Corredor se esbalda em trilhas e matas da zona oeste paulistana
09/12/13 16:38Prezado leitor, estimada leitora, esta é uma mensagem de emergência.
Minha casa está sem internet desde as oito horas da manhã de hoje.
Até agora fizemos todos os esforços para a reconexão, mas os serviços prestados pela operadora contratada são absolutamente lamentáveis. A solução final foi dizer que mandariam um técnico amanhã.
Se você estiver lendo este post, é porque consegui me conectar via telefone celular, o que também não era possível no momento em que escrevia este texto.
De qualquer forma, em algum momento isso há de se resolver, enquanto isso, deixe que lhe conte as novidades.
É simples e digo em voz calma, com a placidez que merecem as grandes revelações: hoje descobri o paraíso. Não foi um encontro messiânico muito menos a descoberta da paz celestial ou qualquer outra entidade de conotação religiosa, esotérica ou, de alguma forma espiritual. Uso a palavra em seu sentido mais comum, costumeiro, cotidiano, o de metáfora para lugar maravilhoso, esplendoroso, pacificador.
Corri por 15 km nas trilhas de asfalto, matão, terra virgem, grama cheirosa e orvalhada, cheias de sombra e ensolaradas do parque Anhanguera. Antes de sair, sabia que era o maior parque municipal, mas agora, sem a maldita conexão com a internet, não posso dizer mais muita coisa objetiva que o identifique, como área, idade e outros “dados pessoais”.
Em contrapartida, conto lá há uma Trilha dos Beija-Flores, ladeada por árvores e plantas que supostamente atraem os animaizinhos. Também há o bosque Sol Nascente, localizado de tal forma que o astro-rei beija suas árvores logo que amanhece.
A pista de asfalto que rodeia a área mais “civilizado” do parque tem 2 km, aproximadamente, e oferece algumas ondulações: cinco voltas ali, três ou quatro vezes por semana, já servem de razoável preparação para a São Silvestre.
Mas o bom mesmo são as trilhas mais selvagens que partem do circuito de asfalto. Zarpei por uma, subi morro, desci morro, meti o pé na grama, me perdi e me encontrei, me diverti.
Tudo feito a duras penas, pois o meu joelho direito está cada vez pior. A dor retrocede e recrudesce, como se brincando com meus sentimentos. Sou obrigado a dar um jeito na passada, para tentar diminuir o impacto no joelho, e aí dessarumo todo o resto, que já não é grande coisa.
Pelo menos, parece que não é menisco, me disse hoje o médico. Mas pediu uma ressonância da área, o que continua me deixando assutado. Ainda tenho uns trinta e tantos dias de projeto 460 km por SP, cerca de 350 km pela frente, não dá para uma lesão me derrubar agora.
Vamos ver o que rola. Esta semana será muito importante para as definições de tratamento, que, prevejo, será meio ninja, tentando arrumar o corpitcho veio enquanto eu o vou desconjuntando pelas artérias paulistanas.
Se conseguir encontrar mais lugares tão aprazíveis e inspiradores como o de hoje, vai valer a pena.
Bueno, desculpe aí que o post não está completo. Eu lamento mais que todos, pois você não sabe o quanto escrevi, na minha mente, enquanto rodopiava pelo mato da zona oeste paulistana. Ia ser uma história de poesia pura, o corredor e a natureza, as trilhas e o coração selvagem.
Mas preciso ser econômica. Não tem mapa nem fotos. Volte outro dia (volte todos os dias) e terei conseguido dar um pouco mais de elegância a esta mensagem.
Por enquanto, fique com o resumo da empreitada e, por favor, torça comigo para que a minha operadora de internet comece a prestar um serviço melhor, mais decente, mais honesto. Do jeito que está, posso dizer que odeio minha operadora de internet de todo o coração (pelo jeito como ela me trata, parece que o sentimento é mútuo).
Azar. Vamo que vamo!
DIA 9 – PROJETO 460 KM POR SÃO PAULO
Clique no mapa para acessar informações mais detalhadas sobre o percurso
QUILOMETRAGEM DO DIA: 15 km
TEMPO DO DIA: 2h51min40
QUILOMETRAGEM ACUMULADA: 121 km
TEMPO ACUMULADO: 22h54min51
QUILOMETRAGEM A CUMPRIR: 339 km
DESTAQUE DO PERCURSO: parque Anhaguera, é pouco ou quer mais?
Grande Rodolfo, foi um prazer vê-lo correr no majestoso Estádio do Pacaembu, lá fiz minha prova número 499 e sua presença abrilhantou essa conquista (500 no domingo na Gonzaguinha). Lugar espetacular esse, mais um para treinos longos e vistas maravilhosas. Estou torcendo muito para você ir em frente, keep going, ultréia, shosholoza. ass rodolfo maniadecorrer.
Olá Rodolfo. Parabens por este projeto tão importante. Espero que teu joelho sare logo. Fiquei muito feliz ao rever o Parque ÉAnhanguera onde estive muitas vezes. É um paraíso!. S.Paulo apesar do cimento frio também tem esses recantos pra nos oferecer. Abraços e boa sorte. Vitor de S.J. do Rio Preto, ex-colega corredor da av.Sumaré.
Rodolfo, acredito que todos nós que estamos acompanhando passo à passo, as suas aventuras nos 460 km. por São Paulo, compreendemos muito bem seus esforços e sua dedicação para completar todo o percurso proposto. Não há de ser uma lamentável falha de conexão de Internet que irá derrubar você, ou fazer de suas grandes aventuras menos interessantes ou nem tanto magníficas quanto deveriam ser.
Adorei ler sobre seu percurso no Parque Anhanguera. Você continua genial, com ou sem Internet.
Let´s go, guy!
procurei o “mapa” para clicar e obter mais informações sobre o projeto, mas onde está o tal mapa?
Talvez te console saber que você é apenas mais um entre tantos milhares de consumidores insatisfeitos. E nem precisa dizer o nome da operadora, pois qual se salva ?
Força nesse joelho aí !!!
Um abraço
Luis Augusto