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Rodolfo Lucena

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Perfil Rodolfo Lucena é ultramaratonista e colunista do caderno "Equilíbrio" da Folha

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Primeiras impressões sobre o Pegasus 29, da Nike

Por Rodolfo Lucena
05/04/13 11:39

Eu não sou o maior fã do mundo dos tênis de corrida da Nike. Assim como os da Adidas, costumam ser bonitos, mas a forma tende a ser um tanto apertada na parte da frente, o que é um problema para um sujeito que tem pés chatos, largos e com o peito do pé alto. Além disso, é difícil ver gente usando tênis dessas marcas nas provas em que participo, o que pode ser indicador de que outros corredores têm impressão semelhante à minha –ou de que minha pesquisa é falha, pois baseada apenas em rápida observação de corredores à minha volta antes da largada.

Isso não quer dizer que não tente experimentar os produtos dessas empresas. Com a Adidas, fiz apenas um teste há muitos anos e não deu certo; voltei várias vezes a lojas da empresa, experimentando tênis, mas parecem sempre apertados na frente do pé. É uma pena, porque em geral são os mais bonitos do pedaço. Com a Nike, me dei razoavelmente bem quando do lançamento do Pegasus, um tênis de corrida para quem tem pisada neutra puxando para o supinado (pelo menos, é o mantra da empresa).

Comprei um exemplar no início deste século e foi uma satisfação, no primeiro momento. Bastou correr mais de uma hora com ele, porém, para que virasse uma prisão para o coitado do dedo mingo. Como era razoável, acabei ficando com ele para uso em treinos de até 10 km. Acontece que também não era tão forte quanto os outros tênis que usava e terminei por despachá-lo com 416 km de uso –para comparação, naquela época cheguei a usar um Brooks Radius por 1.018 km de treinos e corridas.

Mas não foi uma decepção total, o que me levou a comprar, em 2007, um belíssimo modelo Pegasus Air, vermelhão, cheio de trique-triques. Saí da loja todo pimpão, já com os tênis nos pés.

Foi um desastre! Em contrapartida, oportunizou que eu tivesse então a melhor experiência de minha vida como consumidor. Explico: no dia seguinte ao da compra, realizada em uma pequena loja em Bellevue, pertinho de Seattle, parti para um treino com o novíssimo Pegasus.

Naquela época, eu não saía para a rua para correr menos de duas horas, qualquer que fosse o terreno. Atravessei asfalto, mato, pontes, cruzei uma pequena ilha e cheguei ao sobe-desce de Seattle, onde chovia, para variar. Terminei a brincadeira na Space Needle, aquele prédio que aparece em tudo quanto é filme ambientado na bela cidade do Estado de Washington. Deu 21 km e uns quebrados.

Quando, já no hotel, tirei os tênis, tinha uma bolha enorme nos arcos dos pés, lugar que jamais em tempo algum havia sido atingido por esse tipo de incômodo. Taquei o dedo indicado nos intestinos do Pegasus para descobrir o que havia. Era a palmilha, desenhada de forma a supostamente aumentar o suporte ao arco do pé, mas que, no meu caso, só atrapalhava.

Levei tênis e pés para a loja, mostrei a bolha, falei que tinha corrido na lama e na chuva, mas que não podia ficar com os tênis. Os caras nem piscaram, perguntando se eu queria o dinheiro de volta ou algum outro modelo. Paguei dez dólares a mais e levei um sensacional Dyad, um número maior do que o meu, programado para ser usado como segundo par na minha primeira ultra de 100 km (até agora, única, mas espero que não continue assim por muito tempo). Foi um sucesso, mas isso é outra história.

Vai que, no final do ano passado, meus tênis já estavam com a quilometragem perto do fim –entre 600 km e 800 km–, e eu não tinha perspectivas de viagem aos EUA. Pedi ajuda a amigos viajantes, listei alguns modelos possíveis, e o Nike Pegasus 29 acabou chegando à minha prateleira de calçados de corrida.

Não achei as cores muito bacanas (foto), mas a família não concordou comigo. O que importa é que paguei menos de R$ 180 por um tênis que, por estas bandas, custa em torno de R$ 400. E, a julgar pelas avaliações lidas pela internet afora, o equipamento estava muito bom.

