Câmera do K Zoom é ótima, mas celular pesa na pochete
01/10/14 10:22Adorei o modo noturno da câmera do celular Samsung Galaxy K Zoom. Desculpe aí caro leitor, atenta leitora, se a primeira frase deste texto não segue os cânones do lide jornalístico tradicional. Optei por falar logo do item que mais me impressionou nessa máquina, que é renomada por outra função: a capacidade de, com sua lente retrátil, aproximar objetos mantendo a qualidade da imagem (daí o zoom incluído no nome).
Devo notar que esse recurso não é exclusivo do K Zoom nem novo; já estava disponível em outros modelos do Galaxy, mas eu nunca o havia testado.
De qualquer modo, comparando com modos semelhantes que já experimentei em outros aparelhos, o modo noturno é excepcionalmente bom.
A diferença, acredito eu, é o sistema de estabilização de imagem que faz parte do coração do K Zoom. Além, é claro, de seu poder de processamento. Com isso, mesmo em condições adversas, o resultado pode ser surpreendente, artístico, quiçá poético.
Peço desculpas novamente ao leitor, pois não é de meu feitio ficar fazendo elogio desse jeito, ainda que ele seja merecido. O que me fez mudar de opinião foi uma sequência de fotos que fiz. Trago como exemplo as imagens a seguir.
Antes de mostrá-las, permita que eu diga: nas duas imagens, a câmera está colocada no mesmo lugar, segura nas minhas mãos um pouco acima do painel de um carro em movimento, do lado do carona. É a hora do lusco-fusco e chuvisca.
Eis a imagem obtida com a câmera no modo automático.
Claro que cada foto reproduz um cenário diferente, pois o carro está em movimento. A foto seguinte foi batida com diferença de poucos segundos em relação à anterior –no minuto seguinte, segundo os registros da câmera.
Seja você mesmo o juiz.
Posso ser ingênuo na avaliação das imagens –afinal, meus testes não são os de um técnico, mas de um amador interessado em fotografia, um usuário comum experimentando os recursos de um aparelho e vendo de sua utilidade para registrar momentos de suas corridas. Não lembro, porém, de ter tido resultado semelhante com outros aparelhos que testei.
Bom, quanto ao zoom da câmera do K Zoom, posso dizer que também impressiona. Trata-se de aproximação ótica, conseguida por meio da lente retrátil –como as de uma luneta–, inesperada num celular.
Não é o primeiro exemplo de celular com esse recurso: o antecessor desse modelo já tinha a lente expansível. Mas agora o processador mais potente e a tela de melhor qualidade tornam o resultado muito mais legal.
Fiz várias experiências com o zoom, que tem uma aproximação de 10x (ou seja, é como se o objeto focado estivesse a um décimo da distância em que efetivamente está). Os resultados foram muito bons –melhores quando eu fiquei bem parado, segurando firme a câmera.
Veja, por exemplo, a imagem abaixo, produzida no modo automático. Preste atenção nas ferramentas que estão mais ou menos no meio do quadro.
Com a câmera na mesma posição, puxei o zoom focando nas tais ferramentas. O resultado foi este:
Do pondo de vista de qualidade da imagem, portanto, o Galaxy K Zoom se sai muito bem. Já em relação à usabilidade por um corredor, não é o mais ágil do mundo –pesado e gordinho, é meio desengonçado.
Tentar fazer o zoom apenas passando os dedos sobre a tela sensível ao toque não vai dar certo –pelo menos, se você quiser uma aproximação instantânea. É preciso fazer uma certa ginástica, segurando firme o telefone/câmera com uma das mãos enquanto a outra aciona o zoom.
O mais simples é usar o botão de zoom, segurando o aparelho com as duas mãos.
Nos treinos e corridas que fotografo, procuro usar uma pochete impermeável e acolchoada para proteger o equipamento. Ela é leve e justa, digamos assim –se eu colocar uma careira comum, mesmo se recheada apenas com os documentos e cartões de praxe, a coitada vai ficar estufada.
Apesar de o K Zoom caber folgadamente no comprimento, sua espessura torna mais difícil tirá-lo da pochete e guardá-lo novamente durante uma corrida. A diferença de peso, ainda que pequena, também é sensível –tem 200 g contra 140 do celular que uso.
Já o impacto na carteira é bem mais considerável: seu preço de lista é R$ 2.099. Isso é muito caro em relação à renda da maior parte da população brasileira: dá quase três salários mínimos. Mas é razoável se considerada a concorrência: um já ultrapassado iPhone 5 com câmera de menor resolução (8 Mpixels contra 20,7 Mpixels do K Zoom) é encontrável em promoção por R$ 2.199 –preço de lista 2.799.