Rodolfo LucenaGeral – Rodolfo Lucena http://rodolfolucena.blogfolha.uol.com.br + corrida Wed, 30 Sep 2015 13:17:58 +0000 pt-BR hourly 1 https://wordpress.org/?v=4.7.2 A despedida do blogueiro http://rodolfolucena.blogfolha.uol.com.br/2015/09/30/a-despedida-do-blogueiro/ http://rodolfolucena.blogfolha.uol.com.br/2015/09/30/a-despedida-do-blogueiro/#respond Wed, 30 Sep 2015 12:53:57 +0000 http://rodolfolucena.blogfolha.uol.com.br/?p=3193 Continue lendo →]]> Começa aqui o último texto que publico neste espaço internético.

A Folha decidiu acabar com nosso blog, o primeiro do gênero em grandes portais noticiosos. O Mais Corrida foi lançado em 2 de novembro de 2006, recebeu milhares de textos, rendeu um livro e, acima de tudo, propiciou nosso encontro virtual vezes sem conta.

Justificativas para o fim não são necessárias. Extirpar qualquer uma de suas seções é uma prerrogativa do jornal, quaisquer que sejam suas motivações.

A mim resta apenas agradecer a você, querido leitor, estimada leitora, que há quase dez anos me acompanha com carinho, respeito, crítica, sorriso e suor.

Sua companhia e suas mensagens são energia e força para que nosso trabalhe continue.

Esta despedida não é um adeus. Como já disse muitas vezes em conversas sobre corridas, parar não é desistir.

Estou em busca de outros desafios e espero encontrar com você em meus novos caminhos internéticos.

Você pode acompanhar meus textos no blog Vamo que Vamo! (http://lucenacorredor.blogspot.com) e na minha página no Facebook (http://facebook.com/lucenaaposentado). Também estou no Twitter (http://twitter.com/rrlucena) e no Instagram (http://instagram.com/lucena.rodolfo).

Confira ainda meu projeto especial de corridas e reportagens com trabalhadores rurais: Maratonando com o MST, http://mstmaratonando.wordpress.com).

Espero em breve ter novidades, trazer boas notícias para você.

Enquanto isso, beijo para quem é de beijo, abraço para quem é de abraço ou tudojuntoemisturado, que também é bom.

Vamo que vamo!!!

]]>
0
A música da maratona http://rodolfolucena.blogfolha.uol.com.br/2015/09/29/a-musica-da-maratona/ http://rodolfolucena.blogfolha.uol.com.br/2015/09/29/a-musica-da-maratona/#respond Tue, 29 Sep 2015 14:27:46 +0000 http://rodolfolucena.blogfolha.uol.com.br/?p=3190 Continue lendo →]]> Eu não gosto de correr com fones de ouvido. Não gosto de ficar ligado 200% do meu tempo no celular e gosto menos ainda de ouvir música sem prestar atenção nela direito nem conseguir ouvir apropriadamente o meu som ao redor.

Além de tudo, como eu faço na rua a maior parte de meus treinos, é muito perigoso. Com os fones nos ouvidos, o corredor perde um dos sentidos, fica com a audição limitada e a atenção dividida.

Assim, cada um com seu cada qual. Mas, se alguém me pergunta, eu digo que não só não recomendo mas sou contra, não gosto mesmo (aliás, certa vez, em tempos idos, escrevi uma crônica chamada “Contra o iPod”; foi na época em que escrevia uma coluna no extinto caderno semanal “Equilíbrio”, que hoje é apenas uma página a cada semana… Bom, a coluna está AQUI).

O que não significa que eu não goste de música nem que eu não goste de música na corrida. Ao contrário, as canções sempre me acompanharam e acompanham ao longo dos meus quilômetros pelo asfalto do mundo.

Vejo cenas que me parecem composições, ouço sons que me fazem recordar momentos grandiosos ou tristes e solitários, sinto emoções que me dão vontade de cantar, batuco com os pés uma sonata, ode ou pequeno concerto que vira canção.

Que eu me lembre, a primeira vez em que cantei enquanto corria foi nos meus tempos de iniciante na corrida. Eu subia e descia a avenida Sumaré, festejava cada vez que conseguia incluir uma nova volta, que indicava aumento de minha resistência, fortalecimento de minha capacidade como corredor.

Era ainda o século passado, e eu fiquei imaginando que o grande tchans da corrida era desenvolver a  capacidade cardiorrespiratória. Donde se conclui que, se aumentar a dificuldade para respirar e correr, a pessoa tende a ficar ainda mais bem treinada.

