Recordista mundial da maratona, britânica Paula Radcliffe nega envolvimento com doping
10/09/15 09:38A britânica Paula Radcliffe, recordista mundial da maratona, nega “categoricamente” ter participado de qualquer tipo de fraude para obter melhor desempenho nas corridas de rua.
Aos 41 anos e já aposentada do atletismo profissional –sua última participação foi na maratona de Londres, em abril, quando correu com o povão–, ela não chegou a ser formalmente acusada, mas insinuações com endereço certo levaram a maratonista a reagir.
“Estou muito brava, magoada e revoltada por ser colocada nessa situação (…) Eu não falei antes para me defender porque queria evitar meu nome na capa dos jornais. Não quero que meus filhos vejam o nome da mãe deles no Google e a primeira coisa que apareça é doping. Eu não vou assistir sem me defender se fui colocada nessa situação”, disse em comunicado à imprensa.
O que não evitou que estivesse na primeira página de tabloides sensacionalistas.
O escândalo acontece na esteira de reportagens divulgadas no início de agosto pela ARD, uma estação de televisão alemã, e o “Sunday Times”, jornal inglês. O texto, baseado em resultados de exames até então (e até agora) não oficiais, afirmou que menos um terço das medalhas de provas internacionais de atletismo — Europeus, Mundiais e Jogos Olímpicos — foram conquistadas, entre 2001 e 2012, por atletas sob efeito de doping.
A russa Liliya Shobukhova perdeu seu título da maratona de Londres e suas três coroas da maratona de Chicago por ter sido condenada por fraude antiesportiva. E o parlamento britânico abriu comissão para investigar o caso. Sem citar o nome de ninguém, um mebro da comissão vazou que “uma maratonista britânica” estaria envolvida.
Foi quando Paula Radcliffe subiu nas tamancas. Em entrevista à rede de TV “Sky News”, disse ter sido chantageada por jornalistas que investigam as denúncias de acobertamento dos casos de doping.
“Atletas inocentes, como eu, são apanhados no meio do desejo de expandir a história e torná-la mais sensacionalista”, disse ela.
Apesar de o recorde de Paula, de impressionantes 2h15min25, ter sido sempre questionado à boca pequena ao longo de sua carreira, não tenho lembrança de qualquer acusação formal contra ela.
Ao contrário, Paula sempre foi combatente pública contra o doping, chegando mesmo a criticar a empresa que a patrocina, a Nike, quando a companhia renovou o contrato com Justin Gaitlin depois de o velocista norte-americano ter passado o período de suspensão por uso de doping.