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Rodolfo Lucena

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Perfil Rodolfo Lucena é ultramaratonista e colunista do caderno "Equilíbrio" da Folha

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Filme conta história da glória olímpica de mulheres brasileiras

Por Rodolfo Lucena
11/10/13 09:31

Preconceito, perseguições, falta de recursos, alegria, emoção, conquista, esperança, glória –eis alguns dos ingredientes do filme “Mulheres Olímpicas”, de Laís Bodanzky, que passa neste domingo, às 22h30, no canal ESPN Brasil.

Tive a oportunidade de assistir ao filme durante uma mostra de cinema dedicada ao esporte olímpico brasileiro. Trata-se de um documentário muito bacana, que traz depoimentos de algumas “heroínas” de minha geração assim como de atletas mais jovens, além de apresentar imagens de época.

O filme lembra quão recente é a história da participação de mulheres brasileiras em Olimpíadas. A primeira participação foi em 1932, em Los Angeles, e a primeira medalha veio mais de 60 anos depois, em Atlanta. Só na mais recente edição dos Jogos, em Londres-2012, que todos os países participantes tiveram representantes mulheres e pela primeira vez foi incluído o boxe feminino, fazendo com que pela primeira vez na história as mulheres participem de todos os esportes olímpicos.

Senti falta, porém, do depoimento da grande corredora Eleonora Mendonça, única brasileira a participar da primeira edição olímpica da maratona feminina, em Los Angeles, em 1984.

Isso porque a participação dela foi muito além da competição: esteve presente nas jornadas que acabaram por convencer o Comitê Olímpico de que as mulheres podia, sim, correr uma maratona. Além de atleta, foi ativista, militante e dirigente das lutas esportivas femininas. Na última vez em que falei com ela, ainda dava aulas nos EUA, onde morava –tem visitado o Rio com alguma frequência nos últimos anos.

De qualquer forma, o filme é muito bom e vale a pena esperar até mais tarde na noite dominical.

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Treinão na USP divulga campanha contra câncer de mama

Por Rodolfo Lucena
10/10/13 09:31
Mais de cem mulheres deverão participar, neste sábado, do treinão “Corra pela Vida”, que faz parte das atividades do Outubro Rosa, uma campanha de divulgação de ações preventivas contra o câncer de mama.
O treinão, que começa às 7h30, será numa distância de 6 km e terá a participação das mulheres que integram o projeto Vida Corrida, uma ONG que atua no Capão Redondo e promove a inclusão social por meio da corrida.
O treino é aberto, e a largada é no bolsão da Psicologia, na Cidade Universitária (USP-SP). A participação é gratuita, mas é preciso se inscrever e as inscrições são limitadas.
Para se cadastrar, o interessado deve enviar um e-mail para contato@itlady.com.br com nome, contato e número da camiseta. No dia da corrida, cada participante receberá uma camiseta em troca de um tênis doado (no material de divulgação que recebi não está claro, mas entendo que seja um tênis usado).
Após o treino, haverá um café da manhã na Rua Alvarenga 1.777, ao lado da USP, onde também será realizada uma palestra sobre violência contra a mulher.
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São Silvestre é tema de longa que estará na Mostra de Cinema de São Paulo

Por Rodolfo Lucena
08/10/13 09:17

O corredor ou a cidade? São Paulo vista através da corrida mais antiga do Brasil é o mote do filme “São Silvestre”, que chega aos cinemas em dezembro, segundo material de divulgação que recebi.

Antes, porém, o longa será apresentado durante a Mostra Internacional de Cinema de São Paulo, de 18 a 31 deste mês.

A direção desse longa é de Lina Chamie, que fez no ano passado o filme oficial sobre o centenário do Santos.

Bom, ainda não vi o filme, portanto não posso falar nada a respeito.

O material de divulgação não me pareceu muito esclarecedor.

Compartilho com você o início do texto recebido:
“ `São Silvestre` é um filme sensorial que procura reproduzir na tela a sensação do corredor. A corrida de rua São Silvestre, com sua mística da passagem, o avançar no tempo, o Ano Novo que se aproxima e as próprias ruas da cidade de S.Paulo, formam o contexto desta viagem intimista e profunda do ser humano em busca de superação e de vida

Vou fazer o possível para ver esse documentário, pois é raro a gente ter a corrida nos cinemas. Depois conto mais a respeito.