De fato, a primeira impressão foi ótima. Bem leve para um tênis de amortecimento, dá uma sensação de ter quase nada no pé, se comparado com os outros modelos que uso, como um grandalhão Cumulus, da Asics, muito bom para longões. Talvez por isso, dava uma impressão de fragilidade. Mas precisava ser testado no asfalto.

O primeiro treino com o Pegasus foi muito bom. Superconfortável, nada de apertos em lugares indevidos. De modo geral, o design é bacana, mas fica meio troncho no pé se você precisa dar um laço um pouco mais apertado.

Fiz três treinos na avenida Sumaré, combinando asfalto e terra batida, usando o Pegasus tal como veio. Foi sempre confortável, mas, como ele é muito levinho e tem a sola mais fina do que as dos outros tênis que uso, tive sensação de desconforto nos trechos de terra batida e pedregulhos –dava para sentir nas plantas dos pés as irregularidades do terreno.

Acho que isso pode ser um problema, mas também sei que há corredores que podem adorar essa característica exatamente por permitir maior contato do pé com o chão –atenção, o Pegasus não se trata de tênis minimalista, que fique bem claro.

Eu não uso nenhum tênis tal como chega da loja: desde que tive fasciite plantar, sempre incluo uma palmilha comum para aumentar o conforto e o amortecimento. Fiz isso no Pegasus, com uma palmilha antiga, e o resultado foi muito bom: manteve-se o conforto e foi reduzido a quase nada o incômodo na planta dos pés quando corri por terrenos irregulares.

Restava saber se o dito cujo aguentaria, com a palmilha, treinos de mais de uma hora. Ou se, com o pé mais sofrido pelos quilômetros rodados, o tênis viraria um dolorido apertume.

Fiz um treino de 18 km e mais outro de 28 km; em ambos, o Pegasus 29 saiu-se com galhardia. No treino mais longo, acabei tendo alguma sensibilidade maior nos pés depois de umas três horas. Fico pensando (não posso afirmar que acontece realmente) que falta amortecimento na parte da frente do pé, a sensação nem sempre é a melhor do mundo. Mas há que lembrar que, naquelas alturas, já estou há mais de três horas no asfalto, então é razoável supor que os pés reclamem um pouco.

Ainda não coloquei o Pegasus em provas, e não pretendo usá-lo em maratonas, pelo menos por enquanto. De qualquer forma, ele ganhou um lugar na minha prateleira de tênis e qualquer hora vai enfrentar uma corrida.

Sobra apenas a sensação de fragilidade do equipamento. Duvido que ele resista mais do que 400 km –até agora, rodei com ele 160 km–, que foi a média dos Pegasus anteriores que usei. Mas, pelo que apresentou até agora, merece um voto de confiança.

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Atletas de Brasília são despejados de pista onde treinavam

Por Rodolfo Lucena
04/04/13 12:23

Depois do fechamento do Célio de Barros, no Rio de Janeiro, agora é Brasília que parece virar as costas para os corredores de alto rendimento.

Quando a 20 vezes campeã brasileira (em várias categorias) Lucélia Peres à pista Centro Interescolar de Educação Física para treinar, às 6h30 da última terça-feira, deu com a cara na porta. Ou melhor: nos portões fechados.

Os vigias lhe apresentaram um documento do governo do Distrito Federal informando que, de 1º de abril a 30 de junho, “todas as dependências do Cief e ainda as arquibancadas da pista de atletismo estarão à disposição da empresa Banco de Eventos, responsável pela Copa das Confederações”.

Para não deixar dúvidas, o documento explicita: “Todas as atividades que utilizam esse espaço (pista de atletismo, quadras externas e ginásio) (…) estão suspensas até outra ordem” (fac-símile abaixo).

Os atletas, que já vinham treinando em horário limitado, com acesso à pista apenas das 6h30 às 8h30, ficaram perdidos, irritados, indignados. E surpresos com a falta de lógica da decisão, como argumenta Lucélia: “Só quem usa a pista nesse período somos nós. Assim como os alunos continuarão usando o local, nós também não atrapalharíamos em nada”.

