Tela continua ponto fraco de GPS da Suunto
11/06/15 17:23Algumas coisas vão e vêm e tudo continua como está. Quando, dias atrás, fiz esta resenha do novo relógio multiesportivo com GPS da Suunto, o Ambit 3 Peak, acabei colocando como título inicial “GPS da Suunto para corrida é muito bom, mas tela pode melhorar”.
Por azares do destino –mais exatamente, porque não arquivei o texto conforme meus padrões–, não achei de cara a reportagem que havia escrito.
Tratei de usar os recursos do computador para encontrá-la, e a primeira que veio foi exatamente uma contando sobre a primeira v ez que experimentei um relógio da Suunto. Era uma resenha do primeiro relógio da mkarca volta especificamente para corrida.
E o título do texto publicado era (é) “GPS da Suunto para corrida é bom, mas tela pode melhorar”. Donde se conclui que minha avaliação continua coerente e que a empresa não deu a mínima bola para essa opinião. Vai daí que mudei o título da resenha que você agora lê, a fim de que fique pontuado que não é de hoje que a resolução da tela, ainda que boa, não acompanha a qualidade geral do produto.
Bom, o Ambit 3 Peak tem aspecto esportivo, jeito de quem aguenta qualquer parada. Não sei se qualquer parada, mas o fato é que o relógio tem recursos específicos para monitorar esportes como ski alpino, montanhismo, trekking, natação em águas abertas ou em piscina e trekking. Ah, também serve para fiscalizar o desempenho de corredores.
Foi no modo corrida que eu testei o aparelho.
Algumas características excelentes que devem ser notadas antes mesmo de colocar o relógio no pulso: as muitas telas disponíveis (pelo menos quatro, cada uma com até três divisões) e a possibilidade de calibrar a precisão do GPS de acordo com as necessidades –quanto mais precisão, menos tempo de bateria.
Com precisão “excelente”, o relógio promete 20 horas de bateria, o que é mais do que o dobro do oferecido como padrão pelo relógio que eu uso. Na precisão “boa”, aumenta para 30 horas e na regular, para 200 horas!
Dá para fazer as configurações pelo relógio, mas é muito mais confortável fazer pelo site que “fala” com o aparelho. A conexão é por porta USB, no lado do computador, e por um clipe que fica bem seguro no lado do relógio (melhor do que aquelas baias ou bercinhos para conexão e também mais firme que o clipe usado no meu relógio).
Também veio com faixa para monitorar a frequência cardíaca. Antes de usar a faixa, é preciso fazer o emparelho dela com o relógio. Isso, pelo que vi, só precisa ser feito uma vez. Depois, cada vez que o usuário liga o modo corrida (no meu caso), o relógio busca o monitor de frequência cardíaca.
Na hora de usar, começam a aparecer características não tão bacanas do relógio. Exatamente por causa do tamanho e do jeitão parrudo, ele é pesado –mais do que o dobro do peso de meu relógio com GPS.
Além disso, apesar dos algarismos grandes, que tornam fácil a leitura da informação principal de cada tela, a resolução pode melhorar bastante.
Mesmo na configuração básica, sem fazer nenhum tratamento especial, a tela do meu relógio é muito melhor; os algarismos são um pouco menores, mas a leitura é mais fácil por causa da boa definição e do ótimo contraste oferecidos pelo meu aparelho.
Talvez isso não seja nem notado por grande parte dos usuários, que, imagino devem ser bem mais jovens do que eu e com melhor visão. Mas, para quem tem vista cansada, precisa de óculos para leitura e não os usa durante a corrida, contraste, definição e tamanho de letras são elementos definidores na hora da compra.
Quanto ao GPS propriamente dito, funciona muito bem. Corri com o relógio em áreas com bastante edifícios, sob viadutos e em parques bem arborizados; nunca perdi o sinal.
Em todos os treinos usei também o meu relógio com GPS, e as marcações dos dois sempre foram diferentes, ainda que os cronômetros tenham sido sempre iniciados praticamente no mesmo instante (as diferenças foram mínimas, de menos de um segundo, o tempo de passar a mão de um relógio para o outro).
Em geral, as diferenças de marcação de distância não foram muito significativas, e não é possível para mim, baseado nos testes que fiz, dizer qual dos dois estava certo. Por padrão, eu uso como referência, como é óbvio, o meu GPS.
Mas houve um treino em que o comportamento dos dois relógios foi bem estranho: às vezes se aproximavam, às vezes aumentava a diferença entre os dois e de repente ambos se aproximavam de novo (veja o quadro abaixo).
O programa de apresentação dos resultados, no site movescount, é muito bonito (pelo menos , para o meu gosto). A primeira tela traz os dados básicos e tem ainda uma tecla “veja mais”, que abre o resumo de outras informações.
Rodando a página para baixo, podemos ver nosso desempenho em gráficos diversos e o trajeto claramente marcado em um mapa. Enfim, o básico que outros serviços também têm, mas muito bem feito.
Quem gosta de relógio, mas não larga o celular, pode instalar o aplicativo Movescount App. Eu não sou fã disso, não gosto de correr com fone de ouvido e não me interesso por compartilhar treinos em redes sociais, por isso não testei o aplicativo –minha avaliação estaria prejudica pelos meus preconceitos ou idiossincrasias. Mas passo para você o que o material informativo diz sobre os recursos do programa:
“A utilização do relógio em conjunto com o Suunto Movescount App traz benefícios adicionais. Um novo recurso do App é um feed de atividade que lhe permite acompanhar as atividades dos seus amigos – e permite-lhes ver o que você tem feito. Com a App, você pode personalizar o seu relógio Ambit3 e compartilhar seus Moves facilmente, bem como receber chamadas e notificações de texto no relógio para que você não precise parar para ver quem está chamando. Ou você pode fazer um Suunto Movie, que transforma o seu percurso em um arquivo de vídeo.”
Correr por nós ele não corre…
Bueno, o preço de lista do Peak assusta: R$ 2.399. Talvez valha a pena para praticantes de vários esportes, mas, se o interesse do usuário for apenas corrida, é possível encontrar dispositivos de ótima qualidade por preços muito melhores.
A própria Suunto tem o Ambit2 R (o que eu testei no ano passado), que custa cerca de metade do preço do Peak; e há uma versão do Ambit3 para corrida (R) que cujo preço de lista é R$ 900 a menos do que o preço do irmão mais poderoso.