O povo de Nova York manteve a tradição
05/11/12 11:04Navegando pela internet, ainda buscando informações sobre a situação de Nova York depois da tempestade Sandy e da maratona cancelada (mas realizada de outra forma), vi comentários muito emocionados de um corredor peruano, SEBASTIAN SCHROTH. Resolvi tentar entrar em contato com ele, pedindo que mandasse sue relato para meu blog. O resultado é o texto que você vê a seguir. Desde já, peço desculpas a ele e a você, leitor, por algum eventual erro de tradução (ele mandou o texto em espanhol, é claro). E agradeço ao SEBASTIAN pela participação neste espaço.
Se mais delongas, vamos ao relato dele.
“Sou peruano, tenho 26 anos e sempre pratiquei esportes de maneira amadora, sinto que vim ao mundo para me expressar pelo esporte, o esforço físico e a competição, seja contra mim mesmo, seja contra outros adversários. Isso sempre me motivou.
Em junho passado, resolvi correr a maratona de Nova York com um amigo de infância. Começamos a treinar juntos sem muita ideia de qual plano seguir e muito menos informações sobre alimentação e outros detalhes importantes para a preparação. Acabamos nos somando ao grupo Peru Runners, onde consegui não apenas o treinamento, a constância e a disciplina necessários como também um grupo de amigos que tornaram minha experiência maravilhosa do início ao fim.
Depois de treinar quatro meses e meio, chegamos a Nova York depois da tormenta e sabendo que eram grandes as possibilidades de que a prova fosse cancelada. Quando, enfim, soube da confirmação da notícia, foi devastador. Na feira, saltava de um lado para outro: todo meu esforço e minhas perspectivas se esfumaçaram da mesma maneira que a tormenta Sandy deixou Nova York às escuras.
Naquele momento, não estava seguro do que fazer, se simplesmente aproveitar essa maravilhosa cidade de Nova York ou aproveitar a energia acumulada e correr como fosse possível. Meu corpo deu a resposta: eu estava programado para correr 42 km no domingo 4 de novembro de 2012.
Assim, na manhã de domingo fomos ao Central Park para completar essa etapa. Qual não foi nossa supresa (minha e e dos colegas do Peru) ao ver que iriáimos correr com milhares de outros corredores de diferentes nacionalidades. E que o povo de Nova York também estava lá e iria manter a tradição, apoiando os corredores durante todo o percurso, entregando a nós água, bananas, pretzels, gels, barras energéticas, com uma energia tão desinteressada e sincera que muitos de nós tivemos de conter as lágrimas.
A cidade de Nova York e sua gente transformaram uma corrida frustrada em uma maratona única. Não haveria maneira de ter uma experiência tão grandiosa se a maratona oficial não tivesse sido cancelada.
No trajeto dos 42 km, acabei enfrentando a famosa “parede”: quando cheguei aos 33 km, senti que não tinha forças para seguir, que não conseguiria terminar a maratona. Mas me dei conta de todo o contexto, lembrei-me de tudo que havia treinado e passei a correr com a mente e não com as pernas, minha cabeça correu por mim os últimos 9 km por mim.
Agora sou 42,2 km mais forte e descobri que tudo é possível se alguém se propõe a realizar. A todos que lerem este relato, peço que sonhem e que tentem converter esses sonhos em objetivos realizados: a única coisa que precisam fazer é decidir dar o primeiro passo.”
Efectivamente, ese domingo la gente de nueva york se levantó para rendir tributo a la tradicional maratón!!! saludos a todos los coredores!!!
Um relato sensacional mas a frase de Humberto Alitto ” Viva o povo!” se equivale em emoção. Faço coro ao corredor Carlyle (conheci-o na Maratona de PoA 2010) : parabéns, peruano! parabéns aos dois Humbertos, o missivistapela carta e ao blogueiro pela agilidade.
Emocionante!! que relato,superação e um povo solidário,em um momento tão dificil eles ressurge das cinzas.. Parabéns aos maratonistas e ao povo novaiorquino.
Incrível como essa cidade incorpora esse espírito de superação. Simplesmente sensacional.
Obrigado Lucena, super relato deste jovem. Eu, estando na mesma condição, creio que faria o mesmo. Só acredito que “o povo” de Nova York que ele diz, talvez, não seja o “nativo” de fato. Assim como São Paulo, os milhões de “não americanos” que lá vivem e fazem da cidade este grande palco, lar, cenografias impressionantes e um ritmo contagiante. Li em algum lugar que os nova iorquinos não queriam a maratona. Mas lendo este relato, imagino que sejam os novaiorquinos conservadores. Aqueles que querem para sí uma big apple que sozinha aglutina povos de tantas nações que (penso eu) nenhuma outra cidade americana faria igual em números e diferenças. A maratona aconteceu para celebrar a união dos povos, de tantos lugares, que na cidade visitam ou retornam para fazer aquilo que mais gostam : Correr! O turismo é mera consequência ou coincidência. Viva o povo !!!! Abraços, Humberto.
Bacana, imagino o clima de informalidade. Da forma como ele relata, até pareceu um longas. Parabéns peruano