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Rodolfo Lucena

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Perfil Rodolfo Lucena é ultramaratonista e colunista do caderno "Equilíbrio" da Folha

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Corrida em Aracaju tem água gelada e carinho na estrada

Por Rodolfo Lucena
24/05/13 13:29

Teve água gelada em cada um dos postos de hidratação, rigorosamente instalados a cada cinco quilômetros até o mais amargo fim da corrida de 25 km em Sergipe. Considerando que a prova foi realizada na canícula do nordeste brasileiro, basta dizer isso para que fique atestada a ótima qualidade da organização do evento.

Estou falando da corrida que marca o aniversário da cidade de Aracaju. A capital sergipana completou 158 anos e a prova chegou à sua 30ª edição. Pelos relatos que ouvi, nem sempre a corrida transcorreu tão bem quanto neste ano, mas o que posso atestar é que ela deu um banho de organização em provas mais ricas e poderosas de São Paulo e do Rio.

A Corrida Cidade de Aracaju estava nos meus planos havia quase dez anos, mas nunca deu certo. Uma das dificuldades para o turista eventual é que a prova acontece no dia do aniversário da cidade, que é feriado local. Ou seja, apenas a cada cinco anos, mais ou menos, acontece no final de semana. Além disso, os preços de passagem aérea para o Nordeste sempre foram muito altos; continuam, mas, se o viajante consegue se programar com bastante antecedência, encontra valores razoáveis,q eu podem ser pagos em várias prestações.

Neste ano, deu tudo certo: incluí a prova no meu programa de treinamento para a maratona que realizaria no primeiro semestre, salvei alguns dias para a viagem e ainda consegui ótimo preço na passagem e nas diárias do hotel que escolhi.

Meu medo era o clima, a canícula, o ventão quente incendiando os pulmões, derretendo o cérebro e aposentando os músculos. Quando se abriu a porta do avião, percebi que estava perdido: um bafão invadiu a aeronave; ao desembarcar, cada passo gerava suor em bicas.

Estávamos no ponto mais quente do dia, às 14h. Não dei nem tempo para o corpo reclamar e fui para a praia, antes de mesmo de comer qualquer coisa, para fazer o treino de apresentação: Rodolfo, aqui Aracaju; Aracaju, aqui Rodolfo. Muito prazer.

Foram quarenta minutos de trote, seis quilômetros de mar, areia, asfalto e alguma brisa.

O ventinho marinho me deu alívio; imaginei que, na estrada, poderia facilitar um pouco a vida do corredor. Depois lembrei que a prova vem do sertão, não tem essa de brisa do mar salgado do Brasil; é sol na moleira o tempo todo.

O mar despertou lembranças da pátria gaúcha. Com ondas constantes, revolve as areias do fundo e dá às águas aquele tom amarronzado, que alguns conhecem por cor-de-burro-quando-foge e outros xingam de sujeira, que é característico do mar do Rio Grande do Sul. A praia larga, com alguma área de terra firme, boa para correr, também se assemelha às gaudérias. O mar, porém, é quente, convidativo, ainda que de águas revoltas e perigosas. É um cobertor, não a faca gelada das ondas gaúchas.

Cheguei com antecedência à cidade, para fazer alguns passeios tidos como obrigatórios. Agora que os fiz, recomendo: são imprescindíveis.

Para mim, o mais emocionante foi conhecer o delta do rio São Francisco, o encontro do Rio da Integração Nacional Com o mar. Em alguns pontos, o Velho Chico chega a ter 1.500 metros. É água para mais de metro; lá longe estão as ondas, cá em volta a água doce-salgada vai em correnteza que, quando se revolta, tudo engole (foto abaixo). É um Brasilzão que não tem tamanho, dá até um aperto no peito, a visão se turva, o vivente fica abestado.

Menos monumental, o outro passeio exige muita paciência, pois a viagem é longa, mas o prêmio é estupendo: as gargantas do rio Xingó (foto abaixo). Os recortes nas montanhas que margeiam o rio parecem artes de hábeis fiandeiras; as águas são verdes, traiçoeiras como olhar de cobra. E há que ficar atento ao caminho, na ida, pois se mergulha no sertão, veem-se imagens e cenas do Brasil profundo. Nesse passeio, trajeto e destino são partes de uma mesma experiência de descoberta.