Os alunos a que ela se refere são os estudantes de ensino integral da rede pública do DF, que lá fazem suas atividades desportivas no local.

Os ensaios para a abertura da Copa das Confederações ocorrerão de segunda a sexta-feira a partir das 18h, e nos finais de semana. Durante o dia, quando não for horário de aula, o espaço ficará à disposição do comitê organizador da Copa.

 Além de Lucélia, que treina há 20 anos no Cief, cerca de 20 atletas profissionais e membros de equipes paraolímpicas também usam o espaço. Uma alternativa é o uso da pista olímpica de Ceilândia, que tem piso sintético e oito raias.

 O problema é a distância, segundo Lucélia: “Muitos atletas moram longe, são de baixa renda e praticamente fazem uma viagem pela manhã para treinar”.

 Ela me disse, por telefone, que ainda estão em negociações tentando reverter o despejo do Cief. Mas, se não houver opção, terão de seguir para Ceilândia.

 “Não posso parar com os treinos em pista”, afirmou ela, que se prepara para o Campeonato Brasileiro de Fundo, neste mês, e o troféu Brasil, em junho.

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Alta velocidade nas areias do Marrocos

Por Rodolfo Lucena
03/04/13 14:00

Você talvez não tenha idade para se lembrar do nome, mas a primeira coisa que me chamou a atenção quando me falaram da corrida de 10 km mais rápida deste ano foi o local realizado, na região de Agadir, no Marrocos.

Talvez sua mãe, seu pai, seus avós ainda guardem na lembrança as aventuras da morenona Ioná Magalhães às voltas com dramáticos romances na lendária “O Sheik de Agadir”, uma das primeiras novelas da televisão brasileira.

Eu era um piá de uns dez anos e corria pela sala da casa da minha vó, dominada por um televisor que me parecia gigante –era mais que o dobro do tamanho do nosso. No final da tarde, bastava dar a musiquinha tema da novela, e as mulheres da casa se reuniam para acompanhar o folhetim, sempre atrapalhadas pela correria da gurizada.

Não tenho a mínima ideia do que tenha sido a história, mas havia uns fulanos vestidos com uns panos brancos e outros panos na cabeça, supostamente para se proteger da canícula marroquina (veja AQUI um pequeno clipe que encontrei no YouTube).

Hoje em dia, o calor castiga os corredores que se atrevem a desafiar as areias de Taroudant, a cerca de uma hora e meia a oeste de Agadir, capital da Província de mesmo nome.

E foi lá, no início deste mês, que o português Luís Feiteira mais uma vez enfrentou as os supersônicos corredores africanos, saindo-se razoavelmente bem: foi o segundo não-africano da prova e o último corredor a cravar sub30 naquela que deve ter sido a corrida mais rápida deste ano, pelo menos entre os homens.

Não tenho a confirmação oficial disso, mas as evidências abundam: os cinco primeiros fecharam os 10 km em menos de 28 minutos e nada menos que 28 atletas concluíram em menos de 30 minutos. Aliás, são de lá os quatro melhores tempos do mundo neste ano, segundo registra a IAAF. Para comparação, o melhor tempo de um brasileiro neste ano é de 30min01 (Gilmar Silvestre Lopes na prova de São Sebastião, no Rio).

“Foi uma corrida a tope”, me disse Feiteira por e-mail. “Marrocos tem muitos atletas de grande valia mundial. A grande maioria nunca teve oportunidade de sair do seu país pra competir, mas a verdade é que são de grande nível; após o tiro de partida é a loucura total, todos querem impor ritmos alucinantes.”

Para isso, contribuem o percurso, que é completamente plano, e o aplauso do público, que acompanha nas ruas ao longo de todo o trajeto, incentivando os atletas.

A corrida largou em ritmo de 2min45 por quilômetro, com cerca de 50 atletas brigando no primeiro pelotão. “Tudo louco, tudo querendo ganhar”, resume Feiteira, que completa 40 anos neste mês e se dedica hoje às maratonas –em 1996, representou Portugal na prova de 1.500m nos Jogos de Atlanta.