Vai daí que tratei de cantar enquanto subia a Sumaré, na zona oeste de São Paulo. Dava meus trinados apenas na subida, exatamente quando o processo todo de correr era mais difícil. Experimentava cantar baixo, alto, rápido, agudo, grave…

A canção, porém, era sempre a mesma, uma que eu tinha aprendido havia pouco tempo. Sempre soubera, imaginava eu, mas nunca tinha me dado conta da letra: “Esse baião, eu inventei prá ninar o meu amor num berço feito de raios de luar, baião, ô, de ninar” (clique Aqui para ouvir muito mais bem cantado).

Mais das vezes, porém, as canções eram cantadas por mim em silêncio, ressoando no meu cérebro e alimentando minhas passadas. No mais longo treino que fiz para minha primeira ultramaratona, a música que me possui foi uma cantada por Djavan, que diz “Vou andar, vou voar, prá ver o mundo; nem que eu bebesse o mar encheria o que eu tenho de fundo”.

Ela às vezes soava em mim como promessa, outras vezes como raiva. Em certo momento, me vi emocionado até às lágrimas, gritando sem som aquele refrão como se fosse arma de guerra –que não é; ouça AQUI a versão original).

Muito antes disso, porém, eu já tinha feito de uma música meu canto de celebração de vitória. Depois de minha segunda maratona, ainda chorando porque tinha baixado sete minutos o meu tempo, marcando então meu recorde pessoal na distância –3h53min22–, entoei aos gritos, fora de tom, de ritmo, sem harmonia nem afinação: “Minha jangada vai sair pro mar”.

Até hoje não sei de qual escaninho da memória me veio aquela música, mas ela é linda e já a cantei muitas vezes em coral; ouça AQUI uma versão muito linda, com o próprio Caymmi.

Às vezes, o momento é tão grandioso que a própria música espera; vai se aprochegando devagar e só mais tarde emerge. Foi o que aconteceu depois de eu ter sido o único brasileiro a completar, naquele ano de 2004, a maratona da Muralha da China.

Terminei em seis horas e 54 minutos e fui direto para a mesa de massagem, que salvou meu dia e minha noite. Nos dias seguintes, curti a viagem em silencia, como que assuntando comigo mesmo tudo o que tinha acontecido. Em Guilin, porém, o somo veio à tona; no final da madrugada, quando o dia ainda não virou manhã, homens e mulheres, idosos em grande parte, vão para baixo de uma ponte cantar, aproveitando o retorno do som que a construção propicia.

Também fui para lá, durante uma corridinha para soltar a musculatura, mas acabei soltando a vez, de verdade, no alto de uma montanha transformada em praça, cantando ao redor de gente fazendo taichi ou outro tipo de exercício. Naquele dia, experimentei os versos de Monteverdi: “Lasciatemi morire”. Para mim, pouco importava o tom melancólico,a  letra tristonha. Queria aproveitar a música, feita com carinho para os baixos deste mundo (AQUI, porém, quem canta é um tenor).

Falando em dez vidas, a expressão está na letra de uma canção do espetáculo “Arena canta Tiradentes”;  inspirado em frase dita pelo próprio alferes, o poeta escreveu: “Dez vidas eu tivesse, dez vidas eu daria pelo bem da liberdade, nem que fosse por um dia”.

Voltando à melancolia da letra, confesso que não dou muita bola para ela, especialmente quando canto composições em que a emoção da música ou o prazer de cantar vale mais do que qualquer coisa que esteja sendo dita com meras palavras. Isso vale tanto para o dramático “Kom Süsser Tod” (AQUI), de Bach, quanto para o exultante “Salmo 150” (AQUI).

Aliás, uma das músicas que mais me deram satisfação de cantar foi um trecho do “Réquiem”, de Verdi. Tive a subida honra e o prazer inenarrável de participar de um ensaio aberto do Coral da Osesp, no palco da Sala São Paulo, com a luxuosa regência de Naomi Munakata. A gente cantou a capella, claro, mas clique AQUI para ouvir uma versão completa.

Dito isso, voltemos à música da maratona. Há momentos em que a corrida me soa como uma canção de despedida, o fim de um ciclo, o encerramento de um processo. Completada a prova, o que nos resta? Sentar na guia da calçada e chorar, ouvindo o lamento da gaita de boca, pode ser uma opção (confira AQUI).

Mas não, a maratona não tem lugar para tchau nem adeus, é ciclo de vida que recomeça quando termina, inunda de sangue e suor o nascer de um novo sonho. Por isso, termino aqui, agora e já, ouvindo o lamento e a promessa de Gonzaguinha (clique aqui para ouvir comigo).

E digo: Vamo que vamo!

Tem mais: Até a pé nós iremos para o que der e vier.

E mais ainda: Saravá!

