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Rodolfo Lucena

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Perfil Rodolfo Lucena é ultramaratonista e colunista do caderno "Equilíbrio" da Folha

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Mamãe Juliana faz a festa no Troféu Brasil

Por Rodolfo Lucena
02/07/12 15:30

Mais importante competição de atletismo do país, o Troféu Brasil teve neste ano um sabor especial: foi a última oportunidade para quem tentava carimbar o passaporte para os Jogos Olímpicos de Londres. Ao longo das competições da semana passada, em São Paulo, muitos tentaram, mas poucos conseguiram.

A conquista mais estrondosa foi a do decatleta Luiz Alberto de Araújo (foto Marcelo Ferrelli/CBAt), que não apenas conquistou o índice na sua difícil e complexa modalidade mas também quebrou o recorde sul-americano (por via de consequência, os recordes brasileiro e da competição).

A marca nacional já durava mais tempo do que Luiz Alberto tinha de vida: fora estabelecida no dia 26 de abril de 1987 pelo carioca Pedro Ferreira da Silva Filho, em Eugene (EUA). O novo recordista só viria a nascer dois meses e um dia depois.

Paulista de Artur Nogueira, região de Campinas (SP), Luiz Alberto conseguiu a vaga e o recorde na última prova, os 1.500 m, que venceu com 4min27s75, somando 759 pontos.

O decatlo, como diz o nome, envolve dez tipos de prova. Nas outras nove, as marcas e pontos do recordista foram: 100 m (10.80 – 906 pontos) salto em distância (7,39 m – 908) arremesso do peso (14,93 m – 785) salto em altura (1,98 m – 785) 400 m (48.54 – 883) 110 m com barreiras (14.12 – 959) arremesso do disco (46.15 – 791) salto com vara (4.90 – 880) lançamento do dardo (52.11 – 620). No tal, somou 8.276 pontos.

O outro classificado para a Olimpíada de Londres por causa de seu desempenho no Troféu Brasil foi o marchador Caio Oliveira de Sena Bonfim. Completou a marcha de 20 km, em circuito de rua montado em Barueri, em 1h21min36, superando o índice exigido para carimbar o passaporte para Londres-2012 (1h21min59).

Natural de Sobradinho, Caio deve agradecer muito à herança da mãe pela conquista — Gianeti Bonfim foi sete vezes campeã da marcha no Troféu Brasil.

A marca de Caio é o também o novo recorde da competição para a distãncia em provas de rua –a anterior era 1h26min31, estabelecida por José Alessandro Bagio em 2009.

Isso tudo é muito bacana, mas não é corrida. Na corrida, o mais legal desse troféu Brasil, na avaliação deste seu blogueiro, foi o desempenho de Juliana dos Santos nos 1.500 m (foto Agência Luz/BM&FBOVESPA).

Mulher do maratonista Marílson e mãe do jovem candidato a atleta Miguel, de 16 meses, Juliana fez do Troféu Brasil o seu reencontro com o esporte e com a vitória. Se você acompanha o mundo do atletismo, deve lembrar do sorriso dela, correndo com a bandeira brasileira, no Pan do Rio de Janeiro. Pois esse sorrisão voltou a aparecer na tela da TV, agora num rosto mais maduro, na voz de uma mulher mais experiente.

Foi sua experiência, aliás, que ela lembrou ao comentar o ouro de domingo –seu segundo no TB deste ano, em que também ganhou a prova dos 800 m. Contou como é difícil combinar as tarefas de atleta, mãe e mulher de maratonista olímpico.

E quando Miguel chora à noite, quem levanta? Se Marílson estiver se preparando para uma prova, vai Juliana; se for ela a treinanda, Marílson cuida do choro. Afinal, como estamos todos cansados de saber, descanso também é treino.

Juliana ainda fez uma espécie de homenagem a todas as mães atletas, a todas as mães, ao levar consigo ao pódio o pequerrucho Miguel, que estava meio choramingas ao ver-se foco de tanta atenção. Depois, foi logo brincar com a medalha da mãe, que tinha gritado seu nome ao cruzar a linha de chegada.

Fiquei até emocionado com a frase anterior e quase terminei com ela este texto, mas não dá para esquecer os corredor de distâncias maiores, em especial a mais bela prova de pista, xadrez de sapatilhas: os 10.000 m.

No masculino, o ex-pastor de bodes Damião Ancelmo dos Santos se confirma como grande força na distância, ainda que tenha fica longe do índice olímpico.

No feminino, Cruz Nonata da Silva conquistou um ouro suado, que foi fazer companhia à medalha de mesma cor que garantira nos 5.000. A veterana atleta –37 anos—lutou pelo índice olímpico até o último instante, mas não conseguiu. Seu esforço, porém, foi reconhecido pelos especialistas que acompanharam a competição e a escolheram como melhor atleta do TB. No masculino, o eleito foi o decatleta Luiz Alberto de Araújo.

