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Rodolfo Lucena

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Perfil Rodolfo Lucena é ultramaratonista e colunista do caderno "Equilíbrio" da Folha

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Maratona feminina no Mundial é tapa no racismo

Por Rodolfo Lucena
10/08/13 13:33

 

O resultado da maratona feminina no Mundial de atletismo, neste sábado em Moscou, pode ser visto como um tapa nas teses racistas que tentam atribuir à cor da pele ou à etnia o principal mérito pela performance esportiva.

A vitória foi da queniana Edna Kiplagat, 33, que se tornou a primeira mulher a vencer dois Mundiais seguidos (foto AP). Ao lado dela, no pódio, estiveram a italiana Valeria Straneo, que não aparecia entre as favoritas nas bolsas de apostas, e a japonesa Kayoko Fukushi (foto Reuters).

Na sequência, até a décima colocação, há outra japonesa, uma espanhola, mais uma italiana, uma mexicana, uma norte-coreana, uma norte-americana e uma britânica. Um belo mix de nacionalidades, você não concorda?

A mexicana é nossa velha conhecida, nada menos que Madai Perez, que era apontada como favorita no último Pan-americano e levou um baile da brasileira Adriana Aparecida da Silva nas ruas de Guadalajara.

Outro nomão entre as dez é a “velhinha” Deena Kastor, de nobilíssimos 40 anos. Se você não lembra, eu refresco sua memória: ela deu um banho de estratégia na calorentérrima maratona olímpica de Atenas-2004; cozinhou o galo e só atacou na boa para conquistar um merecido bronze.

Falando em estratégia, esse foi o nome do jogo na prova de hoje, que acabou sendo bem lenta: 2h25min44 foi o tempo da vitoriosa queniana. Mas muito de sua glória tem de ser dividida com a corajosa italiana, que se tornou hoje a pessoa mais velha da história a conquistar uma medalha em eventos individuais de corrida em Mundiais, segundo informa o site da IAAF.

Com 37 anos, a mãe de duas crianças começou a se destacar mais no mundo do atletismo há apenas três anos, depois de uma operação para retirada do baço em 2010. Todos os melhores resultados de sua carreira foram obtidos depois daquela cirurgia: a loira tem 32min07 nos 10 km, 1h07min46 na meia e 2h23min44 na maratona.

Hoje ela resolveu que seria seu dia e mandou ver a partir da largada. Passou em primeiro pela marca dos 5 km, com 17min05, o que já detonou o primeiro pelotão. No dia quentérrimo (largada com 27 graus e umidade de 66%), a italiana liderou em todas as tomadas intermediárias de tempo.

Na passagem do km 40, porém, Kiplagat emparelhou com ela, depois de um início modesto que só a levou para o primeiro pelotão por volta do km 15. Foram alguns segundos lado a lado, e a elegante queniana tomou a frente para não mais largar.

“Tive de deixá-la ir porque estava com dores nas pernas”, disse mais tarde a italiana ao site da IAAF. Mas não largou o osso: acabou apenas 13 segundos depois da campeã, que fez uma preparação especial para correr à tarde, horário que lhe é incomum para competir.

O calor detonou muita gente boa, como a sempre favorita Tiki Gelana, que abandonou por volta da metade. Outras três etíopes também abandonaram, sobrando apenas uma da portentosa esquadra para contar a história: Aberu Kebede acabou no 13º posto. Aliás, como grupo as quenianas também sofreram: a segunda mais bem colocada compatriota da campeã completou em modesto 24º lugar. Largaram 72 atletas, e apenas 46 completaram.

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Comentários

  1. rafael donato comentou em 15/08/13 at 14:37

    Um estudo feito pela Universidade de Glasgow mostrou que não há diferença genética entre os maratonistas quenianos, etíopes, japoneses, americanos ou de outras nacionalidades. O que foi observado é o ambiente e estilo de vida em países como Quênia e Etiópia propiciam que uma grande quantidade de jovens utilizem a corrida cotidianamente.

  2. Eugênio Nassu comentou em 14/08/13 at 0:09

    mas qual racismo ? Na maratona feminina, o recorde mundial é da Paula ! Eu vejo comentários que eu acho exagerados sobre essa história dos corredores negros. Nos 100m rasos, por exemplo, é pura estatística: somente 1 homem de cor branca correu em menos de 10 segundos. Agora, se houver técnicos que consideram que brancos não tem chance alguma, recusando a treiná-los, estamos em outro caso.

  3. jaime comentou em 12/08/13 at 9:19

    Que maravilha! atleta de 40 anos entre as 10 melhores, prova de esforço e muita dedicaçao.

  4. Marcelo comentou em 12/08/13 at 8:58

    O calor detonou a Gelana ficou engraçado rs Obrigado, Lucena, por mais um ótimo post!

  5. Antonio Cavalcante comentou em 10/08/13 at 14:20

    Parabéns a todas e claro, mais para a italiana pela sua história!!!

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