Feito o imprescindível, é hora de comer e descansar, esperando a hora da largada. Dei-me tempo de sombra, água fresca e comida boa: carne seca assada com pirão de aipim, moqueca de lagosta, penne al mare e por aí vai.

A corrida começa às quatro da tarde, na histórica cidade de São Cristóvão, primeira capital de Sergipe. Fundada em primeiro de janeiro de 1590, ela se apresenta como a quarta cidade mais antiga do país. Fiquei procurando as três anteriores e encontrei uma barafunda de informações. Em várias listas das dez cidades mais antigas do país, o município sergipano nem sequer aparece. Diversos textos que li afirmam que, entre os historiadores, não há consenso sobre esse ranking. Se você tiver elementos mais consistentes para informar, fique à vontade.

De qualquer forma, a cidade integra o patrimônio histórico brasileiro e é de fato uma gracinha, como diria a falecida Hebe. Tem uma gostosa praça central, com coreto para discursos ou para abrigar uma bandinha furiosa, e uma série de igrejas do tempo do Ariri Pistola, como diria minha mãe. Vale uma visita mais demorada, mas eu apenas circulei pelas ruas de paralelepípedo no tempo que antecedeu a largada, para desanuviar o espírito e tentar dominar o medo do calor.

Bastou partir, porém, na gostosa tarde de 17 de março passado, para tudo se acalmar. O sol se abrigou em algum recanto do céu; houve ameaça de chuva e, pela manhã, havia dado uma pingolejada, mas agora eram apenas nuvens que de vez enquanto se abriam para que um sol modesto iluminasse o sertão.

Mesmo assim, só 60% dos inscritos completaram a prova. Se fosse dia de sol e calor mais forte, aposto que eu também não chegaria ao final. É que o percurso, ainda que belo, é muito exigente. São colinas que se sucedem sem descanso. Há longas subidas (foto abaixo, Divulgação), algumas escaladas; e descidas que cobram esforço sem fim dos joelhos, da musculatura posterior das coxas, do cérebro que a tudo comanda.

Eu dividi a prova em blocos de 2,5 km. Pegava água em cada posto, por onde passava andando, e levava mais um copinho para mais uns goles hidratação na metade do percurso até a estação seguinte; entre um e outro, trotava.

Assim, pude ver um terreno rico, cheio de verde, com moradores que cultivavam a terra e criavam alguns animais para abate: porcos, cabras, até um gado ou outro vi.

E as gentes vinham nos ver. Ao longo de todo o caminho, passando por lugarejos, pequenas povoações ou mesmo em trechos desertos, sempre aparecia alguém na estrada para saudar os corredores, gritar alguma brincadeira, incentivar, esquentar o coração.

Nos povoados, era dia de festa, e as famílias levavam as crianças para a beira da estrada para baterem mão com a mão dos atletas. No sertão deserto, vez que outra se via alguém solitário no morro, abanando de longe o seu apoio. Fiquei emocionado com uma vó, que colocou uma cadeira firme na terra vermelha e levou a netaiada para acompanhar o movimento (foto). Para mim, é o carinho na estrada que resume a corrida Cidade de Aracaju.

Lerdos como eu chegam à capital com noite escura. No Nordeste, nessa época, os dias são brilhantes, mas o breu desce rápido, mal dá tempo de dizer lusco-fusco. É preciso aumentar a tensão, ficar esperto, de olhar firme no asfalto. Guardar forças para os últimos quilômetros e ser capaz de acelerar ao ouvir o som da festa que aguarda o corredor.

Foi o que eu fiz. Cheguei feliz (e ainda fechei com rima rica este texto de celebração da corrida por paixão).

 

PS.: Tirando a foto de Divulgação, devidamente identificada acima, as demais são de minha lavra

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Algumas observações sobre a nova linha de tênis minimalistas da Nike

Por Rodolfo Lucena
22/05/13 14:35

Na semana passada, tive a oportunidade de experimentar, durante uma breve corrida no sensacional cenário do Jardim Botânico de São Paulo, a mais recente versão da família de tênis minimalistas da Nike. É o Free v5, que já está à venda nas lojas brasileiras com preço sugerido de cerca de R$ 350.

