Em Minas, São Silvestre já é passado
26/12/12 12:40Enquanto gente de todo os cantos se arruma para fazer bonito na São Silvestre, a São Silvestre já tem até vencedor. Só que uma é uma e outra é outra: a de São Paulo, nomeada internacional e tida como a mais importante corrida do país, só acontece dia 31 próximo, e a de Pratápolis, no interior brasileiro, de menor porte, mas orgulhosa de ser a mais antiga corrida das Minas Gerais, transcorreu no último dia 23.
Quem me conta sobre ela é o leitor André Dias, que se encontrou com a corrida mineira quando viajava de Brasília, onde mora e trabalha, para sua terra natal, em São Paulo. Engenheiro florestal de 41, Dias tem mais de 60 corridas nas costas, sempre preferindo as que ele chama de “mais intimistas” –como a São Silvestre de Pratápolis. Acompanhe a seguir o relato que ele mandou especialmente para este blog e para você. A foto abaixo é do pódio feminino e também foi enviada pelo leitor, a quem agradeço a colaboração.
“Cristiano da Silva Machado, de Belo Horizonte, confirmou seu favoritismo e venceu a edição deste ano da tradicional Corrida de São Silvestre de Pratápolis foi disputada no ultimo sábado, 23 de dezembro. Entre as mulheres, a vencedora da 56ª edição da prova foi Eliane Luanda, de Rio Claro, SP. Ao todo, pouco mais de 100 atletas, distribuídos entre as disputas de 5 km e 10 km, participaram da prova –eu fui um deles.
“A versão mineira da São Silvestre tem, guardadas as devidas proporções, muito dos elementos da famosa corrida homônima paulistana:
– tradição: segundo a Associação dos Corredores de Pratápolis-ACORPRA, organizadora da prova, é a 9ª corrida mais tradicional do país e a mais antiga do Estado de Minas Gerais. É disputada anualmente desde 1956.
– percurso desafiador: desde sua primeira edição, o percurso tem variado de 5 km e 10 km. Disputada na zona urbana de Pratápolis, cidade com pouco mais de 8.000 habitantes no Sul de Minas Gerais, o que não falta são subidas e descidas. Eu até diria que o que falta são trechos planos. Junta-se a isto um calor dos diabos e pronto, tem-se um grande desafio atlético pela frente. Na edição deste ano, disputada as 9h30 da manha e pela primeira vez com percurso de 10km (duas voltas de 5 km), deve haver pouco mais de 3km plano, o resto é um sobe e desce danado. Se na corrida paulistana tem a subida da Av. Brigadeiro antes da chegada triunfal na Av. Paulista, na nossa histórica corrida em Pratápolis há a descida da rua da igreja matriz antes da chegada triunfal na Praça Farid Silva. Sensacional.
– participação do público: durante todo o percurso tem gente nas ruas, esquinas, nas janelas das casas ou confortavelmente sentada na calçada assistindo à prova. Contei pelo menos quatro pontos de hidratação espontâneos, onde os moradores refrescavam os corredores com mangueira de jardim. E pelo menos outros três pontos onde os apreciadores de cerveja saudavam os participantes e os convidavam para um gole logo cedo, naquele calor do cão. Por diversas vezes ouvi referencia do público a algum participante. Um tal de Vitor causou espanto por estar na disputa, escutei diversas vezes um -Uai, até o Vitor ta correndo desta vez!!! Cidade pequena, sabe como é, todo mundo se conhece. Que maravilha.
– heróis anônimos: 10km em pouco mais de 33 minutos num sobe desce danado não é para qualquer um, não. A elite dessa corrida mineira era composta por corredores e corredoras da região, originários de Franca, Americana, Ribeirão Preto, Araçatuba e outras. Como Ailton Messias Miranda, quinto colocado neste ano. Trabalhador da indústria de calçados de Franca-SP, esse corredor de rua já disputou essa prova inúmeras vezes e disse que este ano o percurso foi “duro demais da conta”. E se Ailton falou, tem que respeitar. Tem no currículo o tempo de 51min na prova paulistana.
– organização: tem inscrição pela internet, site recheado de informação e paga-se um valor de 35 mangos. O kit foi entregue no dia da corrida, lá na praça Farid Silva mesmo, era só apresentar o comprovante de deposito e um documento para pegar o numero do peito (o meu numeral era 078, mas faltou o 8 na impressão, problema prontamente resolvido pela organização com uma caneta). Depois da prova, o atleta recebia o restante do kit, com uma simpática camiseta de algodão, uma medalha onde se lê o nome da prova e a data (coisa rara em muita corrida por ai), água e banana à vontade.