]]>
0
Tênis da Nike falha, e queniano vence em Berlim com bolhas e sangue nos pés http://rodolfolucena.blogfolha.uol.com.br/2015/09/28/tenis-da-nike-falha-e-queniano-vence-em-berlim-com-bolhas-e-sangue-nos-pes/ http://rodolfolucena.blogfolha.uol.com.br/2015/09/28/tenis-da-nike-falha-e-queniano-vence-em-berlim-com-bolhas-e-sangue-nos-pes/#respond Mon, 28 Sep 2015 14:48:21 +0000 http://rodolfolucena.blogfolha.uol.com.br/?p=3187 Continue lendo →]]> 28 eliud pé

Palmilhas ficam para fora no calçado de Eliud Kipchoge – Reprodução

 

No início, nem telespectadores nem narradores nem observadores da maratona de Berlim conseguiam entender direito o que estava acontecendo com a passada do queniano Eliud Kipchoge, candidato a recordista mundial.

O pé esquerdo abria para o lado esquerdo e era batido no chão fora do ritmo controlado e firme do corredor; o pé direito apontava para a frente e chegava ao chão com outra balada.

Finalmente as câmeras se aproximara o suficiente para que todos pudéssemos ver o que continuava parecendo inacreditável: as palmilhas acolchoadas do tênis de corrida estavam saindo para fora do calçado, uma imagem até então jamais vista em uma maratona. Ou, pelo menos, nenhum dos narradores e comentaristas do mundo digital conseguia se lembrar de algo semelhante.

O desastre aconteceu por volta do quilômetro 16 e, ao longo dos dois ou três quilômetros seguintes, Eliud Kipchoge tentou dar um jeito, procurou consertar a passada.

A palmilha do pé esquerdo voava para o lado direito, e a palmilha do pé direito, também desgovernada e no ar, apontava para o mesmo lado. Ambas haviam escapado, aparentemente, resvalando por trás do calcanhar.

Por consequência, ao longo da corrida, a palmilha voadora do pé esquerdo passava perigosamente perto da panturrilha direita –se chegava a roçar a pele não dava para perceber na imagem, mas era evidentemente um risco.

Os pés, de qualquer forma, estavam sofrendo muito com o aumento do impacto –afinal, o calçado especial perdera exatamente sua parte acolchoada.

O resultado foi sofrimento e dor para o atleta, que estava em ritmo de recorde –fez a primeira parte d aprova alguns segundo pior do que a passagem do recordista mundial, Dennis Kimetto, mas sua história de corredor indica que teria condições de reduzir o tempo na segunda parte.

“Não foi fácil”, disse ele depois da prova, Segundo registro da edição norte-americana da “Runner`s World”. “Há várias bolhas no meu pé esquerdo e um corte no meu dedão, que está bem ensanguentado”, afirmou.

Apesar do sofrimento, Kipchoge nem sequer tentou, ao longo da prova, arrancar as palmilhas. “Eu estava com dores, mas o que eu podia fazer?”, perguntou ele. “Eu precisava terminar a prova.”

Depois do km 30, quando o último coelho já tinha abandonado seu trabalho, ficou claro que o recorde seria uma tarefa muito difícil, mesmo para alguém capaz de fazer, àquela altura, um quilômetro no alucinante tempo de 2min42.

Caso parasse, não só certamente não conseguiria o recorde –que acabou não acontecendo—como poderia perder o título, que conquistou com o bom tempo de 2h04.

Assim, Kipchoge, que havia sido segundo lugar em Berlim em 2013, quando Wilson Kipsang estabeleceu novo recorde mundial, escolheu seguir com dor mesmo, enquanto o mundo comentava suas palmilhas saltitantes.

Nas redes sociais, houve até quem criasse teorias da conspiração, acreditando que tudo não passaria de uma manobra de marketing da Nike, fabricante do calçado do queniano. Considerando o pouco que se sabe sobre as manobras da publicidade esportiva, a tese logo ganhou apoiadores.

A Nike, porém, não quer saber de brincadeiras. Segundo a empresa, houve uma falha, e ela será consertada.

“A cola das palmilhas não grudou direito”, disse Kipchoge. “É um bom calçado de corrida, e eu já o havia testado em treinos, mas isso acontece no esporte. Tenho de aceitar. Acho que, sem o problema, conseguiria correr mais rápido, mas não sei qual seria o meu tempo.”

A explicação dada por Kipchoge é estranha, pelo menos considerando todos os tênis de corrida que tenho e já tive ao longo de meus 17 anos de corrida: em nenhum deles a palmilha era colada.

Quanto à Nike, um porta-voz da empresa, citado pelo “Wall Street Journal”, afirmou: “Como já acontceu em corridas anteriores, Eliud estava testando um protótipo de tênis de corrida no qual vimos trabalhando juntos por vários meses. Como acontece com qualquer protótipo, às vezes alguma coisa pode dar errada. Como em todas as inovações, nós vamos aprender rapidamente com nossos erros.”