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Com lente frontal, câmera de ação da JVC é fácil de usar

Por Rodolfo Lucena
04/10/13 10:57

Se a primeira impressão é a que fica, digo que a câmera Adixxion me causou surpresa quando abri a embalagem. Diferente da mais conhecida câmera de ação do mercado, a GoPro, a máquina da JVC tem a lente “na frente”, digamos assim, e não do “lado”, como na rival mais famosa.

Acho que a imagem ao lado deixa claro, mas, de qualquer maneira, vou tentar explicar: pouco maior do que uma caixa de fósforos, ela tem a câmera na parte mais estreita, frontal. Em uma das laterais, apresenta uma pequena tela de cristal líquido.

Como em todos os aparelhos que testo, comecei a mexer na câmera sem olhar o manual ou o guia rápido do usuário; se necessário, pediria ajuda aos universitários. A boa notícia é que não foi preciso, pois a operação da Adixxion é superfácil, mesmo para um brocoió como eu.

Tem apenas seis botões (dois de cada lado e dois na parte superior), alguns com múltiplas funções. Na parte de cima estão o botão de liga/desliga e o disparador de fotos ou de gravação, que também funciona como botão de Ok na seleção de funções.

Do lado esquerdo da câmera (estando a lente voltada para a frente), estão os botões de acesso ao menu e o de voltar; do lado direito, acima da telinha, estão os botões de navegação pelos diversos menus (idioma, foto ou vídeo e outros), que também servem para manipular o zoom.

Pronto. É ligar e mandar ver.

Foi o que fiz. O grande problema, para quem se dedica a filmar suas corridas, é que a câmera ainda não tem (ou, pelo menos, não está disponível nestas plagas) dispositivo que permita carregá-la na cabeça. No material de divulgação que recebi, não havia informação sobre isso; solicitei à assessoria, que mandou a câmera para testes, mas também não veio, apesar de terem me dito que existia.

Com a câmera, como acessórios padrão, vieram adaptadores para uso em capacete de ciclista/skatista ou outros, em bicicleta e em óculos de esquiador. Bueno, nenhum deles servia para mim, mas nem por isso deixei de testar a câmera, pois pode ser útil para outros esportistas.

Meu primeiro critério de avaliação é a facilidade de uso, e a máquina da JVC passou nessa avaliação. Não foi preciso consultar os guias para iniciar a operação, gravar e transferir as imagens para meu computador.

O fato de a tela estar na lateral, porém, a deixa menos útil como monitor de filmagem, pois o usuário não consegue ver o que está aparecendo no visor (a não ser que curve a cabeça, movimento os braços de um jeito específico e se torça todo).

Claro que, em geral, quem usa uma câmera desse tipo não monitora a filmagem, pois ela fica instalada longe das vistas do usuário (no capacete ou no guidão da bicicleta, por exemplo). Mas eu estava filmando com ela nas mãos; para mim, seria útil ver as imagens em gravação.

A empresa informa que essa monitoria pode ser feita via celular, mas há que convir que isso complica as coisas ainda mais, mesmo que seja simples montar esse circuito.

Bom, fiz várias experiências de filmagem e fotografia, todas com bons resultados do ponto de vista técnico. As fotos ficam com aquele estilo “arredondado” das produções com lente grande angular; os filmes captam bem as cores, com boa definição, e o som também é muito bom.

Como exemplo, você pode ver este aqui, que produzi enquanto passava de carro pela reserva do Taim (clique AQUI). Girei a câmera para tudo quanto é lado, depois a mantive um pouco quieta; o som é um pouco angustiante: trata-se do ruído do vento gemendo pelo interior do Rio Grande do Sul.

Pesando 126 gramas, a câmera é, segundo a fabricante, “resistente à água, em até 5 metros de profundidade, e suporta quedas de até dois metros de altura”. Além do cabo USB, tem sistema de transmissão sem fio (Wi-Fi).

