Morte na maratona é dramática, mas rara, diz pesquisador
15/05/12 15:12Um estudo publicado há poucos dias no “The American Journal of Sports Medicine” mostra que, na maratona, a taxa de morte de corredores mais jovens (menores de 45 anos) é igual à dos veteranos.
O estudo também constatou que, apesar do enorme aumento do número de participantes em maratonas, o índice de mortalidade se manteve estável, em menos de 1 por 100.000.
O objetivo da pesquisa era exatamente esse: verificar se, com o aumento do número de participantes em maratonas registrado de 2000 a 2009, a taxa de mortalidade havia sido afetada. Os pesquisadores também queriam descobrir se houve mudança significativa no desempenho.
Para tanto, pesquisaram dados de maratonas realizadas nos Estados Unidos de 2000 a 2009 (inclusive).
No período, o número de concluintes aumentou em mais de 50%, passando de 299.018 para 473.354.
O tempo médio, porém, que poderia ter caído bastante com a chegada desse contingente de novatos, ficou praticamente estável: 4h34min47 era a média em 2000, sofrendo leve queda para 4h35min28 em 2009.
No período, foram registradas 28 mortes –seis mulheres, 22 homens– durante as maratonas ou nas 24 horas imediatamente após as provas. Isso em um universo total de 3.718.336 participantes em maratonas.
A taxa média de morte ao longo do período foi de 0,75 por 100.000 maratonistas. A taxa entre os homens é muito maior (0,98/100.000) do que a das mulheres (0,41/100.000). Segundo os pesquisadores, não houve mudança significativa nesses índices ao longo do tempo.
A idade média dos mortos era de 41,5 anos. Metade das mortes foi de corredores com menos de 45 anos. Entre os mais velhos, as principais causas de morte foram infarto do miocárdio/aterosclerose, com 93% do total. Entre os mais jovens, houve uma variedade de causas, e a com número maior foi ataque cardíaco sem causa especificada.
A conclusão foi a de que, apesar do aumento do número de participantes em maratonas de 2000 a 2009 nos Estados Unidos, não houve mudança na taxa de morte nem no tempo médio de conclusão da prova.
“É muito dramático quando alguém morre durante uma corrida, mas não é comum”, assegura o doutor Julius Cuong Pham, que liderou o projeto. Professor de medicina de emergência na Faculdade de Medicina da Universidade John Hopkins, ele ainda assegura: “Ninguém pode dizer que os corredores estão fora de perigo, mas o risco de morte por correr uma maratona é muito, muito pequeno”.
Em contrapartida, diz ele, “correr traz vários benefícios para a saúde, como redução dos riscos de hipertensão, colesterol alto e diabete”.
O que não significa que seja a panaceia para todos os males, pois quase todo o corredor também se lesiona: o índice chega a 90%, segundo estudos citados pelo próprio Pham.
A questão é a seguinte, meu caro leitor: cautela e caldo de galinha. Vá com calma, mantenha seu check-up em dia, não exagere nos aumentos de volume nem nos aumentos de intensidade.
O que é exagerar? Para você pode ser uma coisa, para mim outra, concordo, mas em geral os médicos recomendam que não se deve aumentar volume e/ou intensidade em mais de 10% de uma semana para outra.
Outra coisa, essa tirada da experiência de corredores de elite: 70% ou mais do total de seus treinos deve ser em ritmo inferior ao que pretende rodar na sua prova alvo. Traduzindo: não queira diminuir seu tempo nos 5 km ou nos 10 km a cada treino. Deixe para tentar bater seu recorde em uma prova específica, “a boa”, e daí vá com a cara e a coragem.
Hidrate-se bem, alimente-se bem, descanse bastante. Se puder, procure assessoria de profissional especializado; se não puder, seja ainda mais cauteloso nos ritmos e desafios a que se propuser.
Correr é muito bom, mas a gente tem de estar vivo e saudável para poder aproveitar.
Concordo com tudo que foi relatado no blog e acrescentaria: o ultimo lampejo de bem-estar e felicidade eh morrer fazendo algo que gosta e sem muita dor e sofrimento.
A prática de atividade física é fortemente associada à aquisição de saúde. Com orientação, treinamento e acompanhamento de especialistas, o corredor realmente passa a ter uma qualidade de vida melhor! Por outro lado, os treinos avulsos, a falta de orientações e os excessos são o cenário perfeito para lesões e problemas de saúde. Um corredor que se aventura a correr uma maratona sem preparo é imprudente e pode ter sérias consequências. Por isso, recorrer aos profissionais adequados corresponde a boa parte da conquista dos 42km.