Não foi a primeira vez que um calçado da Nike dá problema em maratonas importantes. Em 1997, os cadarços do tênis usado pelo queniano John Kagwe desamarraram três vezes ao longo do percurso da maratona de Nova York. Ele venceu, mas não conseguiu o recorde. Na ocasião, a Nike decidiu pagar ao atleta o bônus de US$ 10 mil que ele teria recebido caso tivesse feito a melhor marca da história.

Até agora, não foi divulgado se haverá algum tipo de reparação para o atleta ou se o fato será considerado simplesmente um acidente de percurso –a declaração do porta-voz da Nike leva a crer que a segunda hipótese é a mais provável.

Também não foi divulgado se os representantes do atleta e seus patrocinadores concordaram com a solicitação feita pelo diretor da prova. Segundo registro da “Runner`s World”, Mark Milde gostaria que as palmilhas de Kipchoge ficassem guardadas para sempre no museu da maratona de Berlim.

 

 

 

]]>
0
Segundão agora tenta o recorde mundial na maratona de Berlim http://rodolfolucena.blogfolha.uol.com.br/2015/09/25/segundao-agora-tenta-o-recorde-mundial-na-maratona-de-berlim/ http://rodolfolucena.blogfolha.uol.com.br/2015/09/25/segundao-agora-tenta-o-recorde-mundial-na-maratona-de-berlim/#respond Fri, 25 Sep 2015 12:29:57 +0000 http://rodolfolucena.blogfolha.uol.com.br/?p=3184 Continue lendo →]]> eliud

Eliud Kipchoge quando foi segundo na maratona de Berlim – Divulgação

A vitória na última maratona de Londres não foi novidade para o queniano Eliud Kipchoge. Ele ganhou quase todas as maratonas em que participou ao longo de sua carreira.

Em Berlim, porém, chegou em segundo em 2013. Perdeu para o compatriota Wilson Kipsang, que então estabeleceu novo recorde mundial –derrubado no ano passado pelo também queniano Dennis Kimetto.

Nem Kipsang nem Kimetto estarão na maratona de Berlim deste ano, neste domingo (27). Eliud acredita que agora chegou sua vez.

Não quer apenas vencer: ambiciona o recorde mundial, já que o asfalto alemão parece ser o palco ideal para a quebra de marcas na maratona –por dez vezes o recorde mundial caiu em Berlim.

Ainda que sua melhor marca tenha uma diferença de cerca de um minuto em relação ao recorde, a tarefa não parece impossível para o queniano. De 2003 a 2012 correu dez vezes os 5.000 m em menos de 13 minutos; na primeira vitória dessa série, derrotou a ninguém menos que os mitológicos Kenenisa Bekele e Hicham El Guerrouj.

“Se tudo funcionar bem em Berlim, algo muito especial pode acontecer”, antevê o corredor, que terá como rivais e companheiros de jornada pela melhor marca do mundo os dois Mutai não parentes –Emmanuel e Geoffrey, ambos listados entre os dez mais rápidos corredores da história.

Também há grandes expectativas em relação à prova feminina. Os organizadores da maratona acreditam que pelo menos duas atletas têm condições de lutar pela quebra da barreira das 2h20  –o recorde mundial, de 2h15min25, parece ainda inacessível para as mulheres que correm nesta década.

Nenhuma das corredoras tem marca abaixo de 2h20, o que pode ser mais um incentivo para elas. A bicampeã Aberu Kebede, da Etiópia, tenta um terceiro ouro, enquanto a queniana Gladys Cherono corre mesmo contra o relógio  –mais rápida do pelotão, tem com recorde pessoal 2h20min03.

“As outras competidoras têm mais experiência do que eu, mas estou aprendendo”, diz a queniana, que conta com apenas uma maratona no currículo.

Uma das maiores maratonas do mundo, a prova de Berlim tem 41.224 corredores inscritos.

 

]]>
0
São Silvestre abre inscrições a R$ 145 http://rodolfolucena.blogfolha.uol.com.br/2015/09/21/sao-silvestre-abre-inscricoes-a-r-145/ http://rodolfolucena.blogfolha.uol.com.br/2015/09/21/sao-silvestre-abre-inscricoes-a-r-145/#respond Tue, 22 Sep 2015 01:34:33 +0000 http://rodolfolucena.blogfolha.uol.com.br/?p=3180 Continue lendo →]]>  

Começou nesta segunda-feira (21) o período de inscrições para a 91ª edição da São Silvestre, a mais importante e tradicional corrida de rua do país.

