Meia maratona desbrava montanhas da Estrada Real
15/06/15 18:54Quando vi os anúncios da Meia Maratona da Estrada Real, fiquei doido. Tinha acabado de fazer uma corrida na região de Mariana e Ouro Preto e sabia das belezas daquele território. Além disso, já entrou para meu projeto de vida correr ou caminhar parte dos trocentos quilômetros desse caminho que se perde pelo interior de Minas.
Vai daí que, sem mais delongas, resolvi me inscrever na prova. Pensei que daria para incluir no meu treinamento para a maratona que vou correr no Alasca. Não sei se você sabe, mas, neste ano, voltei a treinar para maratona depois de dois anos no seco. E coloquei como meta participar da Maratona da Meia Noite em Anchorage, maior cidade do Estado gelado (saiba mais sobre o projeto AQUI).
A maratona é no próximo sábado, dia 20. A meia maratona seria no dia 7 de junho. Em tese, tudo certo. Só que não. Conversando com meu treinador e considerando meu histórico de lesões e o esforço que seria essa viagem extra para Minas apenas 15 dias antes da maratona, resolvemos abortar o projeto.
Sofri, mas fiquei pensando que talvez dê para encarar no ano que vem… Mas fiquei triste de não poder para você a história de uma corrida que eu imaginava ser tão bacana.
Pois a nossa prezada leitora LIA CAMPOS, do Ceará, resolveu se aventurar pelas montanhas mineira. Corredora há 11 anos, ela vem participando de provas em vários pontos do Brasil e do exterior e conta suas experiências num blog. Gentilmente, ela mandou o texto que publico a seguir, assim como as belas fotos. Obrigado, Lia.
Fiquemos, pois, com o relato de LIA CAMPOS sobre a segunda edição da Meia Maratona da Estrada Real.
“A Meia Maratona Estrada Real, realizada no último dia 7 de junho em Ouro Branco-MG, cidade distante 32km da sua famosa irmã Ouro Preto, talvez não seja considerada pelos especialistas uma prova de montanha.
Sou corredora de rua e nunca participei de prova de montanha, mas acho que essa prova se qualifica totalmente. Apesar de ter tido 9 km em estrada de terra e os restantes 12 km no asfalto, todos os 21km foram na montanha, entre muuuitas descidas e subidas, saindo de uma altitude de quase 1.600 m e terminando na cidade, a 1.100 m.
A largada foi no Parque Estadual da Serra de Ouro Branco, em um local com visual espetacular. Dali partimos para a famosa Estrada Real, o caminho “oficial” autorizado para a circulação de pessoas e mercadorias na época do Brasil Colônia
A prova foi toda muito bem organizada.
A inscrição deu direito, além do traslado em ônibus que nos levou a partir das 6:45 da manhã desde o clube onde seria a chegada, estrada acima até o Parque Estadual da Serra do Ouro Branco, a um jantar de massas na véspera e um café da manhã antes da largada. Como não pude participar nem do jantar nem do café da manhã, não posso opinar como foi.
Com um total de 600 corredores, a II Meia Maratona Estrada Real teve três distâncias: 5, 10 e 21km.
A de 5km largou do clube onde chegaríamos.
Já os corredores de 10 e 21 pegaram os ônibus, ficando os primeiros na metade do caminho e nós, os meio maratonistas, a 21km de distância, e todos percorremos o caminho de volta até o clube.
Na largada, apesar do frio de aproximadamente 13ºC, todos aproveitaram o visual da Serra, extasiados com a beleza da região, para fotografar a vontade, até que fosse dada a partida, pontualmente às 8h30.
A partir daí, muitas descidas, algumas subidas bem brabas, joelhos e pernas no comando e belíssimas paisagens sempre nos rodeando.
Trânsito organizado pela Polícia, com uma via inteira separada para os corredores e água suficiente ao longo de todo o percurso, com staffs sempre atenciosos.
Na chegada, uma medalha linda nos aguardava e, para os menos friorentos (categoria na qual definitivamente esta cearense não está incluída), banho de piscina.
Como precisava voltar para Belo Horizonte e pegar meu voo de volta a Fortaleza, também não pude ficar para a premiação.
Para mim, desacostumada com tanto sobe/desce, a corrida foi dura. Nunca, em todo esse tempo de corrida de rua, fiquei com a musculatura das pernas tão dolorida, nem mesmo depois de correr maratona.
Apesar disso, devo dizer que a prova, com seu maravilhoso percurso, valeu cada dor que vim a sentir depois e, “felizmente”, não consegui cumprir o maior desafio da corrida: não parar para apreciar a paisagem.”
Eu que agradeço a gentileza de ceder o espaço do seu blog, Rodolfo!
Ano que vem, não deixe de participar da prova em Ouro Branco. Você vai amar.
E boa sorte no Alasca! Torcendo muito!!!
Lia Campos