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Garmin 210 não é o ideal, mas funciona bem

Por Rodolfo Lucena
29/06/12 08:53

Faz tempo que estou devendo ao nobre leitorado deste blog uma avaliação dos produtos da Garmin. Sou antigo usuário de relógios GPS dessa marca, já tendo passado por vários modelos. Nos últimos anos, venho experimentando outras marcas e já publiquei várias análises aqui. Também avaliei modelos cedidos apenas para teste.

No ano passado, troquei de marca: comprei um GPS Global Trainer da Timex, que é voltado para uso por triatletas. Com o DNA da Timex, é um relógio grandalhão, bacanudo, com números grandes. Funciona muito bem, mas o software é fraco, feioso e não dá todas as informações que gostaria de ter.

Por isso, decidi mudar novamente. Por causa do preço e da aparência, estava de olho no SportWatch da Nike. Meus testes, porém, mostraram que eu iria me incomodar muito com o péssimo desempenho do site, como publiquei neste blog.

Bom, decidi então voltar ao meu velho conhecido Garmin, com quem também tivera severos desentendimentos (em uma corrida no litoral paulista, quase joguei o infeliz no mar; imagino que isso resuma o grau de desavença a que cheguei).

Apesar de a empresa estar com novos e flamantes modelos, achei que todos estavam muito caros. Acabei achando o Forerunner 210 em promoção, em uma loja de Seattle: com monitor cardíaco, estava sendo vendido pelo preço de lista do sem monitor e, em cima daquilo, a loja ainda dava 10%.  No final, paguei cerca de US$ 235. Para comparar, um ano antes havia pago US$ 225 pelo Timex.

Para mim, foi sopa no mel. E o desempenho do aparelho até agora tem sido bom. Não é o ideal e não tira nota 9 em nenhuma de suas características individuais, perdendo em vários aspectos para alguns dos outros que testei neste ano. Mas, ficando em segundo lugar em vários quesitos avaliados, acabando saindo da avaliação como o melhor dos testados. Resumindo, repito o título: não é o ideal, mas é bem bom.

O melhor do 210 é o DNA Garmin: o software é bastante completo, informativo, fácil de usar etc. e tal. Diferentemente de produtos de outras empresas (quase todas, pelo que sei), você tem a opção de baixar um programa e manter os dados gravados em seu computador, além de carregar todas as informações em sua área particular no GarminConnect, que é o site que a empresa oferece de graça para os usuários de seus produtos.

Para mim, que sou fanático por back-up e segurança das informações, isso é muito importante. Exagerado, eu arquivo todos os dados três vezes: baixo em meu computador, carrego na minha conta particular no GarminConnect e também para uma segunda conta, que pode ser acessada pelo meu treinador.

Comparando o programa baixado para o computador e o site, o primeiro perde. É mais feinho e limitado (veja acima); nos mapas, por exemplo, é pobríssimo, nem mesmo se conecta com o Google Maps, quanto mais com o Google Earth, o que acontece com o GarminConnect.

Não gosto de dez nota 10 para nada, mas o GarminConnect é muito superior aos demais sites que venho testando (veja abaixo uma tela da mesma corrida mostrada acima). Os da Nike e da Motorola são mais feéricos, modernosos, “jovens”, mas menos informativos e nem sempre estão disponíveis, para ser gentil.

Bom, vamos ao relógio propriamente dito. Tudo funciona bem. São quatro botões para fazer todas as operações; alguns têm mais de uma função, acessando menus virtuais. Até agora, nenhum negou fogo, o que é mais do que posso dizer de outros produtos.

Não vou entrar em detalhes das operações, mas ele traz as funções básicas para monitorar sua corrida: distância, tempo, velocidade, ritmo, distância na volta, volta automática, batimentos cardíacos (se você estiver com o respectivo monitor), média e em tempo real…

O que eu não gosto ou que poderia ser melhor: tamanho dos números. Por causa do diâmetro da tela, só uma das três linhas de indicadores pode ser mais avantajada. Você pode escolher qual informação quer em destaque, mas sua lista é limitada por um menu predefinido (na foto, os batimentos cardíacos estão selecionados como principal).

Ou seja: a apresentação das informações oferece menos variedade do que a do Timex ou a de outros modelos da Garmin, que permitem várias janelas em diferentes telas. Não chega a prejudicar, porque oferece o principal, mas corredores mais exigentes do que eu podem ficar frustrados.

Aliás, eu fiquei desencantado com as limitações impostas à personalização, mas acabei me acostumando.