“Minimalista” é a alcunha dada a tênis de corrida que afirmam procurar tornar a pisada o mais natural possível, mas não sei se natural é a palavra mais correta. Digamos: a mais próxima possível da corrida com os pés descalços.

O exemplar mais emblemático desse segmento é o Vibram Five Fingers, que é uma espécie de luva emborrachada para os pés; a proteção tem espessura mínima e o desenho do calçado acompanha o formato dos pés, até mesmo com espaços individuais para cada um dos dedo. Para conhecer mais sobre esse produto, confira o site da empresa, AQUI, em inglês. À venda no Brasil, o Five Fingers custa a partir de R$ 150, aproximadamente, de acordo com rápida pesquisa que fiz na internet.

Esse é um tipo de produto que teve um crescimento gigantesco nos últimos anos. Não tenho números do mercado, mas basta ver que todas as grandes fabricantes de tênis de corrida entraram nesse bonde com tudo, apesar de terem sido, ao longo dos anos, vendedoras de produtos notabilizados pelo alto grau de amortecimento ou superestruturados.

No caso da Nike, as vendas da linha Free, que tem três modelos e foi lançada nos EUA em 2004, ultrapassaram as da linha Lunarglide, no segmento de produtos para corrida. No Brasil, a Lunarglide, que era líder até julho do ano passado, também foi superada pela família de tênis minimalistas.

Claro que o poderosíssimo marketing da Nike tem uma grande parte da responsabilidade por esses acontecimentos. Mas já aprendi que, seja na política, seja no comércio, nada vende sem ter um mínimo de qualidade ou de apelo a interesses do público. Quais são, então, os valores dessa linha, em que ela consegue agradar os compradores?

Pelo pouco que pude observar, os dois fatores objetivos de maior destaque do tênis são o baixo peso e a altíssima flexibilidade –esta você pode constatar pela foto ao lado (Divulgação). Com 232 gramas, o modelo mais pesado da família, o Free 5.0 v5, é 74 gramas mais leve do que o Pegasus, que é, na minha opinião, o melhor tênis de corrida da Nike. O modelo mais leve chega a ter mais de 100 gramas de diferença para o Pegasus.

Além de marketing, peso e flexibilidade, outro fator que contribui para as boas vendas da família Free é sua beleza, com boa variedade de cores vibrantes, especialmente na linha destinada às mulheres. Aliás, talvez por isso, ele é bastante vendido para uso casual, nas baladas ou na rua.

Para corrida, no breve teste que fiz (um trote de cerca de 3 km), não encontrei grandes maravilhas nem tampouco tive grandes decepções. Não senti dores nem notei modificações na pisada pelo minimalismo do produto. O único momento de “Ah!” foi quando corri alguns metros na grama; ali senti mesmo o pé em contato com a terra; quase deu cócegas (brincadeira…).

Com base nisso, não dá para dizer se é bom ou não. Nas conversas com o pessoal da Nike, porém, deu para perceber que, apesar do entusiasmo deles com as vendas do produto, são um pouco recalcitrantes quanto a recomendá-lo para uso amplo, geral e irrestrito nas corridas.

Perguntei para o pessoal da Nike se, carregando no marketing dos minimalistas, eles não temiam ser acusados de contribuir para o aumento do número de lesões de corredores. Começam a surgir estudos mostrando que a corrida descalça pode estar contribuindo para novos machucados nos corredores –leia mais sobre isso clicando AQUI. Não é improvável que os tênis minimalistas também entrem nessa dança.  

O que eles disseram é que, de fato, usuários de primeira viagem podem ter dores, especialmente nas panturrilhas. Por isso, recomendam que seja feita uma adaptação progressiva ao uso dos tênis minimalistas. Mesmo quem veste a linha só para caminhadas deve fazê-lo aos poucos.

Além da adaptação progressiva, os usuários também devem ser parcimoniosos no uso geral dos tênis minimalistas. Eles não são recomendados para treinos longos, de cara, nem provas muito compridas –para alguns, 10 km é o máximo; para outros, a meia maratona está de bom tamanho.

