Correr à noite exige mais cuidado e atenção
03/02/14 12:16Com o calorão que está fazendo, cresce o número de corredores que preferem ir para a rua no final do dia ou mesmo à noite, tentando fugir da canícula.
Isso tem pelo menos um aspecto positivo, pois demonstra que alguns (ou muitos, sei lá) já perceberam que o melhor treino não é aquele em que a gente enfrenta e supera as mais adversas condições, mas sim aquele em que a a gente busca as melhores condições para ter um bom desempenho.
Há, porém, um aspecto fortemente negativo. Seja por desconhecimento ou inexperiência, seja pelo sentimento de que corredor pode tudo, muitos desses atletas da noite não estão tomando precauções básicas de segurança.
Pelo menos, é o que tenho observado na minha atual condição de caminhante e, às vezes, caroneiro em veículos motorizados.
Há gente que corre de roupas escuras em lugares escuros ou mesmo rodovias com péssimas condições de iluminação.
O pior, porém, são os corredores que se imaginam intocáveis e circulam nas ruas sem a menor atenção aos carros, motos e bicicletas –cujos condutores, por sua vez, não costumam dar a menor atenção para os corredores.
Bom, já saíram muitos manuais de segurança para quem corre à noite, mas , pelo jeito, ainda não deram os resultados necessários.
Façamos aqui mais uma tentativa.
A primeira dica que dou ao corredor noturno (e a qualquer corredor de rua) é um segredo básico, mas nem sempre de fácil assimilação: não somos de ferro, aço ou qualquer outro material que suporte o ataque de veículos automotores. Por isso, preste atenção no trânsito, observe os sinais, obedeça às regras, fique de olho no semáforo.
De modo geral, a obediência à lei é o que se espera de todos os que estão nas ruas, mas sabemos que nem sempre é o que acontece. Portanto, fique MUITO ESPERTO nos cruzamentos; sempre pode vir alguém maior do que você e fazer uma conversão irregular.
Para mim, carros, motos e bicicletas que fazem essas inesperadas viradas à esquerda são os que oferecem o maior risco ao corredor. A gente está seguindo numa boa pela Sumaré, por exemplo, e de repente um veículo trava em cima, vindo do nada…
Bom, seguindo as recomendações. Para ficar esperto, é preciso estar com todos os sentidos alertas. Por isso, ao correr na rua, NÃO USE fones de ouvido muito menos converse ao celular enquanto estiver em movimento.
Use roupas claras, de preferência com faixas reflexivas; em geral, os tênis de corrida já têm elementos reflexivos, mas são pequenos. Avalie a necessidade de comprar aqueles coletes reflexivos semelhantes aos usados por garis e profissionais que atuam no trânsito. São baratos, não pesam quase nada e aumentam bastante a visibilidade de seu corpitcho. Eu usei durante uma noite inteira, durante uma corrida de 100 km na Itália, e não sofri nada…
Lembre-se de que, com exceção de algumas grandes avenidas, as ruas de São Paulo (e imagino que de grande parte das cidades) são mal iluminadas. As calçadas oferecem armadilhas metro a metro. Por isso, avalie também se vale a pena comprar uma lâmpada de cabeça. Elas são um pouco incômodas, mas usá-las é muito melhor do que levar um tombo.
Há quem recomende levar algum material de segurança, como apito, mas não sei se isso funciona no caso de ataque.
Revistas dos EUA recomendam às mulheres (e a qualquer um que circule em ambientes menos seguros) carregar dispositivos como tubos com gás pimenta; também não sei qual a eficácia disso frente a um ataque. Imagino que sejam ótimos contra cães, mas não sei se funcionam contra eventuais trombadinhas ou craqueados.
Em resumo, não saia por aí à noite como se estivesse em um passeio pelo campo. O mundo lá fora é perigoso, e é preciso se precaver para não se dar mal.
Não vá morrer por aí.
O apito funciona como prevenção. Uso muito para chamar a atenção de motoristas que podem não ter me visto num cruzamento. E em caso de ruas escuras, uso imitando o apito do “guarda” da rua. Muito boas dicas.
Abraço!