O preço sugerido para a Adixxion é de R$ 1.399.

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Primeiras impressões sobre o tênis Mobium, da Puma

Por Rodolfo Lucena
02/10/13 13:13
Não sei se é a minha falta de percepção ou se as propagandas são meio exageradas. O certo é que poucas vezes percebi, nas últimas avaliações de tênis de corrida que fiz, as características anunciadas pelas fabricantes no material de divulgação para a imprensa ou em filmes publicitários.
Isso se repetiu no caso do Mobium Elite, o novo tênis de corrida da Puma, que promete contração e expansão do solado acompanhando os movimentos dos pés. Não percebi nada disso, mas ficou claro o bom amortecimento oferecido pelo calçado, tanto no calcanhar como na parte da frente.
Também não percebi os efeitos da “Mobium band”, uma tira elástica que atravessa toda a sola e, segundo a empresa, responde de acordo com a força aplicada na pisada. “Quanto mais força se aplica, mais elasticidade ela oferece.”
O que senti nos primeiros testes, isso sim, foi uma contração maior, um certo estresse até, na parte lateral/medial do pé –o lado oposto ao arco. Destaco isso porque é uma região que, em geral, não dá notícias durante a corrida. E, ao mesmo tempo, é um lugarzinho onde facilmente ocorrem lesões por estresse.
Isso me assustou nos primeiros quilômetros e fiquei prestando atenção no local, ao mesmo tempo em que tentava entender a razão daquele esforço especial. Uma hipótese: é resultante dessa tal tira elástica e da própria construção do tênis.
Segundo a empresa, ele tem uma base autoajustável, que proporciona “mudanças no comprimento, na altura e na proporção de acordo com o movimento natural do pé”. Não tenho como comprovar isso, mas o certo é que o tênis é construído numa espécie de arco, com o calcanhar e a parte da frente do chassis unidos, integrados, pela tal banda elástica.
Na parte superior, o tecido é muito fofinho e se ajusta muito bem ao pé. Para meu gosto, até um pouco demais, pois estou acostumado a tênis mais estruturados e pesados.
Noves fora, a combinação de chassis e cabedal produz um calçado muito flexível, mas também com bom amortecimento. Tanto é que não tive medo nenhum de usá-lo em um treino de mais de uma hora, logo no início dos testes.
O meu treino mais longo com o Mobium foi de 16 km –no lançamento do produto, a empresa divulgou que ele é mais indicado para uso em provas/treinos de até 21 km. No total, entre caminhadas e corridas, fiz cerca de 100 km nessa avaliação.
Depois daquele susto inicial, não tive praticamente mais nenhuma pendenga com o Mobium. Ele se comportou bem na areia dura da praia, em chão de concreto e de asfalto. Porém, em alguns percursos de chão batido irregular, com pedregulhos, senti um pouco de instabilidade.
Aliás, o Mobium também teve problemas de aderência na passagem em trechos de asfalto e concreto molhados –que, pela própria natureza, são mais escorregadios.
De qualquer forma, apesar de eu não ter percebido as funções mais destacadas no material de divulgação, o Mobium Elite no geral é um tênis leve, bastante confortável e com bom amortecimento.
O preço no Brasil é de R$ 399,90; na loja on-line da Puma nos EUA, o preços é US$ 110 (cerca de R$ 243).
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Kipsang quebra o recorde mundial da maratona e diz querer mais

Por Rodolfo Lucena
30/09/13 14:11

Na entrevista coletiva oficial, antes da maratona de Berlim, o queniano Wilson Kipsang já era claro ao dizer que iria tentar buscar o recorde mundial na prova de ontem. E que estava confiante em conseguir seu objetivo.

A segurança de Kipsang vem sendo construída há tempos. Há dois anos, ele beliscou a marca mundial, que então eram de seu compatriota Patriock Makau, ao vencer a maratona de Frankfurt em 2h03min42, apenas quatro segundos mais lento que o recorde de então (2h03min38, estabelecido ali mesmo em Berlim).