O vencedor da carreira foi o etíope Adugna Bikila, que cravou 27min30; o primeiro marroquino chegou em quinto lugar: El Qady Najim, 27min55. A prova feminina não foi tão veloz: a marroquina Sammah Khadija venceu com 32min11, o que dá uma vantagem de mais de quatro minutos sobre o melhor tempo de uma brasileira neste ano, mas vale apenas o 17º posto no ranking mundial deste 2013.

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Começa em São Paulo circuito de corridas de rua gratuitas

Por Rodolfo Lucena
01/04/13 10:43

A partir de hoje, estão abertas as inscrições pela internet para a primeira etapa do Circuito Popular de Corridas de Rua, que será realizada no próximo domingo, no centro de São Paulo.

Trata-se de uma série de provas com inscrição gratuita produzidas pelas diversas subprefeitura da capital. A primeira etapa será na Sé, com  percurso de 5 km de corrida e  3 km de caminhada, passando por vários pontos históricos da cidade (veja mapa abaixo).

 

Essa deverá ser uma das mais corridas etapas do circuito, pois é promoção conjunta  da Secretaria de Esportes, Lazer e Recreação de São Paulo com a Arquidiocese de São Paulo, que promove a corrida Bota Fé na Vida. Com nomes diferentes e inscrições também em separado, as duas são a mesma prova: ocorrem no mesmo horário e no mesmo circuito. Quem se inscrever para uma delas não precisa se registrar para a outra.

É preciso ficar esperto porque as inscrições tendem a se esgotar rapidamente. No momento em que comecei a escrever esta mensagem, o site da prova já estava montado (AQUI), mas as inscrições ainda não estavam abertas.

Também é possível fazer inscrições ao vivo, na Supervisão de Esportes da Subprefeitura da Sé, das 9h às 17h. Fica na rua Álvares Penteado, 49, e o tel. é 3397-1200.

O Circuito Popular de Corridas de Rua terá provas em diversos bairros, mas o cronograma ainda não está totalmente definido.

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Relógios de corrida são caros, mas bons, diz ProTeste

Por Rodolfo Lucena
28/03/13 13:45

Os relógios para uso em corridas são a bola da vez na edição deste mês da revista da ProTeste – Associação de Consumidores, que publica uma avaliação de sete modelos de relógios de pulso com GPS e outros recursos para assessorar a prática esportiva.

A primeira constatação é que eles são caros: um dos modelos testados custa R$ 2.479, e nem é o mais bem avaliado. Aliás, o relógio que a reportagem aponta como “escolha certa”, que combina bom desempenho e custo/benefício compensador, custa R$ 900 –uma economia de quase R$ 1.600 em relação ao mais caro.

O melhor da turma, segundo os parâmetros analisados, foi o Garmin Forerunner 910XT, que custa R$ 1.524 (preços apurados em fevereiro pela Proteste) –um resultado que não surpreende quem acompanha esse mercado. O pior foi o Nike+ Sport Watch, considerado desconfortável pelos avaliadores.

O teste consistiu em exames feitos pelo pessoal da ProTeste, que avaliou, por exemplo, a qualidade das orientações do uso dos equipamentos. Além disso, os relógios passaram por uma avaliação prática, sendo testados por corredores que, depois, foram entrevistados pelos profissionais da entidade (saiba mais sobre ela clicando AQUI).

Os sete relógios avaliados foram Garmin Forerunner 910XT, Garmin Forerunner 110, Garmin Forerunner 410, Polar RS800cx, Polar RCX5 Multi, Motorola ACTV e Nike+ Sport Watch. Os dois da Polar não têm GPS integrado; o dispositivo para localização é separado. Os resultados você encontra na tabela abaixo; a explicação das legendas está no quadrinho ao lado.

Trata-se, na minha opinião, de um trabalho muito útil, que permite ao consumidor fazer uma compra com mais informações a respeito dos produtos de seu interesse. Mas não concordo muito com todos os resultados, especialmente os que deram nota máxima para os GPS de todos os relógios avaliados.

Eu já testei (e publiquei os resultados neste blog) relógios de quase todas as marcas citadas –não avaliei os da Polar—e constatei que em todas elas o desempenho do GPS pode ser considerado bom, aceitável, razoável, satisfatório ou coisa que o valha. Muito bom acho demais para eles.

