Folha de S.Paulo

Um jornal a serviço do Brasil

  • Assine a Folha
  • Atendimento
  • Versão Impressa
Seções
  • Opinião
  • Política
  • Mundo
  • Economia
  • Cotidiano
  • Esporte
  • Cultura
  • F5
  • Classificados
Últimas notícias
Busca
Publicidade

Rodolfo Lucena

+ corrida

Perfil Rodolfo Lucena é ultramaratonista e colunista do caderno "Equilíbrio" da Folha

Perfil completo

Cadeirante tetracampeão da São Silvestre comenta acidente

Por Rodolfo Lucena
09/01/13 12:30

JACIEL PAULINO, cadeirante tetracampeão da São Silvestre, mandou para este blog comentário sobre o acidente que provocou a morte do também cadeirante Israel Cruz.

Pela relevância do atleta, que participou oito vezes da tradicional corrida paulistana, publico a seguir a íntegra dos comentários de JACIEL. Desde já, este espaço fica aberto para entidades ou instituições que queiram responder aos comentários.

“Para esclarecimento a todos:

“Sou o cadeirante campeão desta edição de 2012, minha quarta Vitória e minha oitava participação somente na São Silvestre.

Esclarecimento:

1- O grau de inclinação não tem nada a ver; temos aqui mesmo no Brasil outras provas muito mais inclinadas.

2- As cadeiras de rodas dos quatro primeiros cadeirantes chegaram ao máximo de 48 km por hora. Para uma cadeira de atletismo, é uma velocidade relativamente média, pois já chegamos a 70 km, e na Europa eles chegam a 80 km.

3- [em] Nenhum outro lugar do mundo existe trecho diferenciado para os cadeirantes em relação aos outros participantes da prova.

4- Existiu até questionamento sobre a demora para o atleta dar entrada ao hospital. Bom, quando ocorre um acidente primeiro passo é estabilizar a pessoa e somente então fazer a transferência para um hospital. Israel foi atendido prontamente pois tinha uma ambulância no local. O cuidado era necessário pois ele não era um saco de areia, que caiu no chão e se joga em cima do carrinho de volta.

5- Ele era amigo meu pessoal, corri com ele por duas vezes em Belém, e em outros lugares aqui no Brasil.

6- A ADD Associação Desportiva pra Deficientes, não faz farte da organização da prova; ela foi contratada somente até meados de março de 2012, depois disso a Yescom assumiu tudo em relação à inscrição e cuidados dos para-atletas. Porém tenho amigos que trabalham para eles e não têm poder algum de decisão, assim como a ADD, quando contratada, não tinha peso em opinião alguma.

7- Talvez Israel não tivesse ideia da velocidade em que estava, porém no dia em que TODAS as organizações de provas na AMÉRICA DO SUL adotem sistemas de seguranças americanos e europeus, com certeza, diminuirão drasticamente os danos causados em acidentes como esse que vitimou Israel. Evitar é IMPOSSIVEL; amenizar os danos, isso está em nossas mãos.

8- Cancelar a categoria seria uma irresponsabilidade. A Paraolimpíada está chegando e a quantidade de cadeirantes está aumentando drasticamente. Outro dado importante é: será que o CPB COMITÊ PARAOLÍMPICO BRASILEIRO também não teria responsabilidade nas organizações das provas de ruas? A maratona também faz parte da Paraolimpíada. Nas provas de rua, o IPC International Paralympic Committee acompanha algumas provas. E aqui no Brasil o CPB onde está? Só serve para emitir nota de pesar e se omitir do ocorrido? (desabafo)

Obrigado.”

Mais opções
  • Google+
  • Facebook
  • Copiar url
  • Imprimir
  • RSS
  • Maior | Menor

Sobrevivente ao câncer, casal sessentão faz uma maratona por dia na Austrália

Por Rodolfo Lucena
07/01/13 12:32

Janette carregou o netinho no colo o dia inteiro. Quando enfim ele foi para a cama, ela sentiu uma dor no seio e notou que havia algo duro ali. A família se mobilizou, a filha pressionou, e Janette, que sempre levara um estilo de vida natural, sem médicos, remédios e comida processada, acabou aceitando fazer um ultrassom e outros exames recomendados pela medicina tradicional.

O diagnóstico foi o esperado: câncer. E de um tipo muito agressivo. O tumor já tinha 3 cm, o mal tinha atacado o peito e o sistema linfático. Seis meses de vida foi o prognóstico dado pelos médicos; tratando com radioterapia e quimioterapia, talvez chegasse a um ano.

Janette Murray-Wakelin tinha então 52 anos, dois filhos, um neto e um marido com quem viajara o mundo, navegara em barco a vela, escalara montanhas, correra maratonas e fizera projetos amalucados, como correr a Nova Zelândia inteira, de alto a baixo –51 maratonas em pouco menos de dois meses.

