, o usuário será capaz até de subir escadas.

“Eu fico querendo olhar para as minhas pernas para ver o que está acontecendo com elas”, disse Claire Lomas. “Há tanta coisa para pensar, e a mudança do apoio é muito sutil. Não basta você colocar o traje robótico para sair andando, é preciso fazer um esforço muito grande.”

O esforço dela não é apenas para controlar o equipamento e andar a distância da maratona (algo impensável para muita gente perfeitamente capaz de caminhar…), mas também arrecadar dinheiro para pesquisas sobre tratamento de danos à espinha.

Dá-lhe, Claire! Vamo que vamo!

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