Pesquisa inédita mostra perfil de corredoras brasileiras
14/02/14 10:01Acabo de receber um resumo da pesquisa DNA de Corredora 2014, baseada em 5.267 questionários respondidos via internet. As mulheres entrevistadas responderam a uma bateria de 54 perguntas. Além disso, houve entrevistas presenciais, em que foram ouvidas corredoras individualmente e em grupo.
O resultado é bem interessante, ainda que eu acredite que especialistas em estatística vão dizer que eles não podem ser extrapolados para o universo das corredoras brasileiras.
Basta ver as faixas de renda para perceber que o universo de corredoras ouvidas está longe de representar a situação brasileira (27% das entrevistas têm renda familiar superior a R$ 9.745).
De qualquer modo, é uma amostragem muito grande; no mínimo, temos um perfil das entrevistadas, o que já é alguma coisa, considerando a falta de estatísticas sobre o mundo das corridas no Brasil.
Então vamos a alguns resultados, começando pelo perfil socioeconômico. A maior parte (45%) tem renda familiar de R$ 1.734 a R$ 7.495. Até aí morreu o Neves, como diria o outro, pois a pesquisa cria uma faixa gigantesca; para ser coerente com as demais faixas usadas, essa deveria estar dividida em pelo menos três grupos. As outras faixas são até R$ 1.085 (4%); de R$ 1.085 a R$ 1.734 (9%); de R$ 7.475 a R$ 9.745 (15%) e a já citada acima de R$ 9.745.
As corredoras entrevistadas são jovens adultas e têm alto nível de escolaridade: 40% fizeram pós-graduação, 6% têm mestrado e 2% doutorado; apenas 1% das ouvidas têm somente o ensino fundamental. A maior parte (49%) tem de 35 a 45 anos; a segunda faixa etária mais frequente (37%) é a de 25 a 35 anos.
As corredoras são relativamente novatas no esporte: 27% correm há menos de um ano, 34% já praticam esporte há entre um e três anos. Uma em cada cinco é veterana: corre há mais de cinco anos.
Quase um terço (28%) pratica o esporte até duas vezes por semana, mas a maioria disparada é mais assídua: 62% das corredoras ouvidas vão às ruas ou à esteira de três a quatro vezes por semana.
A julgar pela pesquisa, o que elas querem é melhorar a qualidade de vida (49%), sem deixar de buscar a beleza (17% têm como objetivo moldar o corpo). Apenas dois por cento treinam com objetivo absolutamente competitivo, para participar de provas.
A maioria quer ficar longe das quatro paredes quando pratica seu esporte predileto: 40% vão às ruas e 19% escolhem treinar em parques como palco predileto de ação. Elas são rigorosas em sua dedicação à melhoria de qualidade de vida e preparação física: mais de 60% seguem algum tipo de dieta e 75% frequentam academia para fortalecer a musculatura.
A maioria é independente =64% não usam os serviços de assessoria esportiva, buscando informações em sites e portais de corrida.
E gostam de participar de provas (apesar de, como visto acima, apenas 2% terem dito que treinam para melhorar o desempenho em corrida). Das entrevistadas, 22% participaram em de cinco a seis corridas no ano passado, e a mesma percentagem chutou o pau da barraca, correndo mais de dez provas no período.
Elas preferem provas de 5 km (42%) e de 10 km (34%); com 10% das preferências, a meia maratona é o tipo de prova que mais deve crescer nos próximos anos, na avaliação dos analistas da empresa Marketing Iguana Sports, que realizou a pesquisa (as imagens aqui expostas são da apresentação da pesquisa). Elas também gostam de provas exclusivas: 78% já participaram de corridas femininas.
Como as respostas anteriores atestam, a universo das atletas femininas ainda é de corredoras em evolução, que estão se testando em distâncias cada vez maiores. Por isso, não é surpresa o fato de que apenas 31% das ouvidas já participaram de meia maratona. Já a maratona propriamente dita ainda é um objetivo distante para a imensa maioria: apenas 6% das entrevistadas já correram os míticos 42.195 metros. E, a julgar pelas respostas anteriores, não devem se dedicar tão cedo a essa distância.
Enfim, esses são alguns dados da pesquisa, que é muito bem-vinda. Apesar de obviamente não ser um retrato do universo das corredoras brasileiras, parece ser uma boa amostragem das atletas que vemos nas ruas, nos parques e, especialmente, nas corridas de rua. Tomara que ajude as empresas da área a conseguirem patrocínios para mais e melhores provas.
Eu entendi bem ou a pesquisa não é Nacional?
O título diz que sim, mas em diversos momentos você diz que não retrata as corredoras brasileiras:
“…não podem ser extrapolados para o universo das corredoras brasileiras.”
“…o universo de corredoras ouvidas está longe de representar a situação brasileira”
“Apesar de obviamente não ser um retrato do universo das corredoras brasileiras”
Gostei da matéria, mas fiquei realmente na dúvida.
Grande abraço
Gerson
a pesquisa é nacional, foi feita pela internet; mas não dá para extrapolar e dizer que representa o universo das corredoras brasileiras
Tenho 58 anos e participo de corridas de rua há 3 anos, obtendo sempre os melhores resultados (5km) 3º lugar minha categoria. Já me arrisquei na mini maratona do Rio de Janeiro,(puxado mas consegui terminar a prova).
Uma grande pesquisa – 5.267 questionários! – e um grande viés! Provavelmente devido à forma como os dados foram coletados. Se foi via internet, somente as de maior índice de escolaridade responderam. Por isso, tanta gente com pós-graduação e ganhando mais de 9 mil. Ou então os dados foram coletados em corridas de rua da Europa!!
Adorei esta matéria está muito interessante parabéns Luciena, e querendo eu não quando eu olho no google analytics é muito o que eu vejo no perfil das leitoras do blog e no meu tem muita coisa que bate.
por que foi feita apenas com mulheres???
porque o objetivo era montar um perfil das corredoras