Resolveu discordar. Iniciou um tratamento alternativa, que envolvia terapias para melhorar seus sistema imunológico, além do aprofundamento de seus radicalismo alimentar –passou a comer apenas frutas e vegetais crus—e do aumento da carga de exercícios que já fazia.

Bom, resumo da ópera. Hoje a vó Janette tem 64 anos e, sempre ao lado de Alan, o maridão de 68 anos, está envolvida em mais um projeto fantástico: no último dia primeiro, os dois iniciaram um plano para correr o perímetro da Austrália, fazendo uma maratona por dia até o final deste ano.

Além da óbvia diversão, eles querem aproveitar para divulgar o seu despojado estilo de vida e arrecadam fundos para entidades benemerentes.

Se você quiser saber mais sobre o casal e suas aventuras, chique AQUI (o site deles está em inglês).

Mais opções
  • Google+
  • Facebook
  • Copiar url
  • Imprimir
  • RSS
  • Maior | Menor

Melhor brasileira na São Silvestre era gordinha e comilona

Por Rodolfo Lucena
04/01/13 09:10

Só umas três horas depois de a São Silvestre ter terminado para os corredores de elite é que fui saber quem tinham sido os vencedores. Afinal, eu levara quase duas horas para completar o percurso e ainda demorei um tantão para chegar em casa.

O melhor brasileiro, Giovani dos Santos, não foi surpresa: sua recente vitória na Pampulha o credenciava como um dos candidatos ao pódio. Entre as mulheres, porém, apareceu uma figura nova para o grande público, perseguindo as ponteiras ao longo da maior parte da corrida.

Ao ver as imagens na TV, em que ela aparecia de longe, não a reconheci. Mas o nome pouco comum, Tatiele, moveu algum circuito no meu cérebro cansado: conheço essa guria, disse para mim mesmo, e tratei de procurar por ela em memória mais confiável, a do meu computador.

Pois lá está o sorriso da garota, então com 21 anos –hoje tem 23–, enquanto participava de uma competição de revezamento de São Paulo ao Rio de Janeiro. Já era na época atleta profissional e funcionou como o motorzinho de uma das equipes, integrada por corredores amadores de bom desempenho.

Também já guardava então títulos que a credenciavam como promessa de boas marcas: campeã e recordista sul-americana dos 5.000 m sub 23 em 2010 (16min24), campeã dos 1.500 m no Troféu Brasil no mesmo ano. No ano passado, foi a terceira do ranking brasileiro nos 5.000 m e a quarta nos 10.000 m

Ao ver os galardões, ninguém diria que aquela garota sarada, de 49 kg de músculos distribuídos em 1,56 m, tinha sido uma adolescente gordinha… Bem gordinha, para ser fiel aos fatos.

“Eu tinha uns 15 quilos a mais, mas gostava de correr”, me disse ela, contando ter sido chamada por um treinador que a descobriu enquanto corria nas ruas de Poços de Caldas (MG), onde morava.

Ela tinha então 18 anos e mandava brasa com o garfo e a faca. “Comia muito e comia errado. Passei a treinar mais, comer menos e melhor”, disse.

Com a evolução, foi convidada a se profissionalizar, o que implicaria mudança de cidade. A mãe, que trabalhava como doméstica, e o pai, pedreiro, não ficaram muito satisfeitos com o afastamento da filha, mas acabaram apoiando a transferência para Limeira.

 Nas horas de folga, gosta de passear em shoppings e adora comprar sapatos e sandálias.

 Ao terminar a São Silvestre comentou sua estratégia, que foi tentar acompanhar as corredoras africanas até onde lhe fosse possível: “Fui até o décimo quilômetro. Da próxima vez, consigo até o 11º. Até o dia em que eu for a primeira”, disse a melhor brasileira da 88ª Corrida Internacional de São Silvestre.

Mais opções
  • Google+
  • Facebook
  • Copiar url
  • Imprimir
  • RSS
  • Maior | Menor

Perícia no Pacaembu foi feita antes da pintura do muro, afirma delegado

Por Rodolfo Lucena
03/01/13 13:05

Ontem compartilhei com você, aqui neste blog, meu sentimento de estranheza ao ver que havia pintura recente no muro do Pacaembu exatamente no local onde ocorreu o acidente que provocou a morte do cadeirante Israel Cruz Jackson de Barros, que disputava a São Silvestre.

Pois o delegado que cuida do caso informou que não havia problema, pois a perícia já tinha sido feita no local, e a cadeira de rodas de Barros foi recolhida para exames.

O delegado Rodrigo Celso Alasmar, do 91º Distrito Policial, disse ao repórter Rafael Valente que o caso foi registrado como homicídio culposo (quando não há intenção de matar), e a polícia vai investigar de quem foi a responsabilidade pelo acidente.

Segundo relatou ao repórter, o para-atleta perdeu o controle de sua cadeira, que bateu na guia da calçada e projetou o corredor de encontro ao muro. O resultado do inquérito deve sair só no mês que vem.

O corpo de Israel de Barros foi enviado ontem para Belém, e o enterro ocorreu na manhã de hoje.