A inscrição custa R$ 145, o que significa quase R$ 10 por quilômetro. Já vi muita gente reclamar do valor, mas vou lhe dizer uma coisa: no capitalismo, não existe a figura do “justo preço”, coisa que a igreja católica tentou impor na Idade Média –e, já naquela época, sem sucesso.

O preço de qualquer coisa, da consulta médica ao pão de queijo na padaria da esquina, da passagem aérea à inscrição para a São Silvestre, é sempre –ou tende sempre a ser—o mais alto que o mercado aceitar pagar.

Ao público consumidor resta, portanto, pagar ou não pagar. Quem pagar pode fazê-lo chiando ou sem reclamar, o efeito será o mesmo.

Pagando a inscrição, o sujeito tem direito a enfrentar uma fila daquelas para retirar o kit –que é bem pobrinho– e a receber água morna nos postos de hidratação –se e quando eles estiverem abastecidos.

Em contrapartida, participa da corrida mais divertida do país, com a presença de corredores brincalhões e gente fantasiada, turma bem humorada e solidária. Enfim, a São Silvestre é uma celebração da corrida e da vida, por piores que sejam as condições oferecidas aos corredores.

O percurso desta edição continua o mesmo, pelo menos até ser modificado. No regulamento, está escrito que “Até a data do EVENTO também poderão ser realizados ajustes de percurso com objetivo de melhorias técnicas e atendimento às necessidades da cidade e órgãos públicos competentes, mantendo a LARGADA e CHEGADA aos locais acima descritos”.

Os locais citados são a avenida Paulista, próximo ao número 1.800, para a largada, e a mesma avenida em frente ao número 900, para a chegada.

É o mesmo percurso da última edição em que participei, em 2013. De modo geral, gostei, apesar da perigosa descida na Major Natanael e da sequência de curva-para-cá-curva-para-lá  na primeira vez que os corredores saem da avenida Pacaembu.

Enfim, vai quem quer. E puder pagar a dita cuja inscrição.

 

]]>
0
Ex-jogadora de futebol quer recorde mundial da maratona correndo de costas http://rodolfolucena.blogfolha.uol.com.br/2015/09/17/ex-jogadora-de-futebol-quer-recorde-mundial-da-maratona-correndo-de-costas/ http://rodolfolucena.blogfolha.uol.com.br/2015/09/17/ex-jogadora-de-futebol-quer-recorde-mundial-da-maratona-correndo-de-costas/#respond Thu, 17 Sep 2015 13:58:03 +0000 http://rodolfolucena.blogfolha.uol.com.br/?p=3176 Continue lendo →]]>  

17 kat

Fotos Arquivo Pessoal

Ela corre maratonas com facilidade –com o pé nas costas, como se diz. Aos 36 anos, Kat Clewey tem como melhor marca na distância o respeitável tempo de 3h10min42. Já teve experiências memoráveis e dramáticas no esporte: terminou a maratona de Boston, em 2013, minutos antes de as bombas explodirem, matando três pessoas e deixando mais de 150 feridos.

Também já ampliou os horizontes: fez provas de 160 quilômetros e até já participou de um Ironman, a desgaste competição em que o vivente tem de nadar 3.800 metros, pedalar 180 quilômetros e ainda correr uma maratona.

Pois Clewley, que vive em Ontario, no Canadá, quer mais: vai buscar um recorde mundial, deseja aparecer no Guinness como a mais rápida corredora de uma maratona –de costas!

A ideia lhe surgiu no ano passado, enquanto corria com seu cachorro, Vanilla, um schnauzer gigante de quatro anos. Por alguma razão, ela se virou para trás para atender o cão e então decidiu continuar correndo daquele jeito por alguns minutos.

Quando chegou em casa, começou a pesquisar sobre corridas de costas. Sescobriu que já havia um recorde Mundial, mas apenas para homens. Em 2014, o Guinness registrou a marca de 3h43min39 para o chinês Xu Zhenjun.

Uma mulher de Liechtenstein, Kerstin Metzler-Mennenga, já havia tentado a façanha anterior, em 2008. Completou o desafio em 4h42min38, mas as provas que apresentou não foram aceitas pelo Guinness.

17 kat rosto“É nessa que eu vou”, pensou a canadense, tratando de entrar em contato com a organização para saber o que precisaria fazer para garantir a homologação de sua marca, se e quando tentasse o desafio. Tudo acertado, tratou de fazer os treinos.

Ao longo da semana, faz três treinos de mia hora correndo de costas. Também realiza corridas convencionais, é claro.

Já desenvolveu uma técnica para não ficar com torcicolos monstruosos. “Se eu conheço o caminho, não preciso ficar olhando para trás o tempo todo, basta dar uma olhadinha de vez em quando. E não é preciso virar o pescoço completamente, dá para simplesmente olhar com o rabo do olho”.

