Encontrar um top adequado é difícil, diz ultramaratonista
30/01/13 14:25Pois dia desses vi, em uma rede social, a ultramaratonista ZILMA RODRIGUES DA SILVA reclamando da qualidade dos tops de corrida. Ou melhor, da falta de qualidade. Alguns provocam assaduras, outros não dão suporte adequado, enfim, a indústria, apesar de todas as suas pesquisas, parece não ter chegado ainda a descobrir um produto ótimo. Trata-se de um assunto que vem sendo discutido não só no âmbito comercial e tecnológico, mas também no cenário médico e acadêmico –já vi várias pesquisas de doutorado a respeito, especialmente no Reino Unido.
Bom, acompanhando as críticas de Zilma, que tem 39 anos, corre há nove anos e é uma especialista em provas de resistência –campeã de uma prova de 515 km na Alemanha, vencedora de uma corrida de 100 km no Egito e várias participações na Comrades, pedi a ela que mandasse para este blog um texto com suas considerações acerca da busca do top perfeito.
O texto chegou ontem e agora está aí, para sua apreciação. Agradeço à Zilma pela colaboração e espero que você aprecie.
Sem mais delongas, vamos ao texto de ZILMA RODRIGUES DA SILVA.
“Correr uma maratona não é difícil, o problema é conseguir uma roupa para realizá-la bem, saindo sem bolhas nem assaduras. Faz cinco anos que estou na estrada, tentando ir sempre mais longe e mais rápido –nunca tão rápido como eu gostaria–, e a cada novo processo de treinamento recomeça a procura de roupa adequada, especialmente tops.
Já sofria bastante antes, quando me preparava para maratonas e fazia longos de até 30 km. Agora, porém, fazendo longos de até 80 km, basta entrar no banho para perceber –sentir!—os estragos provocados pela roupa.
Já usei top modelo nadador, que dá um suporte ao busto quando estou correndo, mas as costuras abaixo dos seios causam irritação na pele, chegando a provocar uma feridinha muito ardida. Testei de várias marcas e também os sem marca, sem grande diferença.
O modelo de com cinco pontos de sustentacão era uma boa promessa, a julgar pelo que dizia a vendedora: “as tiras interconectadas trabalham para criar um sistema de sustentação macia e confortável”. Ok. Corri 10 km, 20 km, 25 km, de repente deu aquela ardidinha básica. Não acreditei que pudesse ser o top tão caro, cheio de controles de qualidade… Pois após meus 45km mais uma vez estava com outra bela marca –as costuras das laterais foram as culpadas dessa vez.
Em 2010, segundo a médica que me atendeu, quase que um top acaba com minha corrida e comigo. Senti uma dor no km 30. Quando olhei estava tudo roxo e inchado bem no peitoral. Terminei a prova entre trancos e barrancos e fui direto para o atendimento médico. A médica explicou que o top fez uma pressão muito forte causando o inchaço. Durante três semanas, fiquei inchada e com dor passados.
Depois tentei descobrir qual foi o problema do top, que é desses sem marca. Não encontrei e voltei a treinar com ele, sem registrar quase nenhum problema. Corri a mesma prova no ano passado e usei esse top ao fazer 203 km na Grécia, não acvonteceu nada de diferente, talvez por ele estar já amaciado pelo uso.
Em 2011, para a Comrades, testei 20 tops de diferentes modelos, cores e marcas e sempre acontecia algo. Um dia fui correr 65 km com um top de uma marca megafamosa, ele simplesmente arrancou um tampo do meu ombro e quase triturou meus seios. Faltando uma semana para viagem, comentei com uma colega, que falou que havia comprado um sem marca que treinou com ele que não fez machucado. No treino seguinte, ela me deu de presente o top, que tem um ajuste perfeito nos seios, não deixa ficar balançando e suas alças são um pouco mais largas.