Ele também poderia ser melhor na captura do sinal do satélite. Basicamente, saí todas as vezes do mesmo lugar e mais ou menos na mesma hora. Apesar disso, ele não melhorou seu desempenho, levando sempre cerca de 30 segundos para conectar-se ao satélite. Isso regula com o desempenho do Timex, mas perde feio para o do SportWatch da Nike, que levou sempre cerca de dez segundos.

Uma vez conectado, porém, dificilmente perde o sinal, mesmo na selva de pedra do centro da cidade e em bosques fechados. O chato é que, quando a gente dá pausa (para ir ao banheiro, por exemplo), ele desliga a conexão depois de algum tempo, para economizar bateria. E, quando você “despausa”, ele volta a demorar aqueles 30 segundos para se conectar ao satélite.

Essa sofreguidão por economia pode atrapalhar na hora de participar de alguma corrida. Não dá para fazer a ligação com o satélite muito tempo antes da largada: se a conexão é feita e o cronômetro não for acionado em um tempo X, o relógio corta a conexão. Só percebi isso quando fui fazer a meia maratona da ponte Rio-Niterói e quase fiquei sem GPS; ainda bem que percebi a tempo e pude controlar para que tudo funcionasse direito. Provavelmente é possível mudar esse padrão, mas, considerando que venho participando de pouquíssimas provas, nem tentei ir atrás dessa informação, apenas controlo o relógio para que ele esteja apto a operar na hora necessária.

Quanto ao desempenho do GPS, ele sofre do mesmo problema de outros do gênero: uma certa lentidão para perceber a mudança de ritmo. Não é tão ruim quanto outros modelos testados, mas é inferior ao Timex e ao Nike. De modo geral, demora cerca de cem metros para acusar a mudança; às vezes mais, às vezes menos. Para mim, não chegou a incomodar, pois meus intervalados hoje são mais longos, mas isso pode ser chato para quem faça trocas de um em um minuto, por exemplo.

A tela é muito boa, assim como a definição dos números e o contraste. Tem luz para uso à noite. Pelo que me dizem, a do Garmin 610 é muito superior, mas, para meu uso, a diferença de preço não compensa.

Desconfio muito, porém, da resistência de sua comunicação com o computador. Ele usa um cabo que tem, numa das pontas, uma porta USB, que vai será ligada à máquina, e, na outra ponta, um clipe com quatro perninhas bem curtas, que se conectam com quatro buraquinhos nas costas do relógio. Como tem pressão, esse é um sistema melhor do que o do Forerunner 305, que é por simples contato. Mas pode ser influenciado (prejudicado) por suor e água da chuva, por exemplo. O fabricante recomenda sempre secar o relógio antes de fazer a conexão. Até agora, não enfrentei nenhum problema nesse terreno, mas creio que é um ponto potencial de falha (foi a pior coisa do 305, que não é mais produzido).

Ao fim e ao cabo, trata-se de um produto de boa qualidade e bom desempenho, com software bom, site também bastante satisfatório e preço razoável. Não tem a melhor tela (dos que testei, a do MotoActv é bem melhor) nem o melhor tempo de resposta ao ligar, mas tudo funciona bem. Até agora, não me incomedei com ele.

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Usain Bolt e Asafa Powell se enfrentam na Jamaica

Por Rodolfo Lucena
28/06/12 13:56

Dois recordistas mundiais na pista e mais um tanto querendo virar recordista: assim será a seletiva para formar a seleção da Jamaica que vai disputar os 100m nos Jogos Olímpicos de Londres.

A seletiva começa hoje e vai reunir, no masculino e no feminino, alguns dos maiores velocistas do mundo. A final dos 100 m masculino será amanhã.

Só para lembrar, Usain Bolt é o recordista mundial da distância, com 9s58, e são dele os dois melhores tempos deste ano (9s76 no mês passado, em Roma, e 9s79 em Oslo neste mês).

Nos seus calcanhares estarão o ex-recordista mundial Asafa Powell e o campeão mundial Yohan Blake –tá bom ou quer mais?

No total, há cerca de 400 atletas disputando as diversas modalidades em busca de um lugar entre os aproximadamente 60 integrantes da seleção olímpica da Jamaica.

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As melhores maratonas do mundo

Por Rodolfo Lucena
27/06/12 09:04

Volta e meia algum site de corrida resolve fazer uma daquelas listas de melhores isso, melhores aquilo. Ranking de melhores maratonas, então, tem a dar com o pau, como se dizia na minha terra.

Apesar disso, tomo a liberdade de não inovar e trazer aqui uma dessas listas. A escolha não foi publicada em um site de corridas, mas sim em um de turismo. O Departures escolheu as dez provas que, para eles, valem a viagem.