Ela acredita que sua experiência como jogadora de futebol –chegou a atuar na seleção canadense e participou de campeonatos universitários– tem ajudado no desafio. “Provavelmte, foi no campo que desenvolvi essa habilidade”, disse ela à imprensa de Hamilton, onde vai correr sua maratona no dia primeiro de novembro próximo.

Seu objetivo é completar a prova em quatro horas e meia.

]]>
0
Maratona de Nova York anuncia elite sem brasileiros http://rodolfolucena.blogfolha.uol.com.br/2015/09/14/maratona-de-nova-york-anuncia-elite-sem-brasileiros/ http://rodolfolucena.blogfolha.uol.com.br/2015/09/14/maratona-de-nova-york-anuncia-elite-sem-brasileiros/#respond Tue, 15 Sep 2015 00:45:39 +0000 http://rodolfolucena.blogfolha.uol.com.br/?p=3173 Continue lendo →]]> O ex-recordista mundial da maratona, o queniano Wilson Kipsang, volta a Nova York neste novembro para defender seu título na mais glamorosa maratona do mundo.

Dono da fabulosa marca de 2h03min23, Kipsang está à frente de um pelotão de elite que inclui ainda o campeão de Boston Lelisa Desisa, etíope com quem o queniano disputou passo a passo o título de Nova York no ano passado.

Representando a casa, Meb Keflezighi vai tentar fazer em Nova York o que já conseguiu em Boston… Vamos ver.

Não há nenhum brasileiro na lista da elite masculina divulgada pelos organizadores. O elenco conta com 19 atletas, mas apenas meia dúzia deles tem recorde pessoal melhor do que a estrela brasileira Marílson Gomes dos Santos.

O atleta brasiliense está com foco total na sua preparação para os Jogos do Rio-2016.

Falando em competições multinacionais, registro aqui que a paulista Adriana Aparecida da Silva se tornou bicampeã pan-americana da maratona. Na prova em si, como você se recorda, ela terminou em segundo lugar. Mas a vencedora, a peruana Gladys Tejeda, foi pega em teste antidoping e desclassificada.

Donde se conclui que nem sempre os exxxpéerrrtos se dão bem. E que, como diz o ditado gaúcho, não está morto quem peleia.

Parabéns, pois, para a garota de Cruzeiro.

]]>
0
Recordista mundial da maratona, britânica Paula Radcliffe nega envolvimento com doping http://rodolfolucena.blogfolha.uol.com.br/2015/09/10/recordista-mundial-da-maratona-britanica-paula-radcliffe-nega-envolvimento-com-doping/ http://rodolfolucena.blogfolha.uol.com.br/2015/09/10/recordista-mundial-da-maratona-britanica-paula-radcliffe-nega-envolvimento-com-doping/#respond Thu, 10 Sep 2015 12:38:26 +0000 http://rodolfolucena.blogfolha.uol.com.br/?p=3171 Continue lendo →]]> A britânica Paula Radcliffe, recordista mundial da maratona, nega “categoricamente” ter participado de qualquer tipo de fraude para obter melhor desempenho nas corridas de rua.

Aos 41 anos e já aposentada do atletismo profissional –sua última participação foi na maratona de Londres, em abril, quando correu com o povão–, ela não chegou a ser formalmente acusada, mas insinuações com endereço certo levaram a maratonista a reagir.

“Estou muito brava, magoada e revoltada por ser colocada nessa situação (…)  Eu não falei antes para me defender porque queria evitar meu nome na capa dos jornais. Não quero que meus filhos vejam o nome da mãe deles no Google e a primeira coisa que apareça é doping. Eu não vou assistir sem me defender se fui colocada nessa situação”, disse em comunicado à imprensa.

O que não evitou que estivesse na primeira página de tabloides sensacionalistas.

O escândalo acontece na esteira de reportagens divulgadas no início de agosto pela ARD, uma estação de televisão alemã, e o “Sunday Times”, jornal inglês. O texto, baseado em resultados de exames até então (e até agora) não oficiais, afirmou que menos um terço das medalhas de provas internacionais de atletismo — Europeus, Mundiais e Jogos Olímpicos — foram conquistadas, entre 2001 e 2012, por atletas sob efeito de doping.

A russa Liliya Shobukhova perdeu seu título da maratona de Londres e suas três coroas da maratona de Chicago por ter sido condenada por fraude antiesportiva. E o parlamento britânico abriu comissão para investigar o caso. Sem citar o nome de ninguém, um mebro da comissão vazou que “uma maratonista britânica” estaria envolvida.