Além disso, já correu sub2h05 quatro vezes na carreira. Aliás, na sua preparação para Berlim, teria feito treino na distância oficial cravando marca melhor que o recorde. Correr por duas horas a um ritmo de 2min55 por quilômetro não era alheio ao corpo e à mente do atleta.

Claro que tudo precisava ser perfeito. O clima estava bom, havia um ventinho (no final, Kipsang chegou a reclamar da brisa contrária), e os termômetros estavam na casa dos oito graus Celsius. Os coelhos estavam ensinados, conscientes do ritmo a correr e da marca que era buscada ontem.

Mas saíram voando: a passagem do primeiro bloco de 5 km sinalizava final em menos de duas horas e três minutos, coisa em que ninguém estava apostando. Era preciso reduzir.

Os poucos, a turma foi acertando o passo. Cinco quilômetros depois, a previsão era de final em 2h03min29. Deram uma pequena acelerada para a passagem do km 15 e cruzaram a marca da meia maratona em 1h01min32 (2h03min04 para o final, se o ritmo fosse mantido).

Daí as coisas degringolaram. Do km 20 ao km 25, foi a pior passagem de 5 km. A previsão ainda indicava recorde, mas ali-ali, com apenas quatro segundos de vantagem, que poderia facilmente se perder ao longo dos duríssimos 17 km que faltavam.

Nos últimos cinco quilômetros em que os líderes são puxados pelos marcadores de ritmo, o ritmo se descontrola totalmente, o recorde parece estar indo embora. A previsão é de 2h03min48.

No pelotão de liderança, os contendores são Wilson Kipsang e o jovem Geoffrey, que tem o mesmo sobrenome, mas não é parente. Corajosamente, Eliud Kipchoge, outro queniano, se alinha com o trio de ferro. Um puxando o outro, outro desafiando o um, os três conseguem recuperar um pouco, a passagem do km 35 é um pouco menos aterradora, mas ainda não traz de volta o recorde mundial.

Então Wilson Kipsang decola. Pega a prova com as mãos, os dentes, pernas e pés que se movem como metrônomo, mas um pouquinho mais forte a cada instante. Engole asfalto e devora segundos, deixando para trás quem quer que fosse.

No km 40, Kipsang passa exatamente no ritmo do recorde mundial de Makau. Precisa garantir forças para manter o ritmo, acelerar um pouquinho que seja. Palmas e gritos do público são incentivo que ele depois relembra, agradecido.

Voa nas avenidas germânicas. Vê o portal de Brandenburgo e acelera ainda mais. Vence e quebra o recorde em um final épico: 2h03min23.

Sorri, pega a bandeira de seu país (foto Reuters, no alto), que ainda hoje chora os mortos em recente atentado em um shopping na capital, Nairobi. Abraça Kipchoge, que cruzou a linha cerca de 40 segundos depois. Os dois riem, o campeão cumprimenta e cumprimentado. Seus olhos brilham e sua voz é firme quando dá a primeira entrevista como recordista mundial da maratona.

“Examinando minha carreira até agora e o meu progresso na maratona, acho que tenho potencial para correr mais rápido”, disse ele, mostrando que o novo recorde já está sob ameaça do próprio recordista. “Qualquer coisa abaixo de 2h03min23 serve”, brincou Kipsang.

A vitória lhe valeu mais de US$ 120 mil apenas em prêmios diretos concedidos pela prova. E ele entra para o panteão de recordistas como os que foram homenageados pela organização da maratona de Berlim, que ontem realizou sua edição de número 40.

Para comemorar a data, levou a Berlim atletas que bateram o recorde mundial na cidade alemã. Lá estavam a queniana Tegla Loroupe e a japonesa Naoko Takahashi, o multirrecordista Haile Gebrselassie e o elegantérrimo Paul Tergat. E também estava o brasileiro Ronaldo da Costa, que iniciou a moderna onda de quebra de recordes, ao derrubar em 1998 uma marca que durava dez anos.

O tempo de Ronaldo da Costa, por sinal, era perseguido por outro brasileiro, este na ativa: Marílson Gomes dos Santos correu ontem pela primeira vez na maratona de Berlim em busca de baixar sua melhor marca pessoal (2h06min34, Londres-2011).

