“O terror se instaurou”, diz brasileiro que correu em Boston
16/04/13 12:54Um menino de oito anos e mais duas pessoas morreram nos atentados a bomba ocorridos ontem à tarde em Boston, perto da linha de chegada da maratona. Há mais de 130 feridos, sendo pelo menos 17 em estado grave; os relatos são dantescos: gente perdendo perna, sangue jorrando no asfalto, desespero e medo.
Dezenas de brasileiros participaram da maratona, mas, pelo que fiquei sabendo até agora, nenhum se feriu. Uma atleta da equipe de Marcos Paulo Reis foi pisoteada na confusão, mas o treinador informa que ela não corre perigo.
ROBSON SOUTO,48,executivo da era financeira por profissão e maratonista por paixão, foi um dos brasileiros que participou da prova, chegando ao final pouco antes das explosões, conforme ele conta neste relato exclusivo para o MaisCorrida.
Vamos ao que ele nos conta (deixo o texto dele na íntegra, tal como me foi enviado).
“Terminava a maratona, já bem cansado. Logo após cruzar a linha de chegada ficava a área de dispersão e em seguida os ônibus de guarda-volumes. Após retirar meus pertences, ouvi as duas explosões, a primeira muito forte e em seguida uma um pouca mais fraca.Houve um pouco de pânico, ninguém sabia o que tinha acontecido, o metrô fechou logo em seguida: não tínhamos como sair de lá a não ser andando.
Não podíamos voltar, a policia só mandava ir andando. Na hora começaram a chegar muitos carros de polícia, bombeiros, ambulâncias e carros do FBI, parecia cena de filme…
Ai o terror se instaurou. Só pensava em sair logo dali. Mas só podíamos sair andando, não tínhamos outra opção.
Falavam em mortos e dezenas de feridos, muita informação desencontrada. Cada vez mais chegavam carros do FBI, policia local, ambulâncias e bombeiros. E cada vez ficávamos mas assustados.
Só queria sair daquele lugar e ligar para minha esposa para avisar que eu estava bem, pois sabia que as noticias chegariam bem rápido no Brasil. Felizmente consegui ligar antes de serem desligadas as antenas de celular em Boston.
Corro maratonas desde 2009 e estou fechando as “Majors” e o que era para ser uma festa acabou em tragédia.
Agora é esperar até quarta-feira para poder voltar para o Brasil.”
Corredores que terminaram mais cedo a prova só foram saber do ocorrido horas depois, de acordo com o relato de outro brasileiro, o engenheiro civil CARLOS SHIROSHI KAWASAKI, 45, que corre há oito anos e meio e ontem completou sua quarta maratona.
Veja o que ele nos conta: “Eu concluí a maratona bem antes das explosões e só fiquei sabendo depois já no hotel e banho tomado!
Logo depois da explosão, as estações de metrô próximas fecharam, não tinha taxi disponível, e os corredores tiveram que caminhar mais até chegar a alguma estação que estava aberta. A segurança aumentou bastante: no hotel em que estou, para pegar o elevador há dois seguranças pegando identificação, para verificar se são realmente hóspedes. Ficou um clima muito tenso por aqui. Espero que pare, que fique como um fato isolado!”
Nao aceito o terrorismo. Sòmente quero dizer que ontem ou qualquer outro dia, no Irak ou Afganistao ou qualquer lugar do mundo onde o exército americano invadiu sob qualquer pretexto falso, seguramente morreram muitas mais pessoas inocentes que em Boston, nao obstante a imprensa gasta milhares de horas e páginas com este feito. Nao há dúvida que os amos do mundo determinam o que os meios de comunicaçao devem achar importante.