Publico aqui porque concordo com a escolha da primeira colocada, uma das maratonas mais belas que já corri, a Big Sur International Marathon. Lá foi minha primeira participação em uma corrida fora do país; ela também foi o tema de minha primeira reportagem sobre corrida publicada em revista especializada (a “Contra-Relógio”, lá nos idos de 2001). Com todo esse peso afetivo, claro que a maratona de Big Sur está presente no meu primeiro livro de corridas, o “Maratonando”.

Trata-se de uma prova na Califórnia, em estrada de enorme interesse turístico, que fecha especialmente para a realização da corrida. Tem muita diversão, a feira é ótima, há uma espécie de seminário também, com vários palestrantes legais. A prova é farta em música e comida, além do cenário luxuriante.

Bueno, dito isso, as demais do Top 10 selecionadas pelo site não apresentam grande novidade nem revelam criatividade por parte do selecionador. São as grandes maratonas internacionais com acréscimo de algumas mais curiosas, como a de Medoc e a de Honolulu (veja AQUI a lista completa).

Faltou, por exemplo, a maratona de Porto Alegre, que é pobre em relação a qualquer uma das listadas, mas é a única que permite ao vivente assistir, no dia anterior ou no próprio domingo, ao pôr do sol no Guaíba. Aliás, é a única maratona do mundo cujo trajeto ladeia o Guaíba, que a gente chama de rio, eu aprendi no primário que era um estuário (desculpe aí a rima rica) e hoje já dizem que é outra coisa estranha, falam até de lagoa, mas o fato é que se trata de uma das maravilhas da natureza.

Os caras nem se lembraram da maratona do Rio de Janeiro, que não tem o Guaíba, mas é uma cidade bem bacaninha. Mas estão no direito deles, tudo bem, cada um provavelmente tem as suas próprias dez mais lindas maratonas do mundo.

Depois têm as que não são lindas, mas mostram personalidade. Ou as que não são lindas nem têm personalidade, mas armazenam história. Ou as que não se enquadram em nenhuma das categorias citadas, mas inauguram outra classificação. Há ainda as inenquadráveis. Essas são terríveis…

Maratonas, enfim, são como poesia. Não cabem em uma lista.

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Chinesas despontam no 2º pelotão da maratona

Por Rodolfo Lucena
25/06/12 13:27

Como prometido, completo hoje o balanço a respeito dos melhores tempos do mundo na maratona. Entre as mulheres, novamente Quênia e Etiópia dominam os primeiros postos.

Aqui, porém, a liderança fica com a queniana Mary Keitany, que deu um banho de bola em Londres, cravando a melhor marca do ano. Tirou a marca de um rival etíope, Tiki Gelana, que uma semana antes, em Roterdã, também havia corrido uma maratona sub2h19.

O quadro acima mostra que, diferentemente do que ocorre entre os homens (veja texto anterior), na maratona feminina é quase uma lá e outra cá, mostrando que há equilíbrio maior entre as contendoras.

Também entre as mulheres a Etiópia jogou com a busca de bons tempos logo no início do ano; com exceção da marca de Gelana, as outras foram obtidas em Dubai, em janeiro, onde algumas quenianas também se deram bem.

Não aparece no recorte que fiz da lista da IAAF, mas é notável a presença das corredoras asiáticas no segundo pelotão.

 Uma jovem chinesa é a primeira corredora não africana a aparecer na lista. Com  26 anos, Jiali Wang corre maratonas pelo menos desde 2007 (segundo seu perfil na entidade internacional).  E foi em terras chinesas que obteve sua marca sub2h23, o 14º melhor tempo do ano.

Aliás, foi também em Chongqing que Chunxiu Zhou conquistou o tempo que lhe permite ficar entre as 20 melhores (tem o 21º melhor tempo, porque uma queniana aparece duas vezes na lista). Com 33 anos, Zhou é bem mais experiente que a compatriota e traz no currículo o bronze na maratona de Pequim-2008.

Além das duas, registre-se a presença da japonesa Risa Shigetomo nas top 20. Também jovem, a nipônica de 25 anos entra no ranking com tempo cravado em Osaka.

Com 2h29min17, Adriana Aparecida da Silva é a primeira brasileira a aparecer na lista.

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Etiópia tem os melhores maratonistas neste ano

Por Rodolfo Lucena
21/06/12 15:42

Já virou carne de vaca dizer que os quenianos são os melhores maratonistas do mundo e tal e coisa e coisa e tal. Sempre é bom, porém, conferir se o que foi verdade um dia continua sendo no momento presente.

Por isso –e instado por um leitor deste blog–, fui ver a quantas anda o ranking dos melhores do ano na maratona. Já tinha, de cabeça, uma boa ideia da situação, mas ver os números deu outra dimensão ao tamanho da disputa que está em andamento no mundo.

