Com protesto de taxistas, Toronto se apronta para os Jogos Pan-Americanos
06/07/15 09:03Exclusivo, inédito, extraordinário!
Só aqui você encontra notícias sobre os bastidores do que acontece em Toronto nestes dias que antecedem os Jogos Pan-Americanos e o Parapan. Isso porque contamos com a luxuosa colaboração do superestatístico e sensacional corredor MARCOS SANCHES, que há oito anos está baseado na pacata cidade canadense.
Ele já escreveu várias vezes aqui no blog e é meu conhecido há mais de dez anos –juntos criamos a equipe NOSSA TURMA, de corredores dedicados, sem chefes nem carteirinha, que ainda hoje gera frutos pelo mundo.
Bom, sem mais delongas, compartilho com você o texto de SANCHES, que nos fala um pouco sobre a preparação e os perrengues em Toronto. Para deixar ainda mais clara a separação do que é texto meu e o que é texto dele, segue primeiro uma fotinho do estádio onde serão realizadas competições de arco e flecha.
“Em 2007, enquanto os Jogos Pan-Americanos aconteciam no Rio, eu embarcava para o Canadá com bilhete só de ida. Hoje os jogos de Toronto me fazem lembrar também que oito anos já se passaram.
Agora, minhas expectativas são bem maiores do que foram no Rio, afinal vai ser muito fácil ir aos eventos desta vez, tanto que já comprei ingresso para competições em que nunca nem me interessei, tipo o futebol para cegos – Brasil X Venezuela.
Sim, porque em Toronto não se fala Jogos Pan-Americanos, se fala “Pan AM and Para-Pan Am Games”, a importância dos esportes paraolímpicos é sempre ressaltada. E que venha o time do Brasil, para levar medalhas, sem medo do frio que já é passado.
A imprensa falou mais e mais sobre os jogos, mas raramente perguntou se a infra-estrutura estaria pronta a tempo.
A confiança na capacidade de organização de tão grande evento pareceu sempre em alta, sustentada também pela experiência do sucesso nas Olimpíadas de Inverno em 2010. Ainda em 2014, as Olimpíadas de Inverno de Sochi, na Rússia, depois a Copa do Mundo do Brasil fizeram os canadenses questionarem se o custo do Pan valia a pena.
2015 chegou e os jogos ficaram fora do radar na maior parte do tempo, a não ser talvez pela constante preocupação com o trânsito em um constante questionamento sobre como os turistas e atletas se locomoveriam de um lado para o outro no “trânsito caótico de Toronto”.
Eu, quase me divertindo, pensava que eles talvez devessem visitar o Rio, e então eles ficariam calmos. Mas, por ironia do destino, uma batalha está sendo travada entre motoristas de taxi e o Uber, tal que os taxistas ameaçam entrar em greve durante o Pan se o Uber não for proibido.
Essa batalha atingiu seu clímax ontem quando o Uber ganhou uma decisão na Justiça e teve permissão para continuar operando. Então a greve dos taxistas paira no horizonte.
No entanto, num esforço para manter o trânsito fluindo, o transporte público será de graça para quem tiver ingresso para eventos, e não tem porque não usar.
Se você me perguntasse, eu diria que o canadense está preocupado em receber bem o pessoal de fora, em ter a cidade bonita, o trânsito movendo, o metrô funcionando, em serem admirados e sair bem na foto.
Eles não estão tão preocupados com os jogos em si, pelo que vejo. Exemplo é que no dia 1º de Julho, que foi o feriado do Dia do Canadá (igual dia da Independência para nós), os ingressos entraram em promoção, pois mais da metade ainda não tinha sido vendido e parecia haver preocupação nesse sentido.
Também é fato que uma parte da população está brava pelas mudanças no trânsito, outra parte que diz que vai deixar a cidade para fugir da “muvuca” e outra parte continua desconsolada porque a Copa do Mundo de Futebol Feminino, que acabou de ser realizada no Canadá, não veio para Toronto por causa do Pan.
No geral o Canadense parece mais entusiasmado com a chegada do verão do que com o Pan.
Claro que também tem a galera que não vê a hora de os Jogos começarem. Tipo eu.
Brincadeira a parte, certamente tem muita gente na expectativa, que não faz muito barulho. Falta uma semana para a abertura e, embora a cidade pareça normal, a mídia mostra que as expectativas são altas. Mas é difícil dizer quantos realmente se importam mais com os jogos do que como o seu dia a dia será afetado pelos eventos.
No que me cabe, estou tranquilo, sei que a organização vai de vento em popa. A minha preocupação foi com os ingressos: apesar de não ser fanático, de não acompanhar nenhum esporte realmente de perto, eu precisava ter certeza que conseguiria ir em alguns eventos, talvez simplesmente para respirar um pouco da atmosfera esportiva. Então comprei ingressos cedo. Mas não para a maratona (e sim para um jogo de futebol entre deficientes visuais).
Tanto a Maratona quanto as competições de atletismo são eventos que eu prefiro ver pela TV.
Mas, no caso das maratonas do Pan deste ano, estou planejando pegar a bicicleta e ir ver a Maratona em algum ponto do percurso.
O percurso da Maratona será bastante bonito, começando e terminando às margens do Lago Ontario. O percurso também entra no High Park, o principal parque de Toronto, onde os corredores enfrentarão um pouco de subida. Me parece que o percurso inclui 4 voltas, o que estou chutando pois não achei descrição detalhada.
Estarei lá para ver nossos atletas Adriana Silva, Marily dos Santos, Ubiratan dos Santos e Franck Caldeira. No atletismo de pista, entre outros eventos, assistirei aos 10.000 m com Daniel da Silva e Giovane dos Santos.
Se você planeja baixar em Toronto, recomendo que venha tranquilo. Talvez seja uma boa ideia alugar um carro para ver outras atrações alem do Pan, mas, para os eventos do Pan, eu sugiro simplesmente usar o transporte público, que é também uma forma de experimentar a cidade. Mesmo eventos fora de Toronto serão servidos muito bem pelo transporte público. E então aproveite, que vai ser legal!”
Grande Marcos!! Mantenha sempre atualizada a galera com sua inteligencia e amizade verdadeira!
Salve a NOSSA TURMA!
Abraços Lucena!
Marçon
Grande admirável Marçon, quanto tempo hein! Quantas corridas e boas recordações! Muitas felicidade para vc e todos por aí!
Marcos
O que é um Uber?
É um aplicativo que permite ao usuário encontrar pessoas dispostas a dara carona cobrando uma certa quantia, inferior à do serviço convencional; um espécie de serviço de táxi não regulamentado que se torna operacional com auxílio da tecnologia