O pessoal da Nike que acompanhou o breve treino bateu numa tecla: esse tipo de tênis contribui para o fortalecimento da musculatura. Seria um complemento da preparação do corredor.  Por isso, ele seria mais bem aproveitado como um segundo (ou terceiro, sei lá) par de tênis de corrida, para uso nos dias de treino mais leve, específico.

No material de divulgação, esse aspecto é destacado logo de cara. Sobre o modelo mais grandalhão, o 5.0m diz: “Proporciona o fortalecimento da musculatura entre outros benefícios de correr descalço, só que com a tração e a proteção de um calçado esportivo”.

Sobre o mais leve, o 3.0, afirma: “Proporciona todos os benefícios dos movimentos da corrida natural sem o sacrifício de ter que correr descalço. (…) Cortes diagonais na sola e entressola na região do arco do pé favorecem o fortalecimento da musculatura”.

Não conheço evidência científica desse fortalecimento, mas imagino que a Nike tenha estudos a respeito. No material de divulgação dos EUA, a empresa afirma: “Foi demonstrado que o uso do Free aumenta a força de alguns músculos no pé e no tornozelo” (veja AQUI, em inglês).

A questão geral é: será mesmo que a corrida dita “natural” é tão boa assim? Alguns argumentam mostrando a corrida descalça das crianças, quando estão aprendendo a andar; por outro lado, não dá para esquecer que as crianças correm por segundos, no máximo por poucos minutos. E as corridas a que nos submetemos duram horas…

Também há argumentos dizendo que os quenianos são bons porque correm descalços na infância, desenvolvendo a musculatura dos pés. Há controvérsias. E os recordes vêm sendo batidos por corredores calçados (claro que há outros fatores envolvidos nisso além da questão biomecânica/fisiológica).

De qualquer forma, o que me parece sensato é a recomendação de que a experiência, seja com a corrida natural, seja com o uso de tênis  minimalistas deve ser gradual e progressiva.

Além disso, não me canso de proclamar: cada um com seu cada qual. Tem gente que gosta de correr com tênis de alto amortecimento, ainda que mais pesados. E há, no outro extremo, os que gostam de correr descalços. Nesse debate, não creio que a resposta esteja no dito “caminho do meio”. A resposta certa cada um precisa encontrar por si mesmo.

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Confira datas de provas gratuitas do Circuito Popular de Corridas de SP

Por Rodolfo Lucena
20/05/13 10:30

O Circuito Popular de Corridas de Rua de São Paulo deste ano debutou no dia 7 de abril passado com um desafio na região central da cidade, sem ter confirmadas as datas das provas seguintes.

A Prefeitura ainda não divulgou todo o cronograma das 22 etapas do circuito, mas já adiantou algumas. Estão abertas as inscrições, via internet, para a etapa da Vila Maria, que será disputada no próximo domingo. Em geral, a corrida mais difícil é para conseguir vaga, porque as inscrições terminam num zás-trás.

Quem quiser tentar a sorte pode clicar AQUI para acessar o site oficial em que são feitos os registros. ATENÇÃO: no momento em que publiquei este texto, o site ainda não estava atualizado para a edição de Vila Maria, continuando com a edição da Sé, já realizada; isso deve mudar ao longo do dia.

Se você não conseguir vaga, não fique triste, pois já estão marcadas algumas das futuras edições. As inscrições podem ser feitas ao vivo e em cores, nos locais divulgados, ou via internet, pelo mesmo site já apontado acima. Fique esperto, pois as inscrições presenciais para a etapa seguinte, no dia 9 de junho, em Cidade Tiradentes, já começam amanhã.

Veja a seguir a programação já confirmada pela Prefeitura e os locais para registro.

