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Rodolfo Lucena

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Perfil Rodolfo Lucena é ultramaratonista e colunista do caderno "Equilíbrio" da Folha

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A volta do maratonista que não correu

Por Rodolfo Lucena
28/02/13 11:16

Essa confusão toda da troca de datas da maratona de São Paulo me lembrou de uma passagem que enfrentei no último fim de semana: fui a Montevidéu correr uma meia maratona que acabou cancelada, transferida para este domingo agora.

É bem possível que só houvesse eu de estrangeiro, pois era uma corrida quase paroquial, organizada por um grupo de pais corredores para arrecadar fundos para uma escola do interior uruguaio, no distrito de Canelones.

Ela me atraiu pelo nome, Rocas y Vides, rochas e parreirais, e por que se encaixava perfeitamente na minha planilha de treinos. Além do que, um pulinho a Montevidéu sempre é um passeio gostoso e mais barato do que passar um fim de semana no litoral norte de São Paulo.

Bueno, pois me fui. A prova seria no domingo, cheguei na sexta à tarde e fui logo dar uma corridinha para desenferrujar os ossos. Coisinha leve, 40 minutos olhando as belezas do Rio da Prata, sentindo o vento morninho, porém poderoso –logo que comecei a enfrentá-lo, perdi quase um minuto por quilômetro, que fui recuperando aos poucos–, e bebendo um pouco da história local ao passar pelos prédios da Ciudad Vieja, cidade velha.

Pois qual não foi minha surpresa ao ver, quando passava pela orla, um certo “Espacio Libre Luiz Carlos Prestes”, homenagem dos hermanos ao Cavaleiro da Esperança. Achei muito bacana, mesmo que o tal espaço fosse modesto ao extremo, como você pode ver na imagem abaixo. Em compensação, era livre e abraçado pelo rio da Prata…

Passei o sábado na maciota, conheci dos corredores envolvidos na divulgação da corrida, que me falou maravilhas da região e garantiu que seria uma corrida hermosa para mais de metro. Era o que eu também esperava e fui dormir cedo para aguentar o rojão do dia seguinte –minha última prova longa tinha sido a São Silvestre, se é que dá para se chamar a SS de prova longa; depois, fizera um treino de 18 km havia uns 15 dias e só; o resto era rodagem lenta.

 Apesar de meu esforço para descansar, a moçada local não deixava: a uma quadra do meu hotel tinha uma balada que mandava ver no som altíssimo. E não era o pior: o que incomodava mesmo era a cantoria desafinada e ruidosa do pessoal que ficava na rua…

E foi irritado que acordei no meio da noite com mais um barulhão, que imaginava ser da garotada enfezada e animada por muita cerveza. Mas eram trovões poderosos, chacoalhando os céus e anunciando tempestades.

Menos mal, pensei, a chuva deve desanimar os cantantes e embalar meu sono; até de manhã, já terá passado…

Que nada: ainda fui várias vezes acordado por trovões e percebia o céu riscado por raios. Foi quando comecei a pensar que a prova seria muito arriscada, pois era em terreno aberto, campos, sem prédios ou para-raios que pudessem defender os corredores –logo veio à lembrança o caso dos namorados mortos por uma descarga elétrica celeste em uma praia paulista…

Bueno, se tivesse a corrida, iria correr, então o melhor era tentar descansar, apesar dos raios, trovões e da cantoria, que a chuva não tinha intimidado os festeiros…

Pouco antes de o despertador me chamar, toca o telefone: o corredor que havia sido meu anfitrião no dia anterior avisa que a prova fora cancelada por causa do temporal e da tempestade elétrica, que tornava a região pouco segura.

Fazer o que, não é? Podia sair correndo pela orla, mas ainda estava chovendo forte.

Mas fazia silêncio. A balada tinha terminado ou se desmilinguia… Então, só havia uma opção: virar para o lado e dormir o quanto desse. A meia maratona Rocas e Vides, para mim, já é passado. Espero que os que forem neste domingo aproveitem e se divirtam muito.

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Comentários

  1. Jorge Branco comentou em 28/02/13 at 15:43

    Valeu pelo passeio!
    Um abração aqui de Portugal

  2. Alex Cysne comentou em 28/02/13 at 14:46

    Muito bom o texto, é sempre bom lembrar que provas podem ser canceladas, vide NYC ano passado!

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