É da Etiópia o dono do melhor tempo do ano: o garotão Ayele Abshero, que tem apenas 21 anos e cravou 2h04min23 em Dubai, em janeiro. E conta com seis das dez melhores marcas deste 2012, como você pode ver na tabela abaixo, um trechinho do ranking publicado no site da IAAF (a Fifa do atletismo).

É bem verdade que o segundo colocado é queniano e nada menos que Wilson Kipsang, que quase tomou o recorde mundial de seu compatriota Patrick Makau.

Observe outro fator que pode ser decisivo para fazer a balança pender para o lado da Etiópia nos Jogos Olímpicos. Foi observado por nada menos que Paul Tergat: os etíopes fizeram suas marcas em janeiro e foram descansar e treinar; os quenianos ralaram mais três meses para se darem bem nas grandes corridas de abril. Ganharam um bom dinheiro, por certo, mas ficaram com menos tempo de descanso.

Mais um ponto a lembrar. Não está na lista acima, mas você pode acreditar em mim: o brasileiro Marílson Gomes dos Santos, que terminou 2011 com o 21º melhor tempo do ano, hoje não aparece nem entre os 50 mais rápidos. Para ficar na mesma posição, considerando os tempos de hoje, ele precisaria correr uma maratona em menos de 2h06min29.

E note que os tempos estão cada vez mais alucinantes: há sete corredores com sub2h05 e oito que fecharam a prova no minuto seguinte.

Volto ao assunto outra hora para comentar os tempos das mulheres.

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A conquista de um lugar entre os Marathon Maniacs

Por Rodolfo Lucena
20/06/12 09:41

São-paulino da gema, JOSÉ ROBERTO ISABELLA já frequentou as páginas deste blog falando sobre o grupo de corridas do seu clube do coração. Agora, volta falando de uma conquista que poucos no mundo podem ostentar: o direito a se inscrever no clube de doidos por maratonas, o Marathon Maniacs. Sem mais delongas, passemos ao relato de ISABELLA (foto Arquivo Pessoal).

“No dia 17 de junho, completei a 13ª maratona oficial da minha vida. Foi a 5ª em São Paulo, cidade em que nasci. Tenho 58 e corro há 29 anos. Abandonei o futebol, esporte de minha predileção na infância e adolescência, por deduzir que estava arrumando mais inimigos do que amigos. Afinal, quase todo brasileiro, que joga futebol, acha que sabe e pensa jogar melhor que os outros. Essa prepotência costuma acabar em machucados e encrencas. Fugi da várzea para os parques e ruas e preservar meus joelhos.

“Passei a correr por conta própria no Ibirapuera e na Cidade Universitária junto com o um amigo do tempo de faculdade. Na época, não tinha treinador nem orientação ou tênis adequado para o esporte. Praticamente a única prova que um amador podia participar nos anos 80 e 90 era a São Silvestre. Meu “batismo” em competições de rua aconteceu nessa prova no ano de 1989.

“Ainda sem treinador e “na raça”, como se diz, decidi me impor como desafio o fato de participar de uma prova de resistência de longa distância, antes de completar 50 anos. Foi também em São Paulo que estreei como maratonista no longínquo ano de 2003. Cheguei ao final da prova com o tempo de 4h13.

“Fiquei muito satisfeito com o resultado e busquei orientação para melhorar meu desempenho. Ingressei na Equipe de Corridas do São Paulo Futebol Clube, que tem o prof. José Luis Marques como treinador e uns cem aficionados que se exercitam regularmente pelo menos três vezes por semana. A maior integração com amigos que gostam da mesma atividade despertou novos desafios. Passei a correr em outras cidades e em equipes de revezamento.

“A cada ano tento me preparar para uma prova diferente. Já corri maratonas no Rio, em Curitiba, na Disney e em 2010, estive na Itália, quando realizei um grande sonho: visitei a região de Emilia Romagna e Veneto, terra onde meus antepassados maternos viveram. Fiquei imensamente feliz por ter participado da Maratona de Ferrara, cidade histórica, sempre mencionada pelo meu saudoso avô Guido Libanori. Lá, ganhei a menor medalha de todas as provas que participei, mas a de maior valor sentimental.

“A maratona de São Paulo deste ano fez parte do tempero de desafios que gosto de encarar. Explico. Lembro-me de um post do autor deste blog, Rodolfo Lucena, creio que no ano de 2006, informando que ele era o primeiro sul-americano a ser aceito no restrito clube Marathon Maniacs, com sede nos EUA. Para fazer parte desse seletíssimo grupo, que hoje tem cerca de 5.600 corredores, é preciso cumprir algumas exigências,  como a de concluir duas maratonas em 16 dias.

“Na oportunidade, fiquei empolgado com a ideia e guardei-a como um dos objetivos de vida. Pertencer a um grupo bastante seleto não é tarefa pra qualquer um. Nas conversas de corridas que tenho com meus amigos, costumo argumentar que “desafio fácil não vale”.