9 de junho – Etapa Cidade Tiradentes

Inscrição presencial: a partir de amanhã na Subprefeitura de Cidade Tiradentes (Estrada do Iguatemi, 2751, tel.: 3396-0000); inscrição on-line – a partir de 3 de junho

16 de junho – Etapa Freguesia do Ó

Inscrição presencial: 28 de maio na Subprefeitura da Freguesia (Av. João Marcelino Branco, 95, tel.: 3981-5000) inscrição on-line: a partir de 10 de junho

26 de junho – Etapa Lapa

Inscrição presencial: 4 de junho na Subprefeitura da Lapa (Rua Guaicurus, 1.000, tel.: 3396-7500); inscrição on-line: a partir de 15 de junho

30 de junho – Etapa M´Boi Mirim

Inscrição presencial: 11 de junho na Subprefeitura de M´Boi Mirim (Estrada do Riviera, 394, tel.: 5514-4531; inscrição on-line: 24 de junho

6 de julho – Etapa Capela do Socorro

Inscrição presencial: 18 de junho na Subprefeitura da Capela do Socorro (Rua Cassiano dos Santos, 499, tel.:  3397-2700); inscrição on-line: 1º de julho

Para mais informações mande e-mail para circuitopopularsp@yahoo.com.br.

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Queniano crava em Santos sexta melhor marca do mundo nos 10 km

Por Rodolfo Lucena
19/05/13 15:59

O queniano Edwin Kipsang Rotich não apenas venceu na manhã de hoje a 28ª edição do 10 KM Tribuna FM-Unilus como detonou o recorde anterior e ainda cravou a sexta melhor marca do mundo na distância (ainda não oficial).

Ao cruzar a linha em 27min45 (foto Divulgação), pulverizou a marca anterior (27min59), que era do hexacampeão Marílson Gomes dos Santos. E se inscreveu entre os dez primeiros do ranking mundial, passando a ocupar o sexto lugar. Na lista de hoje da IAAF (a Fifa do atletismo), a posição é do queniano, Alan Kiprono, que correu os 10 km em 27min46 no dia 30 de março, em Nova Orleans.

Já Marílson, que estava com boas perspectivas para essa prova, acabou abandonando a 2,5 km do final. Ele estava se recuperando de uma gripe e não conseguiu acompanhar o ritmo dos africanos, que dominaram o pódio. “Hoje não era o dia. Entrei na prova de teimoso”, disse ele, segundo registro feito pela assessoria de imprensa da corrida.

O campeão do ano passado, Mark Korir, ficou em segundo, com 28min11.  Ismail Juma Gallet, da Tanzânia, ficou em terceiro lugar, depois de ter liderado parte da corrida; terminou com 28min35.

Entre as mulheres, a dominação queniana se repetiu. Nancy Jepkosgei Kipron venceu a disputa, com 32min36. Os campeões faturaram, cada um, R$ 25 mil, de um total de R$ 120 mil distribuídos aos 20 primeiros do masculino e feminino.

Kipron foi seguida por Maurine Jelagat Kpuchumba, com 32min55, e  Sara Ramadhani Makera, com 33min12. A melhor brasileiras foi a atual campeã nacional dos 10.000 m, Cruz Nonata da Silva, em quarto lugar, com 33min24s (nos três anos anteriores foi a terceira colocada). No masculino, o brasileiro mais bem colocado chegou em quinto lugar: Daniel Chaves da Silva, 28min47.

Uma das maiores provas do Brasil, a corrida de Santos teve 18 mil inscritos.

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Organizadores de série de maratonas roqueiras sonham em chegar a Nova York

Por Rodolfo Lucena
17/05/13 10:24

Já está no forno uma nova maratona de Nova York, realizada durante a primavera local (entre março e junho), talvez em 2015. Tudo vai depender, porém, do novo prefeito da cidade. A atual administração já descartou a ideia de ter uma segunda grande corrida na chamada Big Apple.

Isso não desanima o grupo Competitor, que organiza a série Rock ´n´ Roll Marathon, um sucesso que disparou de apenas seis provas em 2008 para maratonas em 33 cidades dos EUA e da Europa (em Madri e Lisboa, por exemplo).

O outro contendor é mais modesto, uma empresa que vem organizando corridas em Nova York –faz até uma maratona no Brooklin, um monte de voltas em um dos parques daquele bairro. A New York City Runs acredita, porém, que sua força esteja exatamente nisso, o fato de ser prata da casa. E pretende que a corrida seja limitada às ruas do Brooklin.

Já a suposta Rock ´n` Roll Marathon de Nova York seria na própria Manhattan, no coração da cidade.

