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Rodolfo Lucena

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Perfil Rodolfo Lucena é ultramaratonista e colunista do caderno "Equilíbrio" da Folha

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Nova São Silvestre, primeiras impressões

Por Rodolfo Lucena
31/08/12 10:38

Gostei das mudanças anunciadas para a São Silvestre, mais importante corrida de rua do Brasil. No geral, considero que foram positivas para os corredores, ainda que tenha sido mantida no percurso uma ladeira bem perigosa.

Dito isso, vamos por partes, começando pelo horário.

Saudosistas ainda dizem que o ideal seria voltar aos tempos da prova noturna, mas eu não me incluo entre eles. Na noite do Réveillon, a avenida Paulista é tomada pelos festeiros, e não dá para competir. Mesmo se colocassem a chegada do outro lado da avenida Brigadeiro, creio que a confusão não compensaria.

O horário matinal é melhor por várias razões. A maior parte dos corredores está acostumada a treinar pela manhã, a maioria das corridas é realizada pela manhã, estamos quase sempre prontos a dar um trotinho, alguns tiros ou mesmo fazer um longão nas primeiras horas do dia.

Além disso, apesar de ser verão, as manhãs costumam ser menos abafadas do que as tardes paulistanas, o que é uma vantagem enorme.

Para completar, o novo horário é ótimo para festeiros e viajantes, que podem correr e voltar sem percalços para seus lares, na cidade ou fora dela, com tempo suficiente para encontrar a família, os amigos ou preparar a bagunça da virada do ano.

Já as mudanças feitas no percurso não merecem tantos elogios, ainda que também tenham aspectos bastante positivos.

Tiraram um dos bodes da sala, como se diz: foi excelente a extinção do trecho de descida da Brigadeiro e a chegada no Ibirapuera. Agora a parte final volta a ter seu caráter épico: o esforço hercúleo da subida da Brigadeiro compensado pela consagração e aplauso do público na chegada feérica na avenida Paulista.

Em contrapartida, continua viva a traiçoeira descida da Major Natanael, logo depois do primeiro quilômetro. Ali o bicho pega; tem de ir na maciota, cuidar para não bater em ninguém e por aí afora.

Olhando o mapa do novo percurso, ainda me sobra a impressão de que haverá alguns pontos de estrangulamento na região central. Mas não quero criticar antes de efetivamente fazer o trajeto correndo.

De qualquer forma, é legal ter o largo do Arouche e a praça da República contemplados na nova São Silvestre, aumenta a paulistanidade da corrida.

Deve persistir a bagunça na largada. Há quem diga que ela deveria ser em ondas. Talvez fosse algo a ser experimentado, mas não eliminaria o fato de que a multidão teria de ficar lá, esperando sua vez de sair.

Bom, o certo é que teremos uma São Silvestre muito diferente, mesmo com a volta da chegada na avenida Paulista.

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São Silvestre 2012 será de manhã, com chegada na avenida Paulista

Por Rodolfo Lucena
30/08/12 12:48

A mais importante corrida de rua do país mudou de novo. Desta vez, porém, acho que a maioria dos corredores vai ficar feliz com as alterações.

A chegada volta a ser na avenida Paulista, tal como pediram muitos fãs da tradicional corrida. Mas o mais importante, na visão deste blogueiro, é a mudança de horário: a largada geral será às 9h. O que já é quente, mas é bem melhor do que correr à tarde, depois do almoço.

A mudança foi decidida em reunião realizada ontem com a presença de representantes da Fundação Cásper Líbero, da Polícia Militar, da Guarda Civil Metropolitana, da CET, da Rede Globo, da Prefeitura, do Governo do Estado, do Metrô, da SPTrans e  da SPTuris.

O ruim é que ficou mantida aquela descida infernal da rua Major Natanael. O corredor vai ter de ajustar seu ritmo por ali, para não se perder depois.

Segundo a decisão, que acaba de ser anunciada, as largadas para portadores de necessidades especiais será às 7h10;às 8h40 tem início a prova feminina e a última largada, da prova masculina, será às 9h.

