Mamãe Juliana faz a festa no Troféu Brasil
02/07/12 15:30Mais importante competição de atletismo do país, o Troféu Brasil teve neste ano um sabor especial: foi a última oportunidade para quem tentava carimbar o passaporte para os Jogos Olímpicos de Londres. Ao longo das competições da semana passada, em São Paulo, muitos tentaram, mas poucos conseguiram.
A conquista mais estrondosa foi a do decatleta Luiz Alberto de Araújo (foto Marcelo Ferrelli/CBAt), que não apenas conquistou o índice na sua difícil e complexa modalidade mas também quebrou o recorde sul-americano (por via de consequência, os recordes brasileiro e da competição).
A marca nacional já durava mais tempo do que Luiz Alberto tinha de vida: fora estabelecida no dia 26 de abril de 1987 pelo carioca Pedro Ferreira da Silva Filho, em Eugene (EUA). O novo recordista só viria a nascer dois meses e um dia depois.
Paulista de Artur Nogueira, região de Campinas (SP), Luiz Alberto conseguiu a vaga e o recorde na última prova, os 1.500 m, que venceu com 4min27s75, somando 759 pontos.
O decatlo, como diz o nome, envolve dez tipos de prova. Nas outras nove, as marcas e pontos do recordista foram: 100 m (10.80 – 906 pontos) salto em distância (7,39 m – 908) arremesso do peso (14,93 m – 785) salto em altura (1,98 m – 785) 400 m (48.54 – 883) 110 m com barreiras (14.12 – 959) arremesso do disco (46.15 – 791) salto com vara (4.90 – 880) lançamento do dardo (52.11 – 620). No tal, somou 8.276 pontos.
O outro classificado para a Olimpíada de Londres por causa de seu desempenho no Troféu Brasil foi o marchador Caio Oliveira de Sena Bonfim. Completou a marcha de 20 km, em circuito de rua montado em Barueri, em 1h21min36, superando o índice exigido para carimbar o passaporte para Londres-2012 (1h21min59).
Natural de Sobradinho, Caio deve agradecer muito à herança da mãe pela conquista — Gianeti Bonfim foi sete vezes campeã da marcha no Troféu Brasil.
A marca de Caio é o também o novo recorde da competição para a distãncia em provas de rua –a anterior era 1h26min31, estabelecida por José Alessandro Bagio em 2009.
Isso tudo é muito bacana, mas não é corrida. Na corrida, o mais legal desse troféu Brasil, na avaliação deste seu blogueiro, foi o desempenho de Juliana dos Santos nos 1.500 m (foto Agência Luz/BM&FBOVESPA).
Mulher do maratonista Marílson e mãe do jovem candidato a atleta Miguel, de 16 meses, Juliana fez do Troféu Brasil o seu reencontro com o esporte e com a vitória. Se você acompanha o mundo do atletismo, deve lembrar do sorriso dela, correndo com a bandeira brasileira, no Pan do Rio de Janeiro. Pois esse sorrisão voltou a aparecer na tela da TV, agora num rosto mais maduro, na voz de uma mulher mais experiente.
Foi sua experiência, aliás, que ela lembrou ao comentar o ouro de domingo –seu segundo no TB deste ano, em que também ganhou a prova dos 800 m. Contou como é difícil combinar as tarefas de atleta, mãe e mulher de maratonista olímpico.
E quando Miguel chora à noite, quem levanta? Se Marílson estiver se preparando para uma prova, vai Juliana; se for ela a treinanda, Marílson cuida do choro. Afinal, como estamos todos cansados de saber, descanso também é treino.
Juliana ainda fez uma espécie de homenagem a todas as mães atletas, a todas as mães, ao levar consigo ao pódio o pequerrucho Miguel, que estava meio choramingas ao ver-se foco de tanta atenção. Depois, foi logo brincar com a medalha da mãe, que tinha gritado seu nome ao cruzar a linha de chegada.
Fiquei até emocionado com a frase anterior e quase terminei com ela este texto, mas não dá para esquecer os corredor de distâncias maiores, em especial a mais bela prova de pista, xadrez de sapatilhas: os 10.000 m.
No masculino, o ex-pastor de bodes Damião Ancelmo dos Santos se confirma como grande força na distância, ainda que tenha fica longe do índice olímpico.
No feminino, Cruz Nonata da Silva conquistou um ouro suado, que foi fazer companhia à medalha de mesma cor que garantira nos 5.000. A veterana atleta –37 anos—lutou pelo índice olímpico até o último instante, mas não conseguiu. Seu esforço, porém, foi reconhecido pelos especialistas que acompanharam a competição e a escolheram como melhor atleta do TB. No masculino, o eleito foi o decatleta Luiz Alberto de Araújo.
Amigo,
Sem querer ser chato, deixo uma observação: O Caio não é goiano, é brasiliense. Sobradinho é cidade satelite de Brasilia e esta dentro do Distrito Federal.
Boa sorte ao Caio e a todos nossos representantes em Londres.
Obrigado, serrá corrigido.
poxa, 37 anos de tentando marca olimpica para os 5.000 m? realmente, parabens a ela!
parabens aos classficados para as olimpiadas, é algo gratificante de se ler, imago de conquistar….PARABENS
ps- puxa pastor de bode? o solonei é um ex-gari! o brasil não deveria investir mais em corridas, temos cada talento por aí….