“A largada ocorreu com míseros nove minutos de atraso, pouco depois da execução da musica Gangnam Style e do Hino Nacional Brasileiro. O percurso estava sinalizado com flechas e a quilometragem pintadas no asfalto, transito parcialmente bloqueado durante todo o trajeto e distribuição de água em dois pontos.
“Não teve chip, diferentemente do que estava anunciado no site. Mas não que isto significasse menos atenção com a cronometragem e o resultado final da classificação. Um sistema de controle que eu não via desde a década de 80 esteve em pleno funcionamento na corrida pratapolense: nos quilômetros 2, 4, 7 e 9 eram distribuídas fitas coloridas que o atleta deveria colocar no pescoço. Na chegada, acho que ninguém da organização deu muita atenção à minha coleção de colares, mas o fato é que peguei meu kit sem filas e sem nenhum problema.
“Premiação recheada: dinheiro e troféu aos dez primeiros nos 10k feminino e masculino (R$ 1.000 a R$ 100) e aos três primeiros por faixa etária (R$ 100 a R$ 50), além de brindes dos patrocinadores. Teve também troféu na corrida de 5k. Fabuloso.
“Pensando bem, comparar as duas corridas não faz muito sentido, cada uma tem seu encanto. Caso o leitor tenha se animado em participar da 57ª edição da São Silvestre de Pratápolis em 2013, anote na agenda, será disputada no dia 29 de dezembro, domingo.
“Uma dica, não se esqueça de trazer uma toalha de banho. Se você pretende viajar logo em seguida da corrida, uma mangueira gentilmente amarrada por algum vizinho ao poste de iluminação junto a linha de chegada proporciona um refrescante e merecido banho depois da prova. Sem fila, sem senha, sem pagar nada a mais por isso. Cortesia da acolhedora Pratápolis e sua Corrida de São Silvestre.”
E vcs ainda não viram a MARATOMA de Pratápoils..
São 3 km de corrida com postos de abastecimento(cerveja) são 6 latas pelo percuso..
Pedro, sem esses voluntários e colaboradores se tornaria muito dificil a organização.
Parabéns aos colaboradores, voluntários, organizadores e etc..
Jorge a Gazeta parece que proibiu sim, mas acontece que esse nome de São Silvestre não a Patente, isso é fácil de reverter, segundo um advogado me informou e um corredor medalista Olimpico no Atletismo também sofreu algo parecido e conseguiu reverter, o Flávio colocou muito bem, é nome de Santo.
Ao blogsta e ao André muito obrigado pela divulgação e excelente comentário/relato.
PS: fui eu que inseri o 8 na inscrição do peito.kkkk
Abraços.
Ola Pedro Dias
Será um prazer conhece-lo na proxima São Silvestre de Pratápolis em 2013. Vitor era um senhor que estava de camisa amarela e corria no mesmo ritmo que eu, por isso escutei por diversas vezes o publico chama-lo.
Abs
Andre Dias
Prezado André Dias:
Desejo informá-lo que não é Vitor o nome da corredor que causava espanto nas ruas mas sim é o GUI PADUA, que usa cabelo colorido e faz saltos de paraquedas e que é natural de Pratápolis. Atualmente ele apoia escolinha de atletismo na cidade. André agradecemos muito seus comentários no Blog e na corrida de 2013 me procure para troca de informações, (porque parece que somos até parentes….)
Caro Christofer Miranda, A corrida de Juiz de Fora teve interrupção, por isso não é considerada a mais antiga de Minas. A nossa cidade de Pratápolis tem apenas 9000 habitantes e fazemos enorme esforço para manter sem interrupção nossa corrida. Já tivemos até a participação de Quenianos. A ACORPRA realiza belo trabalho com a ajuda de muitos voluntários e de muitos conterrâneos que moram fora mas colaboram de forma decisiva.
Patentear o nome de um Santo é o fim da picada! Santa Patente, (alguem registrou, desculpe)
Caros André e Rodolfo, Lendo o relato da prova como não se encantar e já querer programar uma ida à Pratápolis para sua São Silvestre.
Apenas uma pequena correção à orgulhosa ACORPRA, a Corrida da Fogueira de Juiz de Fora é realizada desde 1942 (65 anos) : http://www.pjf.mg.gov.br/noticias/view.php?modo=link2&idnoticia2=35241
Abraço
Ué a Dona Gazeta/Yescom não proibiu outra SS de colocar o mesmo nome??? Que coisa ridicula que esta organizacão está fazendo, mas fazer o que né os corredores não são unidos…Parabéns aos vencedores desta corrida.
Boas festas e próspero ano novo!
Um abraço,
Jorge Cerqueira
http://www.jmaratona.com
Lendo esse post, lembrei desse problema:
http://www.webrun.com.br/corridasderua/n/fundacao-casper-libero-coibe-utilizacao-de-nome-sao-silvestre/14350.
Abraço