“Pois o desafio de 2012 era entrar para o Marathon Maniacs. Não foi fácil, mas valeu muito.  Essa é a grande vitória que alcancei no último final de semana e que ficou dividida em duas etapas. No dia 3 de junho, corri a Maratona de Porto Alegre. Gostei muito, pois o clima frio, o percurso plano e a largada bem cedinho contribuíram significativamente para que meu tempo fosse de 3h53, o segundo melhor da minha vida.

“A outra parte era a Maratona de Sampa no dia 17. Pensei que poderia me sair bem também por aqui, mas o cansaço bateu firme e terminei a prova penosamente. Cheguei a pensar até em desistir. Felizmente, houve um ocasional encontro no km 29 com outro amigo, Roberto Ken, fanático por longas distâncias e que também pretende se juntar aos Marathon Maniacs. O incentivo recíproco nos arrastou até a linha de chegada. Terminei com o tempo de 4h34.

“Pretendo descansar nesta semana e depois vou começar a me preparar para um novo desafio. Correr faz parte da minha vida.”

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Sincronia de passadas na maratona de São Paulo

Por Rodolfo Lucena
19/06/12 08:59

 Maratona é corrida ou dança? Esporte ou brincadeira de siga o chefe?

Pelas imagens acima, parece que é tudo isso e mais um pouco. Os movimento de Solonei Rocha da Silva, que acabou ganhando a prova, e do queniano Katui Kipkemoi parecem ter sido ensaiados para ganhar sincronia quase perfeita.

As pernas dobram e se estendem em harmonia, um repetindo o movimento do outro quase perfeitamente.

O “quase” é o pulo do gato, nota o fisioterapeuta Marcelo Semiatzh, da Força Dinâmica, que produziu as fotos e as cedeu gentilmente para este blog.

Observando com atenção, diz ele, “podemos perceber os pés do Solonei estendendo mais que os do queniano e seu tronco mais inclinado para a frente. Isso resulta numa melhor
qualidade de força e numa corrida mais eficiente”, conclui.

Eles empurram o chão, digo eu, usando o asfalto como alavanca propulsora das passadas, e não como um campo de aterrissagem. Estão sempre em um saudável desequilíbrio e usam os braços como aliados nesse processo, balançando-os para a frente, e não torcendo o tronco, desperdiçando energia para os lados.

Daria para ficar horas conversando sobre o tema, mas imagino que você também vai querer fazer sua análise. Não deixe de mandar seu comentário.

Ah, só para deixar claro: essas imagens foram produzidas quando Solonei e Kipkemoi estavam ainda no pelotão, correndo sob o ritmo ditado pelos coelhos, que foram cortadas das fotos a meu pedido, para “puxar” mais o gesto de corrida dos dois.

Depois do km 30, como você lembra, os coelhos abandonaram a prova, e Solonei abandonou Kipkemoi, que fez um esforço hercúleo para chegar ao final na segunda colocação. Não conseguiu. Quase derrubado ao chão, foi ultrapassado no último quilômetro, mas ainda encontrou músculos e vontade para ir até a linha de chegada. Cruzou em terceiro e desmaiou, sendo atendido pela equipe médica.

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Lições da vitória brasileira na maratona de São Paulo

Por Rodolfo Lucena
17/06/12 14:57

Depois de quatro anos, um brasileiro voltou a vencer a maratona de São Paulo. O campeão pan-americano da maratona, Solonei Rocha, ex-gari, fez uma prova tática, não sucumbiu à veleidade de mostrar serviço antes do tempo e atacou pouco depois do km 30 para não mais deixar a peteca cair.

No feminino, a sensacional queniana Rumokol Chepkanan pairou sobre o asfalto, voando baixo para quebrar o recorde da prova por quase cinco minutos: fechou em 2h31min31, contra o tempo de 2h36min01 cravado no ano passado pela marroquina Samira Raif. A melhor brasileira foi Marily dos Santos, que chegou em quinto lugar.

Dito isso, dá para assuntar um pouco a respeito dos resultados. Cá entre nós, para mim a prova deixou evidente uma avaliação que eu fazia: Solonei só não está seleção brasileira que vai para a maratona olímpica porque errou na tática de corrida quando tentou o índice, na maratona de Londres.

Como se sabe a terceira vaga olímpica foi conquistada por Franck Caldeira, que registrou 2h12min03 em Milão, Itália.

Ontem, Solonei correu um percurso bem mais complicado (ainda que Pádua não seja totalmente plana e que tenha também suas dificuldades) em 2h12min25. Sendo que, nos últimos cem metros, esqueceu a corrida e foi buscar uma bandeira, seguiu festejando com o público, em êxtase.