Não conseguiu. Na verdade, passou longe. Apesar de uma bela colocação –ficou em sexto lugar, mostrando sua determinação e espírito de luta–, o tempo foi pífio em relação à marca almejada. Completou em 2h09min24, cerca de três minutos pior do que gostaria. Talvez a imagem abaixo, capturada pela fotógrafa brasileira Fernanda Paradizo, diga mais sobre o resultado dele do que qualquer avaliação que possamos fazer.

 

Já a alemã Irina Mikitenko conseguiu tudo o que pretendia e ainda mais um pouco. Aos 41 anos, a atleta não só chegou em terceiro lugar como quebrou o recorde dos veteranos 40+ por uma larga distância, cravando 2h24min54 –a marca anterior, da russa Ludmila Petrova, era 2h25min43, estabelecida em Nova York em 2008.

Foi muito legal ver chegar a sorridente Mikitenko, que trazia em sua vitória não apenas a conquista pessoal, mas a demonstração que pessoas mais velhas também podem correr competitivamente ao lado dos melhores do mundo.

“Eu tenho 41 anos, mas isso não significa nada”, disse ela. “Eu me sinto como se tivesse 20 anos de idade e 20 anos de experiência.”

A campeã, a queniana Florence Kiplagat, correu na frente o tempo todo, sendo perseguida pela compatriota Sharon Cherop, quem em alguns momentos pareceu ter chance de dar bote, mas acabou ficando na boa. Acabou chegando mais de um minuto depois da campeã, que completou em 2h21min13.

Evento desagradável do dia foi o feito de um sujeito interessado em promoção rápida e internacional de um site de encontros. Na chegada de Kipsang, o homem rompeu o cerco e cruzou a linha de braços erguidos, instantes antes do queniano. Foi logo dominado e entregue a polícia, mas o estrago já estava feito.

Não que o corredor tenha sido prejudicado (levou um susto, é claro). Mas a imagem que Berlim tenta passar, de prova segura e organizada com perfeição, foi no mínimo arranhada. Não faltou gente a dizer, nas redes sociais, com ironia: “Imagina isso na Copa…”.

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Lua cheia ilumina treinão de maratonista

Por Rodolfo Lucena
26/09/13 16:20

Você já viu o cara na TV, agora ele está aqui no blog. E, de três a quatro vezes por semana, corre nas ruas do Rio, se preparando para voar na maratona de Chicago, no mês que vem. Na última sexta-feira, EDUARDO ELIAS, 43, apresentador do Fox Sports, fez o maior treino de sua vida. Pela primeira vez, passou dos 32 quilômetros na preparação para uma maratona. Aqui, ele conta como foi. Obrigado, Edu, e sucesso em Chicago.
Vamos ao texto que ele mandou especialmente para este blog.
“Passava dos 45 minutos de treino. Eu já havia chegado à pedra da praia do Leme e começava a voltar para Copacabana. Foi quando uma danada de uma raiz ou uma imperfeição do solo resolveu me passar o pé. Só sei dizer que voei, dei duas cambalhotas desajeitadas, bati o quadril e ralei um pedaço das costas. A camisa branca ficou toda marrom na parte de trás. Levantei, achei o gel de carboidrato que voou da minha mão. E voltei a correr, satisfeito, até completar 3 horas de treino.

Sucesso total no maior treino da minha vida. Com direito ao show do nascimento, no mar, de uma lua cheia, amarela, gigantesca e inspiradora.

Foi assim, cheia de emoções, a última sexta-feira: pela primeira vez fiz um treino de 32 km. Sim, porque nas três maratonas que concluí recentemente, minha planilha trazia, no máximo, treinos de 30 km. Tinha uma certa dúvida como seria, havia um tom de desafio supremo. E, apesar do tombo, foi bom demais.

Completei os 32 no mesmo tempo em que fiz os 30 km no ano passado. E muito mais inteiro. Tanto que registrei o meu melhor ritmo (5min22) no último quilômetro. Mais: completei caminhando com dignidade, ao contrário do ano passado, quando me arrastei para chegar em casa.