O novo percurso é o seguinte:

Largada: Av. Paulista – em frente ao MASP (sentido Consolação)

– Av. Paulista até Rua Haddock Lobo;

– Túnel José Roberto Fanganiello Melhem;

– Av. Dr. Arnaldo até Rua Major Natanael;

– Rua Major Natanael;

– Rua Desembargador Paulo Passalaqua;

– Av. Pacaembu, sentido Estádio (Contra-fluxo);

– Baixos do Viaduto da Av. Gal. Olímpio da Silveira;

– Av. Pacaembu, ambos os sentidos até Rua Margarida;

– Rua Margarida;

– Al. Olga;

– Rua Tagipuru;

– Rua Fuad Naufel;

– Av. Auro Soares de Moura Andrade, sent. Bairro/Centro;

– Av. Pacaembu, sentido Marginal Tietê;

– Viaduto Pacaembu, sentido Marginal Tietê;

– Av. Dr. Abraão Ribeiro

– Av. Marquês de São Vicente;

– Rua Norma Pieruccini Giannotti;

– Av. Rudge;

– Viaduto Eng. Orlando Murgel;

– Av. Rio Branco;

– Av. Duque de Caxias, pista da direita (Contra-fluxo);

– Av. São João;

– Largo do Arouche;

– Av. Vieira de Carvalho, sent. Bairro / Centro;

– Praça da Republica;

– Av. Ipiranga (Contra-Fluxo);

– Av. São João (Contra-Fluxo);

– Rua Conselheiro Crispiniano;

– Praça Ramos de Azevedo;

– Viaduto do Chá;

– Rua Líbero Badaró;

– Largo São Francisco;

– Av. Brig. Luís Antônio;

– Vd. Brig. Luiz Antônio;

– Av. Brig. Luis Antônio;

– Av. Paulista;

– Chegada: Av. Paulista, sentido Consolação em frente à GAZETA.
Para ficar mais fácil de entender, aí vai o mapa do novo trajeto, com todos os devidos carimbos oficiais, como você pode ver.

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Vidigal abre os braços para corrida no morro

Por Rodolfo Lucena
29/08/12 11:59

Escrevo estas linhas com um pouco de inveja: não vou poder participar da primeira corrida Vidigal de Braços Abertos, que cruzará os caminhos do morro de mesmo nome, na zona sul do Rio.

Essa corrida é prima-irmã da Rocinha de Braços Abertos, uma das provas mais emocionantes em que já participei (veja AQUI vídeo que eu e o pessoal da TV Folha produzimos naquele dia).

Agora, pelo que leio no site da prova (AQUI), o percurso é menos encabritado e perigoso do que o da Rocinha, mas também extremamente desafiador. Tem alguns trechos planos, mas também passa pelas ladeiras do Vidigal, os becos e vielas da Chácara do Céu (que é o alto do morro).

Além disso, se você conferir no mapa abaixo, há ponto identificado como “percurso do XTerra). Não conheço o dito cujo, mas, pelas minhas experiências anteriores com o XTerra, deve se tratar de um trechinho cabuloso.

Como as demais corridas desse gênero que têm acontecido no Rio (houve, por exemplo,  o Desafio da Paz no morro do Alemão, confira vídeo AQUI), ela pode ser encarada também como uma experiência sociológica para quem mora no bem-bom e vive em ambientes refrigerados.

Se você decidir participar e tiver tempo, procure conhecer, por exemplo, o trabalho do grupo Nós do Morro (clique AQUI), que atua no Vidigal e se prepara para estrear no Rio a peça “Barrela”.

Bom, a prova será realizada no próximo dia 9, tem 6 km, e o preço da inscrição é bem salgado, R$ 90. Em contrapartida, os moradores da comunidade têm inscrição gratuita.

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SP no celular: 14 km de imagens

Por Rodolfo Lucena
28/08/12 10:52

Asfalto, cimento, cinza, automóveis e um pouco de verde: assim é o pedacinho da cidade que vejo, pela lente de um celular com supercâmera fotográfica, a partir de um dos viadutos que passam sobre a avenida Paulo 6º (para mim, é tudo Sumaré, mas fica o registro do nome correto desse trechinho, a bem da precisão factual).

