A ilusão das 3h20 na maratona de Chicago
14/10/13 09:14Conheci MAURO TEIXEIRA quando nem ele nem eu éramos corredores; o que mais conhecíamos, aliás, eram os corredores do prédio da Folha, na alameda Barão de Limeira. Lá ele foi repórter e redator, funções que também exerceu na “Gazeta Mercantil”. Hoje é diretor da agência Comunicacão Mais Assessoria e Consultoria. Além de empresário, virou corredor: aos 51 anos, já fez oito maratonas. A mais recente foi ontem, em Chicago. É a história daquela prova que ele conta para nós em relato exclusivo para este blog.
Vamos ao texto de MAURO.
“Tudo certo na terra de Lincoln, Obama, Oprah e, por que não?, de Al Capone. Chicago recebeu muito bem os milhares de atletas que vieram participar da 36ª edição da tradicional maratona da cidade. Tudo funcionou bem, desde a feira em que os atletas buscam seu kit para a corrida, passando pela organização da prova e, neste ano em especial, a segurança, que tirou o sono das autoridades norte-americanas desde os atentados na maratona de Boston, em abril passado, em que morreram três pessoas.
A feira foi realizada num centro de eventos próximo à largada da prova, com muito espaço e uma boa quantidade de estandes das principais marcas de artigos esportivos oferecendo lançamentos e produtos ligados à prova.
Alguns estandes fazem muito sucesso, como o de uma rede de loja de artigos esportivos que oferecia tênis de boas marcas por US$ 50. O que vi foi uma verdadeira “carnificina”, com os atletas disputando quase no tapa os produtos. Como fui buscar meu kit na sexta-feira, duvido que tenha sobrado produtos para o estande abrir no sábado.
A prova foi vencida pelo queniano Dennis Kimmeto, com o tempo de 2h03min45, seguido por outros dois quenianos. Mas, para os corredores que não são do Planeta Quênia e arredores, a maratona pode ser curtida desde seu início.
A temperatura, que esteve em níveis elevados nos dias anteriores (entre 15 e 23 graus Celsius), decidiu colaborar: o domingo amanheceu bem fresco, com a largada acontecendo a 10 ou 11 graus. Foi um alívio, já que a maratona de Chicago costuma aprontar no que diz respeito à temperatura –em 2007, a prova teve de ser interrompida por causa do inesperado calor.
O percurso é plano, com muita sombra durante quase todos os 42 km. Por isso, costuma atrair um número cada vez maior de corredores de todas as partes do mundo. Neste ano, o Brasil foi um dos países que mais enviaram atletas para Chicago –estavam inscritos 283–, perdendo apenas para o México e para Porto Rico. Enfim, um festa em várias línguas, uma verdadeira torre de babel.
Para este atleta amador, a experiência na maratona de Chicago poderia ser definida como a “Ilusão das 3h20”.
Explico: eu tinha a meta de correr a prova abaixo das 3h30min, por isso na largada saí junto com os atletas marcadores de ritmo que corriam para 3h25min. Iludido por estar me sentindo bem, leve, correndo solto, encostei na turma dos 3h20min e ali fiquei.
No km 25, comecei a descobrir o tamanho do meu erro. Vi a turma se distanciar, mas insisti para ao menos acompanhar a turma das 3h25min. Outra ilusão: as pernas pesavam, o corpo já não respondia e fui ficando para a turma das 3h30min.
Não iria deixá-los escapar, pensei. Bom, até tentei e cheguei junto com parte da turma, mas terminei a prova em 3h31min. Satisfeito, claro, mas com a sensação de que poderia ter feito um pouco melhor. Mas essa sensação é comum a 99% dos corredores em 99% das provas, não?”
PArabens Teixeira,
3:31 esta excelente. Aproximadamente um milhão de pessoas foi para as calçadas para te aplaudir e incentivar. Esta maratona é mesmo Fantastica.