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Rodolfo Lucena

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Perfil Rodolfo Lucena é ultramaratonista e colunista do caderno "Equilíbrio" da Folha

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Encontro com a bêbada descalça na maratona do Rio

Por Rodolfo Lucena
10/07/12 14:20

Conheço o LUÍS EDUARDO TAVARES há muitos carnavais. Ele foi o meu primeiro treinador de corrida, na equipe dele fiz minha primeira maratona. Depois, fui cuidar da vida, mas, de vez em quando, acompanho as andanças do cara, que acaba de completar, no Rio de Janeiro, sua maratona de número 24.

Não foi tarefa fácil: havia sete anos que ele não participava de uma maratona. Neste ano, quando completa 45 anos, resolveu reinvestir suas fichas na distância. Programou-se oara enfrentar a maratona do Rio, realizada no último domingo, já pensando nas provas da Disney: em janeiro próximo, quer realizar o Desafio do Pateta, correndo a meia maratona e, no dia seguinte, a maratona.

Ele vai ter de treinar um bocado, como você vai perceber lendo o relato que publico abaixo. Talvez até precise passar por um pouco de fisioterapia, depois dos perrengues cariocas. Mas é melhor eu parar de falar e deixar que o TAVARES conte sua história.

 “Pretendia concluir próximo de 5h, porém o mau tempo, com chuva e frio, prejudicou o meu desempenho: a baixa temperatura fez com que meu tendão começasse a latejar e incomodar bastante.

“A pista alagada e cheia de poças piorou o problema, pois cada pisada resfriava a região do tendão, deixando a área mais rígida.

“Para encurtar a história: no km 25 eu já parecia um robô correndo, pois não tinha mobilidade nos meus tendões de Aquiles. Tive de diminuir mais ainda meu ritmo de prova, que já estava bem lento naquela altura.

“Com o esforço exagerado, fui desgastando de forma prematura o resto da musculatura, como os quadríceps, os joelhos e a região da canela.

“Estava até meio abatido quando, no km 30, apareceu do nada uma garota que tinha acabado de sair de uma boate. De saia, descalça e bêbada, ela quis me acompanhar. E ela foi do km 30 até o km 35 ao meu lado, conversando. Até que foi boa a companhia, pois me distraiu um pouco do meu sofrimento e ajudar a passar o tempo mais rapidamente…

“O problema é que ela não parava de falar. Estava delirando de felicidade por aguentar correr por tanto tempo, atribuindo o bom rendimento às vodcas que tinha tomado.

“Até que ela desistiu e eu segui sozinho, em ritmo lento, só pensando em completar. Sabia que, mais para a frente, teria ajuda. No km 40, dois amigos me esperavam para puxar no esforço decisivo; no km 41, minha namorada me esperava e também se somou à turma, ajudando a me puxar no trecho final da prova.

“Completei em 5h45, com muitas dores. O mais importante é que voltei a correr uma maratona.”

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Comentários

  1. Mayumi comentou em 18/07/12 at 23:51

    Embora não conheça o prof. Tavares pessoalmente, conheço muitos amigos que são da equipe dele. Acho que o vi quando estava atravessando a rua, lá no Aterro, após a maratona. Eu tive cãibra no km 31 e estava com dores tb, mas tinha feito uma aplicação de gelo e massagem.
    O episódio da bêbada foi hilário! Rsrsrs.

  2. Marcos Viana "Pinguim" comentou em 16/07/12 at 16:25

    Parabéns Tavares!!!
    O importante foi completar dentro do tempo limite, que nesse caso foi de 6 horas, correr num ritmo confortável sempre é mais seguro que correr em ritmo forte.
    Ainda bem que você encontrou essa simpática bêbada que deu valor para você, pior seria ter encontrado o Leonardo Moreira que disse que correr uma maratona acima de 5h45 é totalmente banal. Você teve muita sorte, risos!!!

  3. Marcos Viana "Pinguim" comentou em 16/07/12 at 15:31

    Parabéns Tavares!!!
    O importante foi completar dentro do tempo limite, que nesse caso foi de 6 horas, correr num ritmo confortável sempre é mais seguro que correr em ritmo forte.
    Ainda bem que você encontrou essa simpática bêbada que deu valor para você, pior seria ter encontrado o Leonardo Moreira que disse que quem corre acima de 5h45 é totalmente banal. Você teve muita sorte, risos!!!

  4. Clayton Freitas comentou em 11/07/12 at 23:23

    Hilário Tavares. Parabéns pelo excelente exemplo!

  5. carlyle comentou em 11/07/12 at 11:22

    Parabens Tavares. Bem vindo de volta ao clube dos maratonistas. E viva o clube da vodka!!!

  6. maria jose da silva comentou em 11/07/12 at 10:57

    Correr uma MARATONA é superação e para isso temos um prazo de 06 horas, valeu meu PROFESSOR.Parabéns

  7. Leonardo Moreira comentou em 11/07/12 at 9:16

    Numa boa, sem desmerecer, mas correr uma maratona em 5h45 é a total banalização da maratona. Fora o risco da pessoa sofrer algum problema físico mais grave. Mas cada um sabe o que faz.
    Abraço.

  8. Sandra Nitta comentou em 11/07/12 at 0:44

    Seja para um corredor experiente ou iniciante, completar uma maratona é um grande desafio. Cada prova tem suas particularidades, curiosidades e imprevistos. Pela primeira vez ouvi a história de uma mulher bêbada acompanhar um corredor durante uma prova! Deve ter sido muito engraçado vivenciar essa situação! Com certeza o Tavares nunca se esquecerá de seu “coelho”, entre os kms 30 e 35! Parabéns, Tavares, pelo empenho durante o preparo para a maratona do RJ. Tenho certeza que você conquistará o Pateta!

  9. Nanci Gomes Belluzzo comentou em 10/07/12 at 15:25

    Esse é meu treinador!Grande pessoa,íntegro,atencioso!

  10. Luiz Cândido comentou em 10/07/12 at 14:43

    Só no Rio mesmo para acontecer essas coisas. A Maratona do Rio foi a minha segunda e um dia chego nas 24. Parabéns xará!

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