Maratona de Istambul: percurso chato em cidade encantadora
16/11/14 16:23Na primeira (e, até agora, única) vez em que visitei Istambul, cheguei uma semana depois d éter sido realizada a maratona da cidade, que não apenas serpenteia pelas ruas, mas cruza da Ásia para a Europa. É a única vez no ano em que pedestres são autorizados a circular sobre a ponte do Bósforo (quando fui, subi até a entrada da ponte, pensando em burlar a vigilância, mas acvhei melhor nem tentar).
Bom, até agora não tive chance, recursos ou saúde para voltar lá, mas o prezado leitor e colaborador eventual deste blog CARLYLE VILARINHO, experiente corredor baseado em Brasília tratou de executar a pendência. Leia a seguir o relato que ele mandou com exclusividade para a nossa leitura.
“Neste domingo, 16/11/14, completei minha vigésima maratona. Queria correr uma corrida diferente, com algum atrativo especial. A Maratona de Istambul é impar, começa em um continente, Ásia, e termina em outro, na Europa, e isto me pareceu interessante.
Eu esperava bastante da prova, tinha boas recomendações de amigos e de notas na internet. Mas a realidade, a experiência própria às vezes difere daquilo que se ouve comentar.
A retirada do kit é em um ginásio olímpico, distante e difícil acesso. A feira é fraca e o kit é basicamente a camiseta, que é de boa qualidade. Pelo valor da inscrição, está de bom tamanho.
No dia da maratona, ônibus pegam os corredores na rua em frente ao museu Haja Sofia entre 7h e 7h30 e levam até o local da largada, em uma rodovia na Ásia. O local é uma ‘praça’ improvisada, alguns banheiros químicos e os ônibus guarda-volume. E nada mais que isto. A largada só acontece às 9h, o que torna a espera um pouco longa e cansativa. Mas a prova é bem organizada.
Paralelamente à maratona acontecem também uma prova de 15km e outra de 5km. Nenhuma destas interfere ou atrapalha a maratona, pois saem mais tarde e de um local um pouco diferente. Para a maratona, havia 7.000 corredores inscritos.
Hoje o tempo estava ótimo para maratona, céu totalmente nublado, vez por outra leve chuvisqueiro, e temperatura entre 12ºC e 14ºC. Me recordo que em alguns pontos o vento contra chegou a segurar.
O percurso não é nada fácil e às vezes chega ser bastante chato, monótono. Largamos ‘naquele’ ponto na Ásia e na Ásia corremos 500 m até chegar a ponte Bogazici. Atravessamos esta ponte de 1,5km sobre o Bósforo e chegamos à Europa. Corremos mais 2km e descemos ladeira abaixo por mais 1,3km.
Com 5,5 km entramos em um trecho interessante, muita residências e as pessoas nas ruas incentivando. O relevo e relativamente plano, sem dificuldades. Isto dura até o km 18, quando agente encontra uma baita subida. Vencida a ribanceira de 1,4km chegamos às margens do Mar de Marmara.
Em uma larga avenida de mão dupla, com o mar de um lado e o nada de outro, corremos 8 km em uma direção e voltamos outros 13 km. São 21 km em uma semi-reta (as poucas curvas são extremamente abertas, nem parece curva, mas uma reta torta que se perde de vista). Neste trecho o terreno não é acidentado, tampouco plano, longos declives sucedidos por longos aclives…
Vencidos os 41 chega-se ao centro histórico de Istambul. Mais 1,195km por uma subida bastante íngreme chega-se ao Sultanahmet, em frente à Mesquita Azul e a sonhada linha de chegada.
Foi a maratona mais difícil é mais chata da minha vida (e olha que já corri a difícil Foz do Iguaçu e a chata Curitiba). Mas não reclamo, terminei inteiro, sem dores ou câimbras e com o tempo de 4h15min53. Pelas condições, excelente! Levo para casa mais um belo souvenir, valeu o esforço.
Quanto a Istambul, a cidade é encantadora, os monumentos belíssimos; a culinária é ótima; e o povo turco muito simpático. E o custo de vida baixo torna a viagem muito econômica.”