Preparação foi ótima, diz técnico do maratonista Paulo Roberto, que disputa o Mundial
16/08/13 09:23Se o clima estiver favorável, o maratonista brasileiro Paulo Roberto de Almeida Paula parte amanhã em busca de seu recorde pessoal no asfalto de Moscou, na maratona do Mundial de atletismo. Se continuar o calor, fará uma prova mais conservadora, buscando posição, tentando chegar no mesmo posto que conquistou na Olimpíada de Londres-2012 (oitavo lugar).
Esse, pelo menos, é o plano prévio informado pelo treinador Marco Antonio Oliveira, que há quase 20 anos orienta Paulo Roberto e seu irmão gêmeo, Luiz Fernando. Em entrevista exclusiva para este blog, o técnico diz que o objetivo só vai ser definido mesmo na hora da prova, na manhã deste sábado.
Leia a seguir a entrevista com Marco Antonio Oliveira, o Marcão, que está agora em Moscou acompanhando seu pupilo.
Como foi a preparação de Paulo Roberto?
Marco Antonio – Uma preparação que todos almejam, pois até agora nada deu errado. Tudo está funcionando como um relógio suíço. Nada de lesão, dores, problemas clínicos, problemas particulares ou semana ruim. Tudo que foi solicitado foi executado com uma certa facilidade pelo maratonista. Tudo isso garante a conquista do objetivo?! Não, pois maratona é maratona. Com certeza, porém, diminui bastante os riscos do famoso: “deu errado na maratona”.
Como foi dividido o treinamento e quanto tempo durou?
Marcos Antonio – A periodização foi desenvolvida em três etapas, dentro do clássico de treinamento para maratona, mas com um diferencial que não se consegue encontrar em nenhum livro, que é a ênfase no simples ‘arroz com feijão’. O clássico Alta Altitude, Nível do Mar e Aclimatação desta vez exigiu 81 dias do calendário para visar Moscou. As cidades de Cochabamba (2.800 m acima do nível do mar) e Lisboa (nível do mar) foram novamente as protagonistas geográficas e extremamente estratégicas para dar suporte à busca do objetivo. A única novidade dentro dessa periodização, quando comparada às periodizações anteriores, foi o aumento de 20% no questão volume global (semanal e mês). Porcentagem aparentemente inofensiva, mas que, se não déssemos uma devida atenção, poderia ter jogado para o ralo toda a preparação.
Qual o objetivo na prova, como o Paulo vai correr?
Marco Antonio – A estratégia que vai ser aplicado na maratona, apesar de já estarmos na véspera, ainda está sendo definida, de acordo com a estrutura de treinamento que utilizamos: adaptação do organismo às cargas de treinamento, nível psicológico que vai ser alcançado até momento antes da largada e pela cara que vai se apresentar o clima/tempo no dia da maratona. Sim, estou querendo dizer que o objetivo só vai ser definido no dia do evento, principalmente pelo fato de que a variável clima/tempo não é controlável. Em outras palavras: numa periodização visando uma maratona, independentemente do nível do maratonista, elite ou entusiasta, não pode existir somente o plano A mas também o plano B.
Detalhando, diria que nosso Plano A está voltado para clima favorável e o Plano B para clima desfavorável. Isso significa que no Plano A será objetivado recorde pessoal, relevando ao segundo plano a classificação; já o Plano B a busca será a classificação no mesmo nível que foi obtido nos Jogos Olímpicos de Londres, ou seja, Top 8.
Boa sorte Paulo