Por ali comecei um treino que me levou por avenidas e parques da cidade, querendo tirar do cinza imagens que colorissem meus quilômetros, como este recado pichado perto de um ponto de ônibus na avenida Brasil.

Abaixo, reflexos da rua no prédio envidraçado. Há que ache brega esse tipo de foto, mas eu gosto, como você terá oportunidade de comprovar.

Sigo pela avenida em direção ao parque Ibirapuera. Pelo caminho, descubro um tapume violado…

…e vou fuçar o que a parede escondia.

Pedaços de construção….

…e lixo eleitoral deixado pelo chão.

No parque Ibirapuera, gentes e bichos em pedaços,…

pichação…

…cores pré-primaveris…

…e restos de amor ou sexo pago, roubado.

De volta ao trânsito, …

…enfim chego à avenida Paulista, com suas artes…

…e seus reflexos.

Termino com a foto que foi sem nunca ter sido. Lá no fundo, do lado esquerdo, você vê um pedaço de operário uniformizado em negro, de botinas pretas e capacete cor de chumbo. Eram dois, ambos vestidos em preto e cinza, ambos de cabeça baixa, os capacetes voltados para a calçada, os rostos mirando o chão, as mãos, o maço de cigarro, sei lá.

Deu vontade de parar e registrar a cena, mas fiquei com vergonha. Na passada seguinte, resolvi roubar a foto, mirei enquanto corria e, quando apertei o botão virtual, já tinha passado da dupla e um corredor passava por mim. Não ficou nada do que quer queria ou imaginava, mas resume a travessia urbana. No total, foram 14 km em que negociei com dores, caminhei, corri e disse para São Paulo: Estou aqui.

As imagens acima foram produzidas no meu primeiro passeio com um celular que recém começa a ser vendido no Brasil e que eu estou testando. Daqui a alguns dias, publico uma avaliação do aparelho

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Exposição de cartuns faz homenagem a atletas olímpicos brasileiros

Por Rodolfo Lucena
27/08/12 10:34

Seis que estou atrasado, a exposição começou há mais de um mês, mas está na sua última semana aqui em São Paulo.

Então, vá lá, como diz o ditado: antes tarde do que nunca (ou não).

Bueno, chega de conversa fiada e vamos logo ao assunto: está rolando na cidade, no Sesc Carmo (veja AQUI endereço e horários de funcionamento), uma exposição de cartuns que homenageia atletas olímpicos brasileiros.

Os desenhos, como o do grande Adhemar Ferreira da Silva, foram criados pelo cartunista Dodô Vieira. A sugestão dos nomes foi da psicóloga e estudiosa do olimpismo Katia Rubio.

O ingresso é gratuito.

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Ave, Félix, a torcida te saúda

Por Rodolfo Lucena
24/08/12 13:35

Guri, acompanhei com gritos de alegria, choro de emoção e paixão adolescente cada jogo da seleção brasileira na sua caminhada para a conquista do tricampeonato no México, em 1970.

Ao longo dos anos, fui sofrendo com as dores que se abatiam sobre o time –e, por extensão, sobre todos nós,  a torcida que sonhava com os passes, os lances, os gols daquela equipe.

Acompanhei a luta de Tostão contra o problema nos seus olhos, chorei com o acidente que levou Everaldo, lateral esquerdo que representou o Grêmio e o Rio Grande do Sul nos gramados do México.

Agora morre Félix, goleiro que não era infalível, como nenhum é, mas que defendeu com brio, garra e competência a meta brasileira.

Disse o cronista que “desgraçado é o goleiro, até onde ele pisa não nasce grama”. Também seus grandes momentos, talvez por serem doloridos, não ficam na memória da torcida –pelo menos, não na memória deste torcedor.

Mas o goleiro lembra de seus defesas, e Félix tinha como um de seus lances mais gloriosos o golpe quase de susto com que defendeu, no jogo do Brasil contra a Inglaterra, uma cabeçada que seria mortífera.