E há diferenças entre eles, sim: nos meus testes, o GPS do relógio da Nike em geral pegava mais rápido, por exemplo. Depois, desandava, mas não muito pior do que os demais.

Todos são lentos para reconhecer a troca de ritmo –passagem de corrida para caminhada, por exemplo, ou de trote para galope ou tiro. Levam segundos preciosos nesse processo, o que pode desagradar bastante ao corredor em alguns treinos.

Outra questão é a chamada “gestão de resultados”. No texto, não há informações sobre como isso foi avaliado, mas acho que esse item deveria ter um peso maior no balanço geral. Preciso ter informações corretas durante o treino ou a corrida e também preciso ter essas informações apresentadas de forma clara e fácil de usar para análises futuras.

De qualquer forma, como disse, é um trabalho meritório e muito útil para todos nós.

 

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Números e fatos sobre uma das mais belas ultramaratonas do mundo

Por Rodolfo Lucena
25/03/13 13:31

Vou lhe dizer uma coisa: a Two Oceans Marathon mora no meu coração. Apesar do nome, é uma ultramaratona, e os dois oceanos do nome são o Atlântico e o Índico. Realizada lá no biquinho de baixo da África do Sul, com saída da Cidade do Cabo, tem 56 quilômetros de muita emoção, exigência e beleza.

Foi lá que fiz minha primeira ultra, há mais de dez anos. Chegando ao evento, a diretora da prova me recepcionou como único brasileiro na prova naquele ano, e a bandeira do Brasil estava tremulando ao lado das outras das diversas nações lá representadas.

A prova é corrida sempre no sábado de Páscoa e, neste ano, estabelece novo recorde em número de participantes: há 26,5 mil inscritos para o evento, que inclui uma meia maratona. A prova mais curta leva a parte do leão, com pouco mais de 16 mil inscritos, metade deles mulheres. Mesmo assim, os 10 mil inscritos para a ultra fazem desta a maior edição da prova em seus 44 anos de existência. Há 1.821 corredores de fora da África do Sul.

A prova seduz também a elite: dos dez melhores corredores do ano passado, nove voltaram, tanto no masculino quanto no feminino. Pela segunda vez na história, os dez primeiros em cada categoria serão submetidos a exame antidoping.

Apesar de muito difícil, com uma interminável subida de 5 km a partir do km 22 (mais ou menos, cito de memória), seduz muitos novatos, como eu era então: 38% dos inscritos estão fazendo lá seu debute em ultramaratonas.

A prova recompensa seus corredores fiéis e, tal como a Comrades, entrega números permanentes para quem volta repetidas vezes. Neste ano, 227 corredores vão receber seu número azul, indicando dez participações na ultra; 1.122 já têm a honraria.

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Cresce o número de casos de doping no Quênia

Por Rodolfo Lucena
21/03/13 11:52

A Federação de Atletismo do Quênia anunciou a condenação de mais dois maratonistas por causa de doping. Salome Jerono Biwott e Jynocel Basweti Onyancha foram suspensos por dois anos; no mês passado, outros três corredores quenianos foram suspensos por causa do uso de substâncias dopantes.

Salome foi a vencedora da recente maratona de Nairobi, onde cravou 2h26; Jynocel, 25,  participou de uma maratona no México no ano passado.

A Federação não informou quando e onde foram feitos os testes que constataram o uso de drogas proibidas, mas é claro que pelo menos o caso do rapaz vem se arrastando desde o ano passado, pois sua suspensão passa a valer desde meados de 2012; para Salome, a suspensão conta a partir de janeiro último.

Tomara que essas condenações tenham sido resultado de testes feitos fora de competição, em “incertas” dadas nos campos de treinamentos quenianos, o que vem sendo reivindicado há tempo pelas autoridades antidopagem.

O crescente número de casos pode indicar que o uso do doping no Quênia seja mais generalizado, como já apontaram reportagens publicadas na Europa.

