Técnico dá dicas para iniciantes na corrida
01/03/12 14:14A minha coluna desta semana no caderno Equilíbrio, da Folha (AQUI, para assinantes da Folha e/ou do UOL), trata sobre as dúvidas e medos que assombram candidatos a corredores, iniciantes e mesmo veteranos nesse esporte simples, mas cheio de mistérios.
Para produzi-la, usei as mensagens que recebo e também consultei especialistas da área. Um deles foi o treinador Miguel Sarkis, que a seguir dá dicas para quem está começando no mundo das corridas. Veteranos também podem se beneficiar dos ensinamentos de Sarkis.
Respiração: “O iniciante deve ser orientado para que respire calmamente e expire na mesma proporção, sem se preocupar em exagerar”.
Postura: “A postura deve ser focada a partir da cabeça, até a ponta do dedão dos pés. Cabeça erguida, queixo elevado, olhar direcionado para cima do muro do vizinho ou para o horizonte imaginário. Os ombros devem estar alinhados, os braços executando um “chicotear” após um balançar conduzido, em movimento anteroposterior, com leve cruzamento a frente do corpo. Tronco projetado para a frente, com discreta inclinação, pernas movimentando-se em elevação do joelho, frente e acima do corpo, em projeção acima, na direção da linha da pélvis”.
Distância a correr: “A distância necessária e possível a um iniciante deve ser proporcional às suas necessidades e possibilidades. É preciso fazer um processo de adaptação, que se dá em várias etapas. O começo pode ser algo em torno dos 10 minutos, 20 minutos ou mais tempo, com períodos de descanso”.
Velocidade: “A velocidade deve ser baseada em algo em torno de 50 a 80% da freqüência cardíaca máxima definida por exame de esteira e avaliada por médico do esporte”.
Hidratação: “A água e as bebidas isotônicas devem ser ingeridas de acordo com a necessidade de cada pessoa. Água: Antes, durante e depois do exercício, qualquer que seja a duração e principalmente se a temperatura ambiente estiver elevada, acima dos 25 graus. Água e bebidas isotônicas: antes, durante e depois de treinos com duração acima de uma hora”.
Perguntei a Miguel Sarkis quais eram os grandes medos do iniciante e como ele respondia ao problema.
O debutante, me disse ele, tem medo de morrer: “Muitos têm pensamentos relacionados com o medo de sofrer e de morrer. Então orientamos treinamentos a partir de recomendações médicas e instruímos para que o exercício seja realizado por etapas, de forma que o iniciante perceba as melhoras, apesar do esforço. Promovemos o conhecimento de assuntos a respeito do treinamento programado, para diminuir o nível de ansiedade, permitindo maior concentração nos objetivos e meios para se condicionar, sem riscos”.
Quanto ao medo de se machucar, Sarkis diz: “A lesão é um grande vilão na corrida. Não há quem nunca tenha se machucado em treinos ou em provas. A orientação pontual dos limites e das distâncias a serem cumpridas pelos jovens corredores devem ocupar lugar de destaque na planilha de treino do iniciante”.
O corredor novato –e acho que muitos dos mais experientes— tem medo de não conseguir seu intuito. Sarkis filosofa: “A falha é um instrumento de uma educação religiosa. “Se você errar, Deus lhe castigará”. Nós, que vivemos em um continente religioso ao extremo, sempre cuidaremos dos erros, então é melhor orientar o iniciante pelo que será positivo e fortalecer o foco no que o aluno é capaz. Assim, não haverá muitos erros”.
Os corredores mais experientes, por seu lado, também demonstram angústia e insegurança, relata o treinador. Há, por exemplo, quem ache que nunca está bem e que precisa de planilha de treinamentos mais forte. Sarkis relata: “Sempre haverá quem nos pergunte de incrementos de quilometragens da planilha de treinos, principalmente por não terem o desconfiômetro ligado. É necessário explicar qual é a necessária elevação de cargas, mês a mês, semestre a semestre. Quilometragens aumentadas abruptamente geralmente revelam um estado de insegurança pessoal e de descrença dos princípios da fisiologia do exercício”.
E ele continua: “Conseguir os objetivos está ligado a cumprir a tarefa mais básica de todas as atividades físicas praticadas no mundo: base, paciência, determinação e cumprimento da adaptação e dos planos macros de treinamentos”.
ótimas dicas, base e paciência com resiliência para voltar com calma após períodos parados, certo? bora correr
Olá, tenho 34 anos e já cheguei a pesar 155Kg. Após uma cirurgia bariátrica, cheguei até os 106kg. Após isso voltei a engordar e meu peso estabilizou-se em 118kg. Em 2011 comecei de leve a fazer treinos de caminha e corrida. Aos poucos percebi minha evolução e fiquei extremamente feliz quando atingi a marca de 5km pela primeira vez. Meus treinos são sempre por volta das 04:50hs devido aos meus horários e minha falta de pique para treinar após o trabalho. Na virada do ano, uma das minhas metas estabelecidas para 2012 era de pelo menos completar uma corrida. Essa meta já atingi. Corri meus primeiros 5km em 39m06s no Circuito do Sol. Hoje, estou pesando 110kg e me preparo para a proxima que será dia 11/03 na USP… é como dizem, parece que o bichinho da corrida me picou…rs
Vai lá, Jeferson, mete bronca. Parabéns e boas corridas
tenho 5 meses de corrida e até então não havia me lesionado, de uma semana pra cá, sempre que começo uma corrida, minha coxa na parte dianteira doi e durante a corrida, após estar aquecido ela para de doer, sei que é uma lesão muscular segundo o ortopedista, mas o problema é que ela não sara… não quero para de correr, mas não quero correr com dor, alguma dica?
Prezado, desculpe aí, mas quem deve responder é seu médico. É bom conversar com especialista em esporte, porque nem sempre os médicos entendem as nossas angústias. Eu não recomendo correr com dor: a gente sofre, não progride e acaba ficando com raiva do treino. Se não for algo profundo, em geral alguns dias de fisoterapia resolvem. Melhoras.