Conheça os candidatos a Atleta do Ano
08/11/12 10:08Saiu a lista da IAAF com os atletas indicados a Atleta do Ano. Mal comparando, é como a lista dos indicados para o Oscar: os atletas finalistas saíram de uma votação feita por um colégio eleitoral integrado pela elite da cartolagem do atletismo internacional. Os mais votados chegam agora à hora da verdade.
Participaram da seleção conduzida pela IAAF (a Fifa do atletismo) cerca de 2.400 pessoas: conselhos da IAAF, representantes de cada uma das federações nacionais filiadas a ela, membros de comitês e comissões, embaixadores, representantes dos atletas, atletas top mundiais, funcionários da IAAF e até alguns jornalistas selecionados.
Este seu criado não votou em nada, o que não significa que não tenha opinião. Sem discutir se os finalistas deveriam ser mesmo os finalistas, vamos a eles.
Entre os homens, chegam à reta final foram Usain Bolt, que dispensa apresentações, o queniano David Rudisha (recordista mundial e olímpico dos 800 m, campeão mundial e olímpico da distância) e o barreirista norte-americano Aries Merritt.
As damas finalistas são a reluzente norte-americana Allyson Felix, ouro olímpico nos 200 m, a britânica Jessica Ennis, campeã olímpica do heptatlo, e a neozelandesa Valerie Adams, multicampeã do arremesso de peso.
Bom, vou jogar os búzios, fumar um cachimbão, olhar as cartas e sacudir as moedas do i-ching. Duvido que, depois dos três ouros olímpicos, alguém tire de Bolt a honraria, mas, cá comigo, gostaria de ver eleito o Rudisha (preferiria, mesmo, alguém dos 10.000 m ou da maratona, mas nenhum chegou à indicação…).
Da mesma forma, o peso da mídia britânica pode forçar a balança a favor da moça do heptatlo, que virou uma espécie de namoradinha do Reino Unido durante a Olimpíada. Sem deixar de lado a Felix, que chega como fênix e também é fortíssima candidata a papar o título. Estampa para o papel, com certeza ela tem.
Como você já deve ter percebido, nenhuma delas é minha candidata. Até a Olimpíada, nunca tinha ouvido falar da neozelandesa –e depois dos Jogos também fez-se silêncio sobre ela. Mas achei sensacional seu desempenho de elegante giganta em Londres, seu entusiasmo com a prova e alegria de competir (foto Comitê Olímpico da Nova Zelândia).
Ela é bicampeã olímpica de sua modalidade e nasceu em Rotorua, o que já a torna ainda mais simpática para este escriba –lá participei de uma ótima meia maratona e, depois, circulei pelas inusitadas fazendas de gêiseres (a história está contada em detalhes no meu livro “Maratonando”). É um lugar sensacional, inusitado, que nos permite perceber um pouquinho da turbulência que rola nas entranhas da terra.