Ou seja, poderia até ter sido mais rápido em São Paulo, onde ele correu o tempo todo no pelotão. Como disse, fugiu no km 32 e, lá pelo km 38, pareceu começar a sentir um pouco o esforço, olhando para trás para ver como estava a concorrência.

Não existia. O queniano, que havia também ficado no pelotão todo o tempo, havia muito apresentava sinais de cansaço. Acabou sendo ultrapassado no km final e chegou se arrastando para cruzar em terceiro. Caiu ao chão e teve de ser atendido pela equipe médica; por sinal, achei que os caras demoraram um pouco para perceber o estado do cara. Foi questão de segundos, é verdade, mas podem fazer diferença.

Voltando ao Solonei. Para mim, o resultado de hoje deixa claro que ele correu errado a prova de Londres, em abril, quando tentava o índice. Foi com muita sede ao pote, cruzou a meia com 1h05min42 e daí desandou… Terminou com 2h14 e caquerada.

É uma pena, pois, como demonstrou hoje, é um cara lutador, que não renega suas origens e ainda tem chão no mundo da maratona.

“Essa é a história de um brasileiro, tenho orgulho do meu passado, sou maratonista por conta disso e quero mandar um abraço para todos os coletores de lixo do Brasil”, disse ele depois da conquista.

A transmissão da prova pela Globo teve várias falhas. Antes das críticas, porém, é bom deixar claro que é raro, no mundo, ter uma maratona transmitida por emissora de TV aberta, ainda mais uma prova em que não há grandes estrelas locais nem nomões internacionais.

A transmissão começou depois de a prova ter sido iniciada. Ficaram um tempão recuperando as imagens etc. e tal.

De novo, não mostraram o segundo pelotão. O narrador deve ter feito um grande esforço de reportagem, ao final da prova feminina, para descobrir que Marily dos Santos era a brasileira mais bem colocada.

Aliás, o pessoal da geração de caracteres cometeu erros seguidos ao colocar na tela os nomes dos vencedores; por duas vezes, colocaram nomes de homens na lista das primeiras colocadas no feminino, até que simplesmente desistiram de apresentar o ranking do primeiro ao quinto.

Pelo que pude perceber, o narrador e o comentarista têm da prova praticamente a mesma visão e as mesmas informações que nós, o público, recebemos. Isso, para mim, é o mais lamentável: se eles não recebem dados da reportagem, como vão poder fazer uma transmissão bem informada?

Bom, isso não justifica erros outros, tal como o de dizer que o clima ideal para correr maratona era com temperatura de 17 graus C a 21 graus C;  o comentarista, especialista no tema, imediatamente corrigiu essa informação, dizendo que a temperatura ideal para recordes está entre 12 graus C e 17 graus C (mais ou menos).

Os dois bateram cabeça, porém, quando um deles deu uma informação errada sobre qual é o recorde da maratona. Como o dado ficou no ar, e não foi corrigido, então aqui vai a informação correta.

O recorde mundial da maratona NÃO é 2h03min42, mas sim 2h03min38. Ele foi estabelecido por Patrick Makau em Berlim no ano passado; a outra marca é do também queniano Wilson Kipsang e foi registrada em Frankfurt.

De qualquer forma, como disse antes, acho que é muito bom uma emissora de TV aberta transmitir uma maratona. Tomara que outras emissoras –algumas já transmitindo provas do exterior—também despertem para o tema.

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Garotão brasileiro desafia a Comrades

Por Rodolfo Lucena
15/06/12 09:47

Aos 25 anos, o veterinário André Luís Dutra Ferreira começou a correr. Convocado pela mãe para participar de uma corrida de 5 km, há dois anos, tratou de começar a treinar pelas ruas de Belo Horizonte, onde mora.

Foi um desastre. O primeiro percurso de 5 km foi completado em 47min30, o que só serviu para aumentar o desafio. André meteu a faca nos dentes e continuou treinando; de repente, se viu apaixonado, entusiasmando-se com os resultados. Quase sem pensar, depois de cerca de um ano de corrida, estava inscrito para a primeira maratona.

“Mal acreditava na loucura que tinha acabado de fazer”, diz ele. “Como um rapaz de 26 anos que vinha de dez anos de puros sedentarismo e vida regada a muita festas, má alimentação e altíssimas ingestões de bebidas alcoólicas, iria a se atrever a encarar uma coisa tão grande e temida?”

O fato é que encarou. Terminou se arrastando e já doidão pela nova aventura. Pesquisou, pesquisou e descobriu a Comrades, a mais populosa ultramaratona do mundo, ícone maior das provas de resistência. Com o sonho no alvo, tratou de buscar ajuda para a conquista. Passou a ser orientado por um treinador especialista em preparar corredores para a Comrades, o Branca.