Público para isso existe: a cada ano, cerca de 100 mil pessoas tentam uma vaga na maratona de Nova York, e menos da metade conseguem. Além disso, a corrida traz benefícios para a cidade: em 2011, a prova gerou US$ 340 milhões em recursos para a Big Apple, considerando os gastos de turistas que visitaram Nova York por causa da prova.

O problema é que uma corrida de 42 km também cria entraves para o trânsito e obriga a administração da cidade a prover serviços extras –que são pagos pelos organizadores.

Vamos ver o que acontece. Acho que os corredores adorariam até mesmo ter as duas opções…

 

 

PS.: Obrigado ao leitor Carlyle Vilarinho, que me chamou a atenção para esta notícia.

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Maior tempo de corrida aumenta risco de lesões frequentes

Por Rodolfo Lucena
15/05/13 12:29

Quem pratica corrida por mais de uma hora por dia ou mais de 50 km por semana tem mais risco de apresentar lesões com frequência, segundo uma das conclusões do Estudo Epidemiólogico das Lesões em Esportes de Lazer, realizado por pesquisadores da Fundación Mapfre e do Laboratorio de Biomecánica de la Universidad Politécnica de Madrid (UPM).

A idade também é um fator de risco: seis de cada dez lesionados com frequência têm mais de 35 anos. Os homens são os que mais sofrem, representando 87,9% dos que se lesionam praticando esporte.

Segundo o estudo, as partes do corpo mais atingidas são as pernas e os joelhos, com 30,6% e 28,2% das lesões nos corredores de menos de 35; nos mais velhos, é significativo o percentual de lesões nos pés –12,6%

O risco de sofrer uma lesão aumenta se a pessoa corre há mais de cinco anos (59,7%). E correr com objetivos competitivos é apresenta um risco de lesão 5,5 vezes superior a correr apenas por lazer.

Bom, esses são os resultados do estudo. Com base nele, os especialistas reafirmam o que é o grande mantra de treinadores e profissionais de saúde vinculados à área esportiva: é preciso fazer tudo de forma progressiva, cuidar com o volume e a intensidade dos treinamentos. E todos devem fazer exames médicos antes de começarem a praticar algum tipo de atividade física.

Agora, aposto que dá para encontrar estudos que mostrem que há maior número de lesões nos primeiros cinco anos de prática esportiva. Eu sou frequentador assíduo de clínicas de fisioterapia, e um grande número de meus colegas de tatame e maca tende a ser de iniciantes. Gente que se entusiasma e corre mais do que o corpo está preparado para enfrentar.

Corrida é uma atividade repetitiva, e a gente ganha aos poucos a condição de fazer mais. Quem tenta queimar etapas acaba queimado –e eu sou exemplo disso. Por isso, volto a insistir: devagar se vai ao longe, vamos comer pelas bordas o mingau quente e paciência e caldo de galinha não fazem mal a ninguém (a não ser que a pessoa tenha alergia a aves em geral e galináceos em particular).

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Suspeito do ataque na maratona de Boston finalmente é enterrado

Por Rodolfo Lucena
13/05/13 11:10

Depois de vários dias de busca por um cemitério que aceitasse receber o corpo do jovem suspeito de colocar as bombas que provocaram três mortes e centenas de feridos na maratona de Boston, finalmente Tamerlan Tsarnaev foi enterrado em cerimônia privada.

A família recebeu apoio de um grupo religioso para o enterro em um cemitério de Virgínia; até então, o cadáver vinha sendo guardado em um morgue em Worcerster, pois os cemitérios de Massachusetts (Estado onde fica Boston) se recusaram a fazer o sepultamento.

Tsarnaev foi morto no dia 19 de abril depois de um tiroteio com forças policiais de Boston, quando tentava escapar da região. Seu irmão mais jovem, Dzhokhar, foi preso mais tarde e ainda está detido com suspeito do ataque terrorista.

O tio de Tsarnaev, Ruslan Tsarni, cuidou das providências necessárias para o sepultamento, realizado em um cemitério de Doswell, Virginia, perto de Richmond (foto acima, Reuters).