Em entrevista à Agência Pará de Notícias, o presidente do Conselho da Pessoa com Deficiência, Waldir Moura, afirmou que a entidade estuda como vai dar assistência à família do cadeirante. E que um grupo de empresários locais também participaria do apoio.

Mais opções
  • Google+
  • Facebook
  • Copiar url
  • Imprimir
  • RSS
  • Maior | Menor

Pacaembu quase não tem marcas do acidente com cadeirante

Por Rodolfo Lucena
02/01/13 12:26

Minha primeira corrida de 2013, hoje cedinho, foi dedicada à memória do cadeirante Israel Cruz Jackson de Barros, 41, que morreu depois de se chocar contra um muro do estádio do Pacaembu durante a corrida de São Silvestre, na última segunda-feira.

Dei duas voltas em torno do estádio, procurando o local onde se deu o choque.  Considerando a descida da rua Major Natanael e a curva logo em seguida, calculei que a batida deveria ter sido em um determinado ponto, pouco depois de uma árvore que funciona como uma espécie de sentinela da curva.

Conversei com um trabalhador que fazia pequenos consertos em outro ponto do muro, e ele me confirmou que o local do choque era aquele que eu havia imaginado.

Não encontrei sinais evidentes de que ali tinha acontecido um acidente mortal havia apenas 48 horas. Um olhar mais atento, porém, podia perceber no chão da calçada e do canteiro marcas de grossos pneus, talvez do veículo que transportou Israel, ainda com vida, para o hospital.

Além disso, no muro há claramente sinais de pintura nova –ou, pelo menos, mais recente do que a pintura do restante da parede, como dá para perceber na foto abaixo, que mostra os tons diferentes de pintura.

Fiquei muito impressionado, curioso. A pessoa que estava trabalhando no local me disse que a pintura havia sido feita logo depois do acidente, mas não sei se esse depoimento é confiável. Ele não estava no local na hora do acidente, e me disse que ouviu a história de um funcionário do estádio.

De qualquer modo, restam muitas perguntas. Quem teria tomado essa iniciativa (se é que houve mesmo uma pintura do muro depois do acidente)? Será que isso foi autorizado pela polícia?

Conversei com o assessor de imprensa da prova, que ficou surpreso com a informação e afirmou que, se houve pintura nova, não havia sido providenciada pela organização. Afirmou que iria procurar saber o que tinha acontecido. “O caso está agora com a perícia”, disse ele.

Também informou que a previsão era de que o corpo de Israel chegasse hoje a Belém, depois de todas as liberações de praxe. A família estava sendo representada pelo patrocinador do cadeirante, e, segundo o assessor de imprensa da São Silvestre, todas as despesas foram pagas pela organização da prova.

O atleta deverá ser velado no município de Ananindeua, na Grande Belém, onde morava com sua família, e o enterro deverá ocorrer amanhã.

Israel tinha 41 anos. Perdeu a perna esquerda na adolescência, durante uma brincadeira com a irmã, como ele relatou no blog que mantinha:

“No dia 15 de outubro de 1985 às 17 h, minha irmã me pediu que a ensinasse a andar de bicicleta. Foi ai que inventei uma brincadeira, corria na bicicleta e minha irmã tinha que sentar na garupa, na terceira vez que corri com muita velocidade, minha irmã puxou a garupa da bicicleta, a manete da bicicleta entrou na minha coxa do lado esquerdo perfurando e atingindo a veia femural. Fui levado para o Hospital Beneficência Portuguesa, os médicos fizeram o possível para salvar a minha vida, passei por quatro cirurgias no final tiveram que amputar a minha perna do lado esquerdo. Aqui me tornei uma pessoa com deficiência.”

Ele se tornou para-atleta com 22, começando no basquete com cadeira de rodas e depois passando ao atletismo.

Ao longo dos últimos anos, vem conquistando resultados expressivos, apesar de lutar contra dificuldades, começando pela qualidade da cadeira de rodas que dirigia, como disse no blog: “Minha cadeira é de ferro, feita com peças de sucata que pesa 17 kg, enquanto as de outros atletas são de alumínio ou de fibra de carbono que pesa 6 kg”.

Vencedor da Volta da Pampulha de 2011 (foto Arquivo Pessoal), o atleta sonhava em conquistar uma vaga na próxima edição dos Jogos Paraolímpicos. Israel era casado com Adriana Mendonça da Silva e deixa uma filha de 14 anos e um enteado de 17 anos.

Mais opções
  • Google+
  • Facebook
  • Copiar url
  • Imprimir
  • RSS
  • Maior | Menor

Cadeirante morre na São Silvestre

Por Rodolfo Lucena
31/12/12 17:46

O cadeirante Israel Cruz Jackson de Barros morreu hoje depois de um acidente durante a São Silvestre. Ele bateu num muro do estádio do Pacaembu, segundo comunicado divulgado agora pelos organizadores da prova.