Deu o golpe na redonda e caiu com o corpo sobre ela, protegendo a gorduchinha, enquanto o cabeceador britânico, Lee, se projetava em sua direção, perna esquerda à frente, que acabou atingindo a cabeça do arqueiro (esse era outro dos nomes que se dava ao goleiro, também chamado por alguns de guarda-valas).

Félix ficou por instantes fora do ar, mas a bola nunca escapou de seu controle, como você pode ver neste clipe daquele jogo maravilhoso, AQUI.  Mais tarde, Tostão entrou pelo lado esquerdo da grande área, driblou dois, passou a Pelé, que entregou a Jairzinho, que venceu Banks com um tirambaço.

Félix Miéle Venerando defendeu 47 vezes a seleção brasileira. Morreu aos 74 anos, vítima de uma doença pulmonar obstrutiva crônica agravada por pneumonia.

Salve, Félix, a torcida te saúda.

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`Dupla sertaneja` da Jamaica faz a festa na Suíça

Por Rodolfo Lucena
23/08/12 18:12

Pois respeitável público, nhô Bolt e sinhozinho Blake tocaram de ouvido e não precisaram nem de rabeca para fazer todo mundo dançar a quadrilha na belíssima pista de atletismo de Lausanne, na etapa de hoje da Liga Diamante.

Tal qual afinados parceiros sertanejos, Yohan Blake roubou a cena nos 100 m, enquanto Usain Bolt tomou conta da pista e do olhar das câmeras nos 200 m.

Quase tão legal quanto ver os dois correndo é observar suas micagens pré-prova. Enquanto os demais buscam se concentrar, dão sorrisos amarelos ou se esforçam para cumprimentar o público na hora da apresentação, Blake faz as garras de oncinha que o caracterizam –seu apelido é The Beast, A Fera (foto AFP).

Já Bolt, vestido com uma camiseta azul quasebebê, na falta de outra qualificação, divertiu-se tocando uma guitarra imaginária.

Na hora do pega, porém, os dois jamaicanos deixaram de brincadeira e mostraram que o resto do mundo vai ter de comer muito feijão para alcançá-los.

Blake cravou hoje sua melhor marca nos 100 m, 9s69, quebrando o recorde do meeting, que era de seu parceiro Bolt.

O Raio Jamaicano, por sua vez, festejou sem pejo o feito do colega menorzinho. Do fosso em que estava, ficou dando pulinhos para poder ser visto por Blake, que estava fazendo a festa na pista, depois da sua vitória. Foram se dar as mãos, mas antes sinhozinho Blake rendeu homenagens a nhô Usain, fazendo o gesto de reverência na direção do parceiro.

Estava tudo em casa mesmo. Bolt foi para a pista e não tomou conhecimento do restante do grupo. Correu os 200 m em 19s58, o que pode não parecer muita coisa em comparação com o recorde mundial (do próprio Bolt), mas é a nova melhor marca desse rico meeting. A anterior já durava três anos e era de –adivinhe– … tchan-tchan-tchantchan.. Usain Bolt.

Na hora do pódio, para delírio do público, Bolt ainda fez acrobacias (foto Reuters). Para mim, foi uma quase cambalhota. Olhaí, é Vampeta fazendo escola…

Bom, tirando a dupla sertaneja mais veloz do mundo, a personalidade que mais me chamou a atenção foi o jovem vencedor do salto em altura. Vindo do Catar, Moutaz Essa Barshim Ahmed, de 21 anos, não tomou conhecimento dos figurões que competiam a seu lado.

Alto e de corpo esguio (o narrador dizia que ele se parecia com a vara), “comentava” cada salto com divertidas expressões no rosto, da alegria ao desgosto. Numa tentativa fracassada, jogou-se de corpo inteiro sobre o colchão, soqueando o pobre coitado como se fosse o responsável por seu insucesso.