O jogo de empurra do cadáver de suspeito do ataque começou logo depois de sua morte em um hospital de Boston. Pela lei estadual, ele poderia ter sido sepultado na cidade, pois lá ocorreu sua morte. Mas as autoridades locais recusaram guarida para o corpo, alegando que o suspeito vivia em Cambridge, que, por sua vez, também não aceitou fazer o enterro.

A mãe de Tsarnaev afirmou que a Rússia também não permitiu que o corpo fosse levado para a cidade natal do jovem, Dagestan.

“Agora ele está enterrado, acabou”, resumiu o tio.

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Solonei e Paulo Roberto são o Brasil no Mundial de maratona

Por Rodolfo Lucena
10/05/13 16:16

Apenas dois maratonistas brasileiros conquistaram o índice exigido pela Confederação Brasileira de Atletismo para a participação no Mundial, que será realizado em agosto na Rússia.

O campeão pan-americano da maratona, Solonei Rocha da Silva (no alto, forto Wagner Carmo/CBAt) garantiu a vaga no dia 17 de março ao completar a Maratona de Seul, na Coreia do Sul, em 2h12min47. E o maratonista olímpico Paulo Roberto de Almeida Paula, um dos Gêmeos, carimbou o passaporte com uma vitória na maratona de Pádua, na Itália, onde cravou 2h13min (abaixo, foto Arquivo Pessoal).

O índice exigido para os homens era de 2h13min44. Nenhuma brasileira conseguiu o índice qualificatório, que era de 2h28min50.

Em outras competições, vários atletas já conseguiram o índice. No início do mês, por exemplo, Mahau Suguimati venceu a prova dos 400 m com barreiras do Grande Prêmio de Shizuoka, no Japão. Sua marca foi de 48s79, folgada sobre o índice de 49s16.

Entre as mulheres, um dos destaques é Ana Cláudia Lemos (fotos Wagner Carmo/CBAt), que no início do mês estabeleceu nova marca brasileira e sul-americana para os 100 m. Ela venceu o Torneio FPA Adulto de Atletismo com 11s13 (o índice é de 11s17).

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Menina de 18 anos morre na maratona de Toronto

Por Rodolfo Lucena
08/05/13 10:39

A família de Emma van Nostrand sabia que a jovem corredora tinha sido levada para um hospital. Uma prima da garota de 18 anos viu quando Emma foi colocada numa ambulância, durante a maratona de Toronto, no último domingo, mas não imaginava que a situação fosse tão grave. Os pais de Emma, ambos corredores, pensaram que fosse um caso de desidratação.

Nunca mais viram a filha viva. A garota (foto Arquivo Pessoal), que teve um problema cardíaco cerca de três quilômetros antes de completar a prova, morreu no hospital. Somente ontem os pais conseguiram uma explicação para o que ocorreu: ela tinha um problema cardíaco que não havia sido detectado previamente, segundo seu pai informou à imprensa canadense.

A prova de Toronto seria a primeira maratona de Emma, que realizou três meias maratonas nos últimos 18 meses, preparando-se para o novo desafio. Ela era uma praticante de esportes, jogava basquete e futebol, além de nadar: em uma rede social, publicou fotos depois de competição em piscina.

Os pais de Emma também participaram da corrida; o pai havia estado na maratona de Boston, completando a prova antes das explosões que provocaram três mortes e centenas de feridos. Eles souberam pela prima de Emma que a garota havia necessitado de atendimento; foram à tenda médica e, em seguida, encaminhados para o hospital.

A garota nunca havia reclamado de dores ou de qualquer problema de saúde. A família também não tinha histórico de doenças cardiovasculares, segundo disse o pai.

Ontem, depois de conversar com o médico legista, o pai informou que a causa da morte foi uma anormalidade cardíaca que raramente é detectada. Uma das artérias não estava no ângulo normal; o estresse da prova fez com que ela se contraísse até impedir a passagem do sangue, provocando o desastre.

O pai afirmou que, segundo o legista, a garota era uma “bomba viva”, e o acidente poderia ocorrer a qualquer momento: subindo escadas, por exemplo.

Bom, é o que dizem os médicos. Na mesma prova, outra pessoa, um homem de cerca de 30 anos, também desmaiou, mas foi salvo por massagens cardíacas.

