Para Marílson, não tem tempo ruim
06/08/12 11:56Depois que a chuva deixou escorregadio o piso das maratonistas, no último domingo, e o vento foi apontado por Fabiana Murer como culpado por sua falha, o melhor maratonista brasileiro disse hoje que não escolhe clima.
“Estou preparado para qualquer clima. Não quero ter decepção no dia da prova”, disse Marílson Gomes do Santos em entrevista realizada na manhã de hoje em Londres.
Ele não promete medalha nem faz previsão de marca, mas também não dá a corrida como de antemão vencida por etíopes ou quenianos: “Maratona é uma prova aberta. Tudo pode acontecer.”
Ontem, por exemplo, a etíope Tiki Gelana, que acabaria por vencer a prova, levou um tombo em uma das primeiras estações de hidratação.
“Eu estava tentandop pegar uma garrafa de água quando alguém me tocou e eu perdi o equilíbrio”, lembra ela, que se levantou rapidamente para seguir na corrida.
Com um cotovelo e um joelho arranhados, tratou de ser mais cautelosa nas passagens seguintes: “Eu sabia que, se caísse novamente, talvez não conseguisse terminar.”
O cuidado com o ritmo talvez tenha contribuído para que ela preservasse preciso energia, que faltou às adversárias na hora do vamos ver.
“Na metade da prova, eu sabia que conseguiria completar e, mais tarde, percebi que podia vencer. Faltando 3 km, resolvi fazer minha tentativa. E a chegada foi um sonho etíope transformado em realidade.”
Já a brasileira Adriana Aparecida da Silva, que completou em 47º lugar, agora sonha com a Olimpíada do Rio de Janeiro. Sobre a prova de ontem, não lamenta nada: “Olimpíada é um jogo de arriscar, e eu arrisquei no início. Mas fiquei contente com meu resultado. Não foi ruim, dentro do nível da prova”.
E adiantou: “Em 2016, quero tentar uma medalha. Tem quatro anos para a gente trabalhar, acho que a experiência aqui foi válida para o que vai vir pela frente”.
Bom, por enquanto, vamos ficar com o futuro mais imediato, a prova do próximo domingo e as chances de Marílson.
A última etapa do treinamento do maratonista brasileiro foi na Colômbia. Sobre a experiência de fazer a preparação em cidade de alta altitude, ele comentou na época:
“Espero que esse treinamento seja decisivo para meu resultado em Londres. Em Paipa, será tudo mais fácil, a questão do transporte também, tudo bem perto. Será tudo de que um atleta precisa: descanso, treino, alimentação, fora os benefícios fisiológicos de treinar em altitude. Vários atletas já se preparam na altitude. Então, será bom para entrar em condição de igualdade com os outros atletas”.
Nestes dias que antecedem a prova, ele só está fazendo treinso leves, muita folga. O objetivo, segundo o técnico Adauto Domingues, é deixar o corredor louco pelo asfalto, para correr com vontade. E vai direto ao ponto: “Ninguém está pensando no tempo. O objetivo é subir no pódio”.