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Rodolfo Lucena

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Perfil Rodolfo Lucena é ultramaratonista e colunista do caderno "Equilíbrio" da Folha

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Nas corridas de longa distância, calor mata mais que coração, diz estudo de Israel

Por Rodolfo Lucena
20/10/14 11:17

Tenho visto muita gente se congratular como “guerreira” por ter enfrentado os mais de 30 graus registrados neste último domingo durante a maratona de São Paulo. Não tiro o mérito de ninguém, que todos o têm, mas diria que, mais do que guerreiros, são sobreviventes.

Falo isso baseado em investigação divulgada recentemente feita por pesquisadores de Israel. Reconhecendo a cada vez maior popularidade corridas de longa distância, de 10 km até a maratona, resolveram analisar os riscos a que são submetidos o corpo pelo esforço prolongado.

O resultado pode ser surpreendente: não são problemas cardíacos a principal causa de mortes ou hospitalizações para tratamento de condição agora em corredores. O vilão, querido leitor, estimada leitora, é o CALOR.

Os atletas de resistência, que correm provas de 10 km e mais longas, têm DEZ VEZES mais probabilidade (em relação a um grupo de controle), a sofrerem distúrbios provocados pelo calor.

O texto que li, em espanhol, fala de “ataques de calor severos”. O doutor Julio Abramczyk, grande amigo que me encaminhou o texto, explica o que é o problema: “Durante a maratona, em dias bem quentes pode surgir uma alteração na função cerebral de controle da temperatura corporal, elevando-a anormalmente. Em resumo: surge um distúrbio da temperatura corporal, cuja elevação anormal (febre bem alta) pode levar a um distúrbio cerebral, provocando a parada cardíaca que pode levar à morte”.

O estudo dos pesquisadores da Universidade de Tel Aviv alerta ainda que a complicação pode provocar a falência dos rins e de outros órgãos.

Para chegar a essas conclusões, os médicos analisaram dados sobre as mortes e internações hospitalares ocorridas em 14 corridas de longa distância (provas de 10 km) realizadas na capital de Israel de março de 2007 a novembro de 2013.

Dos quase 140 mil corredores envolvidos no evento, apenas dois tiveram de ser internados ou atendidos por causa de problemas cardíacos, o que surpreendeu os pesquisadores. Nenhum dos casos relacionados com o coração era potencialmente mortal.

Ao mesmo tempo, os pesquisadores encontraram 21 casos de pessoas  que sofreram o tal “golpe de calor”. Duas pessoas morreram e 12 tiveram de ser internadas em estado grave.

Os pesquisadores israelenses disseram acreditar que muitos casos provocados pelo calor possam ser confundidos com  problema cardíaco por terem sintomas muito similares, e a correta identificação da causa do problema precisa ser feita com medição da temperatura central.

Por isso, propõem que esse procedimento passe a ser incorporado à rotina dos paramédicos no atendimento de urgência. O tratamento imediato e adequado poderia, dizem, minorar ou cortar as consequências do golpe de calor.

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Comentários

  1. Wilson Justo comentou em 23/10/14 at 9:27

    Muito bom levantar esse tema.
    Alguns organizadores e muitos corredores, vêm nas provas ao sol ardente um desafio e não um risco eminente.

    Muitos colegas correram a maratona de São Paulo no dia 19 e não tiveram condições de fazer um tempo esperado, Alguns fadigaram e todos disseram que foi insano.

    Temos períodos no ano em que essas provas têm muito menos chance de ser tão quente, mas os organizadores parecem não querer ver.

    Tive o prazer de correr nesse domingo a Maratona de Amsterdam, cujo clima e organização estavam perfeitos.

    Já na maratona de São Paulo, muitos maratonistas ficaram sem água a partir dos 35k.

  2. Marco comentou em 20/10/14 at 16:46

    Rodolfo,
    Eu sou um dos “sobreviventes”, como você bem definiu.
    Uma Maratona nas condições de ontem é completamente desumana.
    Nunca vi tanta gente passando mal e caminhando já no km 30.
    Mas enfim, para não me alongar muito, isso parece não ser preocupação dos organizadores da Maratona de SP.

    Abraços

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