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Rodolfo Lucena

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Perfil Rodolfo Lucena é ultramaratonista e colunista do caderno "Equilíbrio" da Folha

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Alta velocidade nas areias do Marrocos

Por Rodolfo Lucena
03/04/13 14:00

Você talvez não tenha idade para se lembrar do nome, mas a primeira coisa que me chamou a atenção quando me falaram da corrida de 10 km mais rápida deste ano foi o local realizado, na região de Agadir, no Marrocos.

Talvez sua mãe, seu pai, seus avós ainda guardem na lembrança as aventuras da morenona Ioná Magalhães às voltas com dramáticos romances na lendária “O Sheik de Agadir”, uma das primeiras novelas da televisão brasileira.

Eu era um piá de uns dez anos e corria pela sala da casa da minha vó, dominada por um televisor que me parecia gigante –era mais que o dobro do tamanho do nosso. No final da tarde, bastava dar a musiquinha tema da novela, e as mulheres da casa se reuniam para acompanhar o folhetim, sempre atrapalhadas pela correria da gurizada.

Não tenho a mínima ideia do que tenha sido a história, mas havia uns fulanos vestidos com uns panos brancos e outros panos na cabeça, supostamente para se proteger da canícula marroquina (veja AQUI um pequeno clipe que encontrei no YouTube).

Hoje em dia, o calor castiga os corredores que se atrevem a desafiar as areias de Taroudant, a cerca de uma hora e meia a oeste de Agadir, capital da Província de mesmo nome.

E foi lá, no início deste mês, que o português Luís Feiteira mais uma vez enfrentou as os supersônicos corredores africanos, saindo-se razoavelmente bem: foi o segundo não-africano da prova e o último corredor a cravar sub30 naquela que deve ter sido a corrida mais rápida deste ano, pelo menos entre os homens.

Não tenho a confirmação oficial disso, mas as evidências abundam: os cinco primeiros fecharam os 10 km em menos de 28 minutos e nada menos que 28 atletas concluíram em menos de 30 minutos. Aliás, são de lá os quatro melhores tempos do mundo neste ano, segundo registra a IAAF. Para comparação, o melhor tempo de um brasileiro neste ano é de 30min01 (Gilmar Silvestre Lopes na prova de São Sebastião, no Rio).

“Foi uma corrida a tope”, me disse Feiteira por e-mail. “Marrocos tem muitos atletas de grande valia mundial. A grande maioria nunca teve oportunidade de sair do seu país pra competir, mas a verdade é que são de grande nível; após o tiro de partida é a loucura total, todos querem impor ritmos alucinantes.”

Para isso, contribuem o percurso, que é completamente plano, e o aplauso do público, que acompanha nas ruas ao longo de todo o trajeto, incentivando os atletas.

A corrida largou em ritmo de 2min45 por quilômetro, com cerca de 50 atletas brigando no primeiro pelotão. “Tudo louco, tudo querendo ganhar”, resume Feiteira, que completa 40 anos neste mês e se dedica hoje às maratonas –em 1996, representou Portugal na prova de 1.500m nos Jogos de Atlanta.

O vencedor da carreira foi o etíope Adugna Bikila, que cravou 27min30; o primeiro marroquino chegou em quinto lugar: El Qady Najim, 27min55. A prova feminina não foi tão veloz: a marroquina Sammah Khadija venceu com 32min11, o que dá uma vantagem de mais de quatro minutos sobre o melhor tempo de uma brasileira neste ano, mas vale apenas o 17º posto no ranking mundial deste 2013.

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