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Rodolfo Lucena

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Perfil Rodolfo Lucena é ultramaratonista e colunista do caderno "Equilíbrio" da Folha

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Dancinha sensual ajudou maratonista japonês a se classificar para Londres-2012

Por Rodolfo Lucena
12/03/12 15:28

“Sacode as cadeiras, garoto!” É o que deve ter dito a professora de dança Hiromi Kashiki quando viu o estilo durão, robótico, do maratonista Arata Fujiwara, que se classificou para Londres-2012 ao conquistar o segundo lugar na recente maratona de Tóquio.

Ele precisava aprender a rebolar para que seus movimentos fossem mais eficientes –e aprendeu isso ensaiando uma dança que virou moda entre as mulheres japonesas e que promete dar a elas cinturinha ainda mais fina, quadris finos e belos seios.

Não encontrei nas agências de notícias a transliteração do nome japonês da dança; acho que é kabi dansu, mas todos os sites que vi chamam a dita cuja de “curvy dancing”, dança das curvas, que envolve chacoalhar os quadris.

O movimento do remelexo nipônico é liderado pela professora Kashiki, de 48 anos, que já lançou livro e DVD (abaixo) para ensinar as massas a rebolar –e vendeu mais de 2 milhões de exemplares.

Ao longo de seu processo de treinamento para a maratona de Tóquio, Fujiwara descobriu a dança como uma forma de melhorar seu estilo de corrida, tornando-o mais leve e eficiente sob a batuta da mestra.

“Quando eu o vi pela primeira, notei que sua pélvis ia para cima e para baixo, para a direita e para a esquerda, não era muito estável”, comentou a professora. “Tentei fazer com que sua região pélvica ficasse mais relaxada, eliminando energia não aproveitada e liberando seu poder de explosão”, continuou ela.

O maratonista achou ótimo: “Até agora, eu não me saí muito bem no uso efetivo dos quadris na corrida. Depois de algumas aulas com Kashiki, meu estilo melhorou dramaticamente”.

Fujiwara, de 30 anos, ficou tão impressionado que chegou a fazer uma aula especial na véspera da prova.

É um bom exemplo para muitos de nós, que somos muito durões na hora da corrida. Quando a gente não deixa o corpo fluir, o impacto acaba sendo muito maior. Sem falar no tal estilo e na (falta de ) eficiência biomecânica.

Infelizmente, sei disso por experiência própria, pois sou um cabo de vassoura para correr. Devo dizer que, há uns dez anos, cheguei mesmo a fazer algumas aulas de dança para ver se soltava as cadeiras. A experiência não foi das mais animadoras, mas não está totalmente eliminada de meu horizonte.

Mas voltemos para a história de Fujiwara, que não é apenas de remelexo. Nos últimos anos, ele teve de rebolar –agora, no sentido figurado— para conseguir sobreviver como atleta profissional.

É que o corredor decidiu abdicar de patrocínio empresarial e buscar caminhos próprios para sua sobrevivência, escolha de provas em que participar e orientação de treinamento.

Está sendo dureza: ele treina com tênis que ganha em doações e precisa fazer sua preparação em parques públicos, sem as benesses e a estrutura dos ginásios esportivos e academias particulares.

“Não tenho dinheiro, mas recebi ajuda de todo o tipo e assim estou conseguindo tocar o barco”, disse Fujiwara à agência de notícias Reuters. Mais do que isso: sua prova na maratona de Tóquio foi um show de paciência e recuperação, superando no final corredores que vinham dominando a corrida ao longo de todo o tempo.

“Foi dureza. Mas a fome é uma boa disciplinadora, já disse o escritor norte-americano Ernest Hemingway. E eu descobri que passar fome realmente modela e fortifica o caráter”, afirmou ele.

Não sei não. Mas, se com ele está dando certo, que siga em frente. Afinal, um tempo de 2h07min48, ainda que não seja grande coisa se comparado às marcas dos quenianos, já é bem respeitável.

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Comentários

  1. luis kiyoshi yamashiro comentou em 13/03/12 at 8:06

    parabéns a este atleta, se ele tivesse toda a estrutura de treinamento o tempo dele poderia chegar próximo dos quenianos e etíopes.

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