Foi quando Paula Radcliffe subiu nas tamancas. Em entrevista à rede de TV “Sky News”,  disse ter sido chantageada por jornalistas que investigam as denúncias de acobertamento dos casos de doping.

“Atletas inocentes, como eu, são apanhados no meio do desejo de expandir a história e torná-la mais sensacionalista”, disse ela.

Apesar de o recorde de Paula, de impressionantes 2h15min25, ter sido sempre questionado à boca pequena ao longo de sua carreira, não tenho lembrança de qualquer acusação formal contra ela.

Ao contrário, Paula sempre foi combatente pública contra o doping, chegando mesmo a criticar a empresa que a patrocina, a Nike, quando a companhia renovou o contrato com Justin Gaitlin depois de o velocista norte-americano ter passado o período de suspensão por uso de doping.

]]>
0
Com pulmão transplantado, professora desafia câncer e leva ouro em Jogos Mundiais http://rodolfolucena.blogfolha.uol.com.br/2015/09/08/com-pulmao-transplantado-professora-desafia-cancer-e-leva-ouro-em-jogos-mundiais/ http://rodolfolucena.blogfolha.uol.com.br/2015/09/08/com-pulmao-transplantado-professora-desafia-cancer-e-leva-ouro-em-jogos-mundiais/#respond Tue, 08 Sep 2015 13:14:07 +0000 http://rodolfolucena.blogfolha.uol.com.br/?p=3167 Continue lendo →]]> Gaúcha de Santa Maria –eu tenho de começar assim senão vão dizer que não sou bairrista— e vivendo com um pulmão transplantado, a professora de pilates Liège Gautério mandou ver na última edição dos Jogos Mundiais para Transplantados, realizados na última semana de agosto em Mar del Plata, Argentina. Conquistou o ouro nos 100 m e levou a prata nos 200 m.

Hoje com 42 anos, Liège descobriu em 2003 que tinha fibrose pulmonar. Nos quatro anos seguintes, passou por três cirurgias nos dois pulmões. Mesmo assim, conseguiu se manter ativa, fazendo suas atividades profissionais e praticando esportes.

A partir de 2009, porém, passou a sentir cansaço nos treinos. No ano seguinte, não tinha mais condições de correr. Em 2011, sentia cansaço até para escovar os dentes, segundo diz.

Em setembro daquele ano, fez transplante unilateral. Três meses depois da cirurgia, voltou para o trabalho como professora de pilates –é também formada em biologia e fonoaudiologia.

Quanto aos treinos, conta que recomeçou do zero: “Respeitei bastante o ritmo do meu corpo e por ser formada em educação física montei um treino bem coerente para meu condicionamento no momento. Na medida em que ele ia respondendo ao treino, intensificava um pouco mais. Até que hoje treino normalmente e realizo tudo o que fazia antes da manifestação da doença”.

Há pouco tempo, ficou sabendo dos Jogos Mundiais para transplantados e, olhando os resultados anteriores, viu que teria condições de disputar se treinasse direitinho. Pensou, planejou e fez.

Fique agora com o relato de Liège sobre suas conquistas na competição. Ela escreveu o texto para o Unidos pela Vida – Instituto de Divulgação da Fibrose Cística, e o Cristiano Silveira, da Equipe de Fibra, gentilmente disponibilizou o relato para que você tivesse acesso a mais uma história de vida e conquista.

Antes do texto da Liège, vai a foto do pódio dos 100 m, em que conquistou a medalha de ouro.

08 blog liege

Fotos Arquivo Pessoal

“Não importa o quanto eu escreva, sei que não será o suficiente para descrever a sensação de viver um sonho, mas tentarei contar pra vocês um pouco dessa aventura.

“O primeiro impacto foi na solenidade de abertura dos jogos, dia 23 de agosto passado. Ver as delegações (1.100 atletas de 45 países diferentes) foi mágico. Tive a honra de entrar carregando a bandeira brasileira. Senti muito orgulho. Ali, naquele momento, tive a noção da dimensão do evento. Não imaginava que fosse algo tão organizado, tão grandioso, tão divulgado entre outros países.

“Também pensei em tudo o que passei até aquele momento. Fraturei o tornozelo no final de 2014, fiquei imobilizada até janeiro, voltei a treinar em fevereiro, porém, precisei imobilizar novamente e só voltei realmente a treinar dois meses antes da competição.

“Além disso, foi descoberto um câncer de mama em maio, o que me tirou um pouco do foco e fez com que eu desacelerasse meu ritmo de treinos.

A competição

“Sexta-feira, 28 de agosto – É chegado o grande dia e eu pensei: Agora não tem volta, “vai lá e faz o teu melhor”, eu dizia pra mim mesma. Fazia frio e o tempo estava encoberto, mas nem isso me fez desanimar.