O texto é o seguinte:

“O Comitê Organizador da 88ª Corrida Internacional de São Silvestre comunica o falecimento do atleta Israel Cruz Jackson de Barros, inscrito na categoria Cadeirante masculino. O fato ocorreu em razão de um acidente durante a prova realizada na manhã desta segunda-feira, em que o atleta se chocou contra o muro do Estádio do Pacaembu.

“O atleta, segundo outros participantes, teria perdido o controle de sua cadeira na descida sofrendo uma queda muito forte. Prontamente atendido pela equipe médica do evento, que estava próximo ao local, Israel foi depois levado à Santa Casa de São Paulo ainda consciente, às 7h35, foi atendido pela equipe do hospital, mas, infelizmente, não resistiu em razão da gravidade dos ferimentos e faleceu às 8h50.

“O atleta estava devidamente inscrito na prova, obedecendo os critérios de seleção do evento cujas inscrições foram feitas pela Fundação Cásper Libero e supervisionadas pela organização técnica do evento e pela ADD – Associação Desportiva para Deficientes.

“O Comitê Organizador está acompanhando o caso juntamente com a ADD para atendimento à família do competidor, uma vez que o mesmo não residia na Capital.”

Este blogueiro manda um grande abraço à família de Israel, guerreiro em rodas. Se e quando tiver mais detalhes, publicarei neste espaço.

Mais opções
  • Google+
  • Facebook
  • Copiar url
  • Imprimir
  • RSS
  • Maior | Menor

Falha no abastecimento prejudica atletas na São Silvestre

Por Folha
31/12/12 14:30

A São Silvestre é uma festa, a maior corrida do Brasil, gostosa confraternização entre atletas. O que não significa que ela deva ser bagunçada e mal organizada, ainda mais considerando o alto preço da inscrição — R$ 120, 30% a mais do que o cobrado no ano passado, um reajuste bem maior do que a inflação do período.

Corri com alegria a prova deste último dia de 2012, a primeira edição matutina da São Silvestre, com um percurso novo, cheio de desafios, passando por belos (ou, pelo menos, tradicionais) pontos da cidade de São Paulo e esperava me divertir bastante.

A diversão terminou no primeiro posto de água. Estava no km 4,3, como prometido, mas só tinha água quente quando passei por lá (aquela altura, quase uma hora de prova, pois demorei 28 minutos para chegar ao pórtico de largada e mais uns 25 minutos para chegar ao posto.

Um corredor fantasiado, que passava ao meu lado, expressou sua indignação em altos brados e palavreado colorido, que não repito aqui em respeito à família brasileira.

Bom, tomei apenas alguns goles, temendo me sentir mal com a água quente. Resultado: passei sede até o posto seguinte, onde mais uma vez só tinha água quente (naquela altura eu estava em ritmo de sete minutos por quilômetro).

Bom, para encurtar a história, só tinha água quente em todos os postos de hidratação. O primeiro posto de isotônico estava seco quando passei e o segundo estava no osso.

Menos mal que encontrei um pouco de sombra e um leve ventinho na subida da Brigadeiro, que me deram ânimo para chegar mais alegre ao final.

Depois da chegada, repetiu-se a muvuca para pegar a medalha. Quando a gente conseguia chegar nas filas, elas andavam bem. O problema era descobrir onde estavam as filas, tal o bololô em frente a elas. Foi quando fiquei com mais raiva, imaginando como uma prova tão tradicional pode ver esse tipo de problema se repetir a cada ano.

Ainda bem que isso não é o mais importante, não é o que define a São Silvestre.

O que importa mesmo é que a São Silvestre é uma espécie de procissão da alegria, da empolgação, do companheirismo –vemos famílias correndo irmanadas, colegas de trabalho em uniformes de lazer, torcedores de clubes de todo o país falando de sua paixão para o mundo.

É uma forma de dizer para os outros e para nós mesmos que estamos vivos, dispostos a lutar, enfrentar dificuldades e trabalhar para superá-las. É uma forma de plantar nossos sonhos no asfalto.

PS.: Corri a São Silvestre a convite da Schinchiarol

Mais opções
  • Google+
  • Facebook
  • Copiar url
  • Imprimir
  • RSS
  • Maior | Menor

Algumas dicas para se dar bem na nova São Silvestre

Por Rodolfo Lucena
28/12/12 10:01

A São Silvestre já está ali na esquina, novinha em folha, com trajeto diferente e horário inédito. Se você pensa que já fez tudo que era possível para ter um bom desempenho, está muito enganado. Claro que não dá mais tempo para treinar corrida ou forma, mas você pode tomar medidas para melhorar suas chances na mais tradicional e importante corrida de rua do Brasil.

São três: comer, beber e descansar. Para completar, uma quarta vem de revesgueio: ficar bem informado sobre como é o desafio que você terá pela frente na manhã do último dia deste 2012 tão cheio de aventuras.