No mês passado, depois de apenas dois anos praticando corrida, lá estava ele na África do Sul. Aos 27 anos, tentaria ser, ao que sabia então, o mais jovem brasileiro a completar a prova. Se é que conseguisse chegar ao final dos quase 90 quilômetros de subidas e descidas no calorão sul-africano.

A partir daqui, deixo vocês com o relato que André Luís mandou para este blog. Obrigado, André, e boas provas.

“Lá estava eu na largada, acompanhado de pessoas brilhantes, o Branca, a Érika, a Maria Eugênia (grande exemplo, uma mulher com mais de 60 anos, completando sua quinta Comrades) e a Cecília, todos da equipe.

“De repente, começa a ser cantada a famosa Shosholoza, espécie de segundo hino nacional da África do Sul, e soa o canto do galo. Todos largamos na expectativa de concluir a prova, mas sem a certeza de chegar.

“Como nunca tinha corrido uma ultra antes, fiquei acompanhando o pessoal o máximo que pude para tentar não errar muito no ritmo da prova. Acompanhei a Cecília ate o km 5, quando me senti muito bem e resolvi acelerar:  tinha treinado para fazer em 9h30 e iria buscar esse tempo. A corrida ia bem, muita gente incentivando, mesmo sendo às 5h30 da manhã. Cheguei à metade da prova, 45 km, com 4h35, dentro do previsto.

“Foi quando me deu uma louca e resolvi reduzir o ritmo e curtir a prova.  Nunca antes, em lugar algum, tinha presenciado algo tão contagiante, empolgante como a Comrades. Não sei como descrever, mas vou tentar contar o que vi.

“Nos 89 km de asfalto, a população incentiva a gente o tempo todo, todos querendo de alguma forma ajudar os corredores, ora cantando, levando comida, colocando som, fazendo churrasco, tocando com suas bandas, ajudando a entregar água e isotônico, preparando alimentos que eles acham importantes, como pão, pasta de amendoim, frutas, chocolates, sal. Coreografias ensaiadas na beirada do asfalto.

“Isso acontece o tempo todo, nas beiras de rodovias, mesmo nas mais afastadas de cidades… Meninos disputam a tapas por um toque na mão de corredores. Varias escolas colocam seus alunos devidamente uniformizados para aplaudir os corredores. Times de futebol prestigiam os corredores. Corredores se ajudam e trocam experiências durante a corrida. Veteranos da Comrades que de alguma forma não puderam correr ficam dando apoio e dicas para a prova.

“Antes de ir para a Comrades, ficava me questionando por que o Nato Amaral  (corredor de São Paulo) tinha feito essa prova por dez anos consecutivos. Afinal, poderia ter feito outras provas ao redor do mundo e conhecido mais pessoas, mais lugares, cheguei até a julgá-lo como doido. Mas, depois que iniciei a corrida, vi que ele estava certo o tempo todo e que cada vez em que se corre a Comrades ela é única e maravilhosa.

“Eu me sentia como se fosse o primeiro colocado da prova, único, especial. Resolvi reduzir o ritmo e tentar de alguma forma agradecer aquelas pessoas que estavam ali nos incentivando tanto desde as 4h30 da manhã, algumas inclusive acampam na beirada da rodovia desde um dia antes.

“A parte boa nisso tudo é que o mundo ama o brasileiro e, ao verem a bandeira estampada na camisa, gritavam o nome deste país fabuloso, o Brasil. Rapidamente respondia, levantava os braços, o que gerava outra onde de gritos, e por assimem diante. Alguns pediam samba, eu sambava, outros gritavam sobre futebol, e nesse tema houve de tudo, de Ronaldo à Copa do Mundo, e eu respondia imitando um drible. Outros levantavam e pediam abraços, que eram dados.

“Fiquei surpreso, pois como uma pessoa iria querer abraçar um corredor, fedorento, sujo e suado, mas a reposta estava ali mesmo, pelo reconhecimento da dedicação que cada corredor que está ali teve de fazer para tentar completar a prova, e assim completei a Comrades 2012 em 11h01. Sei que poderia ter feito em um tempo bem menor, mas será que a prova seria a mesma? Não me arrependo de ter feito isso, pelo contrário, me sinto uma pessoa melhor, pois consegui, de uma forma muito prazerosa, absorver tanta energia positiva para continuar nessa batalha.

“Saí da África com uma certeza: vou voltar no ano que vem.”

 

PS.: A corredora Solange Pereira escreveu dizendo que ela tinha 27 anos no ano passado, quando fez a Comrades. Ela é de abril, André é de janeiro. Então, de fato, Solange, que fechou a prova em 11h27min07, é a mais jovem brasileira a completar a Comrades, segundo as informações que tenho até agora.  O André é o caçula entre os homens.

 

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