Seu salto vencedor, de 2,39 m, é novo recorde do meeting e igual ao melhor salto do ano. Suplanta marca que já estava ganhando a maioridade: em 1994, o grande atleta cubana Javier Sotomayor saltou 2,37 m em Lausanne.

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Valmir detona recorde em ultra nos EUA

Por Rodolfo Lucena
23/08/12 10:08

O melhor ultramaratonista brasileiro voltou a vencer nos Estados Unidos. No último final de semana, detonou o recorde da Beast of Burner Summer, prova de 100 milhas (160 km).

Na flor de seus 48 anos, Valmir Nunes completou em 14h58min09. A marca é 1h21 melhor do que o recorde anterior, do norte-americano David Ploskonka, de 28 anos. Além de Valmir, os três corredores que o seguiram, todos maiores de 40 anos, também completaram em tempo melhor do que o recorde anterior.

Com esse resultado, Valmir é o único corredor a ter três recordes nesta série no mesmo ano. Em janeiro, ele bateu o recorde da edição invernal. Correu sob a neve, em temperaturas de 20 graus negativos, e fechou em 14h56, cerca de três horas a menos que a melhor marca anterior.

Com o seu desempenho de agora, passa a ter, além dos recordes em cada prova, o chamado duplo recorde, que combina os melhores resultados de cada corredor nas duas provas da série, que é realizada no Estado de Nova York.

“Foi uma prova dura, por ser em trilha, mas esse ano corri o tempo todo no relógio. Ano passado menosprezei o calor, tive problemas e fui o terceiro, e agora resolvi sair mais devagar, fazer uma prova mais cautelosa”, disse Valmir.

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Jovem corredora somali morre ao buscar nova vida

Por Rodolfo Lucena
20/08/12 15:25

A velocista somali Samia Yusuf Omar, que representou seu país nos Jogos de Pequim-2008, morreu pouco antes da Olimpíada de Londres, quando tentava, em uma balsa improvisada, atravessar o mar Mediterrâneo em direção à Itália.

A história foi divulgada hoje na imprensa italiana, baseada em relato feito pelo também corredor Abdi Bile, compatriota de Samia e medalhista de ouro nos 1.500m no Mundial de Atletismo de Roma, em 1987.

Samia (foto EFE) ficou conhecida nos Jogos de Pequim, onde competiu nos 200 m e chegou cerca de dez segundos depois da penúltima colocada de sua bateria de classificação. Com 17 anos, cruzou sozinha a linha de chegada, e sua determinação foi aplaudida pelo público presente ao estádio olímpico.

O breve reconhecimento não resultou em nenhuma melhora nas condições de vida da jovem. Desesperada, segundo o relato de Bile, ela tratou de ir atrás de seu sonho. Agora com 21 anos, embarcou em uma balsa na Líbia rumo à Itália em busca de uma nova vida e melhores condições de treinamento. Samia morreu durante a travessia, que teria acontecido em abril, mas as circunstâncias não foram esclarecidas.

O treinador de Samia, Mustafa Abdelaziz, disse ao jornal italiano “Corriere della Sera” que a atleta embarcou em um barco clandestino para tentar chegar à Itália e continuar sua carreira esportiva. Segundo ele, a mãe de Samia vendeu um pequeno terreno da família para financiar a viagem, que acabou em tragédia.

Mas as informações sobre o fato são todas de gente que ouviu a história. O próprio treinador de Samia é uma dessas pessoas. Ele contou ao jornal que “os sobreviventes dessa viagem informaram a lista das pessoas que tinham morrido durante a travessia, e lá estava o nome de Samia”.

A corredores nasceu em 1991. Era a mais velha de seis irmãos e filha de uma vendedora de frutas. Seu pai morreu em um dos muitos conflitos que, há anos, assolam o país. Aos 16 anos, ela disputou os 100 metros rasos do Campeonato Africano de Atletismo, e aos 17 desembarcou em Pequim.

