Depois de 18 meses sem correr, Marina vira Pateta
22/01/13 12:51Calma, calma, não estou ofendendo a digníssima leitora e colaborado deste blog. É que essa empresária e ex-dentista resolveu abusar das corridas e enfrentou, como outros quase 300 brasileiros, o Desafio do Pateta. Para os não iniciados, trata-se de uma promoção do mundo Disney, que realiza a cada início de ano um festival de corridas, com maratona, meia maratona e provas mais curtas. Quem faz a meia no sábado e a maratona completa no domingo, leva a medalha do Pateta, além das duas respectivas.
Já se passaram quase dez dias do evento, mas muitos ainda lambem as feridas e, principalmente, festejam suas múltiplas medalhas. Basta circular pelas redes sociais para ver um monte de gente com chapeuzinho de Mickey e outros acessórios fazendo poses engraçadas. Uma delas é a nossa leitora MARINA KURIKI, 50, que começou a correr há dez anos.
Como muitos de nós, ficou “viciada” nas corridas: já fez 11 maratonas e provas ainda mais longas, em trilhas. Nos últimos tempos, enfrentou algumas adversidades, mas saiu inteira e foi festejar na Disneylândia, como ela nos conta no texto a seguir.
“Depois de quase 18 meses sem poder correr,por conta de uma pneumonia e lesões antigas que resolveram aparecer todas juntas, consegui retomar os treinos em agosto de 2012. Não tinha ficado parada, investindo na bicicleta e na musculação, o que provavelmente ajudou na volta aos treinos.
“Tudo correndo bem, resolvi festejar o retorno enfrentando um novo desafio: tentar me transformar em Pateta. Apesar do curto tempo de preparação, consegui fazer quatro longos de 30 km e rodagens durante a semana de 12, 15 ou 18 km.
“Sabia que terminaria, nunca deixei de completar uma maratona, e essa seria a décima primeira.
“Hoje, depois que tudo passou, penso que o grande Desafio do Pateta pra mim foi conseguir fazer tudo o que queria em um curto período de tempo. São parques para conhecer, compras para fazer, era preciso aproveitar e ver tudo o que era possível. Com isso, todo o preparo que precede uma maratona não foi obedecido. Pelo contrário: nada de descanso, nada de hidratação, nada de alimentação correta…
“A chegada foi na quarta à tarde e logo iniciamos a loucura das compras. Na manhã seguinte, retirei o kit e aproveitei as promoções da feira: dá para comprar tênis pela metade dos preços encontrados em lojas brasileiras.
“O complexo é imenso e completo, e a distribuição dos kits é organizada e muito rápida. Os atendentes, sempre sorridentes e educados, nunca perdiam a paciência com as pessoas que não falavam inglês. Isso foi um fato que me impressionou do início ao fim do Desafio, a quantidade de voluntário, a grande maioria de pessoas da terceira idade.
“No kit do Desafio, haviam três camisetas de mangas compridas de ótima qualidade e diferentes cores, cada um com seu personagem. Meia Maratona, Pato Donald. Maratona, Mickey e a tão cobiçada camiseta laranja, do Pateta. No kit da Family Run, camiseta de malha e mangas curtas.
“Dormia pouco, andava muito, comia de forma irresponsável e nada de descanso. Na sexta 11.01, fomos para a Family Run. Como estávamos hospedados no Complexo Disney, ônibus da organização vem nos buscar e depois nos deixam no hotel novamente. O serviço é de extrema eficiência, a espera é curta, nunca passa dos oito minutos.
“A largada acontece de madrugada ainda. Estava escuro, mas o clima era muito agradável, fomos presenteados com calor todos os dias. Famílias inteiras participam dessa festa. A corrida é realizada dentro do Epcot, e com vários personagens da Disney, e as filas para as fotos eram imensas. As pausas para as fotos são inevitáveis.
