Dois corredores morrem em meias maratonas no Brasil
26/03/14 09:24É com muita tristeza que escrevo esta mensagem, poucos dias depois de ter publicado artigo semelhante, sobre corredores morrendo em provas pelo mundo afora.
No último fim de semana, o drama aconteceu no Brasil.
Em Campinas, Hélio Kinoshita, de 52 anos, sofreu mal súbito na altura do km 19 da meia maratona e caiu ao chão. Segundo a organização, ele foi socorrido em dois minutos por uma unidade móvel, que fez os primeiros socorros. Foi levada ao Hospital Casa de Saúde. A causa da morte não foi divulgada.
A Noblu Sports, responsável pela organização, distribuiu nota em que diz que “lamenta profundamente o ocorrido e se solidariza com a família do atleta Hélio Kinoshita, prestando total assistência e apoio neste momento”.
A outra morte foi em Porto Alegre, em uma meia maratona do circuito Golden Four, da Asics. Julio Matos, de 47 anos, sentiu-se mal depois de completar a prova e não resistiu.
A empresa emitiu nota em que afirma: “A ASICS lamenta profundamente a morte de Julio Matos, após o corredor completar a Golden Four realizada ontem na cidade de Porto Alegre. A empresa reitera que Julio teve pronto atendimento médico após sentir-se mal, sendo socorrido por uma das sete ambulâncias UTI que ficam à disposição durante o evento.
“A empresa esclarece que segue todos os procedimentos de segurança recomendados pela Confederação Brasileira de Atletismo (CBAt) para corridas e competições de rua. Em todas as etapas da Golden Four há sete ambulâncias, cada uma com um médico, um enfermeiro e um socorrista. Há ainda um posto médico fixo com uma equipe composta por um médico e quatro enfermeiros.
“A remoção do paciente até o hospital mais próximo levou oito minutos e o socorro foi prestado imediatamente.
“A empresa lamenta mais uma vez o ocorrido e presta todo o atendimento e solidariedade à família do corredor.”
Este blogueiro também se solidariza com a família e os amigos dos corredores mortos. E lembra que esse é um momento de reflexão sobre o crescente número de casos do gênero.
Rodolfo e amigos, lamento profundamente o ocorrido e, como corredor de rua absolutamente amador e ex-jogador de futebol, preciso dizer aqui o que disse para minha esposa reiteradas vezes até uma lesão a afastar das corridas por 4 meses e o que digo a familiares corredores que vão além dos limites.
Não é incomum ver e ouvir publicidade esportiva usando termos-chave como “superação”, “desafio”, “limite” ou “vá além”. Não, não vá ao limite. Vá praticar exercícios físicos de maneira saudável e não olhe planilhas de resultados que não sejam as suas, ou seu próprio cronômetro.
A atividade, em geral, começa sempre com 5 km desafiados, que se somam a mais 5 e que, depois, são desafiados por tempo, levando gente, inclusive, a deixar de se hidratar “para ganhar tempo”.
Haverá um momento, nas corridas, em que você, atleta amador, atingirá o seu limite, e será aí o seu lugar, pois haverá o domingo para curtir, a segunda para trabalhar e descansar. Alargar o limite requer cuidado, treinamento e disciplina, mas se o trabalho ou os afazeres impedirem, não hesite: devagar e sempre. Quem vive disso é profissional e tem (ou deveria ter) todo o suporte necessário a uma atividade esportiva de elite.
Ainda acho, Rodolfo, que os organizadores do número cada vez maior de corridas de rua deveriam frisar esses aspectos no momento da inscrição. “Não treinou adequadamente para aquela corrida?” Então, pelo menos respeite seu ritmo e não queira bancar o herói.
Lamento muito o ocorrido e tenho visto, cada vez mais, gente caindo e desmaiando durante as provas. Que vitória para essas famílias não teria sido a volta de seus amados.
Responsabilidade, cuidado médico e parcimônia, sempre.
Rodolfo,
Lamentável o que aconteceu, em ambos os casos acho que é muito triste saber que atletas que se preparam, que treinam diariamente e com tanto afinco para estarem correndo em uma determinada prova, de repente sentem-se mal e morrem durante ou após esta. São coisas da vida mesmo, inexplicáveis e dolorosas para os familiares e amigos. Me solidarizo com eles.