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Beleza e dureza marcam as melhores provas do fim de semana

Por Rodolfo Lucena
20/08/12 12:32

Fiz meu treino longo na manhã de sábado, então pude aproveitar o domingão para dormir mais um pouco. Acordei assustado, pensando estar atrasado para o trabaçlho, mas era dia de descanso e, para melhorar as coisas, ainda conseguir ver os últimos minutos da disputa pelo título masculino na Meia Maratona Internacional do Rio de Janeiro.

Que chegada!

Foi sensacional ver o esforço de Mark Korir, recordista da prova, para não deixar que seu rival Wilson Erupe Loyanae escapasse. Conforme o corte que o eidtor de imagens dava à cena, Korir parecia estar à frente; logo em seguida, Loyanae dominava. Faltavam 400 metros para a chegada quando ele disse: Fui! e se mandou. Korir tentou dar o troco e parecia que conseguiria recuperar a frente, mas só parecia: nos últimos metros, abdicou da disputa, entregue enfim ao adversário, que por pouco não abocanhou também o recorde. Loyanae terminou em 1h01min46; Korir, dois segundos depois (foto Divulgação).

O primeiro brasileiro só apareceu quase um minuto e meio mais tarde. O campeão da maratona do Pan de Guadalajara, Solonei Rocha da Silva, fez sua estreia no Rio conseguindo seu melhor tempo na distância. “Minha característica é para provas longas. Todas as outras distâncias eu corro servem para melhorar o condicionamento. Vim para o Rio com esse objetivo de seguir com minha preparação para a Maratona de Nova York”, disse ele.

O campeão também se prepara para uma maratona, a de Berlim. E espera ter uma chance de se sair bem por lá. Além da vitória no Rio, leva no currículo o título da maratona de Seul, onde fez 2h05min37.

Não vi a chegada da prova feminina, mas foi um passeio da queniana Paskalia Chepkorir, que correu sozinha e chegou sozinha. Completou em 1h07min17, detonando o recorde anterior em mais de três minutos.

A primeira brasileira chegou muito depois, mais de oito minutos mais tarde, o que dá uma diferença superior a dois quilômetros. Ou seja, se Cruz Nonata parasse no mesmo instante em que Chepkorir cruzava a linha de chegada, a brasileira não estaria nem na marca do km 19.  “Não deu para andar na mesma passada que as queniana. Sabia que não daria mais para pensar em vitória, então o jeito era mesmo ficar entre as cinco primeiras. Fico feliz pelo resultado”, disse Nonata.

A meia do Rio é belíssima, mas também muito dura, especialmente por causa do calor. A largada é muito tarde para o clima carioca, o que acaba prejudicando muito os cerca de 19 mil participantes do evento —a maioria não tinha nem chegado à metade do percurso quando o vencedor cruzou a linha…

Mas tem gente que gosta, como há quem goste das dificuldades extremas oferecidas pelo percurso da K42 de Bombinhas, em Santa Catraina, também realizada neste final de semana.

Eu corri a primeira edição dessa prova maravilhosa e também traicoeira, extenuante e perigosa (muita gente sai de lá ralada por tombos em pedras ou nas trilhas) e não volto mais.

Já Giliard Pinheiro parece não se cansar de voltar ao mesmo percurso. Neste ano, conquistou sua quarta vitória no que os organizadores gostam de chamar de a maratona mais difícil do Brasil.

Não sei se esse título é justo, pois não dá para comparar uma corrida em trilhas e montanhas com as tradicionais provas de asfalto. Entre estas, as maratonas no asfalto, eu diria que a mais difícil do Brasil é a Maurício de Nassau, em Recife, por causa da temperatura extrema, seguida pela de Curitiba, que combina clima adverso e percurso cheio de subidas e descidas.

Provas de trilha, não corri o suficiente para fazer comparação. A de Bombinhas, no litoral de Santa Catarina, sem dúvida é uma pedreira. Mas me dizem que a prova de Búzios também é muito difícil. De qualquer forma, Bombinhas é linda e duríssima, como atesta o tempo do vencedor: 3h09min42 (quando eu fiz, levei mais do que o dobro desse tempo para completar. A campeã entre as mulheres foi a argentina Adriana Vargas, com 4h09min04.

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