Aos 92 anos e 65 dias, pianista clássica se torna mais velha maratonista do mundo
01/06/15 12:24Ela já derrotou o câncer. Por que não derrotaria o tempo e a distância?
A bem da verdade, Harriete Thompson, uma ex-pianista clássica que por três vezes participou de concertos no prestigioso Carnegie Hall, em Nova York, nem se perguntou coisa nenhuma. Foi lá e fez. Mais de dois meses depois de completar 92 anos, tornou-se neste último domingo a mais velha maratonista da história.
A recordista anterior, Gladys Burrill, tinha 92 anos e 19 dias quando, em 2010, completou a maratona de Honolulu em 9h53min16.
O recorde de Harriette, que tem dez netos, foi estabelecido em San Diego, na Califórnia, na única maratona que ela corre –já vem fazendo isso há mais de 15 anos.
Thompson começou a maratonar aos 76 anos, depois que uma senhora a convidou para fazer uma doação para uma corrida que arrecadava fundos para combater a leucemia.
“Talvez eu devesse participar disso, foi o que eu pensei naquela época”, disse ela, que já tinha perdido o marido, parentes e amigos para o câncer.
Pensou e fez: desde 1999 participa da Rock `n` Roll Marathon de San Diego.
“Quando cheguei lá na primeira vez, pretendia andar todo o tempo. Mas vi aquele pessoal todo correndo e resolvi correr também”, lembra ela, que já arrecadou mais de US$ 90 mil para a Leukemia & Lymphoma Society e o Team In Training.
Nesses anos todos, dona Harriette deixou de participar da sua maratona anual apenas uma vez, em 2013, porque pouco antes da corrida fora submetida a uma cirurgia para retirada de quase todos os dentes –só lhe sobrou um.
O câncer, que havia também lhe atacado a mandíbula, já durava mais de três anos. Em 2010, 2011 e 2012, Harriette correu a maratona apesar de estar fazendo tratamento contra a doença.
Talvez como resposta à dolorosa cirurgia de 2013 e ao fato de ter ficado sem sua dose anual de maratona, no ano passado a moradora de Charlotte bateu o recorde mundial para mulheres de mais de 90 anos, estabelecendo a marca de 7h07min42 –mais de uma hora e meia melhor que o recorde anterior.
Neste ano, dona Harriette chegou um pouco assustada para a prova. Disse que não estava bem preparada, apesar de ter feito um treinamento normal para seus padrões –ela corre regularmente durante a semana e seus treinos mais longos não chegam a 20 quilômetros.
“Chegou uma hora em que eu fiquei muito cansada. Pouco depois do km 33, tinha uma subidinha que para mim parecia uma montanha. Eu ficava rindo comigo mesma, pensando que é uma loucura fazer uma coisa desses na minha idade”.
Mas daí a subida virou descida, as coisas ficaram mais fáceis, recebeu comidinhas do filho Brenny, de 56 anos, e ela seguiu –de vez em quando, tocava um piano imaginário para estimular as pernas e seguir no ritmo.
Deu resultado. De camiseta roxa, bermuda de compressão azul e longas meias brancas, ela completou a prova em 7h24min36 (foto Divulgação; o filho Brenny está logo atrás dela, também de roxo).
Sorria, pulava,abraçava o filho, agradecia as merecidas homenagens que recebia do público e dos organizadores do evento.
Entusiasmada, disse que bem poderia voltar no ano que vem. “Eu corro para apoiar a Leukemia & Lymphoma Society, essa é a principal razão de eu participar da prova. Mas estive pensando: talvez eu não estivesse mais aqui [viva, neste mundo] se eu não corresse essa prova todos os anos, porque ela me obriga a permanecer ativa ao longo do ano inteiro. Então, estou de certa maneira recebendo a recompensa pelos meus esforços. As pessoas perguntam como eu consigo correr maratonas com a minha idade; talvez essa seja a resposta.”
Qta alegria. .. em saber q. Tem uma mulher q. Pensa e gosta de correr como eu barreiras são estímulo sem palavras Parabéns. …
tenho 43 amos corro a 1 ano sinto satisfação em correr falo sempre pra mim depois da corrida vou correr ate aos 100 anos agora sei q.. Vou
Correr e para todos. Não tenhamos preconceitos.
Simplesmente fantástico…. Só preciso continuar correndo por mais 40 anos para chegar lá.
Muito bem !! inspiradora demais …Voce tambem Prof !! sempre o vejo com a faca nos dentes subindo a sumaré ! pena a poluição…
O que dizer dessas pessoas que costumam sapatear na cara do tempo e das adversidades.Com certeza exemplo a ser seguido, dá orgulho!