É terrível falar sobre casos como esses, mas é impossível deixar de abordar essa questão, lembrando a todos nós que corrida –e qualquer exercício físico—é uma prática de risco. Exige que a gente se prepare e que faça todos os exames médicos recomendados, além de revisões anuais. Lembre-se sempre: na dúvida, não ultrapasse.

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Em Porto Alegre, construo memórias com minhas passadas

Por Rodolfo Lucena
03/05/13 23:15

Porto Alegre não era assim.

Para mim, cabia na mão. Eu ia de um lado para outro, aprendi a andar de ônibus, de bonde, saía da Floresta, passava pelo centro, embicava para o Menino Deus, voltava como queria, tomava garapa nos bares em volta do Chalé da praça XV.

Cresci, o mundo inteiro virou Cidade Baixa: bar do Daiu (pronuncia-se com tônica no ú), Esquina Maldita, teatro de Câmara, botecos da República, Beco, rádio da Universidade.

Quando saí de lá, o Gasômetro ainda estava em ruínas, mal nascia a Perimetral, os ônibus T também estavam só começando, o cais do Porto não tinha quadros nem instalações artísticas, a Nilo morria pouco depois do Anchieta, shopping era só o da João Pessoa…

Quando voltei, debutei na maratona, meus treinos engoliam a cidade. Com 10 km, saí de casa e passava por tudo onde Porto Alegre existia; com 20 km, chegava ao coração da zona sul, depois do Jangadeiros. Sabia de tudo, conhecia os caminhos, levava no cérebro a planta da cidade.

Da Porto Alegre de hoje, porém, não tenho memória. No meu último longo antes de uma maratona que –espero—vai marcar minha volta às corridas sem dor, descobri uma cidade que não existia em mim, não estava no mapa.

Porto Alegre, a bem dizer, ia do Guaíba à igreja Maria Goretti, no Passo da Areia; pelo lado sul, o marco derradeiro era a Ipiranga, que acompanhava o arroi Dilúvio até a PUC e mais um pouquinho, lá onde ficava o 18º Regimento de Infantaria, o Dezoito, onde a gente se apresentava para o serviço militar. Certo, o mapa não era retinho: havia pontas: o Cristal com seus cavalinhos e, mais longe ainda, Ipanema, Assunção, Restinga, a Faixa Preta.

Tudo isso estava na memória. O que não estava não existia. Pois foi construído nos últimos dias de abril, em treinos curtos e no longo, que nem tão comprido assim foi, mas serviu para rodar pelo mundo do esquecimento.

Mais: mundo do nada. A gente é o que a gente se lembra; o que não lembramos não sabemos, não é nada, coisa nenhuma. Assim eram os caminhos que não conhecia e que percorri.

São as veias da Zona Norte. Descobri avenidas novas, com asfalto retinto, pedindo corrida, velocidade, ritmo, melodia de passadas. Trechos especiais para bicicletas –isso nunca existiu na Porto Alegre de antes, a da memória velha.

Subi morro e desci morro, parei para registrar vistas que nunca tive. Encontrei a casa mais gremista do mundo, pintada de azul, branco e preto, iluminada pelo escudo glorioso, embandeirada com as flâmulas do Imortal.

E segui. Descobri que a Protásio Alves não terminava no mundinho de bares, mas se ia embora. Encontrei praças abandonadas e outras tantas aproveitadas, vi montanha cortada a faca e me embrenhei por bibocas, construindo memórias de uma Porto Alegre em construção.

Quando me dei conta, estava na saída da cidade. Era só seguir, pararia em Viamão. Nananina, embiquei para os lados do Guaíba, que para mim vai ser sempre rio –hoje em dia, coitado, até de lago é chamado–, e me descobri na Ipiranga, margeando o arroio Dilúvio que, em dias de temporal, enrosca, grunhe feio e até carro engole…

Pois ali também me era desconhecido, mas descortinei em passadas: numa reta só, me encontrei de novo com o velho Dezoito, onde um dia fui considerado excesso de contingente, e segui em frente. Voltei à Porto Alegre que eu conhecia, agora ainda maior na minha memória.

 

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