Testei o top na Comrades e não tive problemas com atrito. “Achei o que eu precisava”, pensei na época. Voltei para os treinos longos e, mais tarde, em uma prova de 515 km, o top que tinha sido o salvador da Pátria passou a ser o vilão. Aprendi então que
realmente não tem como dizer que existe top perfeito. A mulher que corre ultramaratonas sofre.
O que eu procuro em um top é o seguinte:
*Visual: Além de seguro e confortável, o top deve ser visualmente viável. Com design esportivo – porém, com engenharia de um sutiã –, ele deve garantir que a mulher sinta-se bem vestindo apenas a peça durante a prática do esporte.
*Dimensão do corpo: É quase impossível comprar um top valendo-se apenas dos tamanhos P, M e G do mercado. As dimensões do modelo vão além e devem levar em conta o tamanho do tórax, do busto saliente e a distância entre o ombro e mamilo.
*Modelagem: Ela deve ser ajustável ao biótipo de cada mulher, protegendo as mamas do impacto sem comprimir demais. Ou seja, o ajuste deve ser perfeito.
*Compressão e sustentação: Apenas comprimir o seio não é sinônimo de sustentá-lo em relação ao impacto. As definições devem trabalhar juntas para produzir um top seguro e confortável.
*Nível de sustentação: Dependendo do tamanho do busto e do impacto da atividade física, maior é a necessidade de sustentação. Por isso, o ideal seria o modelo informar para qual prática é mais indicado.
*Alças: As mais finas podem cortar a pele durante o exercício. As alças devem ser grossas e confeccionadas de tecido confortável. Para evitar dores nas costas, o ideal são os modelos com desenho em “X” atrás.
*Painéis de ventilação: Durante a prática de esportes, o top impede que o suor caia e o deposite no centro do peito. Essa água em contato com um tecido mais grosso corta a pele. Para evitar o problema no top protótipo há um tecido respirável (mas não transparente) no centro.
*Linhas: O fio que compõe o tecido deve ser fino, sem costura aparente e sem entrar em contato com a pele. Quanto mais grosseiro o material do top, maior é o prejuízo do contato com o suor, o impacto e o atrito do material com a pele.
*Tecido: Além do ajuste perfeito e elástico, ele deve ser leve para não irritar a pele.”
Entendo e compartilho das dificuldades apontadas pela ultramaratonista em encontrar um top adequado! Já tive a surpresa de cortes feitos pelos tops! E um detalhe como o top, as meias ou o short incomodando podem interromper um treino ou uma prova! Se um dia alguém descobrir o top perfeito, por favor, divulgue!
Top é mesmo um problema para nós mulheres.
Eu tenho a pele muito sensível e sempre que corria também ficava logo toda marcada e ferida.
O problema só foi resolvido com muita vaselina e, no lugar do top, sutiâ cortininha (de biquini), que, por ter apenas tiras fininhas, diminui bastante o atrito de tecido no meu corpo.
Resolveu meu problema, mas não sei se é adequado para quem tem seios grandes e para quem corre muito. …
Lia
Eu também sou maratonista e concordo plenamente . Depois de alguns treinos e provas já sai sem alguns pedaços. Têm de se considerar mais as atletas .
Ainda estou longe das ultras, mas sofro muito nos longões, mesmo nas meias maratonas, dependendo da temperatura. a única dica que eu dou é a de tomar um banho de vaselina. Não resolve 100%, mas melhora bastante!
Realmente. Top é sempre um problema para mulheres que praticam corridas. Sofro muito com a falta de produtos específicos.
Conheço a Zilma pessoalmente e realmente ela tem muito a nos ajudar no quesito corrida..Hj ela falou sobre vestuario….mega importante…e comigo acontece igual……..Correr 5 km..10km…ate 15..qualquer tenis ou top ja ajuda..mas Maratona e Ultramaratonas fica dificil…..muitas horas correndo..Espero que ela encontre um equilibrio..rsss…..Torcemos muito por ela…..Parabens Zilma……pela garra e determinaçao..bjs