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Rodolfo Lucena

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Perfil Rodolfo Lucena é ultramaratonista e colunista do caderno "Equilíbrio" da Folha

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Início lento marca a maratona de Boston

Por Rodolfo Lucena
15/04/13 15:12

Fazia tempo que eu não via um início de prova tão lento, em se tratando das maiores maratonas do mundo. E hoje as mulheres largaram para se precaver de qualquer eventualidade ao longo do percurso: apesar do clima propício à velocidade (mais ou menos 7 ºC na largada), a elite feminina na 117ª maratona de Boston cozinhou o galo até o km 35.

Com isso, deu chance para que algumas corajosas mostrassem sua disposição para a luta. Logo no início, duas corredoras japoneses que não estavam na lista das favoritas trataram de marcar território.

As americanas Kara Goucher e Shalane Flanagan, talvez desagradadas com o inesperado turno dos holofotes, foram as únicas do pelotão principal a, no início da prova, tentarem se ombrear com as desconhecidas.

Logo, porém, a jovem colombiana Yolanda Caballero, 30, puxou a portuguesa Ana Dulce Félix e assumiram a ponta. Caballero, pequena e forte, se entusiasmou e resolveu abrir: na metade da prova estava meio minuto à frente da portuguesa.

Enquanto isso, o pelotão perseguidor mal merecia esse nome: ficava modorrentamente lá atrás, marcando passo. A partir do km 25, Ana Dulce Félix passou a apertar a colombiana, e já cruzou o km 30 na liderança, enquanto a outra recolhia suas forças dissipadas ao longo do percurso.

Félix não deu sopa. Talvez imaginasse ser possível abrir tanto que, quando as modorrentas africanas decidissem atacara, já fosse muito tarde. Ela sabia que precisava ampliar a folga, que chegou a 200 m e mais de um minuto, mas começou a cair depois do km 33.

No 35, finalmente as africanas acordaram. Não começaram a correr, o que só fizeram no último quilômetro, mas aumentaram o ritmo. No 37, deixaram para trás a corajosa portuguesa, que foi também ultrapassada pelas norte-americanas.

O trio vinha com a queniana Rita Jeptoo, 32, dona de 2h22min04 como marca pessoal; era perseguida pela jovem etíope Meseret Hailu, que cravou 2h21min09 em Amsterdã no ano passado; e a campeã Sharon Cherop fechava a fila.

Correram as três juntas, Cherop claramente sofrendo mais, Hailu tentando às vezes escapar, mas a experiente Jeptoo usou a lembrança de sua vitória de sete anos atrás para segurar a ponta. Cruzou com 2h26min25, três minutos mais lenta que na sua conquista anterior em Boston. Cherop ficou mesmo para trás, mas ainda garantiu um lugar no pódio.

O resultado final não ficou fora da média dos últimos anos (tirando o desastre do ano passado, em que o calor foi forte demais). Mostra que a estratégia das africanas deu certo e que elas foram capazes de guardar forças para uma aceleração muito grande nos últimos quilômetros.

Entre os homens, a história teve enredo semelhante, ainda que o pelotão não tenha sido tão conservador. Saíram mais de 20 na primeira turma, que se manteve em blocão por quilômetros a fio. A passagem da meia maratona foi lenta, 1h04min55, com três na liderança e sete no segundo seguinte.

O bololô já era bem menor no km 30, com apenas quatro perseguindo o líder do momento, Dickson Chumba, que não completou a prova no ano passado. Cinco quilômetros depois, os mesmos cinco se atravancavam; era mais do que hora de alguém puxar.

Chumba ficou para trás, e os reais contendores emergiram: o debutante Micah Kogo, do Quênia, mostrou serviço e assumiu a ponta como grande grande, ombreado com gigantes como os etíopes Gebregziabher Gebremariam, que já correra sub2h05 ali mesmo em Boston, e o surpreendente Lelisa Desisa, vencedor em janeiro da maratona de Dubai.

Os três passaram o km 40 no mesmo segundo, Kogo chegou ao 41 na frente e, poucas centenas de metros depois, Lelisa disparou, levando consigo o compatriota, enquanto o queniano fraquejava.

Mas Kogo ainda conseguiu dar o troco, e Gebre amargou mais um terceiro lugar, tal como na superrápida prova de 2011. E Lelisa contabiliza sua segunda vitória em três meses, agora bem mais lento: 2h10min22.

O tempo do campeão foi melhor do que o do ano passado, mas acontece que em 2012 houve aquele calor insano e inesperado. Tirando a marca do ano passado, esse foi o pior tempo desde 2008.

A cobertura da TV norte-americana, para variar, foi cheia de patriotadas. Deixamos de ver algumas ultrapassagens, mais tarde recuperadas, mas, em geral, tudo bem. A narração na Bandsports foi ok, com eventuais erros do locutor rapidamente corrigidos pelo comentarista Cleberson Yamada.

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Comentários

  1. pedro penha comentou em 16/04/13 at 11:07

    cada pais tem seu regime,seus costumes,suas tradições, seu jeito de viver com suas autoridades comandando cada nação.
    mas os eua; querem comandar as nações mundias como se fossem territórios seus.

  2. pedro penha comentou em 16/04/13 at 10:44

    as autoridades aqui do brasil aceito viver sobre ordens americana;mas a população não!

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