Reforçando o dito, trago aqui as sábias palavras de um grande gaúcho, o ex-campeão da maratona de São Paulo Diamantino dos Santos. Eu o entrevistei no ano em que venceu aquela dura corrida paulistana, e ele me disse: “Treinar todo mundo treina. Ganha quem se alimentar melhor e descansar melhor.”

Para o iniciante, o sujeito ou a dama que vai estrear na São Silvestre, talvez o descanso seja o mais difícil. O nervosismo pega, a gente se revira na cama imaginando cada quilômetro, pensando nas dores, no calor, na torcida, na explosão de alegria… Por isso, recomendo que você tente ir cedo para a cama desde hoje; mesmo que não durma logo, tente relaxar. No domingo, experimente um cineminha com ar condicionado, chinelo de dedo, pernas pro ar… E vá dormir cedo no domingo, é claro…

Sobre comida e bebida, trago aqui as dicas de Regina Célia da Silva, mestre em nutrição humana aplicada. Ela recomenda que, a partir desta sexta, você procure aumentar o estoque de energia, priorizando a ingestão de  carboidratos em todas as refeições, como pães e torradas, geleia, massa sem muito molho e recheio, arroz, batata, sucos naturais e frutas. O objetivo é aumentar o seu estoque de glicogênio muscular.

Beba cerca de dois litros de líquidos ao longo do dia: água, suco natural, chá gelado, água de coco…

Na véspera da prova, diz Regina Célia, “reduza o consumo de fibras para não retardar a digestão e assim você sentirá necessidade de comer mais rapidamente, aumentando a ingestão de carboidratos. Evite alimentos causadores de gases (feijão, leguminosas, brócolis etc.) e alimentos laxativos como mamões, ameixa, figos e óleos. Eles podem causar diarreias e desconfortos intestinais. Não consuma café em excesso  nem bebidas alcoólicas, pois  podem provocar desidratação.”

Como a São Silvestre neste ano será realizada de manhã, com largada às 9h para o pelotão geral e elite masculina, não traz muita novidade para os corredores, pois em geral as provas e os treinos no Brasil são matutinos. Mesmo assim, é preciso cuidado na alimentação do dia da corrida, orienta Regina Célia.

Não é hora de inventar. Faça o café da manhã tal como os dos dias de treino. Se sair muito cedo de casa, leve para o local da largada um fruta ou lanche para comer uma hora antes do inicio da prova.

Bom, durante a prova, eu costumo beber água em todos os postos de abastecimento. Tomo pelo menos três goles em cada posto. E levo um gel de carboidrato para consumir por volta do km 10 (haverá um posto de hidratação nessa altura do percurso).

Dito isso, vamos à prova em si. Já conversei com vários técnicos, médicos e corredores que testaram o percurso. Eu também percorri os 15 km do novo trajeto e, com base na minha experiência e nas dicas que ouvi dos especialistas, tenho a dizer o seguinte.

O pior trecho são os dois primeiros quilômetros, aproximadamente. Na largada, é essencial ficar na boa, porque a muvuca é grande. Não adianta querer atropelar, porque sempre vai haver alguém na sua frente e, como estamos carecas de saber (ainda que muitas veze tentemos desafiar esse conhecimento), dois corpos não podem ocupar o mesmo lugar no espaço.

 Saindo da Paulista, vamos seguir por uma passagem subterrânea que nos levará até a Dr. Arnaldo. Tem uma descidinha chata, onde podem acontecer choques e tropeções, e depois uma subida curta; se estiver muito quente, aposto que muita gente já vai parar por ali mesmo…

A gente nem esquenta o asfalto da Dr. Arnaldo e logo faz uma curva à direita para descer a Major Natanael, no trecho de maior risco em toda a corrida. É uma descida íngreme. Vá com calma, preste atenção na sua forma, observe os demais corredores; não deixe que sua prova termine antes de começar…

Na sequência, ainda em descida, o percurso contorna o estádio do Pacaembu. Mantenha o foco, segure o ímpeto de acelerar, que você logo será recompensado. Alguns treinadores recomenda esperar até o início do plano para acelerar, mas, pelo que senti do percurso, dá para sentar o chinelo um pouco antes.

Eu vou tentar queimar o chão logo depois de passar o Pacaembu. Apesar de ainda estar em descida, é leve, e dá para controlar os movimentos com mais facilidade. Daí a gente entra por uns dois quilômetros de plano em que é hora de conferir o corpo e mandar ver, aproveitando a sombra das árvores da avenida Pacaembu.

Por volta do km 4, você entra à direita para uma série de ruelas mais estreitas. Aproveite para dar uma relaxada e tente não se irritar com a muvuca. O primeiro posto de hidratação é na esquina das ruas Dona Margarida e Dona Marta; deve estar lotado. Vá com calma, beba sua aguinha e siga a massa.

Uma curva em descida, à direita, para entrar na Av. Auro Soares de Moura Andrade, passando em frente ao Memorial da América latina, marca o início de um novo trecho de velocidade.

Apesar de algumas curvas fechadas e de um retorno chatinho um pouco mais à frente, daqui até o km 12, mais ou menos, você tem boas chances de manter um ritmo de cruzeiro acelerado.