Claro que essa evolução não vem por acaso. Reforcei a musculação e corri religiosamente de três a quatro vezes por semana. Não perdi nenhum dos treinos longos. Pese aí também a companhia do amigo Thiago, que fez ao meu lado (e com um ótimo papo) boa parte dos últimos treinos longos.

Quem corre sabe a ajuda que representa um parceiro desses. A gente se distrai na conversa, mas, ao mesmo tempo, é sempre mais um alerta, um vigilante para dizer que o ritmo está caindo. Meu ritmo ideal era 5min35 e às vezes vinha o Thiago: “Edu, estamos na casa dos 50…” Era a deixa pra acelerar.

Ultimamente corro inspirado com a leitura do livro “Nascido Para Correr”, que tem como linha condutora o jeito fácil e alegre de correr dos índios Tarahumaras. Correr pelas montanhas no México é rotina e diversão na vida deles. O livro conta a história de vários corredores que ali se inspiraram, como o mítico ultra-maratonista americano Caballo Blanco (morto no ano passado). Vale demais a leitura.

A gente deve mesmo procurar correr mais relaxado, com mais alegria. Precisamos tentar guiar a cabeça a ajudar os problemas físicos – que, no meu caso, não são poucos.

Neste meu ciclo de maratona, iniciado em junho, a luta vem sendo contra as dores nas costas. A região lombar gritou. Há tempos sei que tenho de conviver com um desvio de duas vértebras, que de vez em quando dão um sinal de alerta. Em agosto, dei um mau jeito andando de bicicleta com minha filha. Pronto: o maratonista virou velhinho, andando torto e com passos curtos.

Parecia até que eu estava de brincadeira. Chegava mancando à academia, aquecia, começava a trotar na esteira. Vinte minutos depois, estava dando tiros a 16 km/h. As pessoas olhavam de um jeito esquisito.

Os treinos eram concluídos com sucesso. Mas na hora em que esfriava a musculatura, eu voltava a mancar. Por isso, ficaram constantes as visitas ao osteopata e ao acupunturista. Cada uma delas me ajudou um pouco, e agora estou 85%. Uma das grandes alegrias dos 32 km foi perceber que em nenhum momento lembrei das dores nas costas.

E vamos ver o que acontece. Porque maratona é sempre dúvida. Sempre há dores. Nos históricos 32, tive uma dorzinha no tornozelo, outra no joelho. Diminuí o ritmo e controlei as malvadas. Senti cansaço e, lá pelos 25, parecia que não ia dar para concluir. Deu, com sobra.

O que vai acontecer em Chicago, ainda não sei. Mas o treino da semana passada não foi um tombo na preparação. Foi um salto, uma dose de confiança sensacional. Agora faltam menos de três semanas.

E é engraçado pensar. Parece até impossível. Mas lá, no esperado dia 13 de outubro, não vou correr a 5min35 por quilômetro. Pretendo ir para 5min05. A adrenalina, o descanso, a alimentação farão a diferença. Nos últimos três anos, percebi o que é uma maratona. Treino é treino, prova é prova.

Maratona para mim é segurar, num ritmo bom, mas controlado. E a corrida, de certa forma, começa aos 35. Nos últimos sete, é o momento da coragem.

Vamos com fé e alegria, como fazem os Tarahumara.”

 

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Brasileiro entra para os Top 15 do mundo nos 1.500 metros

Por Rodolfo Lucena
23/09/13 16:55

Uma, duas, três voltas na pista, mais 300 metros e está pelada a coruja!!! Cai um recorde que durava mais de 30 anos. De quebra, um brasileiro aparece entre os 15 melhores corredores do mundo neste ano.

Tudo bem, não é na categoria principal, não é entre os adultos profissionais. Por outro lado, isso pode acender esperanças em relação ao futuro do atletismo brasileiro, pois o sujeito em questão é apenas um garoto que está prestes a sair da adolescência.

Estou falando de Thiago André (foto Fernanda Paradizo/CBAt), que venceu no último fim de semana a prova de 1.500 m no Brasileiro de atletismo, categorial juvenil (atletas até 19 anos). A competição, realizada em São Paulo, teve a participação de 358 atletas nas diversas modalidades do atletismo.

