Maratona de Madrid é difícil, mas tem roquenrol
02/05/13 03:21Volto a apresentar a você uma colaboração de CARLYLE VILARINHO, que domingo passado correu a maratona de Madrid, com descanso de apenas duas semanas depois de sua participação na prova de Roterdã. E não é que as coisas saíram melhor do que o esperado? Sem mais delongas, segue o texto de CARLYLE, a quem agradeço a colaboração.
“Desde o ano passado, a Maratona de Madri integra a série Rock ‘n’ Roll. É classificada com Prata. mas, pela minha experiência, não pode ser considerada uma prova bem organizada. Tem lá os seus problemas. A entrega do kit, por exemplo, é em um parque afastado e sem indicações de como chegar. A feira é fraquinha; o kit é bom, e a medalha, linda.
Na largada da prova saem juntos corredores dos 10 km, da meia maratona e da maratona. São 13 mil corredores na maratona, 3.000 na meia e 700 nos 10 km. A meia acompanha a maratona ate o km 20. Esse tipo de largada dispensa comentários…
Durante a semana a temperatura esteve entre 12ºC e 16ºC, mas no sábado começou a cair. Na hora da largada, as 9h da matina, o termômetro marcava 3ºC, ao longo da prova deve ter alcançado no máximo 8ºC. O vento se fez presente durante todo o tempo, só mudando a intensidade e em certo momento até soprou a favor.
O percurso é muito difícil. Os primeiros 20 km são corridos no centro da cidade, subidas leves seguidas por descidas leves, uma após outra. No km 23 tem uma baita descida, uma ladeira abaixo de quase um km; dali ao 28 percorre-se um parque com ligeiras mudanças de elevação. No km 29 volta-se às ruas, e às subidas. A primeira colina a subir do km 30 ao 31, e é de assustar. Do 31 ao 38 continua subindo, mas uma rampa mais discreta. No km 38 eis que surge uma nova colina, bem inclinada, e esta vai até o km 41. quando torna-se uma discreta inclinação até a linha de chegada.
Um percurso com os kms finais assim como aqui em Madrid me parece uma coisa insana, não desejo a ninguém. Na minha avaliação, a altimetria é mais difícil que Curitiba ou Foz do Iguaçu; segundo o Marcelo Jacoto, mais difícil que Boston.
Eu sabia das dificuldades de Madri. Meu projeto era fazer uma boa corrida em Roterdã, 15 dias antes, e aqui apenas completar a prova, no tempo que fosse. Acontece que em Roterdã tive muitas câimbras logo depois da primeira metade de prova. Corri os 17 km finais com câimbras, alternando algumas centenas de metros andando e outras trotando. A muito duras penas,conclui em 4h3min15.
Então cheguei a Madrid um pouco apreensivo, sem saber ao certo como seria meu desempenho. Minha estratégia foi sair lento e ir indo. Nos primeiros 5 km fui a 6m/km, contemplando a paisagem; mas o frio me inquietava e acelerei um pouco, puxando mais nas descidas, de forma a fechar os 10 km em 58min.
O ritmo estava confortável e resolvi manter assim. Passei a meia com 2h02h e segurei assim até lá pelo km 30, quando começaram as subidas mais fortes. Na subida do km 31 alcancei meu amigo palmeirense Marcelo Jacoto (também a idéia do Marcelo era correr bem Roterdã, e ele correu em 3:55h, e aqui apenas completar a prova no tempo que fosse).
Ali eu estava mais rápido e menos cansado que ele, ele falou para eu seguir. mas considerei que era melhor seguirmos juntos. Boa resolução porque quando chegaram os mais difíceis e íngremes kms finais, do km 38 ao 41, um deu forca ao outro, motivando e desencorajando qualquer andadazinha. Cruzamos a linha de chegada juntos em 4h15min44. Ótimo resultado para ambos.”
Rodolfo,
Fiz esta maratona em 2010 e, lendo o texto de Carlyle, relembrei as dificuldades desta prova. Na ocasião, depois de uma semana fria, a temperatura subiu muito no domingo, alcançou os 25, 26 graus. A prova é fácil até a metade, quando começam as subidas e descidas fortes. E o final é realmente duro, com subidos até praticamente a chegada.
abs.
Mauro Teixeira