Aos 59 anos, corredora debuta nos dez quilômetros
30/06/15 12:47Outro dia eu apresentei para você minha ex-colega de faculdade MÁRCIA TURCATO, que estava voltando às corridas depois de uma montoeira de anos dedicada exclusivamente ao jornalismo. Pois agora ela, que mora em Brasília, completou aos 59 anos sua primeira prova oficial de 10 km. O relato é este que está a seguir, para nossa satisfação. Fique, pois, com o texto nque Márcia gentilmente mandou para este blog.
“Bora correr! Esse é o meu mais novo grito de guerra. É uma guerra do bem. Aqui não tem mortos, nem feridos e nem vencidos. São todos vencedores. Eu me incluo nesse grupo de gladiadores dos novos tempos. É um combate em prol de mais prazer, de mais saúde, de mais amizades, de mais afinidades, de novos horizontes e de novos roteiros. Está decretado o fim da chatice!
É com este espírito que eu voltei a correr aos 59 anos de idade, depois de ficar parada por uns 15 anos por N motivos. A gente sempre tem algum motivo para parar. O motivo sempre é forte o suficiente para colocar algemas em nossos tornozelos e nos impedir de ir em frente.
Mas quando eu resolvi mudar o rumo de minha vida, em outubro de 2014, ao pedir demissão de um cargo de chefia em um órgão do governo federal, e passar a trabalhar como consultora de comunicação social autônoma, disse para mim mesma que a opção por voltar a correr seria um caminho sem volta.
Recomecei com provas de 5 km, estimulada por uma amiga, e parti para os treinos de 10 km com o incentivo da equipe da Citrus Move, a academia onde faço musculação e Pilates. Com o apoio desses profissionais que se tornaram amigos queridos, do grupo adorável com quem treino e do meu companheiro, parti para os 10 km. Hoje (domingo, 28/06) foi minha estreia oficial na prova Etapa Lago Sul do Circuito Brasília de Corrida de Rua.
A temperatura estava ótima às 08h, por volta dos 17 graus, e com um solzinho muito agradável. A Etapa Lago Sul é considerada uma prova rápida já que o percurso é todo plano, sem dificuldades. E lá fui eu, pensando em tudo que havia treinado: respirar bem, abrir as passadas, erguer os ombros, encolher a barriga e dar uns corridões de vez em quando.
O primeiro quilômetro é sempre desanimador, mas serve pra gente aquecer. No terceiro quilômetro peguei embalo, no quinto estava tudo muito fácil. No sétimo pensei:
– Essa prova não vai terminar nunca!
Mas logo eu vi a placa indicativa do quilômetro 8 e chegar ao décimo, confesso, foi moleza! Fechei o circuito em 1h8’.
Pensei mil coisas enquanto corria: ganhei na Loto Fácil, reformei minha casa, fiz umas quatro viagens ao exterior, escrevi um livro, lancei um blog de corrida, adotei uns 20 cachorros e ainda planejei correr as próximas provas com a Piaba, a cadelinha de amigos, uma vira-lata, que é bem rápida e adora passear, porque os meus cachorros, Pisco e Tupã, já estão idosos e não dão conta de correr 10 km.
Como é bom correr! A gente tem tantas ideias, faz tantos planos e volta pra casa um pouquinho cansada, com muita fome e com o coração repleto de alegria. Bora correr!”