Olha o Franck aí, gente!
28/04/14 09:13Para quem pensava que o ex-campeão pan-americano da maratona era carta fora do baralho, Franck Caldeira mostrou neste domingo que está vivo, operante e disposto a lutar por um lugar ao sol.
Corrigindo: por um bom lugar ao sol.
Na maratona de Pádua, na Itália, conquistou o segundo posto com o tempo de 2h12min04. Tudo bem que isso não dá camisa a ninguém em nenhuma das grandes maratonas do mundo, mas é o suficiente para lhe garantir índice para o próximo Pan, em Toronto, e para o Mundial de atletismo, em Pequim, ambos no ano que vem.
A marca, a segunda melhor de sua carreira, um segundo atrás de seu recorde pessoal, também o alça para o topo do ranking sul-americano de maratonistas, segundo informação da assessoria do Clube de Atletismo BM&FBovespa.
Talvez tão importante quanto o resultado tenha sido a forma como Franck conquistou a colocação. Disputou o tempo todo ombro a ombro com o campeão, o queniano Pharis Kimani, que terminou apenas um segundo à sua frente. Os dois abriram uma vantagem de cerca de meio minuto em relação ao terceiro colocado.
Claro que o fato de ter conseguido o índice agora não o garante nos campeonatos, mas é uma demonstração de que Franck volta a ter sede de competição e está em boa forma.
Em despacho divulgado pela assessoria, Franck assim descreve a competição: “Seguimos eu e três quenianos no pelotão da frente e o ritmo se manteve até os 35 quilômetros –a previsão de chegada era para 2h10min40. Mas a chuva que pegamos no quilômetro 36 derrubou o nosso ritmo. Dois quilômetros depois, a chuva parou e voltamos a apertar, mas aí só estávamos eu e o queniano (Pharis), que encostou. Tentei uma saída, mas não abri muito. Ele encostou e imprimiu o ritmo. Tentei acompanhar, mas sentia uma dor forte no posterior. E como no final o trecho tem chão em pedra –e aí é que o posterior doía mesmo– ele abriu no 41 e venceu”.
O técnico do brasileiro, Ricardo D’Angelo, gostou do desempenho de seu pupilo: “Ele passou por uma situação diferente e adversa, quando abandonou a prova de Milão, três semanas atrás. Permaneceu na Europa e agora conseguiu se recuperar e correr bem. Isso mostra que sua capacidade de superação e vontade de vencer são grandes. Essa marca e posição dão confiança de que no futuro poderemos correr abaixo das 2h10min e integrar os grandes eventos internacionais”.
Por sua vez, Franck promete: “Qualquer hora vamos correr melhor”.
As vezes eu só acho que os nossos corredores de elite poderiam correr mais nos intervalos entre entre as maratonas. Sei lá, participar de umas meias pelo país, mostrar a cara, ser mais participativo no mundo amador. Os caras hibernam, depois aparecem e desaparecem novamente do radar do corredor comum. Tem o treinamento, eu sei, mas tinham que encontrar um jeito de resolver isso aí, heheh