Apesar do calor de cerca de 30 graus C e da baixa umidade (30%), Thiapo mandou ver, liderando a prova desde o princípio e fechando em 3min45s14, novo recorde do campeonato. A marca anterior era de 3min46s5, estabelecida por Francisco de Assis em 1982. Era o recorde mais antigo do Brasileiro de juvenis.

“Esse resultado foi inesperado. Vou competir agora no Sul-Americano e vou dar o máximo para baixar ainda mais essa marca”, disse o menino depois da prova, segundo o site da CBAt. No Pan juvenil, disputado na Colômbia, ele havia conquistado a prata nos 1.500 m e nos 5.000 m.

Com a nova marca, ele entra no seleto grupo dos Top 15 do mundo. Acabei de ver a lista da IAAF (a Fifa do atletismo), que ainda não traz o resultado do brasileiro. Pelos tempos que ali constam, porém, Thiago assume o 14º posto. É o terceiro não africano no ranking.

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Maratonista dá o maior pau no trânsito de Moscou

Por Rodolfo Lucena
20/09/13 10:44

Motoristas de carros particulares voltando para casa, no final da tarde de uma sexta-feira na capital da Rússia, chegam a percorrer 42 quilômetros em mais do que o dobro do tempo necessário para o vencedor da Maratona de Moscou completar a prova.

Realizada no domingo passado, a nova maratona tem um belo trajeto, no entorno do estádio Lujniki. O percurso percorreu as margens do rio Moscou, Anel do Jardim e Anel Boulevard. O ucraniano Oleksandr Matviychuk levou 2h19min36 para completar o trajeto em primeiro lugar.

Não é nenhum tempo fantástico, mas mais do que suficiente para vencer um carro que tivesse de enfrentar o trânsito de Moscou, que já foi considerado, em uma pesquisa de 2010, o terceiro pior do mundo, atrás de Pequim e de Johanesburg (África do Sul).

Na hora do pique, na sexta-feira anterior à prova, o motorista levaria mais de três horas para percorrer a distância da maratona, segundo um site russo especializado em monitorar o trânsito de Moscou.

Isso é até pouco: na sexta-feira de pior trânsito da cidade, no ano passado, o trajeto da maratona de Moscou seria percorrido em seis horas e meia por um motorista encalacrado no centro da cidade.

Para vencer isso, não precisa nem ser maratonista do primeiro time. Até eu sou mais rápido….

 

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Maratona de Hong Kong alerta contra autorretrato na corrida

Por Rodolfo Lucena
18/09/13 07:46

Feliz da vida, a corredora parte para uma aventura de 10 km e não quer deixar de registrar aquele maravilhoso instante. Saca de seu celular, estende o braço na clássica pose de quem fotografa a si mesmo e… deixa escapar da mão o telefone.

Abaixa-se para resgatar a pequena maravilha da tecnologia moderna e… provoca uma confusão dos diabos. Quem vinha atrás tropeçou nela e quem vinha atrás de quem vinha atrás dela tropeçou no que vinha atrás e assim por diante, num engaventamento-monstro de corredores.

Você pode ter rido da confusão, mas a coisa foi grave e aconteceu de verdade na maratona de Hong Kong deste ano, que reuniu mais de 70 mil corredores, a maioria deles participando das provas menores incluídas no evento (meia maratona e 10 km…).

Por isso, os organizadores da prova, já pensando na edição do ano que vem, estão lançando uma campanha para advtertir os futuros participantes sobre os perigos do uso do celular.

“Não faça fotos de si mesmo”, pedem os organizadores educadamente. Eles chegaram mesmo a pensar em banir o uso do celular e proibir a produção das fotos “egocêntricas” (em inglês, foi criado um termo para esse tipo de imagem, é “selfy”, com plural “selfies”, neologismo produzido a partir da palavra “self”, que significa “eu mesmo”), mas viram que seria dar murro em ponta de faca. Por isso, lançam uma campanha educativa….

Afinal, em um evento em que devem participar 73 mil atletas, qualquer paradinha significa risco de engavetamentos humanos, choques, tombos e, potencialmente, indesejadas visitas ao hospital.

 

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