Cuidado: cansaço detona a biomecânica de corredores novatos
28/06/13 11:08O título deste texto parece óbvio –e talvez seja mesmo. A diferença é que o senso comum acaba de ser brindado com comprovação médica e científica. Melhor: com a demonstração de como a mecânica da corrida é modificada pela cansaço. O que pode ajudar o corredor a fazer o ajuste necessário.
O estudo comprobatório foi publicado no Journal of Science and Medicine in Sport e divulgado no site da “Runner`s World”. Segundo a avaliação de um grupo de cientistas da Alemanha e da Escócia, ao cansarem, os corredores menos experientes tendem a inclinar mais o tronco para a frente, enrijecer a lombar, deixando-a mais reta, e pronar de forma mais acentuada –isso significa aumentar o movimento do calcanhar para dentro.
Essa é uma combinação explosiva, pois pode dar origem a uma série de lesões que é melhor a gente nem começar a listar.
A pesquisa se apresenta como inovadora por avaliar a forma dos corredores (sua biomecânica) depois de cansados. Trabalhou com corredores iniciantes –supostamente, corredores mais experientes já passaram desse estágio e têm mais consciência de sua forma durante o exercício.
A principal mudança na forma foi o grande aumento da inclinação do tronco para a frente, o que faz com que o corpo se torne ainda mais pesado e contribui para o tal endireitamento da lombar (reduzindo bastante sua curvatura natural).
“O corredor deve ficar atento à sua forma durante os treinos”, recomenda o doutor Evert Varhagen, um dos condutores do trabalho. “O treinamento não deve ser apenas para melhorar a velocidade e a resistência mas também para desenvolver uma boa postura de corrida.” E conclui: “Quando cansado, é melhor ir um pouco mais lento, mas focar na boa biomecânica, tentando manter o equilíbrio”.
Acho que mesmo corredores mais experientes dão essa caidinha quando o bicho pega. Um treinador me deu uma dica que é bem didática e fácil de seguir: mantenha a cabeça longe das coxas. No cansaço, você vai inclinando o tronco para a frente, e as pernas já não se movem tão rapidamente: visto de lado, o corredor exausto tende a parecer um “c”. É a hora de fazer das tripas coração, erguer o tronco, olhar para o horizonte e empurrar o chão.
Como diz o povo: Vamo que vamo. E saravá!
Excelente Lucena.
Vale acrescentar a redução na amplitude das passadas nessa avaliação biomecânica. A mobilidade dos braços também se alteram, pois ocorre a “busca” de novo ponto de equilíbrio durante a corrida. A inclinação do tronco a frente é um dos sinais e temos a exacerbação de pêndulos laterais(em alguns casos) e a tensão nos ombros também como apresentação do cansaço corporal.
É importante vigiar esses sinais, pois como falou acima, diversas situações indesejáveis podem aparecer se continuar com a postura desfavorecendo a biomecânica.
Bons treinos !
Óbvio mas importante. É o que meu treinador insiste em me corrigir. O difícil é seguir estes cuidados. Excelente alerta não só para os novatos mas para os véios, como eu.
É bem por aí mesmo Lucena e a musculação aliada a exercícios para o abdômen fizeram uma enorme diferenças em meus treinos longos principalmente.