Claro que há pegadinhas. O viaduto da Pacaembu, logo em seguida, precisa ser encarado com pragmatismo e, mais tarde, o viaduto da Rudge, mais alto e mais longo, sem sombra nenhuma, é um desafio de peso. Se for necessário, reduza um pouco o ritmo na subida e relaxe na descida, pois logo virá um longo trecho de planura.

Rode em paz pela avenida Rio Branco até a praça General Osório, quando vai começar um trecho inédito na São Silvestre. Você vai seguir pela Duque de Caxias, olhado apenas por prédios, até à benfazeja sombra do largo do Arouche. Aproveite as árvores, saboreie a água no posto de hidratação, consuma ali o seu gel de carboidrato. Dez quilômetros já se foram, você está mais perto do que nunca de conquistar sua meta.

Saindo do Arouche, é tudo quase um passeio pela história e pelos marcos da cidade de São Paulo. Vamos contornar a praça da República, chegar à esquina da Ipiranga com a São João, passar pelo Teatro Municipal e cruzar o viaduto do Chá. Dá para correr bem em todo esse trecho, mas esteja consciente de que virão grandes desafios pela frente.

O primeiro deles é logo depois de cruzar o viaduto do Chá: vai ter de escalar a Libero Badaró para chegar ao largo de São Francisco e passar pelas históricas arcadas da Faculdade de Direito da USP. Há que considere esse o trecho mais duro da prova, mas é bem curtinho, então eu acho que não qualifica…

Volte a tomar água no posto de hidratação do largo São Francisco e então solte o corpo na leve descida de Cristóvão Colombo. Relaxe, pois vai começar a subida da Brigadeiro Luiz Antonio.

Ela é grande, mas não é duas. Se você soube dosar suas forças, está pronto para o mais famoso desafio da São Silvestre. Procure encaixar um ritmo e seguir nele, desfrutando um certo prazer maldoso ao passar dezenas de outros atletas que não souberam economizar ou não treinaram o suficiente (provavelmente, eu estarei entre eles, alternando caminhadas e leves trotes).

Há quem recomende não olhar muito para o alto do morro… Eu gosto de ver o que me espera e gosto de avisar a montanha que ela será minha, mesmo que se faça de difícil. Gosto de botar o olho lá no alto e imaginar a Paulista inteira fervendo em aplausos e admiração.

Passamos por baixo do viaduto da 13 de Maio, é a última subida da Brigadeiro (a escalada não é constante, ela dá em vários platôs). Logo haverá o último posto de hidratação. Tome mais alguns goles, refresque o corpo, que agora é a hora.

Embale e suba com gosto, só tem ainda aquela curvinha e você já verá o pórtico de chegada.

Abra os braços, acelere, grite, cante, chore, beije, comemore. A Paulista é sua, o mundo também.

Mais opções
  • Google+
  • Facebook
  • Copiar url
  • Imprimir
  • RSS
  • Maior | Menor

A São Silvestre que corre na Justiça

Por Rodolfo Lucena
27/12/12 09:38

Este blog tem hoje a subida honra de registrar a luxuosa colaboração de meu amigo FREDERICO VASCONCELOS, repórter especial da Folha e profundo conhecedor dos trâmites e dos intestinos do sistema judicial brasileiro. Ele investigou um processo que os organizadores da São Silvestre movem contra o corredor Antonio Colucci, que, no ano passado, organizou corridas de protesto contra a mudança do percurso da prova –em 2011, a São Silvestre não terminou na av. Paulista.

Bom, sem mais delongas, publico a seguir o texto de VASCONCELOS, que também está dispo nível no blog dele, que você pode conhecer clicando AQUI.

“A corrida de São Silvestre deste ano tem duas novidades. A mais conhecida é a realização da prova, pela primeira vez na história, no período da manhã. O fato talvez desconhecido do grande público é um processo que corre na Justiça contra os organizadores da “São Silvestre Cover”, um protesto realizado em 2011 para que a maratona voltasse a ter o percurso original, com a chegada na Avenida Paulista.

“Trata-se de ação civil que tramita na 8ª Vara Cível do Foro Regional II – Santo Amaro movida pela Fundação Cásper Líbero contra Antonio Carlos Rocha Colucci. A ação foi distribuída  em fevereiro deste ano (*).

“A fundação atribuiu à causa o valor de R$ 93 mil.

“Colucci alega que realizou três treinos de protesto, que passaram na TV aberta e fechada, além de diversos simulados em finais de semana e feriados no final de 2011, contra a alteração do percurso da São Silvestre. A fundação se sentiu prejudicada pelo que considerou uso indevido da marca São Silvestre.

“A Justiça decidiu que Colucci não poderá usar o nome São Silvestre, sob pena de multa diária de R$ 1 mil.

