O nome do corredor que vai para as ruas
02/03/12 13:26Correr nas ruas das grandes metrópoles ou das pequenas cidades interioranas é uma experiência de vida. Quem coloca calções e camiseta e parte para o asfalto se desprende da máscara carregada ao longo do dia, no trabalho e em boa parte das relações humanas.
Ali, na rua, o corredor está inteiro, mostrando o que é e o que pode fazer. Na corrida, não há mentira, ainda que alguns tentem fraudar provas, cortar caminhos ou usar substâncias ilegais em competições. Para o sujeito comum, porém, o asfalto é a hora de verdade.
Sem a defesa do terno e gravata, do sapato, da pasta e do carro, o corredor fica também exposto à avaliação, ao exame, à admiração e à chacota dos passantes. Há quem não resista a fazer uma gracinha qualquer quando vê passar um sujeito correndo. Tasca logo um apelido, grita uma piada, às vezes mesmo um palavrão.
Pelos caminhos deste mundo, já fui chamado de várias coisas. Papai Noel é recorrente, assim como Bin Laden ou Osama, mais coloquial. Quando meus cabelos não estava tão brancos, alguém até me apelidou de Maradona (vá entender).
Na minha primeira maratona, em Porto Alegre, uns garotos de uma favela que então ficava no caminho da prova gritaram: “Olha o Rei Leão!”. Quase na chegada, ouvi o incentivo: “Vai, Sansão!”.
Quando fiz minha primeira ultra, na África do Sul, passamos por parques onde famílias faziam sua diversão dominical. Lá, um pai me apontou para seu filho: “É o Selvagem de Bornéu!”.
Aqui em São Paulo, às vezes alguém grita: “Vai, Tiozinho!”, o que não chega exatamente a ser um incentivo. Mas o mais surpreendente aconteceu nesta semana, durante um treino na avenida Pacaembu.
Passei por uma esquina onde um povo da rua ainda dormia sob uma marquise. Um deles acordou de repente, talvez por causa do movimento de minha passagem. Imaginou coisas, por certo, pois gritou: “Homem das Neves!”.
Essa eu nunca tinha ouvido. Com o calor que está fazendo em São Paulo, uma nevezinha não seria de jogar fora…
Rodolfo, sempre leio seu blog, mas ri muito deste texto em especial. Quando corro na rua do bairro onde moro (Jacarepaguá- RJ) me sinto um ET. As pessoas olham, olham… Interessante que na orla isso não acontece. É tudo uma questão de costume mesmo. Abraços,
Carolina
Olá criei um grupo de corrida para o estado de São Paulo ajuda a divulga lo . beijos e obrigada
https://www.facebook.com/groups/283354658402720/
Vivo em Portugal e participo de um chamado Portugal Running e criei o de São Paulo para os amantes de corrida e caminhadas
Muito bom Rodolfo!
Deu até vontade de sair agora pra correr, mas infelizmente o trabalho me impede. Mas hoje à noite quando sair pra treinar vou me lembrar dessas palavras.
Abç.
Rodolfo eu te adoro e vc é um exemplo de corredor que não desiste jamais.
As vezes estou nos meus treinos de matar e eu penso: O Rodolfo não desistiria!
Então, vamos lá!!!
Abraço
Adriana
Que honra!!
Muito obrigado pela leitura e pelo carinho.
Força aí, vamo q vamo
Rodolfo,
Adoro os seus textos. Já passei por situações semelhantes, principalmente quando morava no interior de Pernambuco e correr não estava na moda. Na época, maluco era a palavra de maior incentivo.
Parabéns!
Gilmar
Obrigado, Gilmar, vamo q vamo
Gostei muito do seu texto!
A mim também já me chamaram muitas coisas mas não esqueço quando ainda nem 30 anos tinha, e no final de uma maratona, alguém gritou: O VELHO ESTÁ CHEIO DE FORÇA.
E aquela senhora idosa que gritou: ESTE JÁ VAI COM O PESCOÇO ESTICADO!
Bin Laden também já fui chamado!
Aqui de Portugal lhe deixo um abraço.
Prezado Jorge, que me lê lá da terrinha, grande abraço
Homem das neves foi muito boa. Tem meia domingo, vais ?
kkkk, é bem assim mesmo, até os familiares botam apelidos. mas sempre levo na esportiva.