Luisa molha o cabelo e enfrenta arame farpado em corrida de obstáculos
27/08/14 11:21Hoje trago para você mais uma aventura de minha amiga LUISA, jovem corredora que, na vida civil, é editora-assistente de Comida e Turismo na Folha. Vidão, não é? Vivert de viagens, acepipes deliciosos e doces fulgurantes. Na real não é bem assim, mas tudo bem.
De sobrenome ALCANTARA E SILVA, LUISA tem 31 anos e já correu quatro meias maratonas. A seguir, a história que ela nos conta. Obrigado, Luisa, pela colaboração.
“Luisa, vamos fazer uma corrida de obstáculos?”, perguntou o meu treinador, André Pereira, quando resolvi voltar a treinar após um novo longo intervalo, agora por causa da Copa e de seus bares e festas.
“Olhei para ele com aquela cara de interrogação, pensando de onde ele tinha tirado a ideia de que eu conseguiria fazer aquelas provas da Olimpíada, com cavaletes. E ele: “Não, esses obstáculos são lama, atravessar um rio… Corrida de aventura”. “Ahh”, eu disse, interessada na novidade (nunca tinha corrido uma).
“Entrei no site da prova, Iron Race. Seria em Guararema (a 79 km de São Paulo). Eu escolheria entre 5 e 10 km. Como não conhecia esse tipo de prova, fui na menor.
“Um dia antes, entrei no site da prova para pegar o endereço. Foi quando eu vi a estampa da camiseta. O desenho de uma caveira com as palavras Iron Race – Corrida de Obstáculos Militarizados… Ai…
“Último domingo (dia 24), às 8h30, a primeira bateria está para largar (com atraso). Para chegar ao portal da largada, os participantes precisam pular um obstáculo de madeira quase da minha altura –tenho 1,65 m. É só o que dá para ver.
“Pouco depois, é a minha vez. Não consigo ultrapassar sozinha o tal do primeiro obstáculo, pré-prova. Meus braços não têm força para me puxar para cima. Peço ajuda a um corredor, que se agacha e me “cede” a coxa como degrau.
“A prova começa. Logo no início, temos que correr agachados por uns 10 m, sob um tecido que forma uma espécie de tenda coberto por uma fumaça e com luzes de flash piscando. Continuamos por uma linha de trem, em um terreno bem pedregoso. Com medo de tropeçar e rolar morro abaixo, corro na parte com mais pedras.
“Outro obstáculo: rastejar em um terreno com arames farpados amarrados a menos de 50 cm do chão. Pular barras. Fácil. Mais um: trepa-trepa. Tento, mas caio logo no início. Para continuar, tenho que “pagar” fazendo 15 polichinelos.
“Subida. Opa, essa é a minha prova! Um monte de gente andando? Estou gostando! Mas continuo correndo, mesmo que bem devagar… Ainda é cedo para parar de correr.
“Alguns outros obstáculos e chega o mais legal: atravessar o rio. O que não sabíamos é que teríamos que entrar com o corpo todo na água. Sim, molhar o cabelo.
“Com os braços, tínhamos que ir puxando uma corda até a outra margem. Detalhe: todo mundo tinha que colocar colete salva-vidas ali; a correnteza estava bem forte naquele trecho. Saí do rio, cheia de lama, corri mais uns poucos metros e rio de novo –desta vez, sem o colete. O rio gelado foi bom para refrescar.
“Mais alguns obstáculos, como atravessar um emaranhado de elásticos, já com as pernas pesadas, e os 5 km acabam. Termino em 47 min. “Considerando que em alguns obstáculos tínhamos que esperar o corredor da frente passar, e considerando que me considero uma corredora meio tartaruga –e que todos que me conhecem também me consideram!– achei meu tempo razoável.
“Foi muito legal ter feito a prova, diferente de qualquer outra que já tinha feito. O tempo não importa; a força e o pique valem muito mais. Já estou me programando para fazer a próxima!”
PS.: A moça lá do alto não é a Luisa (veja nos comentários quem é ela); a foto mandada pela assessoria da prova, assim como a do rio; o crédito é Tatiana Mello/Divulgação
Olá Rodolfo Lucena, sou a moça da foto, sou enfermeira por escolha e me aventuro em corridas de rua e provas como a IRon race com a minha equipe CR RAce, assim como a luzia amamos correr e esperamos sempre desafios novos nas corridas! Legal demais sua matéria:)