“Em julho último, o juízo de primeira instância havia indeferido pedido de liminar, por entender que não havia direito em risco de perecer ou prova inequívoca de dano irreparável. Em setembro, a partir de recurso julgado em segunda instância, a fundação conseguiu a proibição do uso da marca São Silvestre por Colucci.

“Colucci teve indeferido o pedido de assistência judiciária gratuita, pois a Justiça de primeiro grau entendeu que o réu tem plena capacidade de custeio processual. Aguarda-se agora o julgamento de recurso interposto por Colucci no Superior Tribunal de Justiça, que concedeu efeito suspensivo.

“Consultada a respeito, a Fundação Cásper Líbero, por intermédio de sua assessoria de imprensa, prestou as seguintes informações:

A Fundação Cásper Líbero informa que, desde 1989, detém o registro do nome ‘Corrida Internacional de São Silvestre’ no INPI (Instituto Nacional de Propriedade Industrial) e isso garante à instituição a exclusividade de seu uso em todo o território nacional, conforme a lei de marcas e patentes.
 
Por esse motivo, a Fundação Cásper Líbero notificou o Sr. Antonio Carlos Rocha Collucci, que em 2011 criou a ‘São Silvestre Cover’, como forma de protesto às alterações no percurso da prova naquele ano. A notificação se faz pertinente pelo fato de a legislação vigente vedar a utilização total ou parcial da nomenclatura registrada, bem como a sua alteração de modo a que possa induzir confusão.

 

(*) Processo: 0012084-13.2012.8.26.0002

Mais opções
  • Google+
  • Facebook
  • Copiar url
  • Imprimir
  • RSS
  • Maior | Menor

Em Minas, São Silvestre já é passado

Por Rodolfo Lucena
26/12/12 12:40

Enquanto gente de todo os cantos se arruma para fazer bonito na São Silvestre, a São Silvestre já tem até vencedor. Só que uma é uma e outra é outra: a de São Paulo, nomeada internacional e tida como a mais importante corrida do país, só acontece dia 31 próximo, e a de Pratápolis, no interior brasileiro, de menor porte, mas orgulhosa de ser a mais antiga corrida das Minas Gerais, transcorreu no último dia 23.

Quem me conta sobre ela é o leitor André Dias, que se encontrou com a corrida mineira quando viajava de Brasília, onde mora e trabalha, para sua terra natal, em São Paulo. Engenheiro florestal de 41, Dias tem mais de 60 corridas nas costas, sempre preferindo as que ele chama de “mais intimistas” –como a São Silvestre de Pratápolis. Acompanhe a seguir o relato que ele mandou especialmente para este blog e para você. A foto abaixo é do pódio feminino e também foi enviada pelo leitor, a quem agradeço a colaboração.

 

“Cristiano da Silva Machado, de Belo Horizonte, confirmou seu favoritismo e venceu a edição deste ano da tradicional Corrida de São Silvestre de Pratápolis foi disputada no ultimo sábado,  23 de dezembro. Entre as mulheres, a vencedora da 56ª edição da prova foi Eliane Luanda, de Rio Claro, SP. Ao todo, pouco mais de 100 atletas, distribuídos entre as disputas de 5 km e 10 km, participaram da prova –eu fui um deles.

“A versão mineira da São Silvestre tem, guardadas as devidas proporções, muito dos elementos da famosa corrida homônima paulistana:

– tradição: segundo a Associação dos Corredores de Pratápolis-ACORPRA, organizadora da prova, é a 9ª corrida mais tradicional do país e a mais antiga do Estado de Minas Gerais. É disputada anualmente desde 1956.

– percurso desafiador: desde sua primeira edição, o percurso tem variado de 5 km e 10 km. Disputada na zona urbana de Pratápolis, cidade com pouco mais de 8.000 habitantes no Sul de Minas Gerais, o que não falta são subidas e descidas. Eu até diria que o que falta são trechos planos. Junta-se a isto um calor dos diabos e pronto, tem-se um grande desafio atlético pela frente.  Na edição deste ano, disputada as 9h30 da manha e pela primeira vez com percurso de 10km (duas voltas de 5 km), deve haver pouco mais de 3km plano, o resto é um sobe e desce danado. Se na corrida paulistana tem a subida da Av. Brigadeiro antes da chegada triunfal na Av. Paulista, na nossa histórica corrida em Pratápolis há a descida da rua da igreja matriz antes da chegada triunfal na Praça Farid Silva. Sensacional.

– participação do público: durante todo o percurso tem gente nas ruas, esquinas, nas janelas das casas ou confortavelmente sentada na calçada assistindo à prova. Contei pelo menos quatro pontos de hidratação espontâneos, onde os moradores refrescavam os corredores com mangueira de jardim. E pelo menos outros três pontos onde os apreciadores de cerveja saudavam os participantes e os convidavam para um gole logo cedo, naquele calor do cão. Por diversas vezes ouvi referencia do público a algum participante. Um tal de Vitor causou espanto por estar na disputa, escutei diversas vezes um -Uai, até o Vitor ta correndo desta vez!!!  Cidade pequena, sabe como é, todo mundo se conhece. Que maravilha.