A questão foi comentada pelo secretário-geral da federação, David Okeyo, quando fez o anúncio: “O número de casos está crescendo e nós não estamos felizes com isso. Nós esperamos que os culpados sejam em quantidade administrável, e que o problema do doping não seja tão espalhado como indicaram algumas reportagens”.

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Depois de morte de soldado corredor, Jerusalém cancela maratona

Por Rodolfo Lucena
20/03/13 12:27

A maratona de Jerusalém, marcada para a próxima sexta-feira, foi cancelada por causa das condições climáticas da região, que colocam em risco a saúde dos participantes.

Na semana passada, um jovem soldado israelense, Michael Michalevitch, de 29, morreu ao participar da meia maratona da cidade, realizada em condições climáticas adversas: apesar de ser inverno na região, as temperaturas chegaram a 32 graus.

Para tentar minorar o problema, o horário de largada da meia maratona foi antecipado em meia hora, mas isso não aliviou muito as coisas: além da morte de um corredor, houve pelo menos quatro casos de desmaio e dezenas de participantes tiveram de receber atendimento médico –pelo menos 12 foram hospitalizados. (na foto AP, uma corredora recebe atendimento na corrida da semana passada)

A Prefeitura de Jerusalém, responsável pela prova, disse que a competição foi realizada dentro de normas estabelecidas pela área de saúde. Mesmo assim, Yitzhak Aharonovich, ministro da segurança pública de Israel, disse que os organizadores poderiam ser responsabilizados pela morte, pois deveriam ter cancelado a prova.

Bem para cá do Oriente Médio, a maratona de Barcelona também registrou a morte de um participante da corrida, realizada no último domingo. Um corredor de 45 anos sofreu um ataque cardíaco depois de completar a prova em 4h05min10; foi atendido imediatamente, no local, e depois hospitalizado, mas não resistiu.

Há quem não goste quando coloco aqui no blog notícias como estas. Mas todos nós precisamos estar conscientes de que a corrida é um esporte de risco. É supersaudável, a gente fica muito feliz ao correr, mas também precisamos nos precaver, fazer exames médicos regularmente, ouvir o corpo e não ter medo de abandonar uma prova ou um treino quando as condições forem desfavoráveis.

Abandonar uma prova não é desistir da corrida e não é vergonha para ninguém; ao contrário, é uma demonstração de sua maturidade e de seu amor por si e pela família e demais pessoas queridas –afinal, quando a gente morre, já era, quem sofre são os que ficam.

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Juliana estreia com ouro nos 5.000 m

Por Rodolfo Lucena
18/03/13 16:22

Hoje talvez ela seja mais conhecida do grande público como a mulher de Marílson, o melhor maratonista brasileiro da atualidade. Mas o certo é que Juliana Gomes dos Santos tem brilho próprio e longa trajetória de conquistas para o atletismo brasileiro.

Ficou na história do Pan, por exemplo, a sua alegria depois das conquistas na competição de Rio-2007, e sua volta olímpica tendo a bandeira brasileira como manto.

Especialista em provas de 800 m e 1.500 –nesta, é recordista sul-americana, com 4min07s30–, Juliana está fazendo aventuras por novas distâncias neste ano. No mês passado, por exemplo, participou de seletiva de cross country e vai para o Mundial da modalidade representar o Brasil.

No último fim de semana, o estádio Ícaro Castro de Melo –o estádio do Ibirapuera—presenciou o debute da atleta nos 5.000 m, prova em que Juliana já deixa sua marca. Venceu a competição, que integrou o Campeonato Adulto da Federação Paulista de Atletismo, em 16min56s73.

“Foi a primeira vez na minha vida que corri essa distância, achei gostoso. Posso até entrar em outras provas de 5.000 m, não vou fechar esse leque, mas meu objetivo mesmo é disputar os 1.500 m num Mundial, numa Olimpíada”, disse a corredora.

Ela explicou por que entrou na disputa, que serviu de apronto para o Mundial de cross country, na próximo fim de semana, na Polônia. “O Adauto [Domingues, treinador]está me mostrando a possibilidade de correr outras provas, me mostrando do que eu sou capaz. É um trabalho até psicológico. Quando eu chegar nos 1.500 m, minha resistência e minha confiança vão ser outras”, disse.