“Depois da prova, distribuição de medalhas e kit lanche, sem nenhuma fila e nem atropelos. O kit lanche era uma caixinha lacrada, com bolachinhas, um pote com creme de queijo, barra de proteína, coockie de chocolate, barra de chocolate amargo, lenço umedecido para limpeza das mãos, balinha de goma. Além de banana, isotônico e água. Esse kit foi distribuído nas três provas.
“No sábado, dia da meia maratona, acordamos de madrugada, pois a largada seria às 5h30. Largada e chegada no Epcot, passando por alguns parques do Complexo. Guarda-volumes imensos, eficiente e rápidos na entrega e na retirada. Novamente, organização excelente, atletas divididos em currais, e todos respeitam seu curral, nada de tentar invadir o outro curral porque seu amigo está lá.
“As largadas também são intervaladas, isso evita os atropelos no percurso e na chegada também. Cada curral que larga é presenteado com a queima de fogos e o Mickey nos desejando boa sorte. Água e isotônicos em abundância, servidos em copos, sempre com sorrisos dos voluntários. Vários postos de hidratação, dois postos com bananas e muito postos médicos, onde era possível encontrar vaselina, analgésico, um gel que dizem que gelava até a alma, pra os que estavam com dores. Eu não precisei.
“Parei em alguns pontos pra fotografar os parques e personagens, e isso fez com que meu tempo fosse alto, mas estava ali realizando um sonho, e nesse sonho não cabia recordes pessoais. Corri solta, sem dores, feliz e cheguei “sobrando“, como falamos aqui no Brasil. Entrega de medalha eficiente, as pessoas colocam a medalha em nossos pescoços e nos parabenizam com entusiasmo.
“Depois da meia, mais passeios e compras.
“Fomos dormir às 23h e acordamos novamente às 2h de domingo. A excitação era grande, e o pouco período pra descanso não foi um problema. Novamente a eficiência e organização são destaques, tudo muito tranquilo. Uma prova com mais de 20 mil atletas e nenhum incidente.
“Na largada, mesmo esquema da meia, currais, fogos e o Mickey. O percurso inicial é quase o mesmo da meia. Quando o percurso quer ficar monótono, eis que surge uma banda, um personagem, um coral, sempre uma atração. Somos aplaudidos quase que o percurso todo. E os voluntários sempre nos incentivando, sempre querendo ajudar. Paro em alguns pontos pras fotos, ando em alguns trechos, me emociono várias vezes.
“Por volta do km 30, encontro meu namorado, que largou no curral B –eu saí no E–, e fomos juntos até o final. Quando faltavam umas três milhas (+-5 km), encontramos o professor Luis Tavares e terminamos juntos com as bandeiras do Brasil.
“A emoção é muito grande, só penso que voltei, que posso correr novamente, que os 18 meses parada foi só um pesadelo. Recebo a medalha da maratona, maravilhosa. Mas, quando recebo a medalha do Desafio, lágrimas em abundância escorrem no rosto de uma forma incontrolável. Eu venci, eu sou Pateta!”
Parabéns Marina. Fiquei super emocionada ao ler o seu relato, porque conheço bem esses problemas de lesões que nos limitam para fazer o que gostamos tanto…
E quanto à previsão do Antonio Colucci, podes crer que esse número irá aumentar porque, se tudo “correr” bem, em 2014, estarei lá… Abraços! Carolina
Taí uma diversão fantástica. Ainda vou com minha família conhecer os parques e aceitar o desafio do Pateta. Parabéns à Marina.
Marina,
Parabéns pelo esforço, pela superação e pela conquista.
Brunno.
Parabens pelo belo texto. O melhor até agora. Vou imprimir para levar para minha esposa ler. Lendo este texto vemos a emoção da superação do ser humano.
Q bacana!!! É o meu sonho desde que me falaram da prova!
Pretendo fazê-la no ano que vem!! =)
Parabéns, Marina!!!
Parabéns Marina PATETA!
#aisim
Beijos Colucci
Parabéns Lucena por abrir esse espaço para a Patetada. Com certeza em 2014 esse número de brasileiros vai aumentar.
Provas mágicas que respeitam os corredores.
Abraço
Colucci