Folha de S.Paulo

Um jornal a serviço do Brasil

  • Assine a Folha
  • Atendimento
  • Versão Impressa
Seções
  • Opinião
  • Política
  • Mundo
  • Economia
  • Cotidiano
  • Esporte
  • Cultura
  • F5
  • Classificados
Últimas notícias
Busca
Publicidade

Rodolfo Lucena

+ corrida

Perfil Rodolfo Lucena é ultramaratonista e colunista do caderno "Equilíbrio" da Folha

Perfil completo

O nome do corredor que vai para as ruas

Por Rodolfo Lucena
02/03/12 13:26

Correr nas ruas das grandes metrópoles ou das pequenas cidades interioranas é uma experiência de vida. Quem coloca calções e camiseta e parte para o asfalto se desprende da máscara carregada ao longo do dia, no trabalho e em boa parte das relações humanas.

Ali, na rua, o corredor está inteiro, mostrando o que é e o que pode fazer. Na corrida, não há mentira, ainda que alguns tentem fraudar provas, cortar caminhos ou usar substâncias ilegais em competições. Para o sujeito comum, porém, o asfalto é a hora de verdade.

Sem a defesa do terno e gravata, do sapato, da pasta e do carro, o corredor fica também exposto à avaliação, ao exame, à admiração e à chacota dos passantes. Há quem não resista a fazer uma gracinha qualquer quando vê passar um sujeito correndo. Tasca logo um apelido, grita uma piada, às vezes mesmo um palavrão.

Pelos caminhos deste mundo, já fui chamado de várias coisas. Papai Noel é recorrente, assim como Bin Laden ou Osama, mais coloquial. Quando meus cabelos não estava tão brancos, alguém até me apelidou de Maradona (vá entender).

Na minha primeira maratona, em Porto Alegre, uns garotos de uma favela que então ficava no caminho da prova gritaram: “Olha o Rei Leão!”. Quase na chegada, ouvi o incentivo: “Vai, Sansão!”.

Quando fiz minha primeira ultra, na África do Sul, passamos por parques onde famílias faziam sua diversão dominical. Lá, um pai me apontou para seu filho: “É o Selvagem de Bornéu!”.

Aqui em São Paulo, às vezes alguém grita: “Vai, Tiozinho!”, o que não chega exatamente a ser um incentivo. Mas o mais surpreendente aconteceu nesta semana, durante um treino na avenida Pacaembu.
Passei por uma esquina onde um povo da rua ainda dormia sob uma marquise. Um deles acordou de repente, talvez por causa do movimento de minha passagem. Imaginou coisas, por certo, pois gritou: “Homem das Neves!”.

Essa eu nunca tinha ouvido. Com o calor que está fazendo em São Paulo, uma nevezinha não seria de jogar fora…

Mais opções
  • Google+
  • Facebook
  • Copiar url
  • Imprimir
  • RSS
  • Maior | Menor
  • Comentários
  • Facebook

Comentários

  1. Carolina Belo comentou em 10/03/12 at 17:53

    Rodolfo, sempre leio seu blog, mas ri muito deste texto em especial. Quando corro na rua do bairro onde moro (Jacarepaguá- RJ) me sinto um ET. As pessoas olham, olham… Interessante que na orla isso não acontece. É tudo uma questão de costume mesmo. Abraços,
    Carolina

  2. Andreia comentou em 05/03/12 at 19:44

    Olá criei um grupo de corrida para o estado de São Paulo ajuda a divulga lo . beijos e obrigada
    https://www.facebook.com/groups/283354658402720/

    Vivo em Portugal e participo de um chamado Portugal Running e criei o de São Paulo para os amantes de corrida e caminhadas

  3. Ricardo Franco comentou em 05/03/12 at 10:35

    Muito bom Rodolfo!
    Deu até vontade de sair agora pra correr, mas infelizmente o trabalho me impede. Mas hoje à noite quando sair pra treinar vou me lembrar dessas palavras.

    Abç.

  4. Adriana Teodoro comentou em 03/03/12 at 12:44

    Rodolfo eu te adoro e vc é um exemplo de corredor que não desiste jamais.
    As vezes estou nos meus treinos de matar e eu penso: O Rodolfo não desistiria!
    Então, vamos lá!!!
    Abraço

    Adriana

    • rlucena comentou em 05/03/12 at 13:20

      Que honra!!
      Muito obrigado pela leitura e pelo carinho.
      Força aí, vamo q vamo

  5. GILMAR FARIAS comentou em 02/03/12 at 16:26

    Rodolfo,
    Adoro os seus textos. Já passei por situações semelhantes, principalmente quando morava no interior de Pernambuco e correr não estava na moda. Na época, maluco era a palavra de maior incentivo.
    Parabéns!
    Gilmar

    • rlucena comentou em 05/03/12 at 13:21

      Obrigado, Gilmar, vamo q vamo

  6. Jorge Branco comentou em 02/03/12 at 15:39

    Gostei muito do seu texto!
    A mim também já me chamaram muitas coisas mas não esqueço quando ainda nem 30 anos tinha, e no final de uma maratona, alguém gritou: O VELHO ESTÁ CHEIO DE FORÇA.
    E aquela senhora idosa que gritou: ESTE JÁ VAI COM O PESCOÇO ESTICADO!
    Bin Laden também já fui chamado!
    Aqui de Portugal lhe deixo um abraço.

    • rlucena comentou em 05/03/12 at 13:22

      Prezado Jorge, que me lê lá da terrinha, grande abraço

  7. Tadeu Góes comentou em 02/03/12 at 14:18

    Homem das neves foi muito boa. Tem meia domingo, vais ?

  8. Rafael Mattos comentou em 02/03/12 at 14:13

    kkkk, é bem assim mesmo, até os familiares botam apelidos. mas sempre levo na esportiva.

Publicidade
Publicidade
  • RSSAssinar o Feed do blog
  • Emailrodolfolucena.folha@uol.com.br
  • FacebookFacebook
  • Twitter@rrlucena

Buscar

Busca
Publicidade

Tags

rocinha corrida rodolfo ocupação morro do alemão video rocinha dondocas tv folha são silvestre adriana aparecida rodolfo lucena rocinha rio de janeiro
  • Recent posts Rodolfo Lucena
  1. 1

    A despedida do blogueiro

  2. 2

    A música da maratona

  3. 3

    Tênis da Nike falha, e queniano vence em Berlim com bolhas e sangue nos pés

  4. 4

    Segundão agora tenta o recorde mundial na maratona de Berlim

  5. 5

    São Silvestre abre inscrições a R$ 145

SEE PREVIOUS POSTS

Arquivo

  • ARQUIVO DE 01/11/2006 a 29/02/2012

Blogs da Folha

Categorias

  • Geral
  • Vídeos
Publicidade
Publicidade
Publicidade
  • Folha de S.Paulo
    • Folha de S.Paulo
    • Opinião
    • Assine a Folha
    • Atendimento
    • Versão Impressa
    • Política
    • Mundo
    • Economia
    • Painel do Leitor
    • Cotidiano
    • Esporte
    • Ciência
    • Saúde
    • Cultura
    • Tec
    • F5
    • + Seções
    • Especiais
    • TV Folha
    • Classificados
    • Redes Sociais
Acesso o aplicativo para tablets e smartphones

Copyright Folha de S.Paulo. Todos os direitos reservados. É proibida a reprodução do conteúdo desta página em qualquer meio de comunicação, eletrônico ou impresso, sem autorização escrita da Folhapress (pesquisa@folhapress.com.br).