“Na minha categoria, havia seis atletas nos 100 m e 200 m rasos então pensei: Uau! Sou a sexta melhor do mundo!

“Dado o tiro de largada para os 100 m, não vi mais nada. Lembrei-me dos meus treinos, da técnica que devia utilizar e fui. Afinal de contas, não há muito o que pensar em 14,3 segundos.

“Quando vi que ninguém se aproximava de mim a única coisa que passava na minha cabeça era: “Não acredito! Não acredito! Vou ser ouro!”

“Cruzar a linha de chegada e alçar os braços ao alto em sinal de agradecimento foi o que me restou fazer.

“Sensação de missão cumprida. Corri pela família TX pulmonar, pelos que já fizeram, pelos que esperam e pelos que partiram. Feliz em poder saber que uma transplantada unilateral de pulmão pode ir mais.

“Nesses jogos os transplantados de pulmão são raros, segundo um fisioterapeuta argentino que, surpreso por me encontrar no atletismo, me chamou para conversar.

“No sábado, os 200m. Estava decidida a não fazer, já que não havia treinado. Minha inscrição acabou acontecendo apenas por insistência dos amigos.

“O dia amanheceu ensolarado e mais quente do que a véspera. A vontade veio e não deu para escapar.

“Minha estratégia foi a de largar o mais lento possível e ver se teria fôlego para o resto. Na medida em que sentia que tinha máquina, fui imprimindo ritmo e buscando. Cheguei em segundo lugar. Com um tempo de 34,1 s, atrás apenas de Petra Vovesna, atleta da República Tcheca que completou a prova em 32,4s.

08 blog liege medalhas

As duas medalhas de Liège

“Fiquei realmente muito satisfeita e honrada de ter sido a primeira mulher brasileira a participar dos jogos e de ter conquistado a primeira medalha de ouro para o Brasil em 20 edições dos Jogos.

“Fiquei feliz por poder estar lá. Ao mesmo tempo, senti tristeza por saber que no Brasil a maioria das pessoas sequer sabe que os jogos existem.

“Não recebemos nenhum apoio, nenhum incentivo. Nosso time era extremamente reduzido, enquanto outros países contavam com seus médicos e fisioterapeutas.

“Não é possível um país imenso contar com apenas quatro atletas (dois no tênis, que conseguiram medalha de prata e bronze e dois no atletismo). Somos um país repleto de praticantes de atividade física. É preciso haver um projeto que contemple e incentive o esporte para transplantados. Conseguimos, a muito custo, nosso uniforme e nada mais.

“Espero poder colaborar para mudar esse cenário e continuar divulgando o esporte entre as pessoas transplantadas.”

 

]]>
0
Jovem corredor morre na maratona da Cidade do México http://rodolfolucena.blogfolha.uol.com.br/2015/09/02/jovem-corredor-morre-na-maratona-da-cidade-do-mexico/ http://rodolfolucena.blogfolha.uol.com.br/2015/09/02/jovem-corredor-morre-na-maratona-da-cidade-do-mexico/#comments Wed, 02 Sep 2015 16:12:58 +0000 http://rodolfolucena.blogfolha.uol.com.br/?p=3164 Continue lendo →]]> Um atleta de 34 anos morreu do último domingo depois de sofrer um problema cardíaco enquanto participava da maratona da Cidade do México.

Na altura do quilômetro 35, Erick García Ramírez, que levava no peito o número 23.765, desabou no asfalto.

Segundo as autoridades, o corredor desmaiado foi recebeu atendimento de emergência no local por pessoal do Esquadrão de Resgate e Urgências Médicas. Em cerca de seis minutos, o maratonistas foi levado de ambulância ao hospital de  Xoco, em Coyoacán, no sul da cidade.

Comunicado das autoridades médicas afirma que, durante a viagem, foram aplicados no corredor “os protocolos de recuperação com a ajuda de aparelhos e massagem cardíaca, no que se presume ter sido um infarto fulminante do miocárdio; no entanto, chegou ao hospital sem sinais vitais”.

Na sua 33ª edição, a corrida teve como campeões os etíopes Daniel Aschenik e Shewarge Amar no masculino e feminino.

É sempre muito triste dar notícias como essa. Mas é preciso lembrar que a corrida, como outros esporte, é uma atividade de risco. Cada um precisa tomar suas precauções, fazer exames médicos adequados e se preparar para participar de eventos que vão exigir grande esforço, como uma maratona.

A atividade física melhora a saúde em geral, mas o esporte competitivo (ih, todo esporte é competitivo, não?) faz com que muitos de nós deixemos de lado cuidados essenciais.

Bueno, fica o registro e o alerta.

]]>
1