Ah, Marílson também correu no Ibirapuera, também nos 5.000 m e também venceu. “Correr os 5.000 m depois de dois anos foi diferente, uma coisa que não fazia havia muito tempo. Foi um resultado além do que eu estava esperando, na verdade. Foi ótimo”, disse ele.

O maratonista adiantou ainda: “Vou aproveitar o primeiro semestre para correr provas mais curtas. Posso correr de novo os 5.000 m, vou correr os 10.000 m no Brasileiro de Fundo em Pista, em abril, posso correr provas de rua de 15 km, correr uma meia maratona… Mas tudo com o intuito de me preparar para uma maratona no segundo semestre, não estou pensando em Mundial nem em disputas internacionais nessas distâncias mais curtas”.

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Corredor economista debate preço dos tênis

Por Rodolfo Lucena
14/03/13 18:16

A questão dos preços dos tênis de corridas praticados no Brasil provocou uma série de comentários, cá no blog e nas redes sociais. De fato, atinge diretamente nosso sensível bolso e provoca revolta em muitos.

Um desses indignados é o maratonista Carlyle Vilarinho, que já várias vezes colaborou com este blog mandando relatos de suas aventuras corridas. Pois agora ele manda um comentário no papel de economista, que é a sua atividade profissional quando não está se dedicando às corridas.

Dito isso, passo já para o texto de Carlyle tal como ele mandou. Não sem antes dizer, porém, que fabricantes de tênis ou lojistas devem sentir-se à vontade para, eventualmente, também mandarem seus comentários sobre a questão.

Bueno, agora sim, eis o texto do Carlyle:
“Um economista metido a maratonista não pode fugir a esse debate.
Não vou tratar de preços médios, porque tornaria o comentário muito longo. Me limitarei à questão tributaria e à ganância comercial.
Um bom tênis de corrida de marcas top de linha e consagradas é vendido no varejo dos EUA por um preço em torno de US$ 100. Com mais 10% de imposto,  temos US$ 110, o que dá, em reais, ao câmbio aproximado de US$ 1 = R$ 2, R$ 220.

Pergunto então ao gerente de vendas de uma grande rede de material esportivos brasileira, por que aquele tênis que lá nos EUA custa o equivalente a R$ 220, aqui no Brasil é vendido por de R$ 450 a R$ 600 na loja dele e de concorrentes?
O simpático gerente me responde que é a carga fiscal, os impostos que no Brasil são muito altos. Concordo, mas vamos conferir?
Em um tênis importado incidem os seguintes tributos: Imposto de Importação, II, 35%, mais o Imposto de Produto Industrializado, o IPI, 20%, mais o Imposto sobre o Comércio de Mercadorias e Serviços, o ICMS, 25%; somam-se a isso mais alguns percentuais de PIS, mais outros poucos percentuais de Cofins e temos sobre o preço do tênis importado uma carga tributaria de algo em torno de 75%!!!

É de fato uma carga tributária muito pesada. Colocando os 75% sobre aquele preço de R$ 220 (equivalente ao praticado na loja americana), temos R$ 350. Ou seja, por causa dos impostos o tênis vendido no Brasil deveria custar R$130 a mais que nos EUA. Baita diferença…

Com é sabido e já mencionado no texto, o preço daquele tênis na loja brasileira não é em torno de R$ 350, como seria de supor, mas sim de R$ 450 e R$ 600. É muita diferença.

Então, se só a carga tributária não explica, o que explica estes preços brasileiros?
Eu respondo. A explicação é a margem de lucro, a ganância do varejista. E pasmem: na verdade, a margem de lucro é ainda maior do que o que se pode deduzir daqui.

Isso porque nos cálculos que fiz considerei que o varejista brasileiro está comprando de um vendedor final, de um lojista americano, como eu e você compramos. Mas o lojista brasileiro não compra no varejo, e sim direto da fabrica, a um preço muito inferior àqueles US$ 110 que pagamos nos EUA.
Resumindo, pagamos preços exorbitantes por nossos tênis no Brasil porque a margem de lucro do varejo é extremamente gorda.
Lembro que, na Europa, os preços são superiores aos praticados nos EUA, mas não mais de 20%.”

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