No Atacama, maratona testa resistência de corredores
09/02/12 13:44Bom dia, boa tarde, boa noite! Você já deve ter percebido, mas não custa ressaltar a novidade: estamos agora em um novo serviço de blogs. Tudo da Folha, claro, mas usando uma nova plataforma para levar os textos à grande rede. Com um clique, você pode curtir o blog no Facebook, tuitar ou mandar para o Google+ (os botões estão ali no alto, logo abaixo do título)
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Para essa reestreia, tinha planejado contar aqui algumas aventuras corridas de minha lavra. A vida, porém, nos prega peças a cada instante. Estou correndo um pouquinho, até fiz algumas pequenas provas recentemente, mas as dores voltam e dificultam o retorno ao asfalto.
Em contrapartida, apresento hoje uma aventura do leitor deste blog JOSÉ TADEU GUGLIELMO, um economista de 47 anos que vem se dedicando a correr provas nos mais diferentes rincões do planeta, da muralha da China ao Everest. Paulistano, corre a São Silvestre desde 1995; maratona, porém, não repete. Já são 20, espalhadas pelos sete continentes (seguindo a geografia dos americanos, que contabilizam as Américas do Norte e do Sul como continentes separados; a Central, pelo jeito, não entra na conta…).
Pois ele acabou de fazer uma maratona no deserto do Atacama, no Chile, e mandou um texto meio telegráfico, mas que dá uma boa ideia das dificuldades enfrentadas e das alegrias conquistadas. Fique a seguir com o relato e as fotos de TADEU.
“Brasília… São Paulo… Santiago… Alama… San Pedro do Atacama: chegada? Não: Largada!
San Pedro de Atacama se encontra a cerca de 100 km de Alama, onde há um pequeno aeroporto no meio do deserto. As cidades são unidas por uma moderna estrada do deserto, que permite correr em alta velocidade. As consequências: ao longo da estrada, há várias minicampas, sinalizando a passagem de alguém desta para….sei lá… ainda não quero saber.
Essa região no norte do Chile se estende por mais de 180 mil quilômetros quadrados e é considerada a mais árida do mundo.
A rua principal de San Pedro se chama calle Caracoles. Não é asfaltada. Parece cenário de filme de faroeste…tem lojinhas, bons restaurantes e oficinas oferecendo passeios turísticos (Geyser, Sala de Tara, lagunas Altiplanicas e Cejar, Valle da Lua e Morte, Termas de Puritana etc…)
A maratona largou às 7h com temperatura amena, por voltas dos 15ºC. O tempo foi esquentando, porém, e ao final os termômetros ultrapassaram os 30°C. Toda a corrida é em grande altitude: em média, estamos a 2.400 metros acima do nível do mar (São Paulo está a 770 m, aproximandamente).
A corrida nem de longe é plana. Durante o trajeto, chegamos a 2.700 m. O trecho mais difícil foi a subida de uma duna após o km 30: onde o passo retornava 3/4 de cada passada. Para piorar as coisas, no topo não havia nenhum posto de hidratação.
O trajeto é bem diversificado em meio a uma cordilheira de sal. São 5 km de asfalto, 21 km de estrada de terra (terreno macio e liso de areia e sal), mais uns 2 km de dunas e 14 km de terreno plano entre cânions no Vale da Lua e no Vale da Morte –passamos também por duas grutas.
Havia postos de hidratação a cada 5 km, com água e isotônico; no km 25 e no km 35 havia frutas (bananas e laranjas) e carboidratos em gel.
São muitos os obstáculos que o deserto impõe. O sol escaldante faz com que o terreno irregular a sede e o cansaço pareçam ser intransponíveis, mas terminar (agora sim: chegada) mais uma maratona continua sendo uma sensação maravilhosa de missão (comprida) cumprida.”
E ai Tadeu, que legal, parabéns, o lugar é muito bonito mesmo, a camisa do timão que te deu forças kkkkk.
Um abraço.
Lindas fotos e lugar, aventura nota dez.
Parabéns!!!!!! fico maravilhada e admiro atletas com este pique e coragem. Muita saúde a voces para que continuem a explorar lugares tão lindos e enfrentar desafios.
Gostei do novo visual. Parabens Rodolfo!
Quanto a Atacama, lá estive tambem e vale a pena. Perdi duas unhas, por causa da areia que entupia a ponta do tenis, mas ganhei uma incrível experiencia e novos amigos. Da altitude, ninguem reclamou, pois nem lembravamos disso diante da bela paisagem.
Estréia da casa nova em grande estilo! Parabéns, Rodolfo! Bela experiência do Tadeu, belo desafio, belas imagens do Atacama no Chile! Boas energias e sucesso! Boa noite : )
Caraca, correr no Atacama deve ser demais! Tirando o possível calor infernal, a paisagem deve ser maravilhosa. À noite então, nem se fala: a beleza do Universo em força máxima no brilho da abóboda celeste. Um dia, um dia, vou visitar esse lugar.