Monitor de atividade física pode ajudar a enfrentar sedentarismo
27/06/14 09:05Sabe aquele tipo de produto que você olha, olha, pensa, pensa e diz para si mesmo: “Não, eu nunca iria comprar uma coisa dessas”?
Pois as tais pulseiras atléticas, que monitoram a movimentação do vivente e, conforme o caso, ainda dão informações sobre frequência cardíaca, para mim sempre estiveram nessa categoria de produto.
Por isso, nem sequer me interessei em testar quando elas começaram a surgir. Neste ano, porém, a Garmin anunciou sua entrada nesse segmento. Como a empresa é reconhecida fabricante de bons produtos para corredores, resolvi fazer uma resenha da Vivofit, que é o nome da pulseira da boa forma da Garmin.
Bom, não mudei minha opinião: para mim, não serve para nada. Ou, dizendo de forma mais elegante: não tem as funções que procuro para ajudar a monitorar minha atividade física. Por outro lado, pude perceber que o aparelho pode ser uma boa ajuda e até incentivo para que pessoas sedentárias se engajem em atividade física ou mesmo apoio para iniciantes em corrida.
O que ela faz: conta os passos que você dá ao longo do dia. Mais precisamente, no período em que você usa a pulseira; como ela é leve, dá para ficar o dia todo. Não é preciso tirar nem para dormir, se o vivente resolver encará-la como aquelas pulseiras magnética ou simplesmente um recuerdo do Senhor do Bonfim. É leve e bonitinha, como se vê na imagem acima.
Ela conta os passos e mede os quilômetros percorridos. A precisão é mediana, digamos assim –em vários dias de teste, usei também um relógio com GPS, e houve diferença média de 300 m a 400 m. Também monitora horas de sono e o ritmo cardíaco, se você comprar na versão com cinta cardíaca (que é mais cara, obviamente; depois falo os preços).
Quando você chega em casa, pode passar tudo para o computar sem grandes dificuldades se você for um cara habilidoso. Eu, que tenho pés tortos no lugar das mãos, passei o maior trabalho para inserir na porta USB do computador o tal ANT sticker, que é uma espécie de micropen drive: uma pecinha do tamanho de uma unha que serve de intermediária para a comunicação da pulseira e o computador.
Para mim, é a pior característica do conjunto. Precisa inserir aquilo no computador a cada conexão (a não ser que você queira deixar um porta USB permanentemente ocupada) e, pior, precisa guardar em local seguro a maldita pecinha –que, como disse, é do tamanho de uma unha e altamente perdível, mimetizável em qualquer gaveta bagunçada.
Uma vez inserida a tal peça, a sincronização é fácil e rápida. Daí é só alegria. O software que mostra os dados é uma beleza, na minha opinião, seguindo os padrões de apresentação e detalhe de outros produtos da Garmin. Além disso, é muito entusiasmado e fica dando parabéns ao usuário pelas novas conquistas –você deu 5.000 passos hoje!!! Ganha uma medalha; você deu 12 mil passos, outra medalha, recorde!! Recorde!!! RECORDE!!!! e outras gentilezas do gênero.
O usuário pode colocar desafios para si mesmo, o que costuma ser um incentivo para ficar firme na atividade física. Essa é, por sinal, a principal função desse tipo de equipamento: servir como apoio e provocação para quem começa a lutar contra o sedentarismo.
Experiências monitorando o uso de pedômetros (que é um parente próximo, antecessor dessas pulseiras da boa forma) entre crianças e adultos na Europa (veja AQUI e também AQUI) mostram resultados estimulantes no sentido do aumento da atividade física e da melhora dos indicadores vitais. Por isso que digo que pode ser uma boa arma para quem quer começar suas caminhadas atléticas. Claro que não é a panaceia de todos os males; pode ser um incentivo, um empurrãozinho extra.
Tenho dúvidas, porém, quanto ao custo/ benefício. Cá no Brasil esse produto é vendido por R$ 599 na versão mais simples e por cem reais a mais na versão com cinta cardíaca. Claro que é melhor comprar com a cinta cardíaca, especialmente se o usuário for sedentário. Nos EUA, custa cerca de US$ 130, o que dá aproximadamente R$ 300, dependendo do câmbio. Enfim, para alguns isso é dinheiro de pinga; para outros pode ser metade do salário do mês.
Ah, para quem estiver avaliando se vale a pena, não custa lembrar que a Vivofit também marca as horas, além de contar passos e acompanhar os batimentos cardíacos do vivente.
Caro Lucena, ótimo comentário
abraço do Carlão