– heróis anônimos: 10km em pouco mais de 33 minutos num sobe desce danado não é para qualquer um, não. A elite dessa corrida mineira era composta por corredores e corredoras da região, originários de Franca, Americana, Ribeirão Preto, Araçatuba e outras. Como Ailton Messias Miranda, quinto colocado neste ano. Trabalhador da indústria de calçados de Franca-SP, esse corredor de rua já disputou essa prova inúmeras vezes e disse que este ano o percurso foi “duro demais da conta”. E se Ailton falou, tem que respeitar. Tem no currículo o tempo de 51min na prova paulistana.

– organização: tem inscrição pela internet, site recheado de informação e paga-se um valor de 35 mangos. O kit foi entregue no dia da corrida, lá na praça Farid Silva mesmo, era só apresentar o comprovante de deposito e um documento para pegar o numero do peito (o meu numeral era 078, mas faltou o 8 na impressão, problema prontamente resolvido pela organização com uma caneta). Depois da prova, o atleta recebia o restante do kit, com uma simpática camiseta de algodão, uma medalha onde se lê o nome da prova e a data (coisa rara em muita corrida por ai), água e banana à vontade. 

“A largada ocorreu com míseros nove minutos de atraso, pouco depois da execução da musica Gangnam Style e do Hino Nacional Brasileiro. O percurso estava sinalizado com flechas e a quilometragem pintadas no asfalto, transito parcialmente bloqueado durante todo o trajeto e distribuição de água em dois pontos.

“Não teve chip, diferentemente do que estava anunciado no site. Mas não que isto significasse menos atenção com a cronometragem e o resultado final da classificação. Um sistema de controle que eu não via desde a década de 80 esteve em pleno funcionamento na corrida pratapolense: nos quilômetros 2, 4, 7 e 9 eram distribuídas fitas coloridas que o atleta deveria colocar no pescoço. Na chegada, acho que ninguém da organização deu muita atenção à minha coleção de colares, mas o fato é que peguei meu kit sem filas e sem nenhum problema.  

“Premiação recheada: dinheiro e troféu aos dez primeiros nos 10k feminino e masculino (R$ 1.000 a R$ 100) e aos três primeiros por faixa etária (R$ 100 a R$ 50), além de brindes dos patrocinadores. Teve também troféu na corrida de 5k. Fabuloso.

“Pensando bem, comparar as duas corridas não faz muito sentido, cada uma tem seu encanto. Caso o leitor tenha se animado em participar da 57ª edição da São Silvestre de Pratápolis em 2013, anote na agenda, será disputada no dia 29 de dezembro, domingo.

“Uma dica, não se esqueça de trazer uma toalha de banho. Se você pretende viajar logo em seguida da corrida, uma mangueira gentilmente amarrada por algum vizinho ao poste de iluminação junto a linha de chegada proporciona um refrescante e merecido banho depois da prova. Sem fila, sem senha, sem pagar nada a mais por isso. Cortesia da acolhedora Pratápolis e sua Corrida de São Silvestre.”

Mais opções
  • Google+
  • Facebook
  • Copiar url
  • Imprimir
  • RSS
  • Maior | Menor
Posts anteriores
Posts seguintes
Publicidade
Publicidade
  • RSSAssinar o Feed do blog
  • Emailrodolfolucena.folha@uol.com.br
  • FacebookFacebook
  • Twitter@rrlucena

Buscar

Busca
Publicidade

Tags

rocinha corrida rodolfo ocupação morro do alemão video rocinha dondocas tv folha são silvestre adriana aparecida rodolfo lucena rocinha rio de janeiro
  • Recent posts Rodolfo Lucena
  1. 1

    A despedida do blogueiro

  2. 2

    A música da maratona

  3. 3

    Tênis da Nike falha, e queniano vence em Berlim com bolhas e sangue nos pés

  4. 4

    Segundão agora tenta o recorde mundial na maratona de Berlim

  5. 5

    São Silvestre abre inscrições a R$ 145

SEE PREVIOUS POSTS

Arquivo

  • ARQUIVO DE 01/11/2006 a 29/02/2012

Blogs da Folha

Categorias

  • Geral
  • Vídeos
Publicidade
Publicidade
Publicidade
  • Folha de S.Paulo
    • Folha de S.Paulo
    • Opinião
    • Assine a Folha
    • Atendimento
    • Versão Impressa
    • Política
    • Mundo
    • Economia
    • Painel do Leitor
    • Cotidiano
    • Esporte
    • Ciência
    • Saúde
    • Cultura
    • Tec
    • F5
    • + Seções
    • Especiais
    • TV Folha
    • Classificados
    • Redes Sociais
Acesso o aplicativo para tablets e smartphones

Copyright Folha de S.Paulo. Todos os direitos reservados. É proibida a reprodução do conteúdo desta página em qualquer meio de comunicação, eletrônico ou impresso, sem autorização escrita da Folhapress (pesquisa@folhapress.com.br).