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Rodolfo Lucena

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Perfil Rodolfo Lucena é ultramaratonista e colunista do caderno "Equilíbrio" da Folha

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Garoto da Eritreia é o mais jovem campeão mundial da maratona na história

Por Rodolfo Lucena
24/08/15 11:00

O adolescente Ghirmay Ghebreslassie, de 19 anos, tornou-se na manhã do último sábado na China (sexta á noite no Brasil) o mais jovem campeão mundial da maratona. Não só: o garoto da Eritreia, que completa 20 anos em novembro próximo, é o mais jovem medalhista de ouro competições de rua na história do Mundial.

A juventude não é só dele: seu próprio país mal passa dos 20 anos: a independência da Eritreia aconteceu apenas em 1993.

No final da sabatina, porém, Ghebreslassie não queria saber desse tipo de conversa: “Não consigo explicar o que estou sentindo, eu estou muito muito feliz. Todo mundo fica me perguntando sobre a minha idade, dizendo que sou muito jovem, mas isso não importa, eu estou muito orgulhoso dessa vitória”.

 

REFILE - CORRECTING BYLINEGhirmay Ghebreslassie of Eritrea celebrates with his country's flag after winning  the men's marathon at the 15th IAAF World Championships at the National Stadium in Beijing, China August 22, 2015.  REUTERS/Lucy Nicholson

Foto Lucy Nicholson/Reuters

Conquista que ele tomou com autoridade de um experiente campeão, homenageando sua pátria e mandando recados para o mundo. Ao entrar no túnel que lhe daria acesso à pista de atletismo do Ninho de Pássaro, olha para um lado e outro, gesticulava. Na saída, os que assistíamos ao evento percebemos o que ele buscava: alguém que devia lhe entregar a bandeira do país.

Com a flâmula na mão, ganhou a pista sozinho, no estádio ainda longe de estar cheio, e cruzou a linha de chegada em 2h12min07. Depois, festejou ainda com o etíope Yemane Tsegay e com Munyo Solomon Mutai, de Uganda –de mãos dadas, os três embandeirados correram pela pista saudando o público.

O jovem da Eritreia ainda teve pique para mostrar ao povo uma folha de papel onde estavam rabiscados os dizeres: “Nunca desistir até cruzar a linha[de chegada]”.

Foi esse o espírito que o norteou ao longo da competição, em que Quênia apareceu com uma equipe de sonhos: Dennis Kimetto, recordista mundial da prova, e seu antecessor, Wilson Kipsang; Mark Korir, conhecido dos brasileiros, completava o time.

A Etiópia não ficava atrás: Tsegay tem recorde pessoal de menos de 2h04min48. E Uganda vinha com o campeão olímpico e, agora, ex-campeão mundial da maratona, Stephen Kiprotich.

O jovem Ghebreslassie –o nome fez com que comentaristas de TV o tomassem por parente do grande corredor etíope Haile Gebrselassie, que obviamente, não tem nada a ver–, pelo retrospecto, não tinha a menor chance contra esses monstros da maratona internacional. Mas ser desconsiderado não era novidade para ele.

“Quando comecei, meu treinador achava que eu não tinha talento para a corrida. Ele só passou a acreditar em mim depois dos 11 anos. Mesmo assim, minha vitória de hoje vai ser uma surpresa para eles”, disse o garoto depois da prova.

Para eles e para todos os que acompanham o atletismo. A prova começou lentíssima, com um enorme pelotão correndo junto. Tanto que, na passagem do quilômetro cinco, o líder era um anônimo corredor de camisa amarela –um dos milhares de participantes da prova de 10 km que largou junto com a maratona. Sua marca, naquele ponto, foi de pedestres 16min06.

Até o km 15, o medo do calor parecia dominar os atletas, que seguiam embolados. O brasileiro Solonei Silva apareceu várias vezes no grupo da frente, que passou a meia maratona em 1h06min55 –não me lembro de nenhuma maratona internacional do grupo das grandes com passagem tão lerda nos último anos.

Mesmo assim, ninguém dos famosos parecia disposto a tomar a frente –Kimetto abandonou pouco depois da metade da corrida. Tanto que, na passagem do km 30 quem assumia a liderança e passava a abrir bem em relação ao pelotão perseguidor era um dedicado corredor do Lesoto. Tsepo Ramonene nem sequer levava o nome no número de peito –724–, mas deu um calor no grupo.

Ghebreslassie resolveu dar um gás, seguido por Tsegay –mais rápido e experiente, ficou cozinhando o galo. O eritreu tomou a liderança depois do km 35, levou o troco do etíope no 38, mas devolveu cerca de um quilômetro depois. Aí foi pau puro até quando chegaram perto do km 42, quando Tsegay passou a lutar para não ser ultrapassado por seu perseguidor. A liderança do eritreu estava assegurada.

Apesar das breves aparições de Solonei na primeira parte da prova, a participação dos brasileiros não foi boa. O ex-gari de Penápolis terminou em 18º lugar, com 2h19min20, muito pouco para quem tem 2h11min32 como recorde pessoal (mas até aí morreu o Neves, pois o tempo de Tsegay também foi uma porcaria para quem tem 2h04min48). Edmilson